19 janeiro 2004

Estórias com mural ao fundo - XVIII: Estratégia(s)

Obrigado ao meu amigo Edmundo de Sá que me fez chegar esta história. Não é nova mas é ilustrativa do poder da palavra e da necessidade de (re)pensarmos as nossas estratégias de comunicação. Na saúde, na educação, na cultura, no desporto, nos negócios, na política e nas demais blogarias que nos consomem. Todos os dias. A todos nós, portugas.

Dei-lhe, como habitualmente, o meu toque pessoal. Como de costume, o resto dos direitos de autor pertence ao fundo comum da humanidade... Um abraço para o Edmundo e demais amigos de Vila Verde de Ficalho, a "aldeia sem tabaco". O Blogador.
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Na Rua Augusta, em Lisboa, havia um cego a pedir esmola. A seus pés, no chão do passeio, um boné com meia dúzia de cêntimos e um pedaço de cartão onde se lia:
- Por favor, ajude-me, sou cego.

Um jovem que por aí passava, notou o fraco resultado do peditório, pegou num cartão maior que estava no lixo, puxou da sua caneta de feltro e escreveu uma outra mensagem. Substituiu o cartaz que estava aos pés do cego e foi-se embora sem ter proferido uma única palavra. À tarde quando voltou a passar ao pé do cego reparou que o seu boné estava cheio de moedas e até notas de euros.

O cego reconheceu-o pelo andar e perguntou-lhe que palavras milagrosas é que ele tinha escrito no novo cartaz.
- Nada de especial, meu amigo... Sabe, trabalho aqui ao lado como criativo numa agência publicitária. Vi o seu pedido e fiz um anúncio como se fosse para a televisão.

O jovem sorriu e continuou o seu caminho. O cego nunca chegou a saber ao certo o teor do novo cartaz, mas este dizia assim:
- Hoje é Primavera, e eu não posso vê-la.

Moral da história: Cego não é só quem não vê, mas também quem não tem uma estratégia de marketing e comunicação...

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