21 fevereiro 2004

Portugal sacro-profano - XV: Economistas e gestores

A propósito do Compromisso (com) Portugal, o meu amigo JBN, que é economista e gestor, mandou-me por e-mail este comentário que merece ser divulgado na blogosfera:



"Já agora, com o grupo dos rapazes do Beato, Portugal não vai longe.



"Quando um gajo diz que o caminho é a liberdade de despedir e os portugueses falarem inglês e espanhol, dá para dizer que é burro, evidentemente. Deverá perceber bastante de transacções bancárias.



"Aliás um problema da economia é que os economistas não conhecem a economia real, o que os ingleses chamam o shopfloor da economia e os gestores que também sabem economia (em princípio menos do que os economistas) só raciocinam com base no shopfloor que conhecem.



"Uma coisa que me surpreende é como economistas reputados e creio mesmo que sérios, em 1975 defenderam as nacionalizações ao ritmo a que foram feitas e hoje são, aparentemente, ultra-liberais. Mudar não faz mal e até se justificaria porque está provado que o Estado, por maldade dos homens, não é bom gestor (embora também não seja sempre assim), mas mudar tanto dá mau aspecto".

Portugal sacro-profano - XV: Economistas e gestores

A propósito do Compromisso (com) Portugal, o meu amigo JBN, que é economista e gestor, mandou-me por e-mail este comentário que merece ser divulgado na blogosfera:

"Já agora, com o grupo dos rapazes do Beato, Portugal não vai longe.

"Quando um gajo diz que o caminho é a liberdade de despedir e os portugueses falarem inglês e espanhol, dá para dizer que é burro, evidentemente. Deverá perceber bastante de transacções bancárias.

"Aliás um problema da economia é que os economistas não conhecem a economia real, o que os ingleses chamam o shopfloor da economia e os gestores que também sabem economia (em princípio menos do que os economistas) só raciocinam com base no shopfloor que conhecem.

"Uma coisa que me surpreende é como economistas reputados e creio mesmo que sérios, em 1975 defenderam as nacionalizações ao ritmo a que foram feitas e hoje são, aparentemente, ultra-liberais. Mudar não faz mal e até se justificaria porque está provado que o Estado, por maldade dos homens, não é bom gestor (embora também não seja sempre assim), mas mudar tanto dá mau aspecto".

17 fevereiro 2004

Socio(b)logia - VIII: La organización, la llave del suceso

Recebi há dias, por e-mail, uma chapa com uma legenda bem humorada: um grupo de jovens sem-abrigo, ou simplesmente desempregados, ou simplesmente marginais, ou simplesmente músicos à procura de um lugar na orquestra dos bem-aventurados, tocam, bebem e pedem uns trocos numa calle de uma qualquer cidade espanhola... A seus pés quatro ou cinco caixas de sapatos com letreiros bem visíveis: "Para vino, "para comida, "para porro", "para cocaína"...



Mandei a imagem para o meu grupo de cibermig@s do humor-com-humor- se-paga e a seguinte nota (de despesa):



(i) Agora que a Espanha está na moda (vejam-se os grandes de Portugal a prestar vassalagem ao nosso Grande Irmão Ibérico e os nossos melhores gestores a alugarem a sua massa cinzenta aos empresários castelhanos, galegos, catalães, andaluzes e bascos), é também altura de tentar descobrir qual é a chave do seu (deles) sucesso...



(ii) Um povo que não trabalha (veja-se o número de sem-abrigo, mendigos, cegos, desempregados, marginais, dançarinos, funcionários autonómicos, toureiros, aficionados das touradas e da bola, mulheres, ninos, turistas, artistas, catoonistas, cartomantes, etc, que se concentram nas plazas mayores de Espanha) mas que é já um casestudy mundial na área do sucesso, da felicidade e da auto-estima colectiva...



(iii) Pois o segredo, car@s ciberamig@s, está na organização! Até os contestatários (ou simplesmente os que se posicionam fora) do sistema têm a sua contra-organização! Até para pedir esmola na rua, em Espanha, é preciso ter know-how, organização, competências em gestão... Veja-se o caso da ONCE: uma máquina de fazer dinheiro, uma história de sucesso com 65 anos!



(iv) Em boa verdade, cego é o Zé Portuga ou o cão que o guia!

