1. O Afonso Sousa [exz-furriel miliciano de transmissões da CART 2412, Bigene, Binta, Guidage, Barro, 1968/70) vem trazer para nossa tertúlia o tema dos "nossos rádios na Guiné". Teve, além disso, a gentileza de nos mandar imagens desses equipamentos de cuja existência e importância só dávamos conta em momentos de grande aflição: (i) quando, no mato, debaixo de fogo do IN, chamávamos pela mãezinha e pelo apoio da Força Aérea; ou (ii) quando tínhamos um camarada gravemente ferido, e era preciso uma evacuação Y para o hospital militar de Bissau...
Diz o Afonso Sousa: "Quanto do nosso isolamento foi atenuado e protegido com estes aparelhos de resistência singular, em terreno e flora tão adversos" ! (28 de Junho de 2005).
O Rádio AN_PRC 10 © Afonso Sousa (2005)
Além disso, "quem não se lembra daqueles livrinhos (secretos) de descodificação criptográfica (chaves periódicas de decifração de mensagens - criptografia de substituição de palavras) ? Com que expectativa e alguma sofreguidão, iniciávamos, por vezes, eu e o cabo cripto, a decifração de certas mensagens !
"... E saber que, hoje, tudo é tão simples com a criptografia computacional !... Coisa dos tempos !...
2.O Marques Lopes também se lembra bem "do AN-PRC 10, que o radiotelegrafista do meu grupo de combate levava às costas. Mas usávamos também em Geba um pequeno rádio para comunicação entre as secções do grupo de combate a que chamávamos SHARP. Era uma espécie de walkie-talkie. Conhecem ?"
3. O Humberto Reis diz que se lembra bem desse rádio: "Usei-o enquanto estive em Lamego pois cabia no bolso do dolman camuflado. Na Guiné não me lembro de o ter visto. Julgo que na minha CCAÇ 12 nunca houve desses luxos. Enfim, não se podia ter tudo".
4. O Sousa de Castro (29 de Junho de 2005), esse, também fala de cátedra, acerca das nossas transmissões e dos seus operadores:
"O AN-GRC 9 foi o rádio com que trabalhei durante toda a comissão na Guiné em grafia... Não é para me gabar, mas eu achava-me um craque nesta matéria, trabalhar em código morse era comigo, ou não tivesse na minha caderneta a menção de TE (telegrafista especial).
"Convém dizer que o [Luís] Carvalhido da APVG [Associação Portuguesa dos Veteranos de Guerra] não ficava atrás, antes pelo contrário, era um bom adversário.
"Aproveito para dizer que aquilo a que chamam de Banana é o AVP-1 que era usado no meu tempo nas operações para comunicação entre pelotões e nomeadamente com o Quartel, mas o rádio com mais alcance que os OP (operadores] de TRMS [transmissões] de Infantaria levavam às costas era o conhecido RACAL (TR-28)... Conheceram este? Vou procurar nos meus papéis e digitalizar este rádio para mandar para a tertúlia".
Nota de L.G. - As imagens enviadas pelo Afonso Sousa estão, para já, na página de Barro / Cacheu.
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