Texto de A. Marques Lopes, coronel (DFA) na situação na reforma, ex-alferes miliciano da CART 1690 (Geba, 1967/1968):
"Tal como Sare Banda, Sare Ganá ficava perto de Sinchã Jobel, de onde veio o grupo de guerrilheiros que fez o ataque. Sare Ganá era uma tabanca com população, tendo nela um pelotão da Companhia de Milícia 3, sob o comando da CART 1690.
"Um ataque a Sare Ganá, 12 de Agosto de 1968:
"Acção inicial do IN: A 12, às 00H02, um grupo IN estimado em cerca de 60 elementos atacou Sare Ganá.
"O ataque iniciou-se por tiros de morteiro 82 e 60, lança-granadas-foguete, lança -rocketes e metralhadoras.
"Após a preparação de fogo de armas pesadas durante a qual foram utilizadas muitas granadas incendiárias, o IN cortou o arame farpado do lado Norte e penetrou em Sare Ganá por este lado e pelo lado Sul, aproveitando uma pequena passagem existente que se encontrava incompletamente fechada, passando a utilizar armas ligeiras automáticas e a incendiar casas.
"Reacção das NT:
"a) Da Companhia de Milícias nº 3:
"O pelotão 109 da CMIL 3, ao qual está confiado a defesa de Sare Ganá, reagiu pelo fogo, não só instalada nos abrigos como também dispersa pela tabanca, aguentando o impeto inicial do ataque e dificultando o mais que pôde a infiltração das forças IN, no que foi apoiada por grande parte da população (a quase totalidade dos que dispunham de armas). Deve notar-se que os soldados milícias começaram a retirar apenas quando as munições que dispunham já rareavam.
"b) Da CART l690
"Em Geba, logo após os primeiros rebentamentos serem ouvidos, dei ordem para que se comunicasse pela rádio esse facto ao Comando do BCAV 1905 e ordenei que saíssem imediatamente o maior número de homens possível, sem descurar a defesa de Geba; às 00H08 um grupo de 14 soldados, 1 alferes e 1 furriel, saiu em viatura em direcção a Saré Ganá. A última parte do percurso foi feita a pé tendo Sare Ganá sido atingida às 00H20. A aproximação da povoação fez-se com as forças divididas em 3 grupos.
"A população retirava pelo acesso utilizado pelas NT na aproximação. O primeiro grupo, que seguia na frente, lançou-se para o interior da tabanca e foi imediatamente alvejado por uma granada de morteiro que feriu ligeiramente uma praça na cabeça e matou uma mulher da população. Não obstante, o grupo na sua totalidade entrou na tabanca pelo arruamento principal, progredindo de casa em casa sob fogo do IN que enfiava o citado arruamento. Para possibilitar o avanço foram feitos 4 tiros do Lança Granadas Foguete estabelecendo-se em seguida contacto pelo fogo de armas ligeiras, à vista, com o IN. A progressão continuou com o apoio de mais tiros de Lança-Granadas Foguete.
"O 2º grupo entrou na tabanca em seguida, inicialmente pelo mesmo arruamento mas tomando um outro arruamento à direita, começando a alvejar com os seus fogos os elementos IN que actuavam nesse lado. Nesse momento viu-se que o IN lançou um sinal luminoso e iniciou a sua retirada, arrastando as baixas que sofrera e carregando o respectivo material.
"O 3º grupo, à rectaguarda, cobria a acção dos outros dois. A retirada do IN fez-se duma forma ordenada e a coberto do seu próprio fogo, aproveitando a abertura feita na rede de arame farpado e através da passagem para Oeste depois de deslocado o cavalo de frisa respectivo. Moveu-se uma outra perseguição que não foi além da orla da mata próxima devido à escassos de efectivos.
"Entretanto sentia-se ao longe a aproximação de uma coluna de viaturas vinda de Bafatá.
"c) DO BCAV 1905 e EREC 2350
"Às 01H00 atingiram Sare Ganá as forças de socorro de Bafatá e enviados pelo Comando de Batalhão. Estas forças eram constituídas a primeira por um pelotão do EREC 2350 e o PEL CAÇ NAT 64 a segunda por outro PEL REC do EREC 2350 e 2 secções da CCS/BCAV 1905.
"Uma vez que a situação estava praticamente normalizada, um pelotão do EREC 2350 e as 2 secções da CCS regressaram a Bafatá levando os feridos mais graves, tanto milícias como população, enquanto as outras forças se instalavam em Saré Ganá, montando segurança a tabanca.
"Resultados obtidos:
a) Baixas causadas ao IN: 5 mortos confirmados; várias baixas prováveis
b) Material capturado ao IN: 1 Met. Lig. Dectyarev com bipé; l Pist. Metr. Sundaiev; 2 Carregadores de Pist. Met.; l Carregador de Metr. Lig. ; l Fita com 85 cartuchos para Metr. Lig.; 2 Granadas de Mão Ofensivas»
blogue-fora-nada. homo socius ergo blogus [sum]. homem social logo blogador. em sociobloguês nos entendemos. o port(ug)al dos (por)tugas. a prova dos blogue-fora-nada. a guerra colonial. a guiné. do chacheu ao boe. de bissau a bambadinca. os cacimbados. o geba. o corubal. os rios. o macaréu da nossa revolta. o humor nosso de cada dia nos dai hoje.lá vamos blogando e rindo. e venham mais cinco (camaradas). e vieram tantos que isto se transformou numa caserna. a maior caserna virtual da Net!
28 maio 2005
Guiné 69/71 - XXIX: "Um ataque a Sare Ganá (1968)"
Texto de A. Marques Lopes, coronel (DFA) na situação na reforma, ex-alferes miliciano da CART 1690 (Geba, 1967/1968):
"Tal como Sare Banda, Sare Ganá ficava perto de Sinchã Jobel, de onde veio o grupo de guerrilheiros que fez o ataque. Sare Ganá era uma tabanca com população, tendo nela um pelotão da Companhia de Milícia 3, sob o comando da CART 1690.
"Um ataque a Sare Ganá, 12 de Agosto de 1968:
"Acção inicial do IN: A 12, às 00H02, um grupo IN estimado em cerca de 60 elementos atacou Sare Ganá.
"O ataque iniciou-se por tiros de morteiro 82 e 60, lança-granadas-foguete, lança -rocketes e metralhadoras.
"Após a preparação de fogo de armas pesadas durante a qual foram utilizadas muitas granadas incendiárias, o IN cortou o arame farpado do lado Norte e penetrou em Sare Ganá por este lado e pelo lado Sul, aproveitando uma pequena passagem existente que se encontrava incompletamente fechada, passando a utilizar armas ligeiras automáticas e a incendiar casas.
"Reacção das NT:
"a) Da Companhia de Milícias nº 3:
"O pelotão 109 da CMIL 3, ao qual está confiado a defesa de Sare Ganá, reagiu pelo fogo, não só instalada nos abrigos como também dispersa pela tabanca, aguentando o impeto inicial do ataque e dificultando o mais que pôde a infiltração das forças IN, no que foi apoiada por grande parte da população (a quase totalidade dos que dispunham de armas). Deve notar-se que os soldados milícias começaram a retirar apenas quando as munições que dispunham já rareavam.
"b) Da CART l690
"Em Geba, logo após os primeiros rebentamentos serem ouvidos, dei ordem para que se comunicasse pela rádio esse facto ao Comando do BCAV 1905 e ordenei que saíssem imediatamente o maior número de homens possível, sem descurar a defesa de Geba; às 00H08 um grupo de 14 soldados, 1 alferes e 1 furriel, saiu em viatura em direcção a Saré Ganá. A última parte do percurso foi feita a pé tendo Sare Ganá sido atingida às 00H20. A aproximação da povoação fez-se com as forças divididas em 3 grupos.
"A população retirava pelo acesso utilizado pelas NT na aproximação. O primeiro grupo, que seguia na frente, lançou-se para o interior da tabanca e foi imediatamente alvejado por uma granada de morteiro que feriu ligeiramente uma praça na cabeça e matou uma mulher da população. Não obstante, o grupo na sua totalidade entrou na tabanca pelo arruamento principal, progredindo de casa em casa sob fogo do IN que enfiava o citado arruamento. Para possibilitar o avanço foram feitos 4 tiros do Lança Granadas Foguete estabelecendo-se em seguida contacto pelo fogo de armas ligeiras, à vista, com o IN. A progressão continuou com o apoio de mais tiros de Lança-Granadas Foguete.
"O 2º grupo entrou na tabanca em seguida, inicialmente pelo mesmo arruamento mas tomando um outro arruamento à direita, começando a alvejar com os seus fogos os elementos IN que actuavam nesse lado. Nesse momento viu-se que o IN lançou um sinal luminoso e iniciou a sua retirada, arrastando as baixas que sofrera e carregando o respectivo material.
"O 3º grupo, à rectaguarda, cobria a acção dos outros dois. A retirada do IN fez-se duma forma ordenada e a coberto do seu próprio fogo, aproveitando a abertura feita na rede de arame farpado e através da passagem para Oeste depois de deslocado o cavalo de frisa respectivo. Moveu-se uma outra perseguição que não foi além da orla da mata próxima devido à escassos de efectivos.
"Entretanto sentia-se ao longe a aproximação de uma coluna de viaturas vinda de Bafatá.
"c) DO BCAV 1905 e EREC 2350
"Às 01H00 atingiram Sare Ganá as forças de socorro de Bafatá e enviados pelo Comando de Batalhão. Estas forças eram constituídas a primeira por um pelotão do EREC 2350 e o PEL CAÇ NAT 64 a segunda por outro PEL REC do EREC 2350 e 2 secções da CCS/BCAV 1905.
"Uma vez que a situação estava praticamente normalizada, um pelotão do EREC 2350 e as 2 secções da CCS regressaram a Bafatá levando os feridos mais graves, tanto milícias como população, enquanto as outras forças se instalavam em Saré Ganá, montando segurança a tabanca.
"Resultados obtidos:
a) Baixas causadas ao IN: 5 mortos confirmados; várias baixas prováveis
b) Material capturado ao IN: 1 Met. Lig. Dectyarev com bipé; l Pist. Metr. Sundaiev; 2 Carregadores de Pist. Met.; l Carregador de Metr. Lig. ; l Fita com 85 cartuchos para Metr. Lig.; 2 Granadas de Mão Ofensivas»
"Tal como Sare Banda, Sare Ganá ficava perto de Sinchã Jobel, de onde veio o grupo de guerrilheiros que fez o ataque. Sare Ganá era uma tabanca com população, tendo nela um pelotão da Companhia de Milícia 3, sob o comando da CART 1690.
"Um ataque a Sare Ganá, 12 de Agosto de 1968:
"Acção inicial do IN: A 12, às 00H02, um grupo IN estimado em cerca de 60 elementos atacou Sare Ganá.
"O ataque iniciou-se por tiros de morteiro 82 e 60, lança-granadas-foguete, lança -rocketes e metralhadoras.
"Após a preparação de fogo de armas pesadas durante a qual foram utilizadas muitas granadas incendiárias, o IN cortou o arame farpado do lado Norte e penetrou em Sare Ganá por este lado e pelo lado Sul, aproveitando uma pequena passagem existente que se encontrava incompletamente fechada, passando a utilizar armas ligeiras automáticas e a incendiar casas.
"Reacção das NT:
"a) Da Companhia de Milícias nº 3:
"O pelotão 109 da CMIL 3, ao qual está confiado a defesa de Sare Ganá, reagiu pelo fogo, não só instalada nos abrigos como também dispersa pela tabanca, aguentando o impeto inicial do ataque e dificultando o mais que pôde a infiltração das forças IN, no que foi apoiada por grande parte da população (a quase totalidade dos que dispunham de armas). Deve notar-se que os soldados milícias começaram a retirar apenas quando as munições que dispunham já rareavam.
"b) Da CART l690
"Em Geba, logo após os primeiros rebentamentos serem ouvidos, dei ordem para que se comunicasse pela rádio esse facto ao Comando do BCAV 1905 e ordenei que saíssem imediatamente o maior número de homens possível, sem descurar a defesa de Geba; às 00H08 um grupo de 14 soldados, 1 alferes e 1 furriel, saiu em viatura em direcção a Saré Ganá. A última parte do percurso foi feita a pé tendo Sare Ganá sido atingida às 00H20. A aproximação da povoação fez-se com as forças divididas em 3 grupos.
"A população retirava pelo acesso utilizado pelas NT na aproximação. O primeiro grupo, que seguia na frente, lançou-se para o interior da tabanca e foi imediatamente alvejado por uma granada de morteiro que feriu ligeiramente uma praça na cabeça e matou uma mulher da população. Não obstante, o grupo na sua totalidade entrou na tabanca pelo arruamento principal, progredindo de casa em casa sob fogo do IN que enfiava o citado arruamento. Para possibilitar o avanço foram feitos 4 tiros do Lança Granadas Foguete estabelecendo-se em seguida contacto pelo fogo de armas ligeiras, à vista, com o IN. A progressão continuou com o apoio de mais tiros de Lança-Granadas Foguete.
"O 2º grupo entrou na tabanca em seguida, inicialmente pelo mesmo arruamento mas tomando um outro arruamento à direita, começando a alvejar com os seus fogos os elementos IN que actuavam nesse lado. Nesse momento viu-se que o IN lançou um sinal luminoso e iniciou a sua retirada, arrastando as baixas que sofrera e carregando o respectivo material.
"O 3º grupo, à rectaguarda, cobria a acção dos outros dois. A retirada do IN fez-se duma forma ordenada e a coberto do seu próprio fogo, aproveitando a abertura feita na rede de arame farpado e através da passagem para Oeste depois de deslocado o cavalo de frisa respectivo. Moveu-se uma outra perseguição que não foi além da orla da mata próxima devido à escassos de efectivos.
"Entretanto sentia-se ao longe a aproximação de uma coluna de viaturas vinda de Bafatá.
"c) DO BCAV 1905 e EREC 2350
"Às 01H00 atingiram Sare Ganá as forças de socorro de Bafatá e enviados pelo Comando de Batalhão. Estas forças eram constituídas a primeira por um pelotão do EREC 2350 e o PEL CAÇ NAT 64 a segunda por outro PEL REC do EREC 2350 e 2 secções da CCS/BCAV 1905.
"Uma vez que a situação estava praticamente normalizada, um pelotão do EREC 2350 e as 2 secções da CCS regressaram a Bafatá levando os feridos mais graves, tanto milícias como população, enquanto as outras forças se instalavam em Saré Ganá, montando segurança a tabanca.
"Resultados obtidos:
a) Baixas causadas ao IN: 5 mortos confirmados; várias baixas prováveis
b) Material capturado ao IN: 1 Met. Lig. Dectyarev com bipé; l Pist. Metr. Sundaiev; 2 Carregadores de Pist. Met.; l Carregador de Metr. Lig. ; l Fita com 85 cartuchos para Metr. Lig.; 2 Granadas de Mão Ofensivas»
Guiné 63/74 - XXVIII: Um ataque a Sare Banda (1968)
Texto de A. Marques Lopes, coronel (DFA) na situação de reforma, ex-alferes miliciano da CART 1690 (Geba, 1967):
Sare Banda, como podem ver pelo mapa que já vos enviei da zona, estava perto de Sinchã Jobel (importante base do PAIGC, e muito bem equipada, como é claro pelo material que deixaram), e é natural que fosse atacada.
O alferes morto foi o Carlos Alberto Trindade Peixoto. O outro morto foi o Furriel Raul Canadas Ferreira. Mas as circunstâncias da morte deles não estão devidamente relatadas.
Foi assim: este, como todos os destacamentos da CART 1690, não tinha luz eléctrica, nem mesmo um miserável gerador. Eles estavam os dois numa tenda a jogar às cartas, com um petromax aceso (depreende-se, aliás, do relatório as péssimas condições de instalação). Para os guerrilheiros foi muito simples, foi só apontar o RPG2… e, mais uma vez, como vêem, a tentativa de entrar no destacamento. Não vos mando fotografias de Sare Banda porque não tenho.
"Um ataque a Sare Banda. 8 de Setembro de 1968:
"Desenrolar da acção:
"1. Acção inicial do IN: a 8, pelas 21h00, um numeroso grupo IN, estimado em cerca de 100 elementos instalados em semicírculo nas direcções NE-SW e SE-NW, atacou o destacamento de Sare Banda com o seguinte armamento:
-Canhão s/recuo
-Morteiro 82
-Lança granadas RPG-2
-Lança granadas P-27 Pancerovka
-Metralhadoras pesadas
-Metralhadoras ligeiras
-Armas automáticas
-Armas semi-automáticas
"O ataque foi iniciado com um tiro ao canhão sem recuo e dois Lança Granadas Foguete, dirigidos contra a cantina e depósitos de géneros que atingiram mortalmente o Alferes Comandante do Destacamento e um furriel e provocaram ferimentos numa praça. Estes tiros iniciais do IN atingiram e destruíram ainda o mastro da antena horizontal do rádio, ficando assim o destacamento de comunicações cortadas com toda a rede de Geba.
