23 setembro 2005

Guiné 63/74 - CCVI: Guerra colonial 'versus' guerra de libertação nacional: um estudo de caso

Guiné-Bissau > Zona Leste > Bambadinca > 1997:

O antigo edifício dos correios... A sigla (CTT) está lá inscrita na parede com as mesmas letras de há 35 anos... O Leopoldo Amado não passou por aqui, quando djubi, mas esteve em Catió e Bolama... O pai era chefe dos correios.


"Daqui telefonei para Lisboa umas 3 ou 4 vezes. In ilo tempore, em que se pedia a chamada com dois dias de antecedência e com hora marcada!" (Humberto Reis)...

© Humberto Reis (2005) (com a colaboração do Braima Samá, professor primário em Bambadina e improvisado fotógrafo em 1997)



1. Post de JoãoTunes:

Amigo Leopoldo (para o caso, camarada está a mais...)

Folgo que a tese vá com toda a tusa. O resultado só poderá ser brilhante, não tenho dúvidas.

Uma sugestão: porque não uma sessão já a seguir para os tertulianos, estilo treino, em que o meu caro amigo apresentava as linhas de força da sua tese e se submetia a fogo cerrado de artilharia, helicanhão, emboscadas e golpes de mãos dos combatentes velhinhos?

Não seria um bom ensaio de defesa de tese? Estou certo que os tertulianos ex-combatentes apreciariam esse duelo com a memória e a sua arrumação. Por mim falando, teria o maior prazer e acicate. Dito melhor, manga de ronco.

Se a ideia tivesse pés para andar, julgo que o Luís não teria dificuldade em arranjar uma sala de cenário adequado a que se seguiria zarpar para uma petiscada numa messe qualquer - a "Trindade" por exemplo, junto ao Largo Camões - onde se pudesse confraternizar... O que interessava seria, sobretudo, conhecermo-nos - ou revermo-nos para os que andaram juntos - passando ou regressando da amizade virtual para a real.

Escuto.
Mantenha pa nhos tudu.
João Tunes

2. Resposta, de imediato, do Leopoldo Amado:

Caro amigo Tunes,

Teria todo prazer em coligir uma notas e partilhar as linhas de força da minha tese: "Guerra Colonial versus guerra de libertação nacional (1963-1974): o caso da Guiné-Bissau". Seria igualmente importante para mim (e para todos, creio) o feedback que certamente tal ocasionaria.

Porém, não sei se a cervejaria Trindade serve para o propósito: muita gente, muita cerveja e, provavelmente algum barulho. Pelo menos era assim há uns 15 anos. Há muito que lá não vou. Como quer que seja, é-me indiferente o local, conquanto possamos (re)encontrar-nos, uma vez que estivemos juntos no mesmo Teatro de Operações, embora cada um na sua latitude.

Mas não espero encontrar combatentes velhinhos. Espero, isso sim, encontrar jovens bem dispostos, com uma média de idades a rondar os 60 anos, isto é, homens que se rejuvenesceram física espiritualmente. Afinal, fostes "soldados uma vez, sempre soldados”, parafraseando o titulo da obra do pára-quedista Nuno Mira Vaz.

Aquela guerra foi igualmente minha. O meu pai era chefe dos Correios, pelo que calcorreámos a Guiné toda. Calhava-nos, por cúmulo de azar, os sítios mais quentes. Tenho muitas lembranças desta vossa/minha guerra, porque vivi-a na infância e na adolescência, mas vivi-a de algum modo: os 122 mm e afins do PAIGC também passaram muita vez por cima da minha casa, quer em Catió, quer em Bolama...

Escuto. Leopoldo Amado


3. Intervenção do Humberto Reis:

Leopoldo Amado, meu amigo tertuliano:

Tiro o meu chapéu à sua disponibilidade para uma primeira conversa, de muitas esperemos, com estes rapazes novos da casa das +/- 60 Primaveras.

Estou disponível para quando quiserem, excepto de 4 a 9 de Outubro próximo, em que vou estar em Cabo Verde. Não é em serviço mas sim uns dias de vacances. Acontece que o Paulo Salgado vai à Guiné no dia 30 mas não disse quando voltava. Esperemos que seja rápida a resposta dele, para se poder organizar este encontro.

Pelo que o João Tunes escreve, a ideia do encontro é numa sala que consigamos arranjar (ele sugere que talvez o Luís tenha mais facilidade em conseguir lá na universidade) e no pós-sabatina, então sim, irmos beber uma bejeca à Trindade, ou outro lado qualquer.

Não quero deixar de chamar a atenção da rapaziada, de que isto através destas modernices dos computadores é fácil e prático, mas as presenças físicas já começam a dar que pensar. Temos tertulianos de todo o país e, se isto fosse pensado para o norte do país, por exemplo, eu gostaria de me deslocar lá.

Como o Leopoldo está em Lisboa, julgo que seria de aguardar pelas reacções dos restantes compagnons de route que residem mais afastados cá do burgo. Não quero dizer com isto que este(s) encontro(s) tenha(m) de ter a comparência de todos os tertulianos, nada disso (era utópico pensar em tal). Apenas sugiro que auscultemos as opiniões dos outros.

"Avancemos para a frente" pois não temos tempo de "recuar para trás".

Um abraço a todos
Humberto Reis

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