© Leopoldo Amado(2005)
Post de Leopoldo Amado, nosso amigo de tertúlia, historiador, natural da Guiné-Bissau.
Caros amigos,
Não tenho tido tempo para partilhar convosco o que quer que seja, na medida em que estou mesmo na recta final da minha dissertação de tese. Porém, estou quase a acabar, na fase derradeira. Penso estar disponível para a semana, a fim de iniciar convosco uma intensa partilha.
Desde já, congratulo-me com o nível dos trabalhos e dos debates. Há textos fabulosos. O que se fará com tanta coisa boa assim? Tertúlia vai ter a sua própria Editora? Penso que se justifica plenamente. Fiquei igualmente alegre em saber que o meu amigo João Tunes é agora dos nossos, pois tem cabeça no lugar e uma escrita escorreita, que dá gozo ler.
Entretanto, convido os meus amigos a visitarem o meu blog [Lamparam] , apesar de estar completamente desactualizado, tal a intensidade de trabalho que agora tenho com a fase final da tese.É uma forma de nos conhecemos mutuamente. Penso.
Um abraço a todos. Até pr’a semana.
Leopoldo Amado
2. Comentário de L.G. :
Congratulo-me pelo fim (ou quase) dos trabalhos académicos do Leopoldo. Falta-lhe depois defender a sua tese de dissertação, justamente sobre os aspectos militares da guerra da Guiné (1963/74). E nós queremos lá estar nesse dia, para o ouvir, apoiar e dar um abraço (aqueles de nós que quisermos e pudermos). A sua tese deve ser fascinante e vai seguramnente querer ser conhecida e lida por estes tertulianos que, modéstia à parte, também foram actores naquele filme da guerra colonial versus guerra de libertação (actores, secundaríssimos, é certo, mas mais do que simples figurantes)...
O blogue do Lepoldo pretende ser um "espaço guineense de análises, divulgação de textos e comentários sobre a Guiné-Bissau e o mundo africano".
O termo lamparam designa, no crioulo da Guiné-Bissau, "um engenho tradicional de propulsão normalmente utilizado nas plantações e nas bolanhas da Guiné-Bissau para afugentar a acção predatória das aves sobre as culturas".
A escolha do título é muito apropriada e feliz. O Leopoldo convida todos os guineenses e amigos de África e da Guiné-Bissau para pegarem no seu lamparam e desta forma, "realizarmos livre e civilizadamente a propulsão do nosso ethos, individual ou colectivamente, independentemente das diferenças de opinião ou de pontos de vista, conquanto possamos afugentar a intolerância e forjarmos, pela via do diálogo e da confrontação de ideais, a tão almejada quanto necessária união na diversidade".
Bons augúrios, Leopoldo! Com o teu lamparam, vamos afujentar essas aves agoirentas que pairam sobre os céus da tua querida terra! Não me refiro aos feios e pobres djagudis a quem Deus deu a missão de limpar a terra, mas essas outras figuras sinistras que têm impedido o teu país de tirar o máximo de oportunidades da sua independência, a começar pela violência das armas, a descrença, o cinismo e a corrupção.
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