Fonte: CIDAC - Centro de Intervenção o para o Desenvolvimento Amílcar Cabral (2006)
1. Uma sugestão do Pepito, membro da nossa tertúlia e director executivo da AD - Acção para o Desenvolvimento (ONG com sede no Bairro de Quelelé, Bissau):
Para os que tenham possibilidade de visitar, segue informação da Exposição “Arquipélago dos Bijagós, um património a preservar”, que terá lugar entre 22 de Abril e 30 de Junho próximos em Lisboa, no Museu Nacional de História Natural.
Trata-se de uma iniciativa conjunta do CIDAC, Instituto Marquês de Valle Flor, Museu Nacional de História Natural e Associação dos Estudantes Guineenses em Portugal.
Esta exposição esteve já patente em Paris no ano passado (no Palais de la Porte Dorée), tendo tido grande sucesso. A informação que vos passo está acessível no site do CIDAC.
O objectivo é a classificação do Arquipélago dos Bijagós em Sítio de Património Natural e Cultural Mundial (UNESCO).
Vale a pena visitar, divulgar e apoiar!!!
2. Comentário de L.G.:
Eu sou o primeiro da nossa tertúlia de amigos e camaradas da Guiné a subscrever esta sugestão do Pepito. Não conheço os Bijagós mas tenho suficiente informação para perceber a importância da sua riqueza, em termos da sua biodiversidade e do seu património cultural, para os guineenses e para o resto da humanidade. Retomo aqui o essencial dos argumentos aduzidos na página do CIDAC:
(i) O Arquipélago dos Bijagós (onde alguns de nós já passaram férias: ainda há dias estive, na Madalena, com o Albano Costa e a Zélia, mulher do Xico Allen e mãe da Inês, a ver fotos do Arquipélago nos anos 90) é o único arquipélago da costa ocidental africana;
(ii) É composto por oitenta e oito ilhas espalhadas numa superfície de dez mil km2;
destas ilhas, apenas uma vintena estão sistematicamente ocupadas; das restantes h´
há algumas que são objecto de ocupação sazonal enquanto outras são lugares considerados sagrados pelo povo bijagó;
(iii) Com cerca de 30 mil habitantes, maioritariamente composta pela etnia que dá o nome à ilha, o arquipélago dos Bijagós possui uma riqueza excepcional, do pontod e vista do património natural e cultural;
(iv) Depois da independência, e sobretudo nos últimos vinte anos, o arquipélago tem vindo a sofrer fortes pressões exógenas, devido às suas potencialidades económicas em termos de recursos piscatórios, agrícolas e turísticos;
(v) As interferências do exterior não têm tido impacto positivo na vida dos Bijagós, afectando negativamente o sistema sócio-ecológico das ilhas;
(vi) Conscientes deste perigo, diversas instituições nacionais e internacionais uniram esforços com vista à salvaguarda do património natural e cultural dos Bijagós;
(vii) Estas acções passaram pela realização de importantes trabalhos científicos, nomeadamente a elaboração de uma cartografia completa do Arquipélago e a criação de uma Reserva de Biosfera, no âmbito de um programa da UNESCO;
(viii) Foram criados em 2000 dois grandes Parques Nacionais para uma maior protecção da biodiversidade (hipopótamos, tartarugas, manatins, etc.)
(ix) Dois conceituados fotógrafos profissionais, Jean François Hellio e Nicolas Van Ingen, passaram dois meses com os Bijagós em dois períodos do ano (estação seca e estação das chuvas);
(x) No Museu Nacional de História Natural, em Lisboa, está patente ao público a selecção dos trabalhos desses fotógrafos, assim como de objectos representativos do modo de vida dos bijagós.
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