Post nº 777 (DCCLXXVII). Mensagem do João Tunes:
Caro Luís,
Claro que não foi crítica, muito menos crítica dirigida à tua estimada pessoa. Mas mexe-me com os nervos certo desnivelamento que, por razões afectivas e emocionais, se faz, faremos todos, entre crimes e crimes.
E a denúncia justa, se proporcionada, aos fuzilamentos dos Comandos Africanos muitas vezes é acompanhada de uma louvação e choro patriótico como se eles tivessem sido nobres e leais guerreiros, cumpridores da Convenção de Genebra. Ora, o que fazia um Comando Africano quando apanhava um irmão guineense do PAIGC que lutava pela pátria de um e de outro? Levava-o incólume e seguro a julgamento?
Não concordo com ajustes de contas, mas não foi mais que isso (um ou outro inocente terá pago pelo pecador, pois claro). Reprovável, inaceitável, mas não se deve condenar de ânimo leve e lágrimas exaltadas como se eles, por serem dos nossos, fossem clones do Beato Nuno Álvares Pereira, meu padroeiro dos tempos de Infantaria. E se queremos ter moral para julgar, julguemo-nos a nós, denunciemos os criminosos de guerra que foram nossos camaradas, contemos as vítimas que brutalizámos e, por acção ou por omissão de repulsa e denúncia, ajudámos a brutalizar (eu incluo-me no rol).
Façamos essa catarse antes de vestirmos toga de juízes. Porque quem fez o mal, ou com ele se calou, não deve fazer a caramunha. Fui mais claro?
Sobre o turra (agora desencantado) Luandino já meti post no meu blogue. Podes transcrevê-lo, se te aprouver. Assim como estes textos.
Grande abraço.
João Tunes
1 comentário:
Pois fostes muito claro, mas esquecestes que alguns membros do paigc tb não eram nenhuns meninos de coro.E tb te esquecestes que tb maltratavam os corpos já depois de mortos, inclusive aos nossos camaradas brancos.Enfim percebe-se ondse queres chegar,Ideologias não é verdade.Sempre a mesma coisa.
Enviar um comentário