Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Xime > 1972: Militares da CART 3494, em passeio despreocupado pela tabanca do Xime onde, nessa altura, vivia o nosso amigo José Carlos Mussá Biai (tinha 9 anos) (LG).
© Sousa de Castro (2005)
1. Perguntei há dias ao Sousa de Castro se tinha cópia da história da companhia dele, na sequência da publicação do episódio da emboscada sofrida pelos seus camaradas na Ponta Coli, na estrada (já então alcatroada) Xime-Bambadinca, às 6 da manhã do dia 22 de Abril de 1972, e de resultaram pesadas baixas para as NT: 1 morto (furriel), 7 feridos graves e 12 feridos ligeiros...
2. Resposta do nosso camarada:
Não é a história da Companhia, mas sim do BART 3873 [Bambadinca, 1972/74], publicada por um camarada meu, do Porto. Vou tentar falar com ele a saber se ainda tem mais exemplares.
Aproveito para referir, que em relação à emboscada na Ponta Coli, conforme abaixo descrito, tivemos também um 1º cabo e um soldado louvados e distinguidos com o prémio do Governador (gozo de um mês de férias na Metrópole) pela bravura demonstrada quando foram emboscados. Aqui ficam os louvores atribuídos:
(i) Primeiro cabo da CART 3494 Manuel Amorim do Alto, natural da freguesia de Terroso, concelho da Póvoa de Varzim:
« (...) Na emboscada sofrida pelo seu grupo de combate, apesar de se encontrar na zona de morte e sob a acção do fogo inimigo que caía em seu redor, manejou o seu morteiro, com fogo ajustado e firme, conseguindo assim suster o IN que revelava possuir superioridade numérica e elevada agressividade.
«Revelando invulgares qualidades de coragem, sangue-frio e desprezo pelo perigo, disparou quase todas as granadas que o seu grupo de combate transportava e que teve de procurar ao longo da estrada e junto das viaturas, onde se encontravam, apenas parando o seu fogo quando o IN retirou. Por tudo isto e ainda pela sua conduta sempre exemplar noutros aspectos, merece o 1º cabo Amorim do Alto que a sua acção seja realçada em público louvor.»
(ii) Soldado da CART 3494 Manuel de Sousa Monteiro, natural da freguesia da Batalha, [concelho da Batalha,] distrito de Leiria:
" (...) a emboscada sofrida pelo seu grupo de combate, apesar de nos primeiros momentos ter ficado desacordado por ter batido com a cabeça no asfalto, ao saltar da viatura, ter reagido rapidamente e, empregando a G-3, ter contribuído para rechaçar a primeira tentativa de assalto do IN, que se apresentava com elevado poder de fogo, superioridade numérica e grande agressividade. Seguidamente, empunhou o lança-granadas e, em plena zona de morte, batido pelo fogo IN, disparou todas as granadas que estavam perto de si, com tiro ajustado que obrigou o adversário a desistir dos seus intentos. Revelou invulgares qualidades de coragem, sangue-frio e desprezo pelo perigo, pelo que se tornou merecedor de público louvor.»
Guiné > Região Leste > Sector L1 > Xime > 1972: O Manuel G. Ferreira, soldado condutor auto, dos Fantasmas do Xime (CART 3494), fotografado no cantinho (sempre muito acarinhado pelas NT) dos brasões das companhias que por ali passaram: CCAÇ 1550 (1966/67) (1), CART 1746 (1967/69) (2), CART 2520 (1969/1970), CART 2715 (1970/71), CART 3494 (1972/1973) e, mais tarde, CCAÇ 12 (1973/74) (LG).
© Manuel Ferreira (2005)
Luís, estes são dois extractos retirados das revistas do Exército que existiam naquela época. Bom fim de semana.
Sousa de Castro
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Nota de L.G.
(1) Até agora a referência que temos à companhia mais antiga no Xime é a CCAÇ 1550 que presumo ter feito a sua comissão no período entre 1966/67: vd. post de 1 de Maio de 2005 > Guiné 69/71 - X: Memórias de Fá, Xime, Enxalé, Porto Gole, Bissá, Mansoa
" (...) Em 21 de Fevereiro de 1967, o nosso homem está destacado no Xime, aquartelamento da CCAÇ 1550:
Neste quartel de Xime, onde temos permanecido desde a saída de Fá, está-se em contacto permanente com os indígenas, que vivem à entrada numa tabanca, com enorme população, sendo alguns deles soldados dum pelotão de nativos. Já percorri a mesma, e tive o primeiro contacto com as bajudas(raparigas adolescentes nativas), em companhia de camaradas mais velhos, que pertencem à Companhia de Caçadores nº 1550, cá destacada, e comecei a [papaguear] o crioulo. Como curiosidade tive nos braços um garoto mulato, talvez fruto da passagem dos primeiros militares brancos, por cá, no início da guerra " (...).
(2) Como muito bem lembra o Humberto Reis, eram eles, os velhinhos da CART 1746 que lá estavam lá, no cais do Xime, com um grande lençol branco onde estava escrito "o que custa mais são os primeiros 21 meses"... quando nós - CCAÇ 12 e outros periquitos desembarcámos da LDG, na manhã de 2 de Junho de 1969)Na mesma LDG, vinha a CART 2520 que veio substituir a CART 1746...
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