Do meu baú das velharias:
em dezembro
não fazia frio
em dezembro
não fazia ainda neve
em dezembro era natal
e comiam-se rabanadas
em janeiro
cantavam-se as janeiras
e bebia-se o vinho novo
em dezembro
ainda não havia neve
pra cozer as pencas pró natal
não havia neve
à porta dos camponeses pobres do norte
nem as peugadas dos pés descalços
das criancinhas do augusto gil
batem leve levemente
como quem chama por mim...
ah onde está o tipicismo da miséria rural
que os escritores burgueses descobriram antes de nós
o camilo o eça o ramalho o aquilino
em dezembro
o pai natal já não descia pelo fumeiro
por entre os salpicões e os presuntos
vinha de peugeot pelas estradas de frança
e trazia tiparrillos pra malta fumar
à lareira
em dezembro
a maria do norte cortava erva pró gado
e cantava a plenos pulmões
uma canção do sul
candoz. natal de 1976
blogue-fora-nada. homo socius ergo blogus [sum]. homem social logo blogador. em sociobloguês nos entendemos. o port(ug)al dos (por)tugas. a prova dos blogue-fora-nada. a guerra colonial. a guiné. do chacheu ao boe. de bissau a bambadinca. os cacimbados. o geba. o corubal. os rios. o macaréu da nossa revolta. o humor nosso de cada dia nos dai hoje.lá vamos blogando e rindo. e venham mais cinco (camaradas). e vieram tantos que isto se transformou numa caserna. a maior caserna virtual da Net!
28 janeiro 2005
Blogarias V - Em Dezembro
Do meu baú das velharias:
em dezembro
não fazia frio
em dezembro
não fazia ainda neve
em dezembro era natal
e comiam-se rabanadas
em janeiro
cantavam-se as janeiras
e bebia-se o vinho novo
em dezembro
ainda não havia neve
pra cozer as pencas pró natal
não havia neve
à porta dos camponeses pobres do norte
nem as peugadas dos pés descalços
das criancinhas do augusto gil
batem leve levemente
como quem chama por mim...
ah onde está o tipicismo da miséria rural
que os escritores burgueses descobriram antes de nós
o camilo o eça o ramalho o aquilino
em dezembro
o pai natal já não descia pelo fumeiro
por entre os salpicões e os presuntos
vinha de peugeot pelas estradas de frança
e trazia tiparrillos pra malta fumar
à lareira
em dezembro
a maria do norte cortava erva pró gado
e cantava a plenos pulmões
uma canção do sul
candoz. natal de 1976
em dezembro
não fazia frio
em dezembro
não fazia ainda neve
em dezembro era natal
e comiam-se rabanadas
em janeiro
cantavam-se as janeiras
e bebia-se o vinho novo
em dezembro
ainda não havia neve
pra cozer as pencas pró natal
não havia neve
à porta dos camponeses pobres do norte
nem as peugadas dos pés descalços
das criancinhas do augusto gil
batem leve levemente
como quem chama por mim...
ah onde está o tipicismo da miséria rural
que os escritores burgueses descobriram antes de nós
o camilo o eça o ramalho o aquilino
em dezembro
o pai natal já não descia pelo fumeiro
por entre os salpicões e os presuntos
vinha de peugeot pelas estradas de frança
e trazia tiparrillos pra malta fumar
à lareira
em dezembro
a maria do norte cortava erva pró gado
e cantava a plenos pulmões
uma canção do sul
candoz. natal de 1976
25 janeiro 2005
Portugal sacro-profano - XXII: O internacionalismo português
O mais internacionalista dos povos é, sem dúvida, o português. Se não vejamos esta lista com 20 argumentos a favor da tese do internacionalismo:
1. Quando um portuga apanha com um grande problema pela frente, diz logo que se vê grego para dar conta do recado.
2. Se a coisa é mesmo complicada de perceber, ele afirma que isso, para ele, é chinês, ao ponto de ficar com os olhos em bico.
3. Em Portugal quem trabalha no duro, de manhã à noite, é um mouro de trabalho. Mas também já foi um galego. Agora diz-se que é um ucraniano.
4. Pelo contrário, o portuga que não gosta de trabalhar, alega que o trabalho é bom para o preto.
5. Invenções, modernices, merdas que não interessam a ninguém como a ciência & a tecnologia, são chamadas de americanices.
