1. "Cada vez mais, o nosso Gabinete Social é solicitado pelos Hospitais para arranjarmos solução para os imigrantes doentes, que ali se encontram internados, que não têm família em Portugal e que estão em vias de terem alta 'clínica', mas longe de terem alta 'social'. Em desespero de causa, muitos imigrantes são deixados pelos Hospitais à porta do nosso serviço, para que lhes encontremos uma resposta de vida mais digna em Portugal. Não é tarefa fácil, porque eles se encontram ainda visivelmente debilitados. Só graças ao grande esforço da nossa técnica, em conjunto com o de organizações parceiras, se vão encontrando algumas soluções para a vida destas pessoas.
"Também os outros serviços do JRS têm sido igualmente muito procurados, pelo que precisávamos de um reforço dos nossos recursos humanos. Neste novo ano lectivo, são vários os estagiários dos cursos de Política Social, de Serviço Social, de Sociologia e de Relações Internacionais que entraram para o JRS. Estes jovens terão aqui um primeiro contacto com a vida laboral e com a realidade social, através da problemática da imigração. Neste Boletim temos o testemunho de alguns deles".
Notícias do JSR - Boletim trimestral do JRS-Portugal. 7 (Julho-Setembro de 2004). Directora: Rosário Farmhouse.
2. O Serviço Jesuíta aos Refugiados (Estrada da Torre, 26 – 1750-296 Lisboa; telef. 21 754 16 20, Fax 21 754 16 25;e-mail: jrs-portugal@netcabo.pt) é uma organização internacional da Igreja Católica, sob a responsabilidade da Companhia de Jesus (vulgo, jesuítas).
O JSR (do inglês, Jesuit Refugee Service) foi fundado em 1980 pelo então Superior Geral da Companhia de Jesus, o Padre Pedro Arrupe, tocado pelo drama dos boat people, os refugiados vietnamitas, largamente noticiado na época.
O JRS tem como missão "acompanhar, servir e defender" (sic) os direitos das pessoas refugiadas e deslocadas à força, em qualquer parte do mundo. Está presente em 70 países, incluindo o espaço lusófono (Portugal, Angola, Brasil e Timor Leste).
O que se entende por servir, acompanhar e defender ?
(i) ao servir, o JRS procura "resolver os principais problemas que atingem tais pessoas, em síntese, nas áreas do social, da saúde, do emprego, do foro jurídico, da educação";
(ii) o acompanhar quer dizer "estar presente nos momentos mais difíceis, dando primazia ao diálogo com as pessoas envolvidas, ouvindo as suas angústias e problemas, orientando-as nos passos que têm que dar para darem solução aos seus problemas, estando a seu lado, sempre que necessário";
e, por fim, (iii) defender é promover a "defesa dos direitos dos refugiados e deslocados à força (...), não só nas zonas de conflito, mas também a nível internacional, sempre que tal se torna necessário e possível".
Em Portugal, que é um país actualmente não de acolhimento de refugidados, como sobretudo de imigração, destaca-se o seu programa de apoio ao emprego, para além da assistência médica e do apoio jurídico e psicossocial. Na sua página na Net, o seu apelo nº 1 é "Empregos precisam-se!". Cerca de sessenta pessoas, nomeadamente imigrantes do leste Europeu, procuram diariamente o JSR.
Um outro programa, coordenado com sucesso pelo JRS, tem sido o da creditação e de inserção de médicos e de enfermeiros do leste Europeu no nosso sistema de saúde.
3. As pessoas que lá trabalham, a começar pela sua directora, a antropóloga Rosário Farmhouse, merecem as minhas, as nossas palmas. Elas, de facto, dão voz a quem a não tem.
Para saberes mais os problemas dos imigrantes em Portugal, consulta:
ACIME - Alto Comissariado para a Imigração e Minorias Étnicas
Observatório da Imigração
Programa do XVII Governo Constitucional > Novas Políticas Sociais > Para uma política de imigração inclusiva
SOS Racismo
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