Texto da autoria do A. Marques Lopes
TÍTULO: De Conakry ao M.D.L.P.: dossier secreto
AUTOR: Alpoím Galvão
EDITORA: Intervenção
ANO: 1976
Este livro foi publicado em 1976 pela Editorial Intervenção. Na sua segunda parte, o comandante Alpoím Calvão faz o relatório detalhado da preparação e do desenrolar da operação Mar Verde que levou ao ataque a Conacri.
Tem outros relatos sobe a sua infância em Moçambique, sobre o MDLP e sobre o 25 de Abril, do qual diz muito mal (embora, semanas antes, tivesse sido convidado pelo então comandante Pinheiro de Azevedo a aderir ao MFA, recusou-se).
Mas trago-o aqui porque terá interesse à nossa tertúlia saber em pormenor como é que sucedeu aquela acção. Este relatório tem 36 páginas e, é claro, não o trancrevo aqui. Algumas operações prepararam aquela principal: a operação Hitler (curioso!), junto do rio Camexibó, a operação Nebulosa, junto ao rio Inxanxe e a operação Gata Brava em Kadigné.
No seu relatório das acções em Conacri faz uma descrição detalhada delas, mas, curiosamente, faz apenas uma breve referência à libertação dos 26 prisioneiros portugueses que se encontravam na prisão "La Montaigne", feita pelo 1º tenente Cunha e Silva. Não foi este, de facto, o objectivo da operação Mar Verde. Se dúvidas houvesse sobre os objectivos dessa operação, ele próprio diz, a páginas 84, que "o insucesso do golpe de Estado ficou-se devendo à manifesta carência de informação, que falhou completamente no que toca à presença da aviação de caça em Conakry [ os Migs da Guiné-Conacri, tinham mudado de Conacri para outra base poucos dias antes; ele não refere, mas as suas forças ainda foram sobrevoadas por um Mig] aos apoios activos internos que não existiam ou, se existiam, não se concretizaram".
De acordo em não me meter nas questões internas do povo da Guiné-Bissau. Mas não deixa de ser curioso o que vai dizer amanhã o semanário Expresso: "O engenheiro Daniel Nunes participa, com o antigo oficial da Marinha Alpoím Calvão e o empresário Manuel Macedo (que tinha negócios com a Indonésia no regime de Suharto e é amigo do ex-Presidente Nino Vieira), num projecto de industrialização da castanha de caju - uma aposta do Governo para o relançamento da economia da Guiné. O empreendimento, que arranca este ano, prevê a instalação de unidades de processamento de castanha de caju em Bolola, na capital, na ilha de Bolama, no Sul do país, e em Binta."
A perspectiva de Nino Vieira em Presidente?
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