Na última empresa em que trabalhei, uma multinacional do sector da indústria alimentar, alguém decidiu um dia que estava na altura de fazer um upgrade do software sócio-organizacional. Contratou-se um novo Chief Executive Officer (CEO) com provas dadas na concorrência. Um tipo duro e duro, ainda jovem, com muito sangue na guelra. A palavra de ordem passou a ser: “Novo estilo de gestão, novo incentivo à produção”.
Mal chegou, fez logo uma minuciosa visita à área fabril, acompanhado do engenheiro de produção e mais os restantes quadros superiores. No armazém encontrou toda a gente a trabalhar, excepto um rapaz, que estava encostado à parede, com as mãos nos bolsos e brinquinho na orelha. O nosso Chief Executive Officer viu logo ali uma boa oportunidade para demonstrar aos colaboradores a sua nova filosofia de gestão em acção, pelo que perguntou ao rapaz:
- Quanto é que você ganha por mês?
- Quatrocentos euros, tirando as gorjetas - respondeu o jovem sem saber do que se tratava. Porquê?
O CEO tirou quatrocentos euros do bolso e deu-os ao rapaz, dizendo:
- Aqui estão o seu salário deste mês. Agora desapareça e nunca mais cá ponha os pés!
O rapaz guardou o dinheiro e arrancou na sua motorizada, sem perceber a razão de ser da sua sorte grande. O nosso administrador, enchendo o peito, perguntou ao grupo de operários, com ar triunfador:
- Afinal o que é este tipo fazia aqui?
- É da pizaria aqui do bairro, senhor engenheiro. Ele veio cá trazer-nos uma piza para o almoço e ficou a ver-nos trabalhar - respondeu um dos operários.
Moral da história: Nada como ver um gestor em acção! Mas em gestão há que prevenir a ejaculação precoce, como diria o mais famoso dos pipis lusos.
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