"No seguimento da acção, o IN atingiu com uma granada incendiária uma barraca coberta por 2 panos de lona de viaturas pesadas, onde costumavam dormir vários elementos das NT por não caberem todos nos abrigos, o que provocou a destruição de todo o material lá existente e iluminação das posições das NT.
"2. Reacção das NT:
"2.1. Das forças do destacamento:
"Apôs a surpresa inicial dos elementos que se encontravam fora dos abrigos, estes correram para os mesmos e reagiram imediatamente ao ataque IN. Não obstante terem ficado sem o seu Comandante e sem comunicações logo aos tiros iniciais, nunca perderam a calma e o moral, opondo tenaz resistência aos intentos do IN.
"Refira-se que logo no início da reacção as NT atingiram com tiros de morteiro a guarnição IN do canhão s/recuo, calando-o definitivamente e, em determinada altura do ataque, repeliram energicamente uma tentativa de penetração de elementos IN ao destacamento, que para o efeito haviam conseguido chegar junto da rede do arame farpado.
"Essa reacção, feita só à base de tiros de espingarda G-3 e granadas de mão em virtude de se ter avariado o Lança Granadas Foguete, foi verdadeiramente eficaz e decisiva para o desenrolar dos acontecimentos, pois o IN foi obrigado a recuar deixando no terreno 3 mortos além de armamento e arrastado consigo outros elementos feridos e mortos.
"O IN, sempre perseguido pelo fogo das NT, recuou cerca de 200 metros instalando-se entre Sare Banda e Sinchã Sutu donde continuou a flagelar o destacamento até cerca das 22H30 (1 hora e 30 minutos depois do início do ataque, após o que desistiu dos seus intentos, retirando definitivamente.
"2.2. Das forças de Geba (CART 1690):
"Em virtude das péssimas condições atmosféricas não foram ouvidos em Geba os rebentamentos de forma a poderem ter sido localizados.
"Refira-se ainda que o facto do destacamento de Sare Banda ter ficado sem comunicações logo no início do ataque, só permitiu que em Geba se tivesse conhecimento do sucedido cerca das 09H02 do dia 9 de Setembro de 1968, através de dois praças do destacamento que haviam vindo a pé voluntariamente comunicar a ocorrência.
"Prontamente saiu de Geba uma coluna de socorro que, ao atingir Sare Banda, às 05H45, fez um reconhecimento nos arredores, seguido de batida de madrugada, mas já não conseguindo contactar com o IN, que havia retirado na direcção de Darsalame e dirigindo-se para Sincã Jobel.
"Resultados obtidos:
"Baixas sofridas pelo IN; 8 mortos confirmados; muitos feridos sendo possível que hajam mais mortos devido aos rastos de sangue encontrados no carreiro de retirada do IN.
"Material capturado ao IN:
-1 Espingarda semi-automádica Simonov cal.7,62mm
- 1 Espingarda automática G-3 7,62mm
- 1 Granada de canhão s/recuo
- 2 Granadas de lança-granadas foguete
- 1 Granadas de morteiro 82
- 2 Granadas de mão ofensivas RG-4
- 8 Carregadores de Met. Lig.
- 2 Fitas de Met. Lig.
- 2 Facas de mato
- 2 Bolsas p/transporte de munições
- 2 Cantis
- Diversas munições de armas aut.
- Bolsa de medicamentos com o seguinte: Streptomycin. Sulphite-ampolas de 5.000.000 (3 Frascos); éter ( 1frasco; mercúrio cromo (1 frasco); bálsamo (1 frasco); Injecções (desconhecidas) (10 ampolas); Aspirinas em comprimidos (178 carteiras):; madexposte em comprimidos (96); Chinim Sulfur (comp) (6 embalagens de 5); Codemel (carteiras de 10) (5 Comprimidos); adesivo (1 rolo); algodão cardado (1 maço; 1 garrote; 20 mLigaduras de gase de 10 cm x 5cm; 1 seringa de plástico c/agulha". l
Sare Banda, como podem ver pelo mapa que já vos enviei da zona, estava perto de Sinchã Jobel (importante base do PAIGC, e muito bem equipada, como é claro pelo material que deixaram), e é natural que fosse atacada.
O alferes morto foi o Carlos Alberto Trindade Peixoto. O outro morto foi o Furriel Raul Canadas Ferreira. Mas as circunstâncias da morte deles não estão devidamente relatadas.
Foi assim: este, como todos os destacamentos da CART 1690, não tinha luz eléctrica, nem mesmo um miserável gerador. Eles estavam os dois numa tenda a jogar às cartas, com um petromax aceso (depreende-se, aliás, do relatório as péssimas condições de instalação). Para os guerrilheiros foi muito simples, foi só apontar o RPG2… e, mais uma vez, como vêem, a tentativa de entrar no destacamento. Não vos mando fotografias de Sare Banda porque não tenho.
"Um ataque a Sare Banda. 8 de Setembro de 1968:
"Desenrolar da acção:
"1. Acção inicial do IN: a 8, pelas 21h00, um numeroso grupo IN, estimado em cerca de 100 elementos instalados em semicírculo nas direcções NE-SW e SE-NW, atacou o destacamento de Sare Banda com o seguinte armamento:
-Canhão s/recuo
-Morteiro 82
-Lança granadas RPG-2
-Lança granadas P-27 Pancerovka
-Metralhadoras pesadas
-Metralhadoras ligeiras
-Armas automáticas
-Armas semi-automáticas
"O ataque foi iniciado com um tiro ao canhão sem recuo e dois Lança Granadas Foguete, dirigidos contra a cantina e depósitos de géneros que atingiram mortalmente o Alferes Comandante do Destacamento e um furriel e provocaram ferimentos numa praça. Estes tiros iniciais do IN atingiram e destruíram ainda o mastro da antena horizontal do rádio, ficando assim o destacamento de comunicações cortadas com toda a rede de Geba.
"No seguimento da acção, o IN atingiu com uma granada incendiária uma barraca coberta por 2 panos de lona de viaturas pesadas, onde costumavam dormir vários elementos das NT por não caberem todos nos abrigos, o que provocou a destruição de todo o material lá existente e iluminação das posições das NT.
"2. Reacção das NT:
"2.1. Das forças do destacamento:
"Apôs a surpresa inicial dos elementos que se encontravam fora dos abrigos, estes correram para os mesmos e reagiram imediatamente ao ataque IN. Não obstante terem ficado sem o seu Comandante e sem comunicações logo aos tiros iniciais, nunca perderam a calma e o moral, opondo tenaz resistência aos intentos do IN.
"Refira-se que logo no início da reacção as NT atingiram com tiros de morteiro a guarnição IN do canhão s/recuo, calando-o definitivamente e, em determinada altura do ataque, repeliram energicamente uma tentativa de penetração de elementos IN ao destacamento, que para o efeito haviam conseguido chegar junto da rede do arame farpado.
"Essa reacção, feita só à base de tiros de espingarda G-3 e granadas de mão em virtude de se ter avariado o Lança Granadas Foguete, foi verdadeiramente eficaz e decisiva para o desenrolar dos acontecimentos, pois o IN foi obrigado a recuar deixando no terreno 3 mortos além de armamento e arrastado consigo outros elementos feridos e mortos.
"O IN, sempre perseguido pelo fogo das NT, recuou cerca de 200 metros instalando-se entre Sare Banda e Sinchã Sutu donde continuou a flagelar o destacamento até cerca das 22H30 (1 hora e 30 minutos depois do início do ataque, após o que desistiu dos seus intentos, retirando definitivamente.
"2.2. Das forças de Geba (CART 1690):
"Em virtude das péssimas condições atmosféricas não foram ouvidos em Geba os rebentamentos de forma a poderem ter sido localizados.
"Refira-se ainda que o facto do destacamento de Sare Banda ter ficado sem comunicações logo no início do ataque, só permitiu que em Geba se tivesse conhecimento do sucedido cerca das 09H02 do dia 9 de Setembro de 1968, através de dois praças do destacamento que haviam vindo a pé voluntariamente comunicar a ocorrência.
"Prontamente saiu de Geba uma coluna de socorro que, ao atingir Sare Banda, às 05H45, fez um reconhecimento nos arredores, seguido de batida de madrugada, mas já não conseguindo contactar com o IN, que havia retirado na direcção de Darsalame e dirigindo-se para Sincã Jobel.
"Resultados obtidos:
"Baixas sofridas pelo IN; 8 mortos confirmados; muitos feridos sendo possível que hajam mais mortos devido aos rastos de sangue encontrados no carreiro de retirada do IN.
"Material capturado ao IN:
-1 Espingarda semi-automádica Simonov cal.7,62mm
- 1 Espingarda automática G-3 7,62mm
- 1 Granada de canhão s/recuo
- 2 Granadas de lança-granadas foguete
- 1 Granadas de morteiro 82
- 2 Granadas de mão ofensivas RG-4
- 8 Carregadores de Met. Lig.
- 2 Fitas de Met. Lig.
- 2 Facas de mato
- 2 Bolsas p/transporte de munições
- 2 Cantis
- Diversas munições de armas aut.
- Bolsa de medicamentos com o seguinte: Streptomycin. Sulphite-ampolas de 5.000.000 (3 Frascos); éter ( 1frasco; mercúrio cromo (1 frasco); bálsamo (1 frasco); Injecções (desconhecidas) (10 ampolas); Aspirinas em comprimidos (178 carteiras):; madexposte em comprimidos (96); Chinim Sulfur (comp) (6 embalagens de 5); Codemel (carteiras de 10) (5 Comprimidos); adesivo (1 rolo); algodão cardado (1 maço; 1 garrote; 20 mLigaduras de gase de 10 cm x 5cm; 1 seringa de plástico c/agulha". l
Guiné 63/74 - XXVIII: Um ataque a Sare Banda (1968)
Texto de A. Marques Lopes, coronel (DFA) na situação de reforma, ex-alferes miliciano da CART 1690 (Geba, 1967):
Sare Banda, como podem ver pelo mapa que já vos enviei da zona, estava perto de Sinchã Jobel (importante base do PAIGC, e muito bem equipada, como é claro pelo material que deixaram), e é natural que fosse atacada.
O alferes morto foi o Carlos Alberto Trindade Peixoto. O outro morto foi o Furriel Raul Canadas Ferreira. Mas as circunstâncias da morte deles não estão devidamente relatadas.
Foi assim: este, como todos os destacamentos da CART 1690, não tinha luz eléctrica, nem mesmo um miserável gerador. Eles estavam os dois numa tenda a jogar às cartas, com um petromax aceso (depreende-se, aliás, do relatório as péssimas condições de instalação). Para os guerrilheiros foi muito simples, foi só apontar o RPG2… e, mais uma vez, como vêem, a tentativa de entrar no destacamento. Não vos mando fotografias de Sare Banda porque não tenho.
"Um ataque a Sare Banda. 8 de Setembro de 1968:
"Desenrolar da acção:
"1. Acção inicial do IN: a 8, pelas 21h00, um numeroso grupo IN, estimado em cerca de 100 elementos instalados em semicírculo nas direcções NE-SW e SE-NW, atacou o destacamento de Sare Banda com o seguinte armamento:
-Canhão s/recuo
-Morteiro 82
-Lança granadas RPG-2
-Lança granadas P-27 Pancerovka
-Metralhadoras pesadas
-Metralhadoras ligeiras
-Armas automáticas
-Armas semi-automáticas
"O ataque foi iniciado com um tiro ao canhão sem recuo e dois Lança Granadas Foguete, dirigidos contra a cantina e depósitos de géneros que atingiram mortalmente o Alferes Comandante do Destacamento e um furriel e provocaram ferimentos numa praça. Estes tiros iniciais do IN atingiram e destruíram ainda o mastro da antena horizontal do rádio, ficando assim o destacamento de comunicações cortadas com toda a rede de Geba.
"No seguimento da acção, o IN atingiu com uma granada incendiária uma barraca coberta por 2 panos de lona de viaturas pesadas, onde costumavam dormir vários elementos das NT por não caberem todos nos abrigos, o que provocou a destruição de todo o material lá existente e iluminação das posições das NT.
"2. Reacção das NT:
"2.1. Das forças do destacamento:
"Apôs a surpresa inicial dos elementos que se encontravam fora dos abrigos, estes correram para os mesmos e reagiram imediatamente ao ataque IN. Não obstante terem ficado sem o seu Comandante e sem comunicações logo aos tiros iniciais, nunca perderam a calma e o moral, opondo tenaz resistência aos intentos do IN.
"Refira-se que logo no início da reacção as NT atingiram com tiros de morteiro a guarnição IN do canhão s/recuo, calando-o definitivamente e, em determinada altura do ataque, repeliram energicamente uma tentativa de penetração de elementos IN ao destacamento, que para o efeito haviam conseguido chegar junto da rede do arame farpado.
"Essa reacção, feita só à base de tiros de espingarda G-3 e granadas de mão em virtude de se ter avariado o Lança Granadas Foguete, foi verdadeiramente eficaz e decisiva para o desenrolar dos acontecimentos, pois o IN foi obrigado a recuar deixando no terreno 3 mortos além de armamento e arrastado consigo outros elementos feridos e mortos.
"O IN, sempre perseguido pelo fogo das NT, recuou cerca de 200 metros instalando-se entre Sare Banda e Sinchã Sutu donde continuou a flagelar o destacamento até cerca das 22H30 (1 hora e 30 minutos depois do início do ataque, após o que desistiu dos seus intentos, retirando definitivamente.
"2.2. Das forças de Geba (CART 1690):
"Em virtude das péssimas condições atmosféricas não foram ouvidos em Geba os rebentamentos de forma a poderem ter sido localizados.
"Refira-se ainda que o facto do destacamento de Sare Banda ter ficado sem comunicações logo no início do ataque, só permitiu que em Geba se tivesse conhecimento do sucedido cerca das 09H02 do dia 9 de Setembro de 1968, através de dois praças do destacamento que haviam vindo a pé voluntariamente comunicar a ocorrência.
"Prontamente saiu de Geba uma coluna de socorro que, ao atingir Sare Banda, às 05H45, fez um reconhecimento nos arredores, seguido de batida de madrugada, mas já não conseguindo contactar com o IN, que havia retirado na direcção de Darsalame e dirigindo-se para Sincã Jobel.
"Resultados obtidos:
"Baixas sofridas pelo IN; 8 mortos confirmados; muitos feridos sendo possível que hajam mais mortos devido aos rastos de sangue encontrados no carreiro de retirada do IN.
"Material capturado ao IN:
-1 Espingarda semi-automádica Simonov cal.7,62mm
- 1 Espingarda automática G-3 7,62mm
- 1 Granada de canhão s/recuo
- 2 Granadas de lança-granadas foguete
- 1 Granadas de morteiro 82
- 2 Granadas de mão ofensivas RG-4
- 8 Carregadores de Met. Lig.
- 2 Fitas de Met. Lig.
- 2 Facas de mato
- 2 Bolsas p/transporte de munições
- 2 Cantis
- Diversas munições de armas aut.
- Bolsa de medicamentos com o seguinte: Streptomycin. Sulphite-ampolas de 5.000.000 (3 Frascos); éter ( 1frasco; mercúrio cromo (1 frasco); bálsamo (1 frasco); Injecções (desconhecidas) (10 ampolas); Aspirinas em comprimidos (178 carteiras):; madexposte em comprimidos (96); Chinim Sulfur (comp) (6 embalagens de 5); Codemel (carteiras de 10) (5 Comprimidos); adesivo (1 rolo); algodão cardado (1 maço; 1 garrote; 20 mLigaduras de gase de 10 cm x 5cm; 1 seringa de plástico c/agulha". l
Sare Banda, como podem ver pelo mapa que já vos enviei da zona, estava perto de Sinchã Jobel (importante base do PAIGC, e muito bem equipada, como é claro pelo material que deixaram), e é natural que fosse atacada.
O alferes morto foi o Carlos Alberto Trindade Peixoto. O outro morto foi o Furriel Raul Canadas Ferreira. Mas as circunstâncias da morte deles não estão devidamente relatadas.
Foi assim: este, como todos os destacamentos da CART 1690, não tinha luz eléctrica, nem mesmo um miserável gerador. Eles estavam os dois numa tenda a jogar às cartas, com um petromax aceso (depreende-se, aliás, do relatório as péssimas condições de instalação). Para os guerrilheiros foi muito simples, foi só apontar o RPG2… e, mais uma vez, como vêem, a tentativa de entrar no destacamento. Não vos mando fotografias de Sare Banda porque não tenho.
