Chegou-me, por e-mail, por mão amiga, este apelo. Num país em que o consumo cultural é baixo, o índice de iliteracia alto, e o número de hipermercados e centros comerciais por hectare avassalador, o fecho de uma livraria é sempre uma grande perda, a nível local, regional ou nacional.
Dizem-me que a Livraria Buchholz corre o risco de desaparecer. Não sei exactamente quais são as razões, mas julgo que sejam comerciais e económico-financeiras. Com a sua morte, a nossa cultura e a cidade de Lisboa ficariam mais pobres. Um pequeno gesto nosso, de todos nós que gostamos de livros, que compramos livros, que lemos livros, pode ajudar a salvar este espaço de convívio e de cultura que faz parte da memória e do património da cidade.
Como diz um outro amigo meu, adiro ao presente apelo na esperança de que a velha e prestigiada Buccholz - International Bookshop não venha a ser substituída por uma qualquer manjedoura da McDonald's ou por um qualquer franchising na área do pronto a despir.
L.G.
1. A Livraria Buchholz, lugar de referência do nosso (pequeno) universo cultural, encontra-se em situação de pré-falência.
Agradece-se a todos quantos a frequentaram que a voltem a visitar, de vez em quando.
Comprar um livro que não se encontra em mais lado nenhum pode, eventualmente, ajudar a reerguê-la.
Agradece-se que passem esta informação aos amigos e interessados.
2. A Livraria Buchholz é uma livraria com história. Foi fundada em 1943 pelo livreiro alemão Karl Buchholz, que deixou Berlim depois da sua galeria de arte e livraria terem sido destruídas pelos bombardeamentos.
A actividade de Buchholz era incompatível com o regime de Berlim, nomeadamente a venda de autores considerados proscritos, como Thomas Mann. No entanto, a relação de Buchholz com o regime era algo dúbia pois tanto compactuava em manobras de propaganda alemã como salvava da fogueira obras de Picasso e Braque, condenadas pela fúria nazi.
No início, a livraria estava situada em Lisboa na Avenida da Liberdade e só em 1965 se instalou na Rua Duque de Palmela. O interior foi projectado pelo próprio livreiro ao estilo das livrarias da sua terra natal. O espaço estende-se por três andares unidos por uma escada de caracol, com recantos e sofás que proporcionam uma intimidade dos leitores com os livros. A madeira das escadas, chão e estantes torna o espaço acolhedor e agradável.
Durante os anos 60, a tertúlia artística lisboeta - entre eles, Escada, Noronha da Costa, Eduardo Nery e Malangatana - passou pela cave da Buchholz que funcionou como galeria até 1974.
Hoje, a galeria continua a ser uma referência cultural com um público fiel que preza o espaço de convívio que a livraria sugere. A selecção dos títulos é vasta e inclui várias áreas: artes, ciência, humanidades, literatura portuguesa e estrangeira, livros técnicos e infantis. Na cave funciona uma secção de música clássica e etnográfica. Apesar de não ser especializada em nenhuma área, a secção dedicada à ciência política é frequentada por muitos políticos da nossa praça.
A Buchholz acolhe ainda eventos especiais como lançamentos de livros, sessões de leitura e o "Domingo Especial" que são os saldos anuais da livraria, uma vez por ano, no último domingo de Novembro. Na Buchholz on-line pode percorrer as estantes da livraria sem sair de casa e ainda encomendar livros nacionais e alguns estrangeiros.
Telefone: 213170580
Local: Lisboa, R. Duque de Palmela, 4
Horários: Segunda a sábado das 09h00 às 18h00 (encerra sábado às 13h).
Observações: Especialidades: livraria generalista.
Sítio oficial: http://www.buchholz.pt (em remodelação, nesta data).
Post-scriptum
Segundo notícia da Lusa, de hoje,ao fim da tarde, que acabo de receber por outra mão amiga, o novo director-geral da Livraria Buccholz, José Leal Loureiro, veio dizer que a livraria está a recuperar de uma "fase crítica" e veio promter uma livraria com capacidade de bem servir os clientes, dinamizada através de lançamentos e conferências: "A livraria teve um período de dificuldades, relacionado com a própria conjuntura do país, mas agora vai retomar os eventos que costuma acolher", assegurou à Lusa José Loureiro, que reagia a um e- mail enviado para a comunicação social a dar conta de uma alegada situação de pré-falência. "Pré-falência parece-me uma expressão demasiado violenta", comentou o responsável, acrescentando que a mensagem anónima terá sido remetida "por algum cliente bem intencionado, que julgou assim dar o seu melhor para ajudar a livraria".
