Post nº 292 (CCXCII)
O Alf Mil, de Transmissões, Tunes, no Pelundo, em Outubro de 1969. De calções, e óculos, ao fundo...
O Pelundo fica na região do Cacheu, entre Teixeira Pinto (hoje, Canchungo) e Bula. A seguir ao Pelundo é Có, na estrada que vai para Bula. (vd. mapa dos Serviço Cartográficos do Exército, 1961)
© João Tunes (2005)
Caros Luís e João,
É-me permitido um gesto de humildade? [Se calhar é pedir muito, porque nós, os da guerra, aprendemos cedo a meter a basófia no lugar do medo que nos apertava o olho do cú, afinal uma espécie de rolha com gola, como as de champanhe.]
Eu li o magnífico texto do João Varanda, no ilustre blogue de que o Luís é Cmdt Chefe, depois li o nº da Companhia dele (2636), o número tocou-me uma campainha, mais o período de comissão, fixei-me no local: Có.
Depois lembrei-me as vezes que estive em Có, no mesmíssimo período, enquadrado no mesmo Batalhão (sediado em Pelundo). E como era, então, uma alegria dar um salto a Có, malta bacana, ok sobre rádios e cripto?, vamos aos copos, assegurando (eles) a segurança da construção de uma nova estrada asfaltada (que já não lembro se ia para Teixeira Pinto ou para Bula ou para a puta que pariu o Caco).
Julgo até (outra falha ou confusão?) que a Companhia de Có era comandada por um Capitão Miliciano, já economista com canudo e antifascista, um gajo porreiraço, já com uns cabelos a puxar para o grisalho, com quem punha a escrita em dia, deitando abaixo a porra da guerra, o fascismo, o colonialismo, e, claro, o Caco, o Marcelo e o Tenente Coronel "facho" do Pelundo que não percebia nada da poda.
E fico-me com a pior das minhas vergonhas pelos tempos que ali andei - foda-se, não consigo lembrar-me do nome do Batalhão, em cuja CCS servi, como Alferes de Transmissões, e a que a CCAÇ 2636 terá pertencido, comandada pelo "facho" do TC Romão Nogueira (não sei se lhe acertei no nome, quanto ao "facho", isso sim, o gajo vinha da União Nacional e fez carreira "militar" na Câmara de Viseu e foi à guerra por exigência de promoção, mas era um merdas como guerreiro).
No meio de tantas amnésias, tenho a do número do meu Batalhão no Pelundo (o primeiro em que servi e com que embarquei, havia de servir ainda outros, em Catió e em Bissau) e não me lembro de ter bebido copos com o Varanda. Se calhar bebi. Mas foi-se a lembrança com o avanço da idade. Que fazer? Para já, apenas, pedir ao João Varanda que me lembre o nome do meu (e seu) Batalhão. Dás o jeito ao velhote, camarada?
Abraços para todos os tertulianos,
João Tunes
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