"Um ataque a Sare Banda. 8 de Setembro de 1968:
"Desenrolar da acção:
"1. Acção inicial do IN: a 8, pelas 21h00, um numeroso grupo IN, estimado em cerca de 100 elementos instalados em semicírculo nas direcções NE-SW e SE-NW, atacou o destacamento de Sare Banda com o seguinte armamento:
-Canhão s/recuo
-Morteiro 82
-Lança granadas RPG-2
-Lança granadas P-27 Pancerovka
-Metralhadoras pesadas
-Metralhadoras ligeiras
-Armas automáticas
-Armas semi-automáticas
"O ataque foi iniciado com um tiro ao canhão sem recuo e dois Lança Granadas Foguete, dirigidos contra a cantina e depósitos de géneros que atingiram mortalmente o Alferes Comandante do Destacamento e um furriel e provocaram ferimentos numa praça. Estes tiros iniciais do IN atingiram e destruíram ainda o mastro da antena horizontal do rádio, ficando assim o destacamento de comunicações cortadas com toda a rede de Geba.
"No seguimento da acção, o IN atingiu com uma granada incendiária uma barraca coberta por 2 panos de lona de viaturas pesadas, onde costumavam dormir vários elementos das NT por não caberem todos nos abrigos, o que provocou a destruição de todo o material lá existente e iluminação das posições das NT.
"2. Reacção das NT:
"2.1. Das forças do destacamento:
"Apôs a surpresa inicial dos elementos que se encontravam fora dos abrigos, estes correram para os mesmos e reagiram imediatamente ao ataque IN. Não obstante terem ficado sem o seu Comandante e sem comunicações logo aos tiros iniciais, nunca perderam a calma e o moral, opondo tenaz resistência aos intentos do IN.
"Refira-se que logo no início da reacção as NT atingiram com tiros de morteiro a guarnição IN do canhão s/recuo, calando-o definitivamente e, em determinada altura do ataque, repeliram energicamente uma tentativa de penetração de elementos IN ao destacamento, que para o efeito haviam conseguido chegar junto da rede do arame farpado.
"Essa reacção, feita só à base de tiros de espingarda G-3 e granadas de mão em virtude de se ter avariado o Lança Granadas Foguete, foi verdadeiramente eficaz e decisiva para o desenrolar dos acontecimentos, pois o IN foi obrigado a recuar deixando no terreno 3 mortos além de armamento e arrastado consigo outros elementos feridos e mortos.
"O IN, sempre perseguido pelo fogo das NT, recuou cerca de 200 metros instalando-se entre Sare Banda e Sinchã Sutu donde continuou a flagelar o destacamento até cerca das 22H30 (1 hora e 30 minutos depois do início do ataque, após o que desistiu dos seus intentos, retirando definitivamente.
"2.2. Das forças de Geba (CART 1690):
"Em virtude das péssimas condições atmosféricas não foram ouvidos em Geba os rebentamentos de forma a poderem ter sido localizados.
"Refira-se ainda que o facto do destacamento de Sare Banda ter ficado sem comunicações logo no início do ataque, só permitiu que em Geba se tivesse conhecimento do sucedido cerca das 09H02 do dia 9 de Setembro de 1968, através de dois praças do destacamento que haviam vindo a pé voluntariamente comunicar a ocorrência.
"Prontamente saiu de Geba uma coluna de socorro que, ao atingir Sare Banda, às 05H45, fez um reconhecimento nos arredores, seguido de batida de madrugada, mas já não conseguindo contactar com o IN, que havia retirado na direcção de Darsalame e dirigindo-se para Sincã Jobel.
"Resultados obtidos:
"Baixas sofridas pelo IN; 8 mortos confirmados; muitos feridos sendo possível que hajam mais mortos devido aos rastos de sangue encontrados no carreiro de retirada do IN.
"Material capturado ao IN:
-1 Espingarda semi-automádica Simonov cal.7,62mm
- 1 Espingarda automática G-3 7,62mm
- 1 Granada de canhão s/recuo
- 2 Granadas de lança-granadas foguete
- 1 Granadas de morteiro 82
- 2 Granadas de mão ofensivas RG-4
- 8 Carregadores de Met. Lig.
- 2 Fitas de Met. Lig.
- 2 Facas de mato
- 2 Bolsas p/transporte de munições
- 2 Cantis
- Diversas munições de armas aut.
- Bolsa de medicamentos com o seguinte: Streptomycin. Sulphite-ampolas de 5.000.000 (3 Frascos); éter ( 1frasco; mercúrio cromo (1 frasco); bálsamo (1 frasco); Injecções (desconhecidas) (10 ampolas); Aspirinas em comprimidos (178 carteiras):; madexposte em comprimidos (96); Chinim Sulfur (comp) (6 embalagens de 5); Codemel (carteiras de 10) (5 Comprimidos); adesivo (1 rolo); algodão cardado (1 maço; 1 garrote; 20 mLigaduras de gase de 10 cm x 5cm; 1 seringa de plástico c/agulha". l
27 maio 2005
Guiné 69/71 - XXVII: "Um ataque ao destacamento de Banjara (1968)" (2)
1. A propósito do relato do ataque do IN ao destacamento de Banjara e da reacção das NT, comenta o Afonso Sousa:
27 de Maio de 2005:
"Por curiosidade estive a ver as coordenadas geográficas dos locais que, por desempenho de missão, [o A. Marques Lopes]tão bem conheceu.
"São estas as distâncias (em linha recta), [entre os seguintes pontos e Geba, sede da CART 1690]:
- Sinchã Jobel: 13 km
- Sinchã Culo: 60,5 km
- Banjara: 27,4 km
- Sare Madina: 6,6 km
- Sinchã Sutu: 5,6 km
- Sare Banda: 11,7 km
- Camamudo: 11,7 km
"A realidade (pelo terreno) é bem diferente. Como diz o ilustre oficial António Marques Lopes, entre Geba e Banjara eram 45 Km quando, em linha recta eram apenas 27,4. Prevejo que há por ali uma acentuada sinuosidade no trajecto e, se calhar, através de mata algo densa (a mata do Óio era tenebrosa, conhecida por muitos e falada por quase todos).
"Isto é apenas uma constação, à distância, mas certamente não estarei longe da realidade".
Afonso M. F. Sousa
2. Resposta do A. Marques Lopes, no mesmo dia:
"Amigo Afonso M.F. Sousa: Como bem diz, o caminho era mesmo muito sinuoso, ultrapassando em muito a distância entre coordenadas geográficas, que são, de facto, medidas em linha recta. Já agora, peço-lhe que me indique qual o sítio que utilizou para conseguir esses dados. Explico: estou a escrever umas coisas e faltam-me alguns elementos que penso poderei conseguir nesse sítio.
"A propósito de Carlos Fabião [que é referido pelo Afonso Sousa numa outra mensagem anterior], tenho uma óptima recordação dele: num dia em que estive em Bissau (na noite de 31 de Dezembro de 1968 para 1 de Janeiro de 1969), fui destacado pelo Comando-Chefe para montar uma emboscada com um grupo nos arredores de Brá, onde estava o aeroporto de Bissau (era o receio de um ataque na passagem do ano...).
"Umas horas antes, fui até à messe de oficiais, em Santa Luzia, para beber (preparação importante!). Tinha vestido, é claro, o meu camuflado de muitos combates e de muito tempo de mato, estava debotado, algo sujo, se calhar, também com alguns buracos. Estava eu assentado num dos maples, bebendo uma cerveja, quando chega o gerente da messe, um tenente-coronel a quem chamavam o lavrador (parece que a ocupação principal dele era gerir uma horta que havia lá), e me diz peremptoriamente: 'Não pode estar aqui porque o seu camuflado está sujo!'.
"Foi o bom e o bonito, como se calcula. Quase que chegámos a vias de facto. Foi, então, que interviu o então major Fabião, que lá se encontrava também. Procurou pôr água na fervura, e lá conseguiu. O lavrador afastou-se e, em conversa comigo, depois, o major Fabião deu-me razão e disse-me que, se eu quisesse, podia apresentar queixa ao general Spínola, que não era nada meigo com situações destas, em que os combatentes eram maltratados pelos burocratas. Não o fiz, porque não era o meu tipo de guerra... mas agradeci o gesto do então major Fabião.
"A propósito de Barro [também referido na citada mensafem de Afonso Sousa]: lembra-se que, em tempos, lhe enviei uma fotografias de Barro? Mais lá para a frente hei-de enviar mais coisas sobre Barro, onde estive com a Companhia de Caçadores nº 3.
"Um abraço. A. Marques Lopes"
27 de Maio de 2005:
"Por curiosidade estive a ver as coordenadas geográficas dos locais que, por desempenho de missão, [o A. Marques Lopes]tão bem conheceu.
"São estas as distâncias (em linha recta), [entre os seguintes pontos e Geba, sede da CART 1690]:
- Sinchã Jobel: 13 km
- Sinchã Culo: 60,5 km
- Banjara: 27,4 km
- Sare Madina: 6,6 km
- Sinchã Sutu: 5,6 km
- Sare Banda: 11,7 km
- Camamudo: 11,7 km
"A realidade (pelo terreno) é bem diferente. Como diz o ilustre oficial António Marques Lopes, entre Geba e Banjara eram 45 Km quando, em linha recta eram apenas 27,4. Prevejo que há por ali uma acentuada sinuosidade no trajecto e, se calhar, através de mata algo densa (a mata do Óio era tenebrosa, conhecida por muitos e falada por quase todos).
"Isto é apenas uma constação, à distância, mas certamente não estarei longe da realidade".
Afonso M. F. Sousa
2. Resposta do A. Marques Lopes, no mesmo dia:
"Amigo Afonso M.F. Sousa: Como bem diz, o caminho era mesmo muito sinuoso, ultrapassando em muito a distância entre coordenadas geográficas, que são, de facto, medidas em linha recta. Já agora, peço-lhe que me indique qual o sítio que utilizou para conseguir esses dados. Explico: estou a escrever umas coisas e faltam-me alguns elementos que penso poderei conseguir nesse sítio.
"A propósito de Carlos Fabião [que é referido pelo Afonso Sousa numa outra mensagem anterior], tenho uma óptima recordação dele: num dia em que estive em Bissau (na noite de 31 de Dezembro de 1968 para 1 de Janeiro de 1969), fui destacado pelo Comando-Chefe para montar uma emboscada com um grupo nos arredores de Brá, onde estava o aeroporto de Bissau (era o receio de um ataque na passagem do ano...).
"Umas horas antes, fui até à messe de oficiais, em Santa Luzia, para beber (preparação importante!). Tinha vestido, é claro, o meu camuflado de muitos combates e de muito tempo de mato, estava debotado, algo sujo, se calhar, também com alguns buracos. Estava eu assentado num dos maples, bebendo uma cerveja, quando chega o gerente da messe, um tenente-coronel a quem chamavam o lavrador (parece que a ocupação principal dele era gerir uma horta que havia lá), e me diz peremptoriamente: 'Não pode estar aqui porque o seu camuflado está sujo!'.
"Foi o bom e o bonito, como se calcula. Quase que chegámos a vias de facto. Foi, então, que interviu o então major Fabião, que lá se encontrava também. Procurou pôr água na fervura, e lá conseguiu. O lavrador afastou-se e, em conversa comigo, depois, o major Fabião deu-me razão e disse-me que, se eu quisesse, podia apresentar queixa ao general Spínola, que não era nada meigo com situações destas, em que os combatentes eram maltratados pelos burocratas. Não o fiz, porque não era o meu tipo de guerra... mas agradeci o gesto do então major Fabião.
"A propósito de Barro [também referido na citada mensafem de Afonso Sousa]: lembra-se que, em tempos, lhe enviei uma fotografias de Barro? Mais lá para a frente hei-de enviar mais coisas sobre Barro, onde estive com a Companhia de Caçadores nº 3.
"Um abraço. A. Marques Lopes"
Guiné 69/71 - XXVII: "Um ataque ao destacamento de Banjara (1968)" (2)
1. A propósito do relato do ataque do IN ao destacamento de Banjara e da reacção das NT, comenta o Afonso Sousa:
27 de Maio de 2005:
"Por curiosidade estive a ver as coordenadas geográficas dos locais que, por desempenho de missão, [o A. Marques Lopes]tão bem conheceu.
"São estas as distâncias (em linha recta), [entre os seguintes pontos e Geba, sede da CART 1690]:
- Sinchã Jobel: 13 km
- Sinchã Culo: 60,5 km
- Banjara: 27,4 km
- Sare Madina: 6,6 km
- Sinchã Sutu: 5,6 km
- Sare Banda: 11,7 km
- Camamudo: 11,7 km
"A realidade (pelo terreno) é bem diferente. Como diz o ilustre oficial António Marques Lopes, entre Geba e Banjara eram 45 Km quando, em linha recta eram apenas 27,4. Prevejo que há por ali uma acentuada sinuosidade no trajecto e, se calhar, através de mata algo densa (a mata do Óio era tenebrosa, conhecida por muitos e falada por quase todos).
"Isto é apenas uma constação, à distância, mas certamente não estarei longe da realidade".
Afonso M. F. Sousa
2. Resposta do A. Marques Lopes, no mesmo dia:
"Amigo Afonso M.F. Sousa: Como bem diz, o caminho era mesmo muito sinuoso, ultrapassando em muito a distância entre coordenadas geográficas, que são, de facto, medidas em linha recta. Já agora, peço-lhe que me indique qual o sítio que utilizou para conseguir esses dados. Explico: estou a escrever umas coisas e faltam-me alguns elementos que penso poderei conseguir nesse sítio.
"A propósito de Carlos Fabião [que é referido pelo Afonso Sousa numa outra mensagem anterior], tenho uma óptima recordação dele: num dia em que estive em Bissau (na noite de 31 de Dezembro de 1968 para 1 de Janeiro de 1969), fui destacado pelo Comando-Chefe para montar uma emboscada com um grupo nos arredores de Brá, onde estava o aeroporto de Bissau (era o receio de um ataque na passagem do ano...).
"Umas horas antes, fui até à messe de oficiais, em Santa Luzia, para beber (preparação importante!). Tinha vestido, é claro, o meu camuflado de muitos combates e de muito tempo de mato, estava debotado, algo sujo, se calhar, também com alguns buracos. Estava eu assentado num dos maples, bebendo uma cerveja, quando chega o gerente da messe, um tenente-coronel a quem chamavam o lavrador (parece que a ocupação principal dele era gerir uma horta que havia lá), e me diz peremptoriamente: 'Não pode estar aqui porque o seu camuflado está sujo!'.
"Foi o bom e o bonito, como se calcula. Quase que chegámos a vias de facto. Foi, então, que interviu o então major Fabião, que lá se encontrava também. Procurou pôr água na fervura, e lá conseguiu. O lavrador afastou-se e, em conversa comigo, depois, o major Fabião deu-me razão e disse-me que, se eu quisesse, podia apresentar queixa ao general Spínola, que não era nada meigo com situações destas, em que os combatentes eram maltratados pelos burocratas. Não o fiz, porque não era o meu tipo de guerra... mas agradeci o gesto do então major Fabião.
"A propósito de Barro [também referido na citada mensafem de Afonso Sousa]: lembra-se que, em tempos, lhe enviei uma fotografias de Barro? Mais lá para a frente hei-de enviar mais coisas sobre Barro, onde estive com a Companhia de Caçadores nº 3.
"Um abraço. A. Marques Lopes"
27 de Maio de 2005:
"Por curiosidade estive a ver as coordenadas geográficas dos locais que, por desempenho de missão, [o A. Marques Lopes]tão bem conheceu.
"São estas as distâncias (em linha recta), [entre os seguintes pontos e Geba, sede da CART 1690]:
- Sinchã Jobel: 13 km
- Sinchã Culo: 60,5 km
- Banjara: 27,4 km
- Sare Madina: 6,6 km
- Sinchã Sutu: 5,6 km
- Sare Banda: 11,7 km
- Camamudo: 11,7 km
"A realidade (pelo terreno) é bem diferente. Como diz o ilustre oficial António Marques Lopes, entre Geba e Banjara eram 45 Km quando, em linha recta eram apenas 27,4. Prevejo que há por ali uma acentuada sinuosidade no trajecto e, se calhar, através de mata algo densa (a mata do Óio era tenebrosa, conhecida por muitos e falada por quase todos).
"Isto é apenas uma constação, à distância, mas certamente não estarei longe da realidade".