Socio(b)logia - VIII: La organización, la llave del suceso

Recebi há dias, por e-mail, uma chapa com uma legenda bem humorada: um grupo de jovens sem-abrigo, ou simplesmente desempregados, ou simplesmente marginais, ou simplesmente músicos à procura de um lugar na orquestra dos bem-aventurados, tocam, bebem e pedem uns trocos numa calle de uma qualquer cidade espanhola... A seus pés quatro ou cinco caixas de sapatos com letreiros bem visíveis: "Para vino, "para comida, "para porro", "para cocaína"...

Mandei a imagem para o meu grupo de cibermig@s do humor-com-humor- se-paga e a seguinte nota (de despesa):

(i) Agora que a Espanha está na moda (vejam-se os grandes de Portugal a prestar vassalagem ao nosso Grande Irmão Ibérico e os nossos melhores gestores a alugarem a sua massa cinzenta aos empresários castelhanos, galegos, catalães, andaluzes e bascos), é também altura de tentar descobrir qual é a chave do seu (deles) sucesso...

(ii) Um povo que não trabalha (veja-se o número de sem-abrigo, mendigos, cegos, desempregados, marginais, dançarinos, funcionários autonómicos, toureiros, aficionados das touradas e da bola, mulheres, ninos, turistas, artistas, catoonistas, cartomantes, etc, que se concentram nas plazas mayores de Espanha) mas que é já um casestudy mundial na área do sucesso, da felicidade e da auto-estima colectiva...

(iii) Pois o segredo, car@s ciberamig@s, está na organização! Até os contestatários (ou simplesmente os que se posicionam fora) do sistema têm a sua contra-organização! Até para pedir esmola na rua, em Espanha, é preciso ter know-how, organização, competências em gestão... Veja-se o caso da ONCE: uma máquina de fazer dinheiro, uma história de sucesso com 65 anos!

(iv) Em boa verdade, cego é o Zé Portuga ou o cão que o guia!

16 fevereiro 2004

Estórias com mural ao fundo - XXII: O ser e o ter

Conta-se que que no Séc. XIX um excêntrico e culto inglês, da upper class vitoriana, desceu o Nilo, expresssamente à procura de um velho sábio de que ouvira falar a uma equipa de arqueólogos em Londres.



O nosso viajante e escritor nas obras vagas ficou muito surpreendido ao ver que o sábio morava numa casa de adobe, muito simples, de paredes nuas. As únicas peças de mobília eram uma cama, uma mesa, um banco e muitos livros e pergaminhos antigos espalhados por esteiras ao longo do chão.

- Onde estão os seus móveis? - perguntou o inglês.

De pronto, o sábio lhe devolveu a pergunta:

- E os seus, onde estão ?

- Os meus?! - surpreendeu-se o turista - Mas eu estou aqui só de passagem!

- Eu também, meu amigo! - concluiu o sábio.



Moral da história:



"A vida na Terra é somente uma passagem, dizem os sábios. No entanto, alguns de nós vivem como se fossem ficar aqui eternamente, acumulando riqueza e esquecendo-se de serem felizes."



PS - Esta é uma estória edificante que, já em pequeno, eu ouvia à minha catequista, à minha professora da primária e ao padre da minha aldeia... Ricos e pobres, se querem um conselho, desconfiem da moral da história...

Estórias com mural ao fundo - XXII: O ser e o ter

Conta-se que que no Séc. XIX um excêntrico e culto inglês, da upper class vitoriana, desceu o Nilo, expresssamente à procura de um velho sábio de que ouvira falar a uma equipa de arqueólogos em Londres.

O nosso viajante e escritor nas obras vagas ficou muito surpreendido ao ver que o sábio morava numa casa de adobe, muito simples, de paredes nuas. As únicas peças de mobília eram uma cama, uma mesa, um banco e muitos livros e pergaminhos antigos espalhados por esteiras ao longo do chão.
- Onde estão os seus móveis? - perguntou o inglês.
De pronto, o sábio lhe devolveu a pergunta:
- E os seus, onde estão ?
- Os meus?! - surpreendeu-se o turista - Mas eu estou aqui só de passagem!
- Eu também, meu amigo! - concluiu o sábio.

Moral da história:

"A vida na Terra é somente uma passagem, dizem os sábios. No entanto, alguns de nós vivem como se fossem ficar aqui eternamente, acumulando riqueza e esquecendo-se de serem felizes."

PS - Esta é uma estória edificante que, já em pequeno, eu ouvia à minha catequista, à minha professora da primária e ao padre da minha aldeia... Ricos e pobres, se querem um conselho, desconfiem da moral da história...