6. Se um portuga é gabarolas, se gosta de armar ao pingarelho, é logo apelidado de amigo de espanholadas; se estudou numa universdiade estrangeira, é logo apelidado de estrangeirado.
7. Se ele faz um esforço de comunicação com os seus amigos e vizinhos espanhóis, riem-se do tipo por que não fala o espanhol de Cervantes mas sim um mísero portunhol (que é um novo dialecto ibérico).
8. Em Portugal uma pessoa também não pode viver com um mínimo de luxo, conforto e ostentação (Champagne, jaquinzinhos, Mercedes em 2ª mão, barraca no Algarve com piscina desmontável, férias na neve em Sierra Nevada...), sem que os invejosos dos vizinhos venham dizer que vive à grande e à francesa.
9. Se o gajo tem um pé de meia, é por que é agarrado ao dinheiro, logo tem uma costela de judeu.
10. Pelo contrário, se ele te faz uma sacanice ou te apunhala pelas costas, logo dirás que é um italiano mafioso.
11. Se faz algo para causar boa impressão aos outros, acusam-no de o fazer só para inglês ver.
12. Quando Portugal entrou para a União Europeia, em 1986, fez tudo para se tornar o bom aluno da Europa e, mais recentemente, até dispensou um primeiro-ministro em exercício para ocupar, em Bruxelas, o cargo de Presidente da Comissão Europeia; uma das razões para essa requisição do Zé é por que ele é reconhecidamente um poliglota (fala, além da língua materna, o inglês, o francês, o portunhol e o cherne).
13. No Algarve, o comum dos portugas adora (ou adorava, nos anos sessenta e setenta) ir até à Quarteira engatar bifas (inglesas e outras nórdicas, com ou sem sardas).
14. Entre tremoços, amendoins e bejecas, eles (os portugas, machos) adoram passar as férias a jogar à sueca.
15. Elas, as portugas fêmeas, pelo contrário, preferem gastar o subsídio de férias no Corte Inglês ou noutros estabelecimentos da estranja como a Zara.
16. Em África, nos PALOP que já fizeram parte do seu grande império colonial, o português (m/f) ainda é tratado carinhosamente pelo seu diminuitivo, tuga.
17. Os da Madeira chamam cubanos aos do Continente.
18. Quinhentos anos depois de Álvares Cabral ter aportado ao Novo Mundo, os portugueses estão a redescobrir o Brasil, a falar à moda de lá e a importar os seus indígenas.
19. Católico de baptismo, mas pouco cumpridor dos mandamentos, em matéria de fé o portuga tende a ser mais papista que o Papa.
20. Já quando os gajos (três gatos pingados, segundo creio) chegaram ao País do Sol Nascente, por volta de 1543, os japoneses chamaram-lhe os bárbaros do sul.
1. Quando um portuga apanha com um grande problema pela frente, diz logo que se vê grego para dar conta do recado.
2. Se a coisa é mesmo complicada de perceber, ele afirma que isso, para ele, é chinês, ao ponto de ficar com os olhos em bico.
3. Em Portugal quem trabalha no duro, de manhã à noite, é um mouro de trabalho. Mas também já foi um galego. Agora diz-se que é um ucraniano.
4. Pelo contrário, o portuga que não gosta de trabalhar, alega que o trabalho é bom para o preto.
5. Invenções, modernices, merdas que não interessam a ninguém como a ciência & a tecnologia, são chamadas de americanices.
6. Se um portuga é gabarolas, se gosta de armar ao pingarelho, é logo apelidado de amigo de espanholadas; se estudou numa universdiade estrangeira, é logo apelidado de estrangeirado.
7. Se ele faz um esforço de comunicação com os seus amigos e vizinhos espanhóis, riem-se do tipo por que não fala o espanhol de Cervantes mas sim um mísero portunhol (que é um novo dialecto ibérico).
8. Em Portugal uma pessoa também não pode viver com um mínimo de luxo, conforto e ostentação (Champagne, jaquinzinhos, Mercedes em 2ª mão, barraca no Algarve com piscina desmontável, férias na neve em Sierra Nevada...), sem que os invejosos dos vizinhos venham dizer que vive à grande e à francesa.
