05 dezembro 2003

Portugal sacro-profano – X: Portuguezes pocos, y eses locos

Lê-se no Publico.pt de hoje, em texto da Ana Cristina Pereira (quatro estrelas num máximo de cinco!), que as prisões portuguesas têm "a mais alta taxa de contaminação de doenças infecto-contagiosas da União Europeia" (não se indica a fonte), em grande parte devido ao consumo de droga, à partilha de agulhas e ao não uso de preservativos nas relações sexuais. E muito provavelmente também, acrescento eu, devido ao deplorável estado a que terá chegado o subsistema de cuidados de saúde do sistema prisional.



Segundo a jornalista, há quem chame aos nossos estabelecimentos prisionais os "motores da epidemia HIV". Especialistas do assunto, entrevistados pelo Público, "reclamam redução de danos - como a troca de seringas e/ou as salas de consumo asséptico - para acabar com a pena de morte em Portugal" (sic).



"Comigo, não contem para isso, disse a ministra da Justiça portuguesa, refugiando-se em razões morais. Motivo de sobra para enfurecer os especialistas da área, para quem este é um problema sério de saúde pública. Mas o ministro da tutela também fala em sistema de valores e até já põe a hipótese de o Governo voltar atrás na descriminalização do consumo de droga". (Ana Cristina Pereira. Publico.pt, 5.12.2003).



Portuguezes pocos, y eses locos... Terão razão os nossos vizinhos espanhóis quando se dignam olhar para nós com o olhar altivo do Dom Quixote de la Mancha e nos mimam com este secular apodo ?



Que são poucos, são... e que às vezes parecem loucos, parecem!

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