Afonso M. F. Sousa
2. Resposta do A. Marques Lopes, no mesmo dia:
"Amigo Afonso M.F. Sousa: Como bem diz, o caminho era mesmo muito sinuoso, ultrapassando em muito a distância entre coordenadas geográficas, que são, de facto, medidas em linha recta. Já agora, peço-lhe que me indique qual o sítio que utilizou para conseguir esses dados. Explico: estou a escrever umas coisas e faltam-me alguns elementos que penso poderei conseguir nesse sítio.
"A propósito de Carlos Fabião [que é referido pelo Afonso Sousa numa outra mensagem anterior], tenho uma óptima recordação dele: num dia em que estive em Bissau (na noite de 31 de Dezembro de 1968 para 1 de Janeiro de 1969), fui destacado pelo Comando-Chefe para montar uma emboscada com um grupo nos arredores de Brá, onde estava o aeroporto de Bissau (era o receio de um ataque na passagem do ano...).
"Umas horas antes, fui até à messe de oficiais, em Santa Luzia, para beber (preparação importante!). Tinha vestido, é claro, o meu camuflado de muitos combates e de muito tempo de mato, estava debotado, algo sujo, se calhar, também com alguns buracos. Estava eu assentado num dos maples, bebendo uma cerveja, quando chega o gerente da messe, um tenente-coronel a quem chamavam o lavrador (parece que a ocupação principal dele era gerir uma horta que havia lá), e me diz peremptoriamente: 'Não pode estar aqui porque o seu camuflado está sujo!'.
"Foi o bom e o bonito, como se calcula. Quase que chegámos a vias de facto. Foi, então, que interviu o então major Fabião, que lá se encontrava também. Procurou pôr água na fervura, e lá conseguiu. O lavrador afastou-se e, em conversa comigo, depois, o major Fabião deu-me razão e disse-me que, se eu quisesse, podia apresentar queixa ao general Spínola, que não era nada meigo com situações destas, em que os combatentes eram maltratados pelos burocratas. Não o fiz, porque não era o meu tipo de guerra... mas agradeci o gesto do então major Fabião.
"A propósito de Barro [também referido na citada mensafem de Afonso Sousa]: lembra-se que, em tempos, lhe enviei uma fotografias de Barro? Mais lá para a frente hei-de enviar mais coisas sobre Barro, onde estive com a Companhia de Caçadores nº 3.
"Um abraço. A. Marques Lopes"
26 maio 2005
Guiné 69/71 - XXVI: A malta do triângulo Xime-Bambadinca-Xitole (6)
20 de Maio de 2005:
Castro:
A CART 3492 (Xitole, Janeiro de 1972-Março de 1974) foi exactamente a Companhia que rendeu a CART 2716 a que eu pertenci e fomos nós que fizemos a sobreposição... Também esse Capitão era miliciano.....
Muito gostaria de ter narrações do que se passou no Xitole, mais concretas, por que eu sei que houve para lá muita porrada com eles, segundo me soou aos ouvidos....
Um dia o Comandante do BART 2917, já na sobreposição, apareceu no Xitole. O Luís Graça e o Humberto Reis conheciam-no. Era o Tenente Coronel Polidoro Monteiro... Conto-vos uma peripécia passada com ele.
Perguntava eu, bem perfilado, ao Polidoro Monteiro:
- Meu comandante, a nossa missão é ir ensinar o caminho a esta gente...Proponho que ensinemos o início dos caminhos por onde passamos tantas vezes....
Resposta:
- Vai-te foder, seu caralho, quero que lhes ensinem a toca....
Deu em riso, como é evidente....
O Polidoro Monteiro foi o único Tenente-Coronel que usava arma e eventualmente percorria um pedaço de caminhos connosco... Gostava muito de passear no Xitole, pois de manhã gostava de ir até Cussilinta, ao banho, no Corubal e à noite ir à caça às lebres que iam para junto da mancarra (amendoím], na Tabanca de Cambessé, à guarda do aquartelamento do Xitole....
Sempre vi nele um bom militar e era da inteira confiança de Spínola.... Aliás ele era Tenente-Coronel de Infantaria e foi colocado por Spínola em Bambadinca para ir comandar o BART 2917, tendo o Tenente-Coronel Magalhães Filipe, que era o Comandante inicial do Batalhão, sido posto fora deste e da Guiné por "ser incompetente de Comandar um Batalhão" (assim saiu á ordem)...
A gota de água para retirar o Comando ao Magalhães Filipe foi a operação na Ponta do Inglês onde morreu aquela secção do Cunha [da CART 2716]... Quem merecia a porrada acabou por não a apanhar: é que o incompetente do A.C. vinha de professor da Academia Militar e deveria ter uma grande cunha... O Magalhães Filipe, bom homem e mau comandante, coitado, apanhou a porrada quando estava de férias. Não se percebe como um faz a asneira e o que está de férias é que apanha a porrada (...).
Ainda sobre o Polidoro Monteiro... Um dia ele manda um rádio para o Xime com a seguinte nota: "Dois pelotões formados às 5.30 para sair com CMDT" (...). O Polidoro Monteiro chama o condutor de dia e percorre sem qualquer escolta aquele caminho de Bambadinca ao Xime, a alta velocidade... Resultado: 10 dias de prisão para o Rodrigues, 2º Comandante, e 10 de detenção para outro Alferes... É que eles nunca se fiaram que àquela hora ele aparecesse lá e como tal não estavam prontos como ele mandara....
Luís Graça e Humberto Reis: vocês já não estavam lá, creio, mas que isto se passou, passou... O Polidoro era assim, um bom Comandante, a nível operacional: dizia quantas asneiras havia no dicionário... Muito operacional mas bom sujeito... Vocês conheceram-no ainda....
Abraço. David Guimarães
Nota de DJG e LG: Tanto o Magalhães Filipe como o Polidoro Monteiro já faleceram. O A.C. ainda é vivo, razão pro que não o identificamos. Mas o que lá, lá vai... Aqui estamos apenas a recordar estórias que se passaram connosco, não estamos a julgar ninguém...
20 de Maio de 2005:
Amigos: O sacana do Guimarães tem boa memória. Confirmo o que ele diz. Do Polidoro Monteiro recordo-me bem, tal como do filho da p... do A.C. (que poderia ter-me dado um porrada…). Não sabia que o gajo tinha sido professor na academia. Era um militarista (incompetente…). Os milicianos não gostavam do gajo: obrigava-nos a bater pala. Em Bamdinca, imaginem! Se ele ainda é vivo, deve ter tido muita sorte… Nas operações, o gajo gostava de andar de cu tremido, de avioneta, lá por cima… Nos relatórios das operações, aparece a sigla PCV. È isso mesmo quer dizer.
Nos meus apontamentos escritos tenho o seguinte: “No dia 6 de Fevereiro de 1971, participação na Acção Hipopótamo, integrado no 4º Grupo de Combate da CAÇ 12, mais um 1 Gr Com da CART 2715 [do Xime], numa operação de reconhecimento da região de Madina Colhido, Gundagué Beafada, Gidemo e Lantar. Nessa patrulha tomou o parte o Comandante do BART 2717, o Tenente-Coronel João Polidoro Monteiro, a quem fui dando diversas informações sobre a região”.
Fui o único "cão grande" (como eu costumava chamar, no meu diário, aos oficiais superiores) que se dignou acompanhar-nos no mato, de camuflado e G-3… Quase que ia ficando a admirá-lo, como militar e como homem. Confesso que simpatizei com o homem. Diz-me o Guimarães que ele já morreu… É verdade ?
Quanto aos capitães, já não me lembro do nome de nenhum. Lembro-me do meu, o Carlos Brito, que era um bom homem, muito pouco ou nada militarista...
Este mês, o de Fevereiro de 1971, já na véspera da peluda, foi divertido: o Levezinho e o Humberto (do 2º Gr Comb da CCAÇ 12) e outros camaradas (3º Gr Com), juntamente com um Gr Comb da CART 2715, do Xime, foram levar os nossos periquitos, furriéis, a dar um passeio até à Ponta Varela… Até o nosso Piça, o sorja da secretaria, que deveria estar já com os seus 37 ou 38 anos, foi na excursão turística… Saíram do Xime pela fresquinha, com o cacimbo matinal, pelas 4.30, a caminho do local de piquenique, pela antiga estrada, de má memória, do Xime-Ponta do Inglês…
Por volta das 8 e tal, a caminho da bolanha do Poindon, avistaram população a trabalhar, progredindo com cautela até darem de caras com um grupo IN que fazia a segurança à bolanha (mas que felizmente não era muito numeroso: 10 a 15 gajos)… Zás, embrulharam-se em tiroteiro e roquetada durante um quarto de hora…
Infelizmente eu perdi este espectáculo (não se podia estar em todas…). Felizmente não houve baixas, de parte a parte, que eu me lembre. Mas os periquitos e o Piça não ganharam para o susto. Foi assim ou não ? Mas eu gostaria que fossem eles, o Levezinho e o Humberto, a recordar este episódio… A partir de 1 Março começámos a apresentar-nos no Depósito Geral de Adidos, em Bissau, aguardando o regresso a Lisboa… Até lá, fomos esvaziando tudo o que era garrafa…
Ciao. Luís Graça
18 de Maio de 2005:
Amigo Sousa de Castro: Preciso de ajuda para tentar arrumar um puzzle de Mansambo, a partir da CART 2714, do BART 2917 de Bambadinca, que vocês foram substituir.
O BART 3873 esteve na Guiné de Janeiro de 72 a Abril de 74, certo? E a CART 3493 esteve sempre em Mansambo? Quem é que esteve em Mansambo durante esse tempo depois da CART 2714?
Um abraço.
Humberto Reis
18 de Maio de 2005:
Ora, bem...
- O BART 3873 (CCS), Bambadinca, de Janeiro de 1972 a Março de 1974;
- A CART 3492, Xitole, de Janeiro de 1972 a Março de 1974;
- A CART 3493, Mansambo, de Janeiro de 1972 a Março de 1973, sendo transferida para zona do Cantanhês (Cobumba), onde ficou de Abril de 1973 a Março de 1974;
- A CART 3494, Xime, de Janeiro de 1972 a Março de 1973, sendo transferida para Mansambo, onde ficou de Março de 1973 a Março de 1974;
- A CCAÇ 12 substituiu a CART 3494 no Xime;
- Em Fevereiro de 1974, o BCAÇ 4616 rendeu o BART 3873.
Castro
Castro:
A CART 3492 (Xitole, Janeiro de 1972-Março de 1974) foi exactamente a Companhia que rendeu a CART 2716 a que eu pertenci e fomos nós que fizemos a sobreposição... Também esse Capitão era miliciano.....
Muito gostaria de ter narrações do que se passou no Xitole, mais concretas, por que eu sei que houve para lá muita porrada com eles, segundo me soou aos ouvidos....
Um dia o Comandante do BART 2917, já na sobreposição, apareceu no Xitole. O Luís Graça e o Humberto Reis conheciam-no. Era o Tenente Coronel Polidoro Monteiro... Conto-vos uma peripécia passada com ele.
Perguntava eu, bem perfilado, ao Polidoro Monteiro:
- Meu comandante, a nossa missão é ir ensinar o caminho a esta gente...Proponho que ensinemos o início dos caminhos por onde passamos tantas vezes....
Resposta:
- Vai-te foder, seu caralho, quero que lhes ensinem a toca....
Deu em riso, como é evidente....
O Polidoro Monteiro foi o único Tenente-Coronel que usava arma e eventualmente percorria um pedaço de caminhos connosco... Gostava muito de passear no Xitole, pois de manhã gostava de ir até Cussilinta, ao banho, no Corubal e à noite ir à caça às lebres que iam para junto da mancarra (amendoím], na Tabanca de Cambessé, à guarda do aquartelamento do Xitole....
Sempre vi nele um bom militar e era da inteira confiança de Spínola.... Aliás ele era Tenente-Coronel de Infantaria e foi colocado por Spínola em Bambadinca para ir comandar o BART 2917, tendo o Tenente-Coronel Magalhães Filipe, que era o Comandante inicial do Batalhão, sido posto fora deste e da Guiné por "ser incompetente de Comandar um Batalhão" (assim saiu á ordem)...
A gota de água para retirar o Comando ao Magalhães Filipe foi a operação na Ponta do Inglês onde morreu aquela secção do Cunha [da CART 2716]... Quem merecia a porrada acabou por não a apanhar: é que o incompetente do A.C. vinha de professor da Academia Militar e deveria ter uma grande cunha... O Magalhães Filipe, bom homem e mau comandante, coitado, apanhou a porrada quando estava de férias. Não se percebe como um faz a asneira e o que está de férias é que apanha a porrada (...).
Ainda sobre o Polidoro Monteiro... Um dia ele manda um rádio para o Xime com a seguinte nota: "Dois pelotões formados às 5.30 para sair com CMDT" (...). O Polidoro Monteiro chama o condutor de dia e percorre sem qualquer escolta aquele caminho de Bambadinca ao Xime, a alta velocidade... Resultado: 10 dias de prisão para o Rodrigues, 2º Comandante, e 10 de detenção para outro Alferes... É que eles nunca se fiaram que àquela hora ele aparecesse lá e como tal não estavam prontos como ele mandara....
Luís Graça e Humberto Reis: vocês já não estavam lá, creio, mas que isto se passou, passou... O Polidoro era assim, um bom Comandante, a nível operacional: dizia quantas asneiras havia no dicionário... Muito operacional mas bom sujeito... Vocês conheceram-no ainda....
Abraço. David Guimarães
Nota de DJG e LG: Tanto o Magalhães Filipe como o Polidoro Monteiro já faleceram. O A.C. ainda é vivo, razão pro que não o identificamos. Mas o que lá, lá vai... Aqui estamos apenas a recordar estórias que se passaram connosco, não estamos a julgar ninguém...
20 de Maio de 2005:
Amigos: O sacana do Guimarães tem boa memória. Confirmo o que ele diz. Do Polidoro Monteiro recordo-me bem, tal como do filho da p... do A.C. (que poderia ter-me dado um porrada…). Não sabia que o gajo tinha sido professor na academia. Era um militarista (incompetente…). Os milicianos não gostavam do gajo: obrigava-nos a bater pala. Em Bamdinca, imaginem! Se ele ainda é vivo, deve ter tido muita sorte… Nas operações, o gajo gostava de andar de cu tremido, de avioneta, lá por cima… Nos relatórios das operações, aparece a sigla PCV. È isso mesmo quer dizer.
Nos meus apontamentos escritos tenho o seguinte: “No dia 6 de Fevereiro de 1971, participação na Acção Hipopótamo, integrado no 4º Grupo de Combate da CAÇ 12, mais um 1 Gr Com da CART 2715 [do Xime], numa operação de reconhecimento da região de Madina Colhido, Gundagué Beafada, Gidemo e Lantar. Nessa patrulha tomou o parte o Comandante do BART 2717, o Tenente-Coronel João Polidoro Monteiro, a quem fui dando diversas informações sobre a região”.
Fui o único "cão grande" (como eu costumava chamar, no meu diário, aos oficiais superiores) que se dignou acompanhar-nos no mato, de camuflado e G-3… Quase que ia ficando a admirá-lo, como militar e como homem. Confesso que simpatizei com o homem. Diz-me o Guimarães que ele já morreu… É verdade ?
Quanto aos capitães, já não me lembro do nome de nenhum. Lembro-me do meu, o Carlos Brito, que era um bom homem, muito pouco ou nada militarista...
Este mês, o de Fevereiro de 1971, já na véspera da peluda, foi divertido: o Levezinho e o Humberto (do 2º Gr Comb da CCAÇ 12) e outros camaradas (3º Gr Com), juntamente com um Gr Comb da CART 2715, do Xime, foram levar os nossos periquitos, furriéis, a dar um passeio até à Ponta Varela… Até o nosso Piça, o sorja da secretaria, que deveria estar já com os seus 37 ou 38 anos, foi na excursão turística… Saíram do Xime pela fresquinha, com o cacimbo matinal, pelas 4.30, a caminho do local de piquenique, pela antiga estrada, de má memória, do Xime-Ponta do Inglês…
Por volta das 8 e tal, a caminho da bolanha do Poindon, avistaram população a trabalhar, progredindo com cautela até darem de caras com um grupo IN que fazia a segurança à bolanha (mas que felizmente não era muito numeroso: 10 a 15 gajos)… Zás, embrulharam-se em tiroteiro e roquetada durante um quarto de hora…
Infelizmente eu perdi este espectáculo (não se podia estar em todas…). Felizmente não houve baixas, de parte a parte, que eu me lembre. Mas os periquitos e o Piça não ganharam para o susto. Foi assim ou não ? Mas eu gostaria que fossem eles, o Levezinho e o Humberto, a recordar este episódio… A partir de 1 Março começámos a apresentar-nos no Depósito Geral de Adidos, em Bissau, aguardando o regresso a Lisboa… Até lá, fomos esvaziando tudo o que era garrafa…
Ciao. Luís Graça
18 de Maio de 2005:
Amigo Sousa de Castro: Preciso de ajuda para tentar arrumar um puzzle de Mansambo, a partir da CART 2714, do BART 2917 de Bambadinca, que vocês foram substituir.
