Eis a mensagem que recebi, há dias, de um dos camaradas da nossa tertúlia de ex-combatentes da Guiné. Pediu-me para não ser identificado, no caso de decidir publicá-la no blogue. Usa o pseudónimo literário de Marame. Assim seja:
"Salve para Todos, Cruzados do Leste! Cá o passeador do RACAL envia este improviso poético ou palavras em castelo. O texto simboliza uma conversa na companhia de uma bazuca que eu gostaria de ter bebido com todos vós, à sombra de uma laranjeira. Igual àquela que existia no meu Condomínio Fechado. Um Alfa Bravo para Todos e Boas Férias".
Sentido
Largados na latitude do inferno,
Levando a Alma no bornal
Cujo corpo pede o Materno
Porque ainda não era Portugal.
Os pés cheiram o Chão
Mas a Mina é mostrengo,
Vive no solo, sente a Exaustão
Do guerreiro que ainda é Tenro.
Que leu Camões, dançou a chula
E só em Cristo tinha a luz,
Aconchega o Mandinga ou o Fula
Porque o respeito o Bem produz.
Seja no Mamadu, na bajuda ou no Zé
E assim no regresso o navio deixou Esteira
Para não se perder o elo para a Terra vermelha da Guiné
Porque no muito somos Irmãos – no pouco outra bandeira!
Marame (2005)
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