Selecção e notas de Jorge Santos.
AUTOR: Salgueiro Maia
TÍTULO: Capitão de Abril – Histórias da Guerra do Ultramar e do 25 de Abril
EDITORA: Editorial Notícias
ANO: 1994
SINOPSE: “A minha geração, talvez por ter nascido ainda com o cheiro da Segunda Guerra Mundial, teve a característica de ser saudavelmente gregária; assim, e em confronto com as novas gerações, o sentimento colectivo dominava o individual; desde os bancos da escola que nos organizámos de modo a fazer face ao inimigo comum, os professores e todo o tipo de autoridade; este sentimento foi a base de tudo o que fizemos a seguir”.
Nota sobre o autor: Fernando José Salgueiro Maia, o Capitão de Abril, nasceu a 1 de Julho de 1944, em Castelo de Vide, filho de Francisco da Luz Maia e de Francisca Silvéria Salgueiro. Fez a instrução na escola primária de São Torcato, em Coruche; e os estudos secundários, em Tomar e em Leiria, para onde se desloca com o pai, empregado da CP (Caminhos de Ferro).
Fonte: Centro de Documentação 25 de Abril (© 1996)
Aos vinte anos, em Outubro de 1964, Salgueiro Maia entra para a Academia Militar, em Lisboa. Em 1966 apresenta-se na EPC (Escola Prática de Cavalaria), em Santarém, para frequentar o tirocínio. Parte, em 1968, para o Norte de Moçambique integrado na 9ª Companhia de Comandos. Promovido a capitão em 1970, parte em Julho de 1971 para a Guiné à frente da Companhia de Cavalaria 3420. Esteve em Bula. Foi director do jornal da sua unidade, Os Progressitas. (vd. post de 7 de Julho de 2005 > Guiné 69/71 - XCVI: Salgueiro Maia, director de jornal de caserna).
Regressou a Portugal em 1973, e ficou colocado na EPC. Começam então as reuniões do MFA (Movimento das Forças Armadas). Salgueiro Maia, delegado da arma de Cavalaria, faz parte da Comissão Coordenadora do Movimento.
Em 25 de Abril de 1974, comanda a coluna de carros de combate que, partindo de Santarém, foi cercar os ministérios no Terreiro do Paço, em Lisboa. Comandou a seguir o cerco ao Quartel do Carmo onde se encontrava refugiado Marcelo Caetano forçando-o à rendição. A sua acção no cerco ao Quartel do Carmo constitui uma das mais belas imagens do 25 de Abril de 1974.
Como aconteceu com muitos outros militares de Abril, a hierarquia militar acabou por discriminá-lo, ao colocá-lo nos Açores de onde só regressará em 1979 para comandar o Presídio Militar de Santa Margarida.
Por fim, em 1984 regressou à sua unidade EPC. Faleceu em 4 de Abril de 1992. Está sepultado em Castelo de Vide, no talhão dos combatentes. Logo após o 25 de Abril, o então largo Oliveira Salazar em Castelo de Vide passou a ser designado por Largo Capitão Maia.
No 25º aniversário do 25 de Abril (1999), a Direcção do Grupo de Amigos de Castelo de Vide, ciente de representar, neste particular o sentir dos seus conterrâneos, depositou cravos na sua sepultura, juntamente com um texto de agradecimento pelo seu papel na restituição da Liberdade aos portugueses. Esse grupo de amigos não esconde o orgulho ter entre os seus conterrâneos um dos mais generosos capitães de Abril, que recusou honrarias e cargos políticos.
Outros sítios sobre Salgueiro Maia (1944-1992):
Vidas Lusófonas > Salgueiro Maia, militar, capitão de Abril: 1944-1992, por Carlos Loures
AUTOR: António Sousa Duarte
TÍTULO: Salgueiro Maia - Fotobiografia
EDITORA: Âncora
ANO: 2004
SINOPSE: Incluem-se nesta obra artigos de jornais (por exemplo,a notícia da sua partida para a Guiné, em Julho de 1971) bem como cartas e outros documentos pessoais do capitão de Abril. E também testemunhos da sua actividade cultural, as viagens, as licenciaturas que fez em Sociologia e em Antropologia, a concepção de um pequeno museu militar na Escola Prática de Cavalaria, em Santarém.
Mas nesta obra, que contém fotos de Rui Ochôa e Alfredo Cunha, é retratado o homem dedicado, informal nas cerimónias públicas como nos piqueniques familiares, irónico e dono de uma lucidez implacável. O o mesmo que pede à sua mulher, Natércia, que o fotografe com as cicatrizes na barriga, após uma operação a que foi sujeito e no decorrer da doença que viria vitimá-lo. Fonte: Nair Alexandra, in revista «Actual» (Expresso), de 22/5/2004.
AUTOR: António Sousa Duarte
TÍTULO: Salgueiro Maia – Um Homem da Liberdade
EDITORA: Âncora
ANO: 2000
SINOPSE: "Na modéstia e isenção do seu comportamento e na honradez do seu carácter, foi uma referência. Compreendeu como poucos o papel que deve caber aos militares numa sociedade democrática. Deveria, por isso, ter sido melhor apreciado na instituição militar. A melhor maneira de honrarmos a sua memória é continuarmos a construir o país de liberdade e solidariedade, sem discriminações nem injustiças, que ele sonhou para todos os portugueses". Mário Soares (in Prefácio)
FADO SALGUEIRO MAIA
Traz a tua força, amigo,
Traz também o coração
Que nós estamos contigo
P'ra cumprir a revolução.
Traz também teus olhos verdes,
Luz de uma esperança calada,
Traz também a tua aura,
De homem puro, madrugada.
Meu amor, livro de História,
Nobre raíz de imbondeiro,
Trazes no fundo do peito,
O grito da liberdade, Salgueiro
Maia, dum Maio maduro,
Fruto de Abril conquistado,
Maia, passo de coragem
Dum Portugal bem fadado.
(Letra e Música- Valéria Mendez)
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