O BART 3873 esteve na Guiné de Janeiro de 72 a Abril de 74, certo? E a CART 3493 esteve sempre em Mansambo? Quem é que esteve em Mansambo durante esse tempo depois da CART 2714?
Um abraço.
Humberto Reis
18 de Maio de 2005:
Ora, bem...
- O BART 3873 (CCS), Bambadinca, de Janeiro de 1972 a Março de 1974;
- A CART 3492, Xitole, de Janeiro de 1972 a Março de 1974;
- A CART 3493, Mansambo, de Janeiro de 1972 a Março de 1973, sendo transferida para zona do Cantanhês (Cobumba), onde ficou de Abril de 1973 a Março de 1974;
- A CART 3494, Xime, de Janeiro de 1972 a Março de 1973, sendo transferida para Mansambo, onde ficou de Março de 1973 a Março de 1974;
- A CCAÇ 12 substituiu a CART 3494 no Xime;
- Em Fevereiro de 1974, o BCAÇ 4616 rendeu o BART 3873.
Castro
Guiné 69/71 - XXVI: A malta do triângulo Xime-Bambadinca-Xitole (6)
20 de Maio de 2005:
Castro:
A CART 3492 (Xitole, Janeiro de 1972-Março de 1974) foi exactamente a Companhia que rendeu a CART 2716 a que eu pertenci e fomos nós que fizemos a sobreposição... Também esse Capitão era miliciano.....
Muito gostaria de ter narrações do que se passou no Xitole, mais concretas, por que eu sei que houve para lá muita porrada com eles, segundo me soou aos ouvidos....
Um dia o Comandante do BART 2917, já na sobreposição, apareceu no Xitole. O Luís Graça e o Humberto Reis conheciam-no. Era o Tenente Coronel Polidoro Monteiro... Conto-vos uma peripécia passada com ele.
Perguntava eu, bem perfilado, ao Polidoro Monteiro:
- Meu comandante, a nossa missão é ir ensinar o caminho a esta gente...Proponho que ensinemos o início dos caminhos por onde passamos tantas vezes....
Resposta:
- Vai-te foder, seu caralho, quero que lhes ensinem a toca....
Deu em riso, como é evidente....
O Polidoro Monteiro foi o único Tenente-Coronel que usava arma e eventualmente percorria um pedaço de caminhos connosco... Gostava muito de passear no Xitole, pois de manhã gostava de ir até Cussilinta, ao banho, no Corubal e à noite ir à caça às lebres que iam para junto da mancarra (amendoím], na Tabanca de Cambessé, à guarda do aquartelamento do Xitole....
Sempre vi nele um bom militar e era da inteira confiança de Spínola.... Aliás ele era Tenente-Coronel de Infantaria e foi colocado por Spínola em Bambadinca para ir comandar o BART 2917, tendo o Tenente-Coronel Magalhães Filipe, que era o Comandante inicial do Batalhão, sido posto fora deste e da Guiné por "ser incompetente de Comandar um Batalhão" (assim saiu á ordem)...
A gota de água para retirar o Comando ao Magalhães Filipe foi a operação na Ponta do Inglês onde morreu aquela secção do Cunha [da CART 2716]... Quem merecia a porrada acabou por não a apanhar: é que o incompetente do A.C. vinha de professor da Academia Militar e deveria ter uma grande cunha... O Magalhães Filipe, bom homem e mau comandante, coitado, apanhou a porrada quando estava de férias. Não se percebe como um faz a asneira e o que está de férias é que apanha a porrada (...).
Ainda sobre o Polidoro Monteiro... Um dia ele manda um rádio para o Xime com a seguinte nota: "Dois pelotões formados às 5.30 para sair com CMDT" (...). O Polidoro Monteiro chama o condutor de dia e percorre sem qualquer escolta aquele caminho de Bambadinca ao Xime, a alta velocidade... Resultado: 10 dias de prisão para o Rodrigues, 2º Comandante, e 10 de detenção para outro Alferes... É que eles nunca se fiaram que àquela hora ele aparecesse lá e como tal não estavam prontos como ele mandara....
Luís Graça e Humberto Reis: vocês já não estavam lá, creio, mas que isto se passou, passou... O Polidoro era assim, um bom Comandante, a nível operacional: dizia quantas asneiras havia no dicionário... Muito operacional mas bom sujeito... Vocês conheceram-no ainda....
Abraço. David Guimarães
Nota de DJG e LG: Tanto o Magalhães Filipe como o Polidoro Monteiro já faleceram. O A.C. ainda é vivo, razão pro que não o identificamos. Mas o que lá, lá vai... Aqui estamos apenas a recordar estórias que se passaram connosco, não estamos a julgar ninguém...
20 de Maio de 2005:
Amigos: O sacana do Guimarães tem boa memória. Confirmo o que ele diz. Do Polidoro Monteiro recordo-me bem, tal como do filho da p... do A.C. (que poderia ter-me dado um porrada…). Não sabia que o gajo tinha sido professor na academia. Era um militarista (incompetente…). Os milicianos não gostavam do gajo: obrigava-nos a bater pala. Em Bamdinca, imaginem! Se ele ainda é vivo, deve ter tido muita sorte… Nas operações, o gajo gostava de andar de cu tremido, de avioneta, lá por cima… Nos relatórios das operações, aparece a sigla PCV. È isso mesmo quer dizer.
Nos meus apontamentos escritos tenho o seguinte: “No dia 6 de Fevereiro de 1971, participação na Acção Hipopótamo, integrado no 4º Grupo de Combate da CAÇ 12, mais um 1 Gr Com da CART 2715 [do Xime], numa operação de reconhecimento da região de Madina Colhido, Gundagué Beafada, Gidemo e Lantar. Nessa patrulha tomou o parte o Comandante do BART 2717, o Tenente-Coronel João Polidoro Monteiro, a quem fui dando diversas informações sobre a região”.
Fui o único "cão grande" (como eu costumava chamar, no meu diário, aos oficiais superiores) que se dignou acompanhar-nos no mato, de camuflado e G-3… Quase que ia ficando a admirá-lo, como militar e como homem. Confesso que simpatizei com o homem. Diz-me o Guimarães que ele já morreu… É verdade ?
Quanto aos capitães, já não me lembro do nome de nenhum. Lembro-me do meu, o Carlos Brito, que era um bom homem, muito pouco ou nada militarista...
Este mês, o de Fevereiro de 1971, já na véspera da peluda, foi divertido: o Levezinho e o Humberto (do 2º Gr Comb da CCAÇ 12) e outros camaradas (3º Gr Com), juntamente com um Gr Comb da CART 2715, do Xime, foram levar os nossos periquitos, furriéis, a dar um passeio até à Ponta Varela… Até o nosso Piça, o sorja da secretaria, que deveria estar já com os seus 37 ou 38 anos, foi na excursão turística… Saíram do Xime pela fresquinha, com o cacimbo matinal, pelas 4.30, a caminho do local de piquenique, pela antiga estrada, de má memória, do Xime-Ponta do Inglês…
Por volta das 8 e tal, a caminho da bolanha do Poindon, avistaram população a trabalhar, progredindo com cautela até darem de caras com um grupo IN que fazia a segurança à bolanha (mas que felizmente não era muito numeroso: 10 a 15 gajos)… Zás, embrulharam-se em tiroteiro e roquetada durante um quarto de hora…
Infelizmente eu perdi este espectáculo (não se podia estar em todas…). Felizmente não houve baixas, de parte a parte, que eu me lembre. Mas os periquitos e o Piça não ganharam para o susto. Foi assim ou não ? Mas eu gostaria que fossem eles, o Levezinho e o Humberto, a recordar este episódio… A partir de 1 Março começámos a apresentar-nos no Depósito Geral de Adidos, em Bissau, aguardando o regresso a Lisboa… Até lá, fomos esvaziando tudo o que era garrafa…
Ciao. Luís Graça
18 de Maio de 2005:
Amigo Sousa de Castro: Preciso de ajuda para tentar arrumar um puzzle de Mansambo, a partir da CART 2714, do BART 2917 de Bambadinca, que vocês foram substituir.
O BART 3873 esteve na Guiné de Janeiro de 72 a Abril de 74, certo? E a CART 3493 esteve sempre em Mansambo? Quem é que esteve em Mansambo durante esse tempo depois da CART 2714?
Um abraço.
Humberto Reis
18 de Maio de 2005:
Ora, bem...
- O BART 3873 (CCS), Bambadinca, de Janeiro de 1972 a Março de 1974;
- A CART 3492, Xitole, de Janeiro de 1972 a Março de 1974;
- A CART 3493, Mansambo, de Janeiro de 1972 a Março de 1973, sendo transferida para zona do Cantanhês (Cobumba), onde ficou de Abril de 1973 a Março de 1974;
- A CART 3494, Xime, de Janeiro de 1972 a Março de 1973, sendo transferida para Mansambo, onde ficou de Março de 1973 a Março de 1974;
- A CCAÇ 12 substituiu a CART 3494 no Xime;
- Em Fevereiro de 1974, o BCAÇ 4616 rendeu o BART 3873.
Castro
Castro:
A CART 3492 (Xitole, Janeiro de 1972-Março de 1974) foi exactamente a Companhia que rendeu a CART 2716 a que eu pertenci e fomos nós que fizemos a sobreposição... Também esse Capitão era miliciano.....
Muito gostaria de ter narrações do que se passou no Xitole, mais concretas, por que eu sei que houve para lá muita porrada com eles, segundo me soou aos ouvidos....
Um dia o Comandante do BART 2917, já na sobreposição, apareceu no Xitole. O Luís Graça e o Humberto Reis conheciam-no. Era o Tenente Coronel Polidoro Monteiro... Conto-vos uma peripécia passada com ele.
Perguntava eu, bem perfilado, ao Polidoro Monteiro:
- Meu comandante, a nossa missão é ir ensinar o caminho a esta gente...Proponho que ensinemos o início dos caminhos por onde passamos tantas vezes....
Resposta:
- Vai-te foder, seu caralho, quero que lhes ensinem a toca....
Deu em riso, como é evidente....
O Polidoro Monteiro foi o único Tenente-Coronel que usava arma e eventualmente percorria um pedaço de caminhos connosco... Gostava muito de passear no Xitole, pois de manhã gostava de ir até Cussilinta, ao banho, no Corubal e à noite ir à caça às lebres que iam para junto da mancarra (amendoím], na Tabanca de Cambessé, à guarda do aquartelamento do Xitole....
Sempre vi nele um bom militar e era da inteira confiança de Spínola.... Aliás ele era Tenente-Coronel de Infantaria e foi colocado por Spínola em Bambadinca para ir comandar o BART 2917, tendo o Tenente-Coronel Magalhães Filipe, que era o Comandante inicial do Batalhão, sido posto fora deste e da Guiné por "ser incompetente de Comandar um Batalhão" (assim saiu á ordem)...
A gota de água para retirar o Comando ao Magalhães Filipe foi a operação na Ponta do Inglês onde morreu aquela secção do Cunha [da CART 2716]... Quem merecia a porrada acabou por não a apanhar: é que o incompetente do A.C. vinha de professor da Academia Militar e deveria ter uma grande cunha... O Magalhães Filipe, bom homem e mau comandante, coitado, apanhou a porrada quando estava de férias. Não se percebe como um faz a asneira e o que está de férias é que apanha a porrada (...).
Ainda sobre o Polidoro Monteiro... Um dia ele manda um rádio para o Xime com a seguinte nota: "Dois pelotões formados às 5.30 para sair com CMDT" (...). O Polidoro Monteiro chama o condutor de dia e percorre sem qualquer escolta aquele caminho de Bambadinca ao Xime, a alta velocidade... Resultado: 10 dias de prisão para o Rodrigues, 2º Comandante, e 10 de detenção para outro Alferes... É que eles nunca se fiaram que àquela hora ele aparecesse lá e como tal não estavam prontos como ele mandara....
Luís Graça e Humberto Reis: vocês já não estavam lá, creio, mas que isto se passou, passou... O Polidoro era assim, um bom Comandante, a nível operacional: dizia quantas asneiras havia no dicionário... Muito operacional mas bom sujeito... Vocês conheceram-no ainda....
Abraço. David Guimarães
Nota de DJG e LG: Tanto o Magalhães Filipe como o Polidoro Monteiro já faleceram. O A.C. ainda é vivo, razão pro que não o identificamos. Mas o que lá, lá vai... Aqui estamos apenas a recordar estórias que se passaram connosco, não estamos a julgar ninguém...
20 de Maio de 2005:
Amigos: O sacana do Guimarães tem boa memória. Confirmo o que ele diz. Do Polidoro Monteiro recordo-me bem, tal como do filho da p... do A.C. (que poderia ter-me dado um porrada…). Não sabia que o gajo tinha sido professor na academia. Era um militarista (incompetente…). Os milicianos não gostavam do gajo: obrigava-nos a bater pala. Em Bamdinca, imaginem! Se ele ainda é vivo, deve ter tido muita sorte… Nas operações, o gajo gostava de andar de cu tremido, de avioneta, lá por cima… Nos relatórios das operações, aparece a sigla PCV. È isso mesmo quer dizer.
Nos meus apontamentos escritos tenho o seguinte: “No dia 6 de Fevereiro de 1971, participação na Acção Hipopótamo, integrado no 4º Grupo de Combate da CAÇ 12, mais um 1 Gr Com da CART 2715 [do Xime], numa operação de reconhecimento da região de Madina Colhido, Gundagué Beafada, Gidemo e Lantar. Nessa patrulha tomou o parte o Comandante do BART 2717, o Tenente-Coronel João Polidoro Monteiro, a quem fui dando diversas informações sobre a região”.
Fui o único "cão grande" (como eu costumava chamar, no meu diário, aos oficiais superiores) que se dignou acompanhar-nos no mato, de camuflado e G-3… Quase que ia ficando a admirá-lo, como militar e como homem. Confesso que simpatizei com o homem. Diz-me o Guimarães que ele já morreu… É verdade ?
Quanto aos capitães, já não me lembro do nome de nenhum. Lembro-me do meu, o Carlos Brito, que era um bom homem, muito pouco ou nada militarista...
Este mês, o de Fevereiro de 1971, já na véspera da peluda, foi divertido: o Levezinho e o Humberto (do 2º Gr Comb da CCAÇ 12) e outros camaradas (3º Gr Com), juntamente com um Gr Comb da CART 2715, do Xime, foram levar os nossos periquitos, furriéis, a dar um passeio até à Ponta Varela… Até o nosso Piça, o sorja da secretaria, que deveria estar já com os seus 37 ou 38 anos, foi na excursão turística… Saíram do Xime pela fresquinha, com o cacimbo matinal, pelas 4.30, a caminho do local de piquenique, pela antiga estrada, de má memória, do Xime-Ponta do Inglês…
Por volta das 8 e tal, a caminho da bolanha do Poindon, avistaram população a trabalhar, progredindo com cautela até darem de caras com um grupo IN que fazia a segurança à bolanha (mas que felizmente não era muito numeroso: 10 a 15 gajos)… Zás, embrulharam-se em tiroteiro e roquetada durante um quarto de hora…
Infelizmente eu perdi este espectáculo (não se podia estar em todas…). Felizmente não houve baixas, de parte a parte, que eu me lembre. Mas os periquitos e o Piça não ganharam para o susto. Foi assim ou não ? Mas eu gostaria que fossem eles, o Levezinho e o Humberto, a recordar este episódio… A partir de 1 Março começámos a apresentar-nos no Depósito Geral de Adidos, em Bissau, aguardando o regresso a Lisboa… Até lá, fomos esvaziando tudo o que era garrafa…
Ciao. Luís Graça
18 de Maio de 2005:
Amigo Sousa de Castro: Preciso de ajuda para tentar arrumar um puzzle de Mansambo, a partir da CART 2714, do BART 2917 de Bambadinca, que vocês foram substituir.
O BART 3873 esteve na Guiné de Janeiro de 72 a Abril de 74, certo? E a CART 3493 esteve sempre em Mansambo? Quem é que esteve em Mansambo durante esse tempo depois da CART 2714?
Um abraço.
Humberto Reis
18 de Maio de 2005:
Ora, bem...