9. Se o gajo tem um pé de meia, é por que é agarrado ao dinheiro, logo tem uma costela de judeu.
10. Pelo contrário, se ele te faz uma sacanice ou te apunhala pelas costas, logo dirás que é um italiano mafioso.
11. Se faz algo para causar boa impressão aos outros, acusam-no de o fazer só para inglês ver.
12. Quando Portugal entrou para a União Europeia, em 1986, fez tudo para se tornar o bom aluno da Europa e, mais recentemente, até dispensou um primeiro-ministro em exercício para ocupar, em Bruxelas, o cargo de Presidente da Comissão Europeia; uma das razões para essa requisição do Zé é por que ele é reconhecidamente um poliglota (fala, além da língua materna, o inglês, o francês, o portunhol e o cherne).
13. No Algarve, o comum dos portugas adora (ou adorava, nos anos sessenta e setenta) ir até à Quarteira engatar bifas (inglesas e outras nórdicas, com ou sem sardas).
14. Entre tremoços, amendoins e bejecas, eles (os portugas, machos) adoram passar as férias a jogar à sueca.
15. Elas, as portugas fêmeas, pelo contrário, preferem gastar o subsídio de férias no Corte Inglês ou noutros estabelecimentos da estranja como a Zara.
16. Em África, nos PALOP que já fizeram parte do seu grande império colonial, o português (m/f) ainda é tratado carinhosamente pelo seu diminuitivo, tuga.
17. Os da Madeira chamam cubanos aos do Continente.
18. Quinhentos anos depois de Álvares Cabral ter aportado ao Novo Mundo, os portugueses estão a redescobrir o Brasil, a falar à moda de lá e a importar os seus indígenas.
19. Católico de baptismo, mas pouco cumpridor dos mandamentos, em matéria de fé o portuga tende a ser mais papista que o Papa.
20. Já quando os gajos (três gatos pingados, segundo creio) chegaram ao País do Sol Nascente, por volta de 1543, os japoneses chamaram-lhe os bárbaros do sul.
Portugal sacro-profano - XXII: O internacionalismo português
O mais internacionalista dos povos é, sem dúvida, o português. Se não vejamos esta lista com 20 argumentos a favor da tese do internacionalismo:
1. Quando um portuga apanha com um grande problema pela frente, diz logo que se vê grego para dar conta do recado.
2. Se a coisa é mesmo complicada de perceber, ele afirma que isso, para ele, é chinês, ao ponto de ficar com os olhos em bico.
3. Em Portugal quem trabalha no duro, de manhã à noite, é um mouro de trabalho. Mas também já foi um galego. Agora diz-se que é um ucraniano.
4. Pelo contrário, o portuga que não gosta de trabalhar, alega que o trabalho é bom para o preto.
5. Invenções, modernices, merdas que não interessam a ninguém como a ciência & a tecnologia, são chamadas de americanices.
6. Se um portuga é gabarolas, se gosta de armar ao pingarelho, é logo apelidado de amigo de espanholadas; se estudou numa universdiade estrangeira, é logo apelidado de estrangeirado.
7. Se ele faz um esforço de comunicação com os seus amigos e vizinhos espanhóis, riem-se do tipo por que não fala o espanhol de Cervantes mas sim um mísero portunhol (que é um novo dialecto ibérico).
8. Em Portugal uma pessoa também não pode viver com um mínimo de luxo, conforto e ostentação (Champagne, jaquinzinhos, Mercedes em 2ª mão, barraca no Algarve com piscina desmontável, férias na neve em Sierra Nevada...), sem que os invejosos dos vizinhos venham dizer que vive à grande e à francesa.
9. Se o gajo tem um pé de meia, é por que é agarrado ao dinheiro, logo tem uma costela de judeu.
10. Pelo contrário, se ele te faz uma sacanice ou te apunhala pelas costas, logo dirás que é um italiano mafioso.
11. Se faz algo para causar boa impressão aos outros, acusam-no de o fazer só para inglês ver.
12. Quando Portugal entrou para a União Europeia, em 1986, fez tudo para se tornar o bom aluno da Europa e, mais recentemente, até dispensou um primeiro-ministro em exercício para ocupar, em Bruxelas, o cargo de Presidente da Comissão Europeia; uma das razões para essa requisição do Zé é por que ele é reconhecidamente um poliglota (fala, além da língua materna, o inglês, o francês, o portunhol e o cherne).
13. No Algarve, o comum dos portugas adora (ou adorava, nos anos sessenta e setenta) ir até à Quarteira engatar bifas (inglesas e outras nórdicas, com ou sem sardas).
