03 março 2004

Em Lisboa nem sangria má nem purga boa - III: Quando o médico atesta sob palavra de honra

Esta história acaba de me ser contada por um amigo meu, conhecido médico de família (não vou identificá-lo por razões óbvias de ética e sigilo profissional).



Ele que me perdoe mas eu não resisto a divulgá-la na blogosfera. É uma história exemplar que eu acho que pode e deve figurar numa futura antologia sobre o Portugal sacro-profano, o Portugal profundo, os portugas, a medicina, o sistema de saúde e tudo o que gira à volta disto. Aqui vai ela sem tirar nem pôr:



"Esta manhã quando pelas 8.30 cheguei à Extensão de Saúde, já tinha um jovem mancebo à minha espera, a tiritar de frio (geralmente sou eu que abro a porta e habitualmente chego antes dos utentes). Pensando tratar-se de um caso urgente, mandei-o logo entrar. Diz-me ele: 'Fui inscrever-me para a GNR e como o meu BI tem uma altura que é inferior à exigida para entrar nesta instituição, mandaram-me vir ter com o Sr. Doutor para passar um atestado com a minha altura actual'...



Comentário sábio e bem humorado do médico, no e-mail que me mandou:



"Hipótese 1: neste País só os médicos sabem medir a altura dos indivíduos; hipótese 2: neste País só confiam na palavra de honra dos médicos"...

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