- O BART 3873 (CCS), Bambadinca, de Janeiro de 1972 a Março de 1974;
- A CART 3492, Xitole, de Janeiro de 1972 a Março de 1974;
- A CART 3493, Mansambo, de Janeiro de 1972 a Março de 1973, sendo transferida para zona do Cantanhês (Cobumba), onde ficou de Abril de 1973 a Março de 1974;
- A CART 3494, Xime, de Janeiro de 1972 a Março de 1973, sendo transferida para Mansambo, onde ficou de Março de 1973 a Março de 1974;
- A CCAÇ 12 substituiu a CART 3494 no Xime;
- Em Fevereiro de 1974, o BCAÇ 4616 rendeu o BART 3873.
Castro
25 maio 2005
Guiné 69/71 - XXV: Aerogramas de amigos e camaradas (1)
Amigos e camaradas da Guiné, do tempo da guerra colonial:
Lembram-se do aerograma ou, mais prosaicamente,do "corta-capim" ? A partir de agora vamos publicar nesta secção as vossas mensagens, desde que não estejam directamente relacionadas com o triângulo Xime-Bambadinca-Xitole, o nosso triângulo da morte, o sector L1. Malta de outros sectores, dentro ou fora da Zona Leste, podem-me fazer chegar as vossas mensagens, que eu prometo divulgá-las, neste blogue e nesta secção (Aerogramas de amigos e camaradas). Cliquem no nome que assina a mensagem: encontrarão o respectivo endereço de e-mail, sempre útil para futuros contactos. E não se esqueçam: tragam mais cinco (amigos e camaradas daqueles tempos e daquelas paragens).
25 de Maio de 2005:
Amigos, algum de vocês conhece alguém que tenha feito parte da CART 6254 "Os presentes de Olossato", Março de 73/Agosto 74 ? Se, por acaso, conhecerem alguém, agradecia contacto.
Manuel Castro (Viana do Castelo)
25 de Maio de 2005:
Manuel Castro, indico-lhe dois contactos:
(i) António Pedras (seripbar@sapo.pt);
e (ii) o ex-furriel miliciano João Ferreira (ilferreira@net.sapo.pt)
Certamente que os conhecerá. Eram seus ex-camaradas da CART 6254.
Afonso M. F. Sousa
24 de Maio de 2005:
Caro amigo: Antes do mais, os meus parabéns pelo óptimo trabalho do seu sítio "Subsídios para a história da guerra colonial". É bom que se saiba o que foi [essa guerra], sobretudo as gerações mais novas. Daí que eu lhe esteja a dar a minha colaboração nos seus objectivos.
Queria, agora, dizer-lhe que eu não me chamo A. Américo Marques mas, sim, A. Marques Lopes e que não sou tenente-coronel na reserva, mas, sim, coronel (DFA) na situação de reforma.
Peço-lhe desculpa pela trapalhada do envio das "fotografias de Banjara". O que sucede é que não me dou bem com estas coisas da informática...
Um abraço e bom trabalho.
A. Marques Lopes
Nota de L.G. - O A. Marques Lopes não foi capitão da CART 1690, aquartelada em Geba, com destacamentos em Cantacunda e Banjara. Os relatos que ele publica, neste blogue, sobre o ataque a Cantacunda e depois a Banjara, remonta a acontecimentos passados em meados de 1968. Nessa altura ele era apenas alferes miliciano. Como terá ocasião de explicar melhor, neste sítio, o povo da Guiné ganhou um amigo. Em 1998, trinta anos depois, ele voltou lá... E sobretudo continua a escrever sobre os encontros, felizes e menos felizes, que ele teve com os povos guinéus. Na Net fui encontrar um fabuloso texto (presumivelmente, excertos de um livro que ele anda a escrever). Tomem nota:
Na bolanha, dá para pensar... (13.02.2005)
18 de Maio de 2005:
Amigo David Guimarães:
Cá recebi o seu e-mail, fiquei muito sensibilizado pela sua gentileza. Como todos os que passaram por aquela guerra, naqueles vinte e quatro meses, a Guiné-Bissau é hoje uma terra mítica, algo inesquecível que vive presente para todo o sempre na nossa cabeça. Daí a necessidade de buscar algo sobre aquele tempo passado relacionado com a guerra, o que se torna para nós uma forma de dizer que estamos vivos.
Meu bom amigo, também fui companheiro de luta na nossa querida Guiné, como elemento da CCAC 2636 (companhia açoreana) e fizemos o percurso coroa com o seu início em Brá-Có (fizemos a segurança da estrada alcatroada para Pelundo e ligação a Teixeira Pinto).
O Pelundo era a região onde, em 20 de Abril de 1970, o comando de zona do PAIGC traíu as negociações que decorriam com o grande Chefe General Spínola para a rendição das forças do PAIGC que operavam naquela zona e a respectiva população), fazendo o PAIGC o assassinato dos três majores, Passos Ramos, Pereira da Silva e Magalhães Osório.
Depois saltámos para a zona leste, para Bafatá, ficando metade da companhia adstrita ao Batalhão de Caçadores 2856, e a outra metade ao Esquadrão de Cavalaria 2640. No leste e naquela altura o homem grande da guerra o era o Carlos de Almada, o célebre Chefe Gazela.Um grupo de combate entrou em auto-defesa em Ualicunda, outro em Sare Uale na linha limite da fronteira do Senegal, ficando a base do comando destes dois grupos sedeada em Contuboel. Os outros grupos ficaram em actividade operacional no sector leste com sede em Bafatá, para cortar a eficácia de ataque do PAIGC,
assim tudo o que era risco foi batido em operações de sector como sejam Fá Mandinga, Xime, Bambadinca, Porto Cole, Capé e Mansomine (Mansomine, de má memória, na durissíma Operação Fareja Melhor onde tivemos a primeira baixa, que foi um voluntário que, em acto de coragem e bravura, quis dar solidariedade ao grupo a procurar, detectar e aniquilar quaisquer elementos inimigos, destruindo todos os meios de vida e recuperar as populações civis sob controlo inimigo.
No leste tudo quanto foi matas, rios ou bolanhas foi por nós calcorreado à procura de quem não prometeu vir até nós, para tudo quanto mais não fosse dialogar os caminhos da paz. Por fim, assentamos arraiais em Sare Bacar, a pouco mais de cem metros da linha limite com o Senegal.
Operacionalmente estivemos em exercício em Pirada e Paunca, ficando com dois grupos de combate estacionados em Sare Aliu, Sene e Sora (corredores de infiltração do PAIGC para selecção de guerrilheiros e por onde infiltravam o armamento pesado).
Meu bom amigo, muitas peripécias se passaram fizemos a guerra sem querer, enfim agora isto faz parte da história que está pouco passada para o papel. Temos de unir esforços e todos contar o que foram aqueles dias, não podemos deixar para trás o que foram esses tempos e deixá-los esfumar-se como o fumo de um cigarro.
Meu bom amigo vou deixar-lhe os meus contactos:
(i) Casa: João José Braga neves Varanda, Rua Dr. Paulo Quintela nº 169, 1º.C
3030-393 Coimbra;
(ii) Serviço: João José Braga Neves Varanda, Serviços Académicos da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (Secção de Alunos), Porta Férrea - Paços da Escola, 3004 - 545 Coimbra.
Deixo-lhe os meus préstimos para tudo o que desejar de Coimbra. Não quero findar este e-mail sem dizer ao meu bom amigo que estou a escrever um livro de memórias sobre a nossa passagem pela guerra colonial na Guiné-Bissau.
Com um grande abraço.
Varanda
Lembram-se do aerograma ou, mais prosaicamente,do "corta-capim" ? A partir de agora vamos publicar nesta secção as vossas mensagens, desde que não estejam directamente relacionadas com o triângulo Xime-Bambadinca-Xitole, o nosso triângulo da morte, o sector L1. Malta de outros sectores, dentro ou fora da Zona Leste, podem-me fazer chegar as vossas mensagens, que eu prometo divulgá-las, neste blogue e nesta secção (Aerogramas de amigos e camaradas). Cliquem no nome que assina a mensagem: encontrarão o respectivo endereço de e-mail, sempre útil para futuros contactos. E não se esqueçam: tragam mais cinco (amigos e camaradas daqueles tempos e daquelas paragens).
25 de Maio de 2005:
Amigos, algum de vocês conhece alguém que tenha feito parte da CART 6254 "Os presentes de Olossato", Março de 73/Agosto 74 ? Se, por acaso, conhecerem alguém, agradecia contacto.
Manuel Castro (Viana do Castelo)
25 de Maio de 2005:
Manuel Castro, indico-lhe dois contactos:
(i) António Pedras (seripbar@sapo.pt);
e (ii) o ex-furriel miliciano João Ferreira (ilferreira@net.sapo.pt)
Certamente que os conhecerá. Eram seus ex-camaradas da CART 6254.
Afonso M. F. Sousa
24 de Maio de 2005:
Caro amigo: Antes do mais, os meus parabéns pelo óptimo trabalho do seu sítio "Subsídios para a história da guerra colonial". É bom que se saiba o que foi [essa guerra], sobretudo as gerações mais novas. Daí que eu lhe esteja a dar a minha colaboração nos seus objectivos.
Queria, agora, dizer-lhe que eu não me chamo A. Américo Marques mas, sim, A. Marques Lopes e que não sou tenente-coronel na reserva, mas, sim, coronel (DFA) na situação de reforma.
Peço-lhe desculpa pela trapalhada do envio das "fotografias de Banjara". O que sucede é que não me dou bem com estas coisas da informática...
Um abraço e bom trabalho.
A. Marques Lopes
Nota de L.G. - O A. Marques Lopes não foi capitão da CART 1690, aquartelada em Geba, com destacamentos em Cantacunda e Banjara. Os relatos que ele publica, neste blogue, sobre o ataque a Cantacunda e depois a Banjara, remonta a acontecimentos passados em meados de 1968. Nessa altura ele era apenas alferes miliciano. Como terá ocasião de explicar melhor, neste sítio, o povo da Guiné ganhou um amigo. Em 1998, trinta anos depois, ele voltou lá... E sobretudo continua a escrever sobre os encontros, felizes e menos felizes, que ele teve com os povos guinéus. Na Net fui encontrar um fabuloso texto (presumivelmente, excertos de um livro que ele anda a escrever). Tomem nota:
Na bolanha, dá para pensar... (13.02.2005)
18 de Maio de 2005:
Amigo David Guimarães:
Cá recebi o seu e-mail, fiquei muito sensibilizado pela sua gentileza. Como todos os que passaram por aquela guerra, naqueles vinte e quatro meses, a Guiné-Bissau é hoje uma terra mítica, algo inesquecível que vive presente para todo o sempre na nossa cabeça. Daí a necessidade de buscar algo sobre aquele tempo passado relacionado com a guerra, o que se torna para nós uma forma de dizer que estamos vivos.
Meu bom amigo, também fui companheiro de luta na nossa querida Guiné, como elemento da CCAC 2636 (companhia açoreana) e fizemos o percurso coroa com o seu início em Brá-Có (fizemos a segurança da estrada alcatroada para Pelundo e ligação a Teixeira Pinto).
O Pelundo era a região onde, em 20 de Abril de 1970, o comando de zona do PAIGC traíu as negociações que decorriam com o grande Chefe General Spínola para a rendição das forças do PAIGC que operavam naquela zona e a respectiva população), fazendo o PAIGC o assassinato dos três majores, Passos Ramos, Pereira da Silva e Magalhães Osório.
Depois saltámos para a zona leste, para Bafatá, ficando metade da companhia adstrita ao Batalhão de Caçadores 2856, e a outra metade ao Esquadrão de Cavalaria 2640. No leste e naquela altura o homem grande da guerra o era o Carlos de Almada, o célebre Chefe Gazela.Um grupo de combate entrou em auto-defesa em Ualicunda, outro em Sare Uale na linha limite da fronteira do Senegal, ficando a base do comando destes dois grupos sedeada em Contuboel. Os outros grupos ficaram em actividade operacional no sector leste com sede em Bafatá, para cortar a eficácia de ataque do PAIGC,
assim tudo o que era risco foi batido em operações de sector como sejam Fá Mandinga, Xime, Bambadinca, Porto Cole, Capé e Mansomine (Mansomine, de má memória, na durissíma Operação Fareja Melhor onde tivemos a primeira baixa, que foi um voluntário que, em acto de coragem e bravura, quis dar solidariedade ao grupo a procurar, detectar e aniquilar quaisquer elementos inimigos, destruindo todos os meios de vida e recuperar as populações civis sob controlo inimigo.
No leste tudo quanto foi matas, rios ou bolanhas foi por nós calcorreado à procura de quem não prometeu vir até nós, para tudo quanto mais não fosse dialogar os caminhos da paz. Por fim, assentamos arraiais em Sare Bacar, a pouco mais de cem metros da linha limite com o Senegal.
Operacionalmente estivemos em exercício em Pirada e Paunca, ficando com dois grupos de combate estacionados em Sare Aliu, Sene e Sora (corredores de infiltração do PAIGC para selecção de guerrilheiros e por onde infiltravam o armamento pesado).
Meu bom amigo, muitas peripécias se passaram fizemos a guerra sem querer, enfim agora isto faz parte da história que está pouco passada para o papel. Temos de unir esforços e todos contar o que foram aqueles dias, não podemos deixar para trás o que foram esses tempos e deixá-los esfumar-se como o fumo de um cigarro.
Meu bom amigo vou deixar-lhe os meus contactos:
(i) Casa: João José Braga neves Varanda, Rua Dr. Paulo Quintela nº 169, 1º.C
3030-393 Coimbra;
(ii) Serviço: João José Braga Neves Varanda, Serviços Académicos da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (Secção de Alunos), Porta Férrea - Paços da Escola, 3004 - 545 Coimbra.
Deixo-lhe os meus préstimos para tudo o que desejar de Coimbra. Não quero findar este e-mail sem dizer ao meu bom amigo que estou a escrever um livro de memórias sobre a nossa passagem pela guerra colonial na Guiné-Bissau.
Com um grande abraço.
Varanda
Guiné 69/71 - XXV: Aerogramas de amigos e camaradas (1)
Amigos e camaradas da Guiné, do tempo da guerra colonial:
Lembram-se do aerograma ou, mais prosaicamente,do "corta-capim" ? A partir de agora vamos publicar nesta secção as vossas mensagens, desde que não estejam directamente relacionadas com o triângulo Xime-Bambadinca-Xitole, o nosso triângulo da morte, o sector L1. Malta de outros sectores, dentro ou fora da Zona Leste, podem-me fazer chegar as vossas mensagens, que eu prometo divulgá-las, neste blogue e nesta secção (Aerogramas de amigos e camaradas). Cliquem no nome que assina a mensagem: encontrarão o respectivo endereço de e-mail, sempre útil para futuros contactos. E não se esqueçam: tragam mais cinco (amigos e camaradas daqueles tempos e daquelas paragens).
25 de Maio de 2005:
Amigos, algum de vocês conhece alguém que tenha feito parte da CART 6254 "Os presentes de Olossato", Março de 73/Agosto 74 ? Se, por acaso, conhecerem alguém, agradecia contacto.
Manuel Castro (Viana do Castelo)
25 de Maio de 2005:
Manuel Castro, indico-lhe dois contactos:
(i) António Pedras (seripbar@sapo.pt);
e (ii) o ex-furriel miliciano João Ferreira (ilferreira@net.sapo.pt)
Certamente que os conhecerá. Eram seus ex-camaradas da CART 6254.
Afonso M. F. Sousa
24 de Maio de 2005:
Caro amigo: Antes do mais, os meus parabéns pelo óptimo trabalho do seu sítio "Subsídios para a história da guerra colonial". É bom que se saiba o que foi [essa guerra], sobretudo as gerações mais novas. Daí que eu lhe esteja a dar a minha colaboração nos seus objectivos.
Queria, agora, dizer-lhe que eu não me chamo A. Américo Marques mas, sim, A. Marques Lopes e que não sou tenente-coronel na reserva, mas, sim, coronel (DFA) na situação de reforma.
Peço-lhe desculpa pela trapalhada do envio das "fotografias de Banjara". O que sucede é que não me dou bem com estas coisas da informática...
Um abraço e bom trabalho.
A. Marques Lopes
Nota de L.G. - O A. Marques Lopes não foi capitão da CART 1690, aquartelada em Geba, com destacamentos em Cantacunda e Banjara. Os relatos que ele publica, neste blogue, sobre o ataque a Cantacunda e depois a Banjara, remonta a acontecimentos passados em meados de 1968. Nessa altura ele era apenas alferes miliciano. Como terá ocasião de explicar melhor, neste sítio, o povo da Guiné ganhou um amigo. Em 1998, trinta anos depois, ele voltou lá... E sobretudo continua a escrever sobre os encontros, felizes e menos felizes, que ele teve com os povos guinéus. Na Net fui encontrar um fabuloso texto (presumivelmente, excertos de um livro que ele anda a escrever). Tomem nota:
Na bolanha, dá para pensar... (13.02.2005)
18 de Maio de 2005:
Amigo David Guimarães:
Cá recebi o seu e-mail, fiquei muito sensibilizado pela sua gentileza. Como todos os que passaram por aquela guerra, naqueles vinte e quatro meses, a Guiné-Bissau é hoje uma terra mítica, algo inesquecível que vive presente para todo o sempre na nossa cabeça. Daí a necessidade de buscar algo sobre aquele tempo passado relacionado com a guerra, o que se torna para nós uma forma de dizer que estamos vivos.