O novo director-geral da Buchholz afirmou também que "a livraria encontra-se a preparar um reforço de capital, e está a tentar incrementar as vendas e reduzir alguns custos, com vista a voltar a funcionar em pleno". José Leal Loureiro declarou ainda à Lusa que "alguns importantes editores que tinham cessado os fornecimentos à livraria devido às dificuldades financeiras da Buchholz já os retomaram, caso da Difel/Gótica, Caminho, Europa-América ou Dinalivro".
Ainda segundo a notícia das Lusa, esta terça-feira foi enviada um e-mail anónimo a diversos órgãos de comunicação dizendo que a Buchholz estaria a um passo de falir e apelando aos leitores para que ajudassem à recuperação da livraria, conhecida por ter algumas edições raras e obras em língua estrangeira.
Conclusão: Os blogadores portugueses reagem rápído às notícias más, agoirentas ou ameaçadoras. E acima de tudo são generosos e solidários. Espero que esta história tenha um final feliz. L.G.
blogue-fora-nada. homo socius ergo blogus [sum]. homem social logo blogador. em sociobloguês nos entendemos. o port(ug)al dos (por)tugas. a prova dos blogue-fora-nada. a guerra colonial. a guiné. do chacheu ao boe. de bissau a bambadinca. os cacimbados. o geba. o corubal. os rios. o macaréu da nossa revolta. o humor nosso de cada dia nos dai hoje.lá vamos blogando e rindo. e venham mais cinco (camaradas). e vieram tantos que isto se transformou numa caserna. a maior caserna virtual da Net!
05 janeiro 2005
Car@s ciberamig@s - VI: Salvemos a Livraria Buchholz
Chegou-me, por e-mail, por mão amiga, este apelo. Num país em que o consumo cultural é baixo, o índice de iliteracia alto, e o número de hipermercados e centros comerciais por hectare avassalador, o fecho de uma livraria é sempre uma grande perda, a nível local, regional ou nacional.
Dizem-me que a Livraria Buchholz corre o risco de desaparecer. Não sei exactamente quais são as razões, mas julgo que sejam comerciais e económico-financeiras. Com a sua morte, a nossa cultura e a cidade de Lisboa ficariam mais pobres. Um pequeno gesto nosso, de todos nós que gostamos de livros, que compramos livros, que lemos livros, pode ajudar a salvar este espaço de convívio e de cultura que faz parte da memória e do património da cidade.
Como diz um outro amigo meu, adiro ao presente apelo na esperança de que a velha e prestigiada Buccholz - International Bookshop não venha a ser substituída por uma qualquer manjedoura da McDonald's ou por um qualquer franchising na área do pronto a despir.
L.G.
1. A Livraria Buchholz, lugar de referência do nosso (pequeno) universo cultural, encontra-se em situação de pré-falência.
Agradece-se a todos quantos a frequentaram que a voltem a visitar, de vez em quando.
Comprar um livro que não se encontra em mais lado nenhum pode, eventualmente, ajudar a reerguê-la.
Agradece-se que passem esta informação aos amigos e interessados.
2. A Livraria Buchholz é uma livraria com história. Foi fundada em 1943 pelo livreiro alemão Karl Buchholz, que deixou Berlim depois da sua galeria de arte e livraria terem sido destruídas pelos bombardeamentos.
A actividade de Buchholz era incompatível com o regime de Berlim, nomeadamente a venda de autores considerados proscritos, como Thomas Mann. No entanto, a relação de Buchholz com o regime era algo dúbia pois tanto compactuava em manobras de propaganda alemã como salvava da fogueira obras de Picasso e Braque, condenadas pela fúria nazi.
No início, a livraria estava situada em Lisboa na Avenida da Liberdade e só em 1965 se instalou na Rua Duque de Palmela. O interior foi projectado pelo próprio livreiro ao estilo das livrarias da sua terra natal. O espaço estende-se por três andares unidos por uma escada de caracol, com recantos e sofás que proporcionam uma intimidade dos leitores com os livros. A madeira das escadas, chão e estantes torna o espaço acolhedor e agradável.