14. Entre tremoços, amendoins e bejecas, eles (os portugas, machos) adoram passar as férias a jogar à sueca.
15. Elas, as portugas fêmeas, pelo contrário, preferem gastar o subsídio de férias no Corte Inglês ou noutros estabelecimentos da estranja como a Zara.
16. Em África, nos PALOP que já fizeram parte do seu grande império colonial, o português (m/f) ainda é tratado carinhosamente pelo seu diminuitivo, tuga.
17. Os da Madeira chamam cubanos aos do Continente.
18. Quinhentos anos depois de Álvares Cabral ter aportado ao Novo Mundo, os portugueses estão a redescobrir o Brasil, a falar à moda de lá e a importar os seus indígenas.
19. Católico de baptismo, mas pouco cumpridor dos mandamentos, em matéria de fé o portuga tende a ser mais papista que o Papa.
20. Já quando os gajos (três gatos pingados, segundo creio) chegaram ao País do Sol Nascente, por volta de 1543, os japoneses chamaram-lhe os bárbaros do sul.
1. Quando um portuga apanha com um grande problema pela frente, diz logo que se vê grego para dar conta do recado.
2. Se a coisa é mesmo complicada de perceber, ele afirma que isso, para ele, é chinês, ao ponto de ficar com os olhos em bico.
3. Em Portugal quem trabalha no duro, de manhã à noite, é um mouro de trabalho. Mas também já foi um galego. Agora diz-se que é um ucraniano.
4. Pelo contrário, o portuga que não gosta de trabalhar, alega que o trabalho é bom para o preto.
5. Invenções, modernices, merdas que não interessam a ninguém como a ciência & a tecnologia, são chamadas de americanices.
6. Se um portuga é gabarolas, se gosta de armar ao pingarelho, é logo apelidado de amigo de espanholadas; se estudou numa universdiade estrangeira, é logo apelidado de estrangeirado.
7. Se ele faz um esforço de comunicação com os seus amigos e vizinhos espanhóis, riem-se do tipo por que não fala o espanhol de Cervantes mas sim um mísero portunhol (que é um novo dialecto ibérico).
8. Em Portugal uma pessoa também não pode viver com um mínimo de luxo, conforto e ostentação (Champagne, jaquinzinhos, Mercedes em 2ª mão, barraca no Algarve com piscina desmontável, férias na neve em Sierra Nevada...), sem que os invejosos dos vizinhos venham dizer que vive à grande e à francesa.
9. Se o gajo tem um pé de meia, é por que é agarrado ao dinheiro, logo tem uma costela de judeu.
10. Pelo contrário, se ele te faz uma sacanice ou te apunhala pelas costas, logo dirás que é um italiano mafioso.
11. Se faz algo para causar boa impressão aos outros, acusam-no de o fazer só para inglês ver.
12. Quando Portugal entrou para a União Europeia, em 1986, fez tudo para se tornar o bom aluno da Europa e, mais recentemente, até dispensou um primeiro-ministro em exercício para ocupar, em Bruxelas, o cargo de Presidente da Comissão Europeia; uma das razões para essa requisição do Zé é por que ele é reconhecidamente um poliglota (fala, além da língua materna, o inglês, o francês, o portunhol e o cherne).
13. No Algarve, o comum dos portugas adora (ou adorava, nos anos sessenta e setenta) ir até à Quarteira engatar bifas (inglesas e outras nórdicas, com ou sem sardas).
14. Entre tremoços, amendoins e bejecas, eles (os portugas, machos) adoram passar as férias a jogar à sueca.
15. Elas, as portugas fêmeas, pelo contrário, preferem gastar o subsídio de férias no Corte Inglês ou noutros estabelecimentos da estranja como a Zara.
16. Em África, nos PALOP que já fizeram parte do seu grande império colonial, o português (m/f) ainda é tratado carinhosamente pelo seu diminuitivo, tuga.
17. Os da Madeira chamam cubanos aos do Continente.
18. Quinhentos anos depois de Álvares Cabral ter aportado ao Novo Mundo, os portugueses estão a redescobrir o Brasil, a falar à moda de lá e a importar os seus indígenas.
19. Católico de baptismo, mas pouco cumpridor dos mandamentos, em matéria de fé o portuga tende a ser mais papista que o Papa.
20. Já quando os gajos (três gatos pingados, segundo creio) chegaram ao País do Sol Nascente, por volta de 1543, os japoneses chamaram-lhe os bárbaros do sul.
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