Meu bom amigo, também fui companheiro de luta na nossa querida Guiné, como elemento da CCAC 2636 (companhia açoreana) e fizemos o percurso coroa com o seu início em Brá-Có (fizemos a segurança da estrada alcatroada para Pelundo e ligação a Teixeira Pinto).
O Pelundo era a região onde, em 20 de Abril de 1970, o comando de zona do PAIGC traíu as negociações que decorriam com o grande Chefe General Spínola para a rendição das forças do PAIGC que operavam naquela zona e a respectiva população), fazendo o PAIGC o assassinato dos três majores, Passos Ramos, Pereira da Silva e Magalhães Osório.
Depois saltámos para a zona leste, para Bafatá, ficando metade da companhia adstrita ao Batalhão de Caçadores 2856, e a outra metade ao Esquadrão de Cavalaria 2640. No leste e naquela altura o homem grande da guerra o era o Carlos de Almada, o célebre Chefe Gazela.Um grupo de combate entrou em auto-defesa em Ualicunda, outro em Sare Uale na linha limite da fronteira do Senegal, ficando a base do comando destes dois grupos sedeada em Contuboel. Os outros grupos ficaram em actividade operacional no sector leste com sede em Bafatá, para cortar a eficácia de ataque do PAIGC,
assim tudo o que era risco foi batido em operações de sector como sejam Fá Mandinga, Xime, Bambadinca, Porto Cole, Capé e Mansomine (Mansomine, de má memória, na durissíma Operação Fareja Melhor onde tivemos a primeira baixa, que foi um voluntário que, em acto de coragem e bravura, quis dar solidariedade ao grupo a procurar, detectar e aniquilar quaisquer elementos inimigos, destruindo todos os meios de vida e recuperar as populações civis sob controlo inimigo.
No leste tudo quanto foi matas, rios ou bolanhas foi por nós calcorreado à procura de quem não prometeu vir até nós, para tudo quanto mais não fosse dialogar os caminhos da paz. Por fim, assentamos arraiais em Sare Bacar, a pouco mais de cem metros da linha limite com o Senegal.
Operacionalmente estivemos em exercício em Pirada e Paunca, ficando com dois grupos de combate estacionados em Sare Aliu, Sene e Sora (corredores de infiltração do PAIGC para selecção de guerrilheiros e por onde infiltravam o armamento pesado).
Meu bom amigo, muitas peripécias se passaram fizemos a guerra sem querer, enfim agora isto faz parte da história que está pouco passada para o papel. Temos de unir esforços e todos contar o que foram aqueles dias, não podemos deixar para trás o que foram esses tempos e deixá-los esfumar-se como o fumo de um cigarro.
Meu bom amigo vou deixar-lhe os meus contactos:
(i) Casa: João José Braga neves Varanda, Rua Dr. Paulo Quintela nº 169, 1º.C
3030-393 Coimbra;
(ii) Serviço: João José Braga Neves Varanda, Serviços Académicos da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (Secção de Alunos), Porta Férrea - Paços da Escola, 3004 - 545 Coimbra.
Deixo-lhe os meus préstimos para tudo o que desejar de Coimbra. Não quero findar este e-mail sem dizer ao meu bom amigo que estou a escrever um livro de memórias sobre a nossa passagem pela guerra colonial na Guiné-Bissau.
Com um grande abraço.
Varanda
Lembram-se do aerograma ou, mais prosaicamente,do "corta-capim" ? A partir de agora vamos publicar nesta secção as vossas mensagens, desde que não estejam directamente relacionadas com o triângulo Xime-Bambadinca-Xitole, o nosso triângulo da morte, o sector L1. Malta de outros sectores, dentro ou fora da Zona Leste, podem-me fazer chegar as vossas mensagens, que eu prometo divulgá-las, neste blogue e nesta secção (Aerogramas de amigos e camaradas). Cliquem no nome que assina a mensagem: encontrarão o respectivo endereço de e-mail, sempre útil para futuros contactos. E não se esqueçam: tragam mais cinco (amigos e camaradas daqueles tempos e daquelas paragens).
25 de Maio de 2005:
Amigos, algum de vocês conhece alguém que tenha feito parte da CART 6254 "Os presentes de Olossato", Março de 73/Agosto 74 ? Se, por acaso, conhecerem alguém, agradecia contacto.
Manuel Castro (Viana do Castelo)
25 de Maio de 2005:
Manuel Castro, indico-lhe dois contactos:
(i) António Pedras (seripbar@sapo.pt);
e (ii) o ex-furriel miliciano João Ferreira (ilferreira@net.sapo.pt)
Certamente que os conhecerá. Eram seus ex-camaradas da CART 6254.
Afonso M. F. Sousa
24 de Maio de 2005:
Caro amigo: Antes do mais, os meus parabéns pelo óptimo trabalho do seu sítio "Subsídios para a história da guerra colonial". É bom que se saiba o que foi [essa guerra], sobretudo as gerações mais novas. Daí que eu lhe esteja a dar a minha colaboração nos seus objectivos.
Queria, agora, dizer-lhe que eu não me chamo A. Américo Marques mas, sim, A. Marques Lopes e que não sou tenente-coronel na reserva, mas, sim, coronel (DFA) na situação de reforma.
Peço-lhe desculpa pela trapalhada do envio das "fotografias de Banjara". O que sucede é que não me dou bem com estas coisas da informática...
Um abraço e bom trabalho.
A. Marques Lopes
Nota de L.G. - O A. Marques Lopes não foi capitão da CART 1690, aquartelada em Geba, com destacamentos em Cantacunda e Banjara. Os relatos que ele publica, neste blogue, sobre o ataque a Cantacunda e depois a Banjara, remonta a acontecimentos passados em meados de 1968. Nessa altura ele era apenas alferes miliciano. Como terá ocasião de explicar melhor, neste sítio, o povo da Guiné ganhou um amigo. Em 1998, trinta anos depois, ele voltou lá... E sobretudo continua a escrever sobre os encontros, felizes e menos felizes, que ele teve com os povos guinéus. Na Net fui encontrar um fabuloso texto (presumivelmente, excertos de um livro que ele anda a escrever). Tomem nota:
Na bolanha, dá para pensar... (13.02.2005)
18 de Maio de 2005:
Amigo David Guimarães:
Cá recebi o seu e-mail, fiquei muito sensibilizado pela sua gentileza. Como todos os que passaram por aquela guerra, naqueles vinte e quatro meses, a Guiné-Bissau é hoje uma terra mítica, algo inesquecível que vive presente para todo o sempre na nossa cabeça. Daí a necessidade de buscar algo sobre aquele tempo passado relacionado com a guerra, o que se torna para nós uma forma de dizer que estamos vivos.
Meu bom amigo, também fui companheiro de luta na nossa querida Guiné, como elemento da CCAC 2636 (companhia açoreana) e fizemos o percurso coroa com o seu início em Brá-Có (fizemos a segurança da estrada alcatroada para Pelundo e ligação a Teixeira Pinto).
O Pelundo era a região onde, em 20 de Abril de 1970, o comando de zona do PAIGC traíu as negociações que decorriam com o grande Chefe General Spínola para a rendição das forças do PAIGC que operavam naquela zona e a respectiva população), fazendo o PAIGC o assassinato dos três majores, Passos Ramos, Pereira da Silva e Magalhães Osório.
Depois saltámos para a zona leste, para Bafatá, ficando metade da companhia adstrita ao Batalhão de Caçadores 2856, e a outra metade ao Esquadrão de Cavalaria 2640. No leste e naquela altura o homem grande da guerra o era o Carlos de Almada, o célebre Chefe Gazela.Um grupo de combate entrou em auto-defesa em Ualicunda, outro em Sare Uale na linha limite da fronteira do Senegal, ficando a base do comando destes dois grupos sedeada em Contuboel. Os outros grupos ficaram em actividade operacional no sector leste com sede em Bafatá, para cortar a eficácia de ataque do PAIGC,
assim tudo o que era risco foi batido em operações de sector como sejam Fá Mandinga, Xime, Bambadinca, Porto Cole, Capé e Mansomine (Mansomine, de má memória, na durissíma Operação Fareja Melhor onde tivemos a primeira baixa, que foi um voluntário que, em acto de coragem e bravura, quis dar solidariedade ao grupo a procurar, detectar e aniquilar quaisquer elementos inimigos, destruindo todos os meios de vida e recuperar as populações civis sob controlo inimigo.
No leste tudo quanto foi matas, rios ou bolanhas foi por nós calcorreado à procura de quem não prometeu vir até nós, para tudo quanto mais não fosse dialogar os caminhos da paz. Por fim, assentamos arraiais em Sare Bacar, a pouco mais de cem metros da linha limite com o Senegal.
Operacionalmente estivemos em exercício em Pirada e Paunca, ficando com dois grupos de combate estacionados em Sare Aliu, Sene e Sora (corredores de infiltração do PAIGC para selecção de guerrilheiros e por onde infiltravam o armamento pesado).
Meu bom amigo, muitas peripécias se passaram fizemos a guerra sem querer, enfim agora isto faz parte da história que está pouco passada para o papel. Temos de unir esforços e todos contar o que foram aqueles dias, não podemos deixar para trás o que foram esses tempos e deixá-los esfumar-se como o fumo de um cigarro.
Meu bom amigo vou deixar-lhe os meus contactos:
(i) Casa: João José Braga neves Varanda, Rua Dr. Paulo Quintela nº 169, 1º.C
3030-393 Coimbra;
(ii) Serviço: João José Braga Neves Varanda, Serviços Académicos da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (Secção de Alunos), Porta Férrea - Paços da Escola, 3004 - 545 Coimbra.
Deixo-lhe os meus préstimos para tudo o que desejar de Coimbra. Não quero findar este e-mail sem dizer ao meu bom amigo que estou a escrever um livro de memórias sobre a nossa passagem pela guerra colonial na Guiné-Bissau.
Com um grande abraço.
Varanda
Guiné 69/71 - XXIV: "O ataque ao destacamento de Banjara (1968)" (1)
Texto enviado por A. Marques Lopes, Coronel (DFA) na situação de reforma.
1. Os que já me conhecem neste grupo, sabem que o meu endereço anterior era banjara@netcabo.pt (o tal que tive de mudar).
Vou-vos falar sobre Banjara. Não havia população civil e estava cercado por mata. Estava só um pelotão, 30 efectivos. A um quilómetro havia uma fonte onde, alternadamente, os nossos e o PAIGC se iam fornecer de água. Às vezes, encontravam-se… Mas havia uma fuga concertada dos dois lados, sem tiroteio. Ficava a 45 kms da sede da companhia (a CART 1690, em Geba).
Como podem ver pelo mapa [do sector de]Geba que já vos enviei, tinha do lado esquerdo a base de Samba Culo do PAIGC e do lado direito a base de Sinchã Jobel. Os abastecimentos eram feitos por terra, com grandes dificuldades. Às vezes demoravam muito tempo, pelo que era necessário recorrer aos "produtos" da natureza, isto é, apanhar algum bicho para comer (javalis, pássaros, macacos e, até, cobras). Neste ataque de que vos dou o relatório, tentaram fazer o mesmo que em Cantacunda, mas sem sucesso.
2. Ataque a Banjara:
24 de Julho de 1968.
"Desenrolar da acção: No passado dia 24, pelas 18H00, o destacamento de Banjara foi atacado por numeroso grupo IN, estimado em cerca de 80 elementos (Bigrupo reforçado) com o seguinte armamento:
-Morteiro 82
-Morteiro 60
-Bazooka
-Lança-Rocketes
-Metralhadoras pesadas
-Armas ligeiras
"O ataque terminou às 19H15. Verificou-se que, durante o ataque, as NT sofreram 1 morto e 2 feridos, tendo sido atingido por uma granada de morteiro a caserna e por uma granada do lança-rocketes o depósito de géneros.
"O ataque foi efectuado no sentido Norte-Sul tendo o IN instalado alguns elementos do lado Sul. Verificou-se que mal o IN abriu fogo com os morteiros 82 e 60, alguns elementos correram imediatamente para a rede de arame farpado, cortando o arame nalguns sítios, procurando penetrar no aquartelamento. No entanto, devido à pronta reacção das NT, não o conseguiram, tendo sido obrigados a retirar, após o que continuaram a flagelar o aquartelamento sem, contudo, causarem mais baixas às NT.
"Diversos: A hora a que o ataque se realizou quase que coincidiu com a hora da terceira refeição. Verificou-se que a maioria dos soldados se encontravam a tomar banho, pois tinham acabado de jogar uma partida de futebol.
"O impacto inicial do ataque foi sustido principalmente pelo soldado Manuel da Costa que, mal se iniciou o ataque, correu para a metralhadora pesada Breda e, sem ser apontador da mesma, pô-la imediatamente [em acção] e manteve-se sempre nesse posto, e pelo soldado José Manuel Moreira da Sila Marques que, sozinho, em virtude dos outros dois camaradas que constituíam a esquadra do morteiro 81, terem sido feridos, funcionou com o mesmo, tendo a presença de espírito para, a certa altura, e após ter verificado que algumas das granadas estavam sujas de terra, despir os calções para limpar as mesmas e poder assim continuar a bater o IN com um fogo bastante certeiro.
"A coluna de socorro, constituída por 1 PEL REC do EREC [Esquadrão de Reconhecimento]2350, 1 GR COMB da CART 1690 e pelo PEL CAÇ NAT 64, saiu de Saré Banda às 07H30 do dia 25 (e tal deveu-se a ter sido necessário recolher as forças que executavam a Operação Iluminado) e atingiu Banjara às 15H00, pois foi necessário picar toda a estrada até ao destacamento de Banjara.
"Quando a coluna lá chegou ordenei que um GR COMB batesse toda a região, tendo o mesmo detectado várias manchas de sangue e pedaços de camuflado IN, e munições de armas ligeiras.
"Devido às baixas, deixei uma secção a reforçar o destacamento de Banjara, tendo em seguida regressado a Geba.
"Resultados obtidos:
"Baixas sofridas pelo IN: dois mortos confirmados; várias baixas prováveis; material capturado: munições de armas ligeiras e uma granada de morteiro 82".
Nota de L.G. - As fotos sobre Banjara estão (ou vão estar muito em breve) disponíveis na página Subsídios para a História da Guerra Colonial > Guiné (3) > Ontros Sectores da Zona Leste
1. Os que já me conhecem neste grupo, sabem que o meu endereço anterior era banjara@netcabo.pt (o tal que tive de mudar).
Vou-vos falar sobre Banjara. Não havia população civil e estava cercado por mata. Estava só um pelotão, 30 efectivos. A um quilómetro havia uma fonte onde, alternadamente, os nossos e o PAIGC se iam fornecer de água. Às vezes, encontravam-se… Mas havia uma fuga concertada dos dois lados, sem tiroteio. Ficava a 45 kms da sede da companhia (a CART 1690, em Geba).
Como podem ver pelo mapa [do sector de]Geba que já vos enviei, tinha do lado esquerdo a base de Samba Culo do PAIGC e do lado direito a base de Sinchã Jobel. Os abastecimentos eram feitos por terra, com grandes dificuldades. Às vezes demoravam muito tempo, pelo que era necessário recorrer aos "produtos" da natureza, isto é, apanhar algum bicho para comer (javalis, pássaros, macacos e, até, cobras). Neste ataque de que vos dou o relatório, tentaram fazer o mesmo que em Cantacunda, mas sem sucesso.
2. Ataque a Banjara:
24 de Julho de 1968.
"Desenrolar da acção: No passado dia 24, pelas 18H00, o destacamento de Banjara foi atacado por numeroso grupo IN, estimado em cerca de 80 elementos (Bigrupo reforçado) com o seguinte armamento:
-Morteiro 82
-Morteiro 60
-Bazooka
-Lança-Rocketes
-Metralhadoras pesadas
-Armas ligeiras
"O ataque terminou às 19H15. Verificou-se que, durante o ataque, as NT sofreram 1 morto e 2 feridos, tendo sido atingido por uma granada de morteiro a caserna e por uma granada do lança-rocketes o depósito de géneros.