Durante os anos 60, a tertúlia artística lisboeta - entre eles, Escada, Noronha da Costa, Eduardo Nery e Malangatana - passou pela cave da Buchholz que funcionou como galeria até 1974.
Hoje, a galeria continua a ser uma referência cultural com um público fiel que preza o espaço de convívio que a livraria sugere. A selecção dos títulos é vasta e inclui várias áreas: artes, ciência, humanidades, literatura portuguesa e estrangeira, livros técnicos e infantis. Na cave funciona uma secção de música clássica e etnográfica. Apesar de não ser especializada em nenhuma área, a secção dedicada à ciência política é frequentada por muitos políticos da nossa praça.
A Buchholz acolhe ainda eventos especiais como lançamentos de livros, sessões de leitura e o "Domingo Especial" que são os saldos anuais da livraria, uma vez por ano, no último domingo de Novembro. Na Buchholz on-line pode percorrer as estantes da livraria sem sair de casa e ainda encomendar livros nacionais e alguns estrangeiros.
Telefone: 213170580
Local: Lisboa, R. Duque de Palmela, 4
Horários: Segunda a sábado das 09h00 às 18h00 (encerra sábado às 13h).
Observações: Especialidades: livraria generalista.
Sítio oficial: http://www.buchholz.pt (em remodelação, nesta data).
Post-scriptum
Segundo notícia da Lusa, de hoje,ao fim da tarde, que acabo de receber por outra mão amiga, o novo director-geral da Livraria Buccholz, José Leal Loureiro, veio dizer que a livraria está a recuperar de uma "fase crítica" e veio promter uma livraria com capacidade de bem servir os clientes, dinamizada através de lançamentos e conferências: "A livraria teve um período de dificuldades, relacionado com a própria conjuntura do país, mas agora vai retomar os eventos que costuma acolher", assegurou à Lusa José Loureiro, que reagia a um e- mail enviado para a comunicação social a dar conta de uma alegada situação de pré-falência. "Pré-falência parece-me uma expressão demasiado violenta", comentou o responsável, acrescentando que a mensagem anónima terá sido remetida "por algum cliente bem intencionado, que julgou assim dar o seu melhor para ajudar a livraria".
O novo director-geral da Buchholz afirmou também que "a livraria encontra-se a preparar um reforço de capital, e está a tentar incrementar as vendas e reduzir alguns custos, com vista a voltar a funcionar em pleno". José Leal Loureiro declarou ainda à Lusa que "alguns importantes editores que tinham cessado os fornecimentos à livraria devido às dificuldades financeiras da Buchholz já os retomaram, caso da Difel/Gótica, Caminho, Europa-América ou Dinalivro".
Ainda segundo a notícia das Lusa, esta terça-feira foi enviada um e-mail anónimo a diversos órgãos de comunicação dizendo que a Buchholz estaria a um passo de falir e apelando aos leitores para que ajudassem à recuperação da livraria, conhecida por ter algumas edições raras e obras em língua estrangeira.
Conclusão: Os blogadores portugueses reagem rápído às notícias más, agoirentas ou ameaçadoras. E acima de tudo são generosos e solidários. Espero que esta história tenha um final feliz. L.G.
Dizem-me que a Livraria Buchholz corre o risco de desaparecer. Não sei exactamente quais são as razões, mas julgo que sejam comerciais e económico-financeiras. Com a sua morte, a nossa cultura e a cidade de Lisboa ficariam mais pobres. Um pequeno gesto nosso, de todos nós que gostamos de livros, que compramos livros, que lemos livros, pode ajudar a salvar este espaço de convívio e de cultura que faz parte da memória e do património da cidade.
Como diz um outro amigo meu, adiro ao presente apelo na esperança de que a velha e prestigiada Buccholz - International Bookshop não venha a ser substituída por uma qualquer manjedoura da McDonald's ou por um qualquer franchising na área do pronto a despir.
L.G.
1. A Livraria Buchholz, lugar de referência do nosso (pequeno) universo cultural, encontra-se em situação de pré-falência.
Agradece-se a todos quantos a frequentaram que a voltem a visitar, de vez em quando.
Comprar um livro que não se encontra em mais lado nenhum pode, eventualmente, ajudar a reerguê-la.
Agradece-se que passem esta informação aos amigos e interessados.
2. A Livraria Buchholz é uma livraria com história. Foi fundada em 1943 pelo livreiro alemão Karl Buchholz, que deixou Berlim depois da sua galeria de arte e livraria terem sido destruídas pelos bombardeamentos.
A actividade de Buchholz era incompatível com o regime de Berlim, nomeadamente a venda de autores considerados proscritos, como Thomas Mann. No entanto, a relação de Buchholz com o regime era algo dúbia pois tanto compactuava em manobras de propaganda alemã como salvava da fogueira obras de Picasso e Braque, condenadas pela fúria nazi.
No início, a livraria estava situada em Lisboa na Avenida da Liberdade e só em 1965 se instalou na Rua Duque de Palmela. O interior foi projectado pelo próprio livreiro ao estilo das livrarias da sua terra natal. O espaço estende-se por três andares unidos por uma escada de caracol, com recantos e sofás que proporcionam uma intimidade dos leitores com os livros. A madeira das escadas, chão e estantes torna o espaço acolhedor e agradável.
Durante os anos 60, a tertúlia artística lisboeta - entre eles, Escada, Noronha da Costa, Eduardo Nery e Malangatana - passou pela cave da Buchholz que funcionou como galeria até 1974.
Hoje, a galeria continua a ser uma referência cultural com um público fiel que preza o espaço de convívio que a livraria sugere. A selecção dos títulos é vasta e inclui várias áreas: artes, ciência, humanidades, literatura portuguesa e estrangeira, livros técnicos e infantis. Na cave funciona uma secção de música clássica e etnográfica. Apesar de não ser especializada em nenhuma área, a secção dedicada à ciência política é frequentada por muitos políticos da nossa praça.
A Buchholz acolhe ainda eventos especiais como lançamentos de livros, sessões de leitura e o "Domingo Especial" que são os saldos anuais da livraria, uma vez por ano, no último domingo de Novembro. Na Buchholz on-line pode percorrer as estantes da livraria sem sair de casa e ainda encomendar livros nacionais e alguns estrangeiros.
Telefone: 213170580
Local: Lisboa, R. Duque de Palmela, 4
Horários: Segunda a sábado das 09h00 às 18h00 (encerra sábado às 13h).
Observações: Especialidades: livraria generalista.
Sítio oficial: http://www.buchholz.pt (em remodelação, nesta data).
Post-scriptum
Segundo notícia da Lusa, de hoje,ao fim da tarde, que acabo de receber por outra mão amiga, o novo director-geral da Livraria Buccholz, José Leal Loureiro, veio dizer que a livraria está a recuperar de uma "fase crítica" e veio promter uma livraria com capacidade de bem servir os clientes, dinamizada através de lançamentos e conferências: "A livraria teve um período de dificuldades, relacionado com a própria conjuntura do país, mas agora vai retomar os eventos que costuma acolher", assegurou à Lusa José Loureiro, que reagia a um e- mail enviado para a comunicação social a dar conta de uma alegada situação de pré-falência. "Pré-falência parece-me uma expressão demasiado violenta", comentou o responsável, acrescentando que a mensagem anónima terá sido remetida "por algum cliente bem intencionado, que julgou assim dar o seu melhor para ajudar a livraria".
O novo director-geral da Buchholz afirmou também que "a livraria encontra-se a preparar um reforço de capital, e está a tentar incrementar as vendas e reduzir alguns custos, com vista a voltar a funcionar em pleno". José Leal Loureiro declarou ainda à Lusa que "alguns importantes editores que tinham cessado os fornecimentos à livraria devido às dificuldades financeiras da Buchholz já os retomaram, caso da Difel/Gótica, Caminho, Europa-América ou Dinalivro".
Ainda segundo a notícia das Lusa, esta terça-feira foi enviada um e-mail anónimo a diversos órgãos de comunicação dizendo que a Buchholz estaria a um passo de falir e apelando aos leitores para que ajudassem à recuperação da livraria, conhecida por ter algumas edições raras e obras em língua estrangeira.
Conclusão: Os blogadores portugueses reagem rápído às notícias más, agoirentas ou ameaçadoras. E acima de tudo são generosos e solidários. Espero que esta história tenha um final feliz. L.G.
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