"O ataque foi efectuado no sentido Norte-Sul tendo o IN instalado alguns elementos do lado Sul. Verificou-se que mal o IN abriu fogo com os morteiros 82 e 60, alguns elementos correram imediatamente para a rede de arame farpado, cortando o arame nalguns sítios, procurando penetrar no aquartelamento. No entanto, devido à pronta reacção das NT, não o conseguiram, tendo sido obrigados a retirar, após o que continuaram a flagelar o aquartelamento sem, contudo, causarem mais baixas às NT.
"Diversos: A hora a que o ataque se realizou quase que coincidiu com a hora da terceira refeição. Verificou-se que a maioria dos soldados se encontravam a tomar banho, pois tinham acabado de jogar uma partida de futebol.
"O impacto inicial do ataque foi sustido principalmente pelo soldado Manuel da Costa que, mal se iniciou o ataque, correu para a metralhadora pesada Breda e, sem ser apontador da mesma, pô-la imediatamente [em acção] e manteve-se sempre nesse posto, e pelo soldado José Manuel Moreira da Sila Marques que, sozinho, em virtude dos outros dois camaradas que constituíam a esquadra do morteiro 81, terem sido feridos, funcionou com o mesmo, tendo a presença de espírito para, a certa altura, e após ter verificado que algumas das granadas estavam sujas de terra, despir os calções para limpar as mesmas e poder assim continuar a bater o IN com um fogo bastante certeiro.
"A coluna de socorro, constituída por 1 PEL REC do EREC [Esquadrão de Reconhecimento]2350, 1 GR COMB da CART 1690 e pelo PEL CAÇ NAT 64, saiu de Saré Banda às 07H30 do dia 25 (e tal deveu-se a ter sido necessário recolher as forças que executavam a Operação Iluminado) e atingiu Banjara às 15H00, pois foi necessário picar toda a estrada até ao destacamento de Banjara.
"Quando a coluna lá chegou ordenei que um GR COMB batesse toda a região, tendo o mesmo detectado várias manchas de sangue e pedaços de camuflado IN, e munições de armas ligeiras.
"Devido às baixas, deixei uma secção a reforçar o destacamento de Banjara, tendo em seguida regressado a Geba.
"Resultados obtidos:
"Baixas sofridas pelo IN: dois mortos confirmados; várias baixas prováveis; material capturado: munições de armas ligeiras e uma granada de morteiro 82".
Nota de L.G. - As fotos sobre Banjara estão (ou vão estar muito em breve) disponíveis na página Subsídios para a História da Guerra Colonial > Guiné (3) > Ontros Sectores da Zona Leste
Guiné 69/71 - XXIV: "O ataque ao destacamento de Banjara (1968)" (1)
Texto enviado por A. Marques Lopes, Coronel (DFA) na situação de reforma.
1. Os que já me conhecem neste grupo, sabem que o meu endereço anterior era banjara@netcabo.pt (o tal que tive de mudar).
Vou-vos falar sobre Banjara. Não havia população civil e estava cercado por mata. Estava só um pelotão, 30 efectivos. A um quilómetro havia uma fonte onde, alternadamente, os nossos e o PAIGC se iam fornecer de água. Às vezes, encontravam-se… Mas havia uma fuga concertada dos dois lados, sem tiroteio. Ficava a 45 kms da sede da companhia (a CART 1690, em Geba).
Como podem ver pelo mapa [do sector de]Geba que já vos enviei, tinha do lado esquerdo a base de Samba Culo do PAIGC e do lado direito a base de Sinchã Jobel. Os abastecimentos eram feitos por terra, com grandes dificuldades. Às vezes demoravam muito tempo, pelo que era necessário recorrer aos "produtos" da natureza, isto é, apanhar algum bicho para comer (javalis, pássaros, macacos e, até, cobras). Neste ataque de que vos dou o relatório, tentaram fazer o mesmo que em Cantacunda, mas sem sucesso.
2. Ataque a Banjara:
24 de Julho de 1968.
"Desenrolar da acção: No passado dia 24, pelas 18H00, o destacamento de Banjara foi atacado por numeroso grupo IN, estimado em cerca de 80 elementos (Bigrupo reforçado) com o seguinte armamento:
-Morteiro 82
-Morteiro 60
-Bazooka
-Lança-Rocketes
-Metralhadoras pesadas
-Armas ligeiras
"O ataque terminou às 19H15. Verificou-se que, durante o ataque, as NT sofreram 1 morto e 2 feridos, tendo sido atingido por uma granada de morteiro a caserna e por uma granada do lança-rocketes o depósito de géneros.
"O ataque foi efectuado no sentido Norte-Sul tendo o IN instalado alguns elementos do lado Sul. Verificou-se que mal o IN abriu fogo com os morteiros 82 e 60, alguns elementos correram imediatamente para a rede de arame farpado, cortando o arame nalguns sítios, procurando penetrar no aquartelamento. No entanto, devido à pronta reacção das NT, não o conseguiram, tendo sido obrigados a retirar, após o que continuaram a flagelar o aquartelamento sem, contudo, causarem mais baixas às NT.
"Diversos: A hora a que o ataque se realizou quase que coincidiu com a hora da terceira refeição. Verificou-se que a maioria dos soldados se encontravam a tomar banho, pois tinham acabado de jogar uma partida de futebol.
"O impacto inicial do ataque foi sustido principalmente pelo soldado Manuel da Costa que, mal se iniciou o ataque, correu para a metralhadora pesada Breda e, sem ser apontador da mesma, pô-la imediatamente [em acção] e manteve-se sempre nesse posto, e pelo soldado José Manuel Moreira da Sila Marques que, sozinho, em virtude dos outros dois camaradas que constituíam a esquadra do morteiro 81, terem sido feridos, funcionou com o mesmo, tendo a presença de espírito para, a certa altura, e após ter verificado que algumas das granadas estavam sujas de terra, despir os calções para limpar as mesmas e poder assim continuar a bater o IN com um fogo bastante certeiro.
"A coluna de socorro, constituída por 1 PEL REC do EREC [Esquadrão de Reconhecimento]2350, 1 GR COMB da CART 1690 e pelo PEL CAÇ NAT 64, saiu de Saré Banda às 07H30 do dia 25 (e tal deveu-se a ter sido necessário recolher as forças que executavam a Operação Iluminado) e atingiu Banjara às 15H00, pois foi necessário picar toda a estrada até ao destacamento de Banjara.
"Quando a coluna lá chegou ordenei que um GR COMB batesse toda a região, tendo o mesmo detectado várias manchas de sangue e pedaços de camuflado IN, e munições de armas ligeiras.
"Devido às baixas, deixei uma secção a reforçar o destacamento de Banjara, tendo em seguida regressado a Geba.
"Resultados obtidos:
"Baixas sofridas pelo IN: dois mortos confirmados; várias baixas prováveis; material capturado: munições de armas ligeiras e uma granada de morteiro 82".
Nota de L.G. - As fotos sobre Banjara estão (ou vão estar muito em breve) disponíveis na página Subsídios para a História da Guerra Colonial > Guiné (3) > Ontros Sectores da Zona Leste
1. Os que já me conhecem neste grupo, sabem que o meu endereço anterior era banjara@netcabo.pt (o tal que tive de mudar).
Vou-vos falar sobre Banjara. Não havia população civil e estava cercado por mata. Estava só um pelotão, 30 efectivos. A um quilómetro havia uma fonte onde, alternadamente, os nossos e o PAIGC se iam fornecer de água. Às vezes, encontravam-se… Mas havia uma fuga concertada dos dois lados, sem tiroteio. Ficava a 45 kms da sede da companhia (a CART 1690, em Geba).
Como podem ver pelo mapa [do sector de]Geba que já vos enviei, tinha do lado esquerdo a base de Samba Culo do PAIGC e do lado direito a base de Sinchã Jobel. Os abastecimentos eram feitos por terra, com grandes dificuldades. Às vezes demoravam muito tempo, pelo que era necessário recorrer aos "produtos" da natureza, isto é, apanhar algum bicho para comer (javalis, pássaros, macacos e, até, cobras). Neste ataque de que vos dou o relatório, tentaram fazer o mesmo que em Cantacunda, mas sem sucesso.
2. Ataque a Banjara:
24 de Julho de 1968.
"Desenrolar da acção: No passado dia 24, pelas 18H00, o destacamento de Banjara foi atacado por numeroso grupo IN, estimado em cerca de 80 elementos (Bigrupo reforçado) com o seguinte armamento:
-Morteiro 82
-Morteiro 60
-Bazooka
-Lança-Rocketes
-Metralhadoras pesadas
-Armas ligeiras
"O ataque terminou às 19H15. Verificou-se que, durante o ataque, as NT sofreram 1 morto e 2 feridos, tendo sido atingido por uma granada de morteiro a caserna e por uma granada do lança-rocketes o depósito de géneros.
"O ataque foi efectuado no sentido Norte-Sul tendo o IN instalado alguns elementos do lado Sul. Verificou-se que mal o IN abriu fogo com os morteiros 82 e 60, alguns elementos correram imediatamente para a rede de arame farpado, cortando o arame nalguns sítios, procurando penetrar no aquartelamento. No entanto, devido à pronta reacção das NT, não o conseguiram, tendo sido obrigados a retirar, após o que continuaram a flagelar o aquartelamento sem, contudo, causarem mais baixas às NT.
"Diversos: A hora a que o ataque se realizou quase que coincidiu com a hora da terceira refeição. Verificou-se que a maioria dos soldados se encontravam a tomar banho, pois tinham acabado de jogar uma partida de futebol.
"O impacto inicial do ataque foi sustido principalmente pelo soldado Manuel da Costa que, mal se iniciou o ataque, correu para a metralhadora pesada Breda e, sem ser apontador da mesma, pô-la imediatamente [em acção] e manteve-se sempre nesse posto, e pelo soldado José Manuel Moreira da Sila Marques que, sozinho, em virtude dos outros dois camaradas que constituíam a esquadra do morteiro 81, terem sido feridos, funcionou com o mesmo, tendo a presença de espírito para, a certa altura, e após ter verificado que algumas das granadas estavam sujas de terra, despir os calções para limpar as mesmas e poder assim continuar a bater o IN com um fogo bastante certeiro.
"A coluna de socorro, constituída por 1 PEL REC do EREC [Esquadrão de Reconhecimento]2350, 1 GR COMB da CART 1690 e pelo PEL CAÇ NAT 64, saiu de Saré Banda às 07H30 do dia 25 (e tal deveu-se a ter sido necessário recolher as forças que executavam a Operação Iluminado) e atingiu Banjara às 15H00, pois foi necessário picar toda a estrada até ao destacamento de Banjara.
"Quando a coluna lá chegou ordenei que um GR COMB batesse toda a região, tendo o mesmo detectado várias manchas de sangue e pedaços de camuflado IN, e munições de armas ligeiras.
"Devido às baixas, deixei uma secção a reforçar o destacamento de Banjara, tendo em seguida regressado a Geba.
"Resultados obtidos:
"Baixas sofridas pelo IN: dois mortos confirmados; várias baixas prováveis; material capturado: munições de armas ligeiras e uma granada de morteiro 82".
Nota de L.G. - As fotos sobre Banjara estão (ou vão estar muito em breve) disponíveis na página Subsídios para a História da Guerra Colonial > Guiné (3) > Ontros Sectores da Zona Leste
24 maio 2005
Saúde & Segurança do Trabalho - XVIII: Mestrado em Saúde Pública, Especialização em Saúde Ocupacional
1. Estão abertas as inscrições para o próximo Curso de Mestrado em Saúde Pública 2005/2007 da Escola Nacional de Saúde Pública, Universidade Nova de Lisboa (ENSP/UNL).
O Curso de Mestrado em Saúde Pública da ENSP/UNL, que vai ter início a 12 de Outubro de 2005, está já desenhado de acordo com o Sistema Europeu de Transferência de Créditos (ECTS), incluído no processo de Bolonha.
No final da parte curricular este Curso de Mestrado proporcionará um reforço da sua dimensão europeia através da sua ligação ao prestigiado Summer School europeu, organizado pelo European Master in Health Promotion (EUMAHP) e o European Training Consortium in Public Health – Health Promotion (ETC – PHHP) que, em 2006, terá lugar na ENSP/UNL.
2. A Saúde Ocupacional é, pela primeira vez, uma das quatro áreas de especialização deste Curso de Mestrado. As restantes são: (i)Promoção e Protecção da Saúde; (ii) Políticas e Administração de Saúde; e (iii) Saúde Ambiental.
Para mais informações (objectivos do curso, estrutura curricular, áreas de especialização, guia e regulamento interno, corpo docente, candidaturas e matrículas), os interessados deverão consultar a respectiva página, no sítio da ENSP/UNL.
A tod@s @s amig@s da saúde pública, em geral, e da saúde ocupacional, em particular, peço a divulgação desta iniciativa da minha escola e universidade.
O Curso de Mestrado em Saúde Pública da ENSP/UNL, que vai ter início a 12 de Outubro de 2005, está já desenhado de acordo com o Sistema Europeu de Transferência de Créditos (ECTS), incluído no processo de Bolonha.
No final da parte curricular este Curso de Mestrado proporcionará um reforço da sua dimensão europeia através da sua ligação ao prestigiado Summer School europeu, organizado pelo European Master in Health Promotion (EUMAHP) e o European Training Consortium in Public Health – Health Promotion (ETC – PHHP) que, em 2006, terá lugar na ENSP/UNL.
2. A Saúde Ocupacional é, pela primeira vez, uma das quatro áreas de especialização deste Curso de Mestrado. As restantes são: (i)Promoção e Protecção da Saúde; (ii) Políticas e Administração de Saúde; e (iii) Saúde Ambiental.
Para mais informações (objectivos do curso, estrutura curricular, áreas de especialização, guia e regulamento interno, corpo docente, candidaturas e matrículas), os interessados deverão consultar a respectiva página, no sítio da ENSP/UNL.
A tod@s @s amig@s da saúde pública, em geral, e da saúde ocupacional, em particular, peço a divulgação desta iniciativa da minha escola e universidade.
Saúde & Segurança do Trabalho - XVIII: Mestrado em Saúde Pública, Especialização em Saúde Ocupacional
1. Estão abertas as inscrições para o próximo Curso de Mestrado em Saúde Pública 2005/2007 da Escola Nacional de Saúde Pública, Universidade Nova de Lisboa (ENSP/UNL).
O Curso de Mestrado em Saúde Pública da ENSP/UNL, que vai ter início a 12 de Outubro de 2005, está já desenhado de acordo com o Sistema Europeu de Transferência de Créditos (ECTS), incluído no processo de Bolonha.
No final da parte curricular este Curso de Mestrado proporcionará um reforço da sua dimensão europeia através da sua ligação ao prestigiado Summer School europeu, organizado pelo European Master in Health Promotion (EUMAHP) e o European Training Consortium in Public Health – Health Promotion (ETC – PHHP) que, em 2006, terá lugar na ENSP/UNL.
2. A Saúde Ocupacional é, pela primeira vez, uma das quatro áreas de especialização deste Curso de Mestrado. As restantes são: (i)Promoção e Protecção da Saúde; (ii) Políticas e Administração de Saúde; e (iii) Saúde Ambiental.
Para mais informações (objectivos do curso, estrutura curricular, áreas de especialização, guia e regulamento interno, corpo docente, candidaturas e matrículas), os interessados deverão consultar a respectiva página, no sítio da ENSP/UNL.
A tod@s @s amig@s da saúde pública, em geral, e da saúde ocupacional, em particular, peço a divulgação desta iniciativa da minha escola e universidade.
O Curso de Mestrado em Saúde Pública da ENSP/UNL, que vai ter início a 12 de Outubro de 2005, está já desenhado de acordo com o Sistema Europeu de Transferência de Créditos (ECTS), incluído no processo de Bolonha.
No final da parte curricular este Curso de Mestrado proporcionará um reforço da sua dimensão europeia através da sua ligação ao prestigiado Summer School europeu, organizado pelo European Master in Health Promotion (EUMAHP) e o European Training Consortium in Public Health – Health Promotion (ETC – PHHP) que, em 2006, terá lugar na ENSP/UNL.
2. A Saúde Ocupacional é, pela primeira vez, uma das quatro áreas de especialização deste Curso de Mestrado. As restantes são: (i)Promoção e Protecção da Saúde; (ii) Políticas e Administração de Saúde; e (iii) Saúde Ambiental.
Para mais informações (objectivos do curso, estrutura curricular, áreas de especialização, guia e regulamento interno, corpo docente, candidaturas e matrículas), os interessados deverão consultar a respectiva página, no sítio da ENSP/UNL.
A tod@s @s amig@s da saúde pública, em geral, e da saúde ocupacional, em particular, peço a divulgação desta iniciativa da minha escola e universidade.
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