02 fevereiro 2006

Guiné 63/74 - CDXCIV: O segredo do Mário Dias, ex-sargento comando

1. Pedi para os amigos e camaradas de tertúlia lerem, comentarem e divulgarem o segredo que o Mário Dias aceitou partilhar connosco… Comentei que a nossa tertúlia se orgulhava de de ter um camarada como o Mário… Os comentários não se fizeram esperar...

2. Do Virgínio Briote:

Luís, eu não te dizia que o Mário é de facto uma mais valia? Foi meu instrutor nos comandos e foi um tipo que me marcou estes anos todos. Para mim foi uma referência! Ele não te contou, mas encontrou-se uns anos depois com o Domingos Ramos de armas na mão, cada um do seu lado, claro. E no meio dos tiros e dos apitos, acabaram por se verem!

O Blogue-Fora-Nada está rico, ganhou muito com a entrada em cena do Teixeira, enfermeiro, médico, um amigo daquelas gentes. E do capitão Neto. Que pontas de lança o fora-nada arranjou. Tens material para arrumar, por locais, por datas, eu sei lá. Uma obra que vai necessitar de um grupo de trabalho e que desde já me ofereço para colaborar no que for preciso.

Parabéns pelo excelente blogue!

Um abraço,
vb

3. Do Carlos Marques dos Santos:

Luís: Em resposta só me apetece dizer que a guerra não era nossa, se bem que a vivessemos todos os dias. Era daqueles que nunca estiveram, viveram ou perceberam a realidade.

Há, concerteza, muitas destas situações, vividas e não descritas oficalmente, como já tive ocasião de referir em anteriores entradas no Blogue.

Um abraço ao Mário Dias, através deste espaço importantíssimo que faz, efectivamente, a HISTÓRIA VIVIDA e REAL.

Uma lembrança ainda para os COMBATENTES IN.

Verticalidade é uma palavra e uma postura que se vai perdendo.

Um Abraço do CMS

4. Do João Tunes:

Caro Luís,

Fiquei siderado de encantamento com a história do Mário Dias. O texto dele vale uma guerra (ou seja, explica a guerra, até no seu absurdo, mais a humanidade que pode habitar a desumanidade maior). Parabéns aos dois. Espero que um e outro não levem a mal a minha transcrição no meu blogue Água Lisa (5).
Continências.
João Tunes

... O João escreveu estas duas linhas (belíssimas) de introdução ao relato do encontro do Mário com o Domingos: "O que pode acontecer a dois amigos a quem a guerra, tendo sido a arte da guerra que os fez amigos, os faz reencontrar face-to-face, de armas na mão, para matar ou morrer, com as contas trocadas entre o nós e os outros? Tudo. O melhor e o pior. Até isto (o sublime):" (segue-se um excerto do texto do Mário)

5. Do Leopoldo Amado:

Caro Luís,

Gostaria de ler essa história mas acontece que não sei em que site a mesma foi publicada.

Um abraço, Leopoldo Amado

6. Do Albano Costa:

Fiquei paralizado ao ler esta história, do Mário Dias. Eu já fui para a guerra muito mais tarde, quase no fim, por isso acho que nunca passaria por uma estória assim, mas que foi um marco muito bonito na vida dos dois, aí isso foi!?...

Ó Mário, e tu tinhas essas memórias guardadas só para ti... não, não faças mais uma maldade dessas, conta-nos as tuas estórias, são estas coisas que é preciso passar cá para fora!... Só assim é que a guerra acaba de vez. Eu falo na guerra psicológica que ainda continua na mente de muito camaradas nossos e deles que estivemos inseridos nela.

Eu sempre pensei que, com todas a atrocidades que se fizeram, nunca houve nem da parte dos turras nem dos tugas a ideia de matar, mas claro sempre ia acontecendo, assim como sempre achei que a Guiné não era nossa.

Quanto à linha dura do PAIGC, isso não te preocupes:os camaradas e amigos do Domingos Ramos ao lerem, até vão aproveitar para contar também as estórias deles, e que bom que era.

O meu obrigado ao Mário Dias pela homenagem que prestou ao Domingo Ramos, de que os guineenses devem sentir-se orgulhosos.

Luís, o Mário precisa de ver os nossos encontros na Guiné com elementos do PAIGC, para lá ir prestar a sua homenagem ao seu amigo, empresta o DVD, para ele ver.

Um abraço, Albano Costa

7. Do Jorge Neto (Africanidades):

UMA ESTÓRIA DE GUERRA E DE RESPEITO

Não é ficção, aconteceu na Guiné-Bissau em plena guerra de libertação (ou colonial, como lhe queiram chamar). Dois amigos (Domingos Ramos, hoje herói nacional) e Mário Dias (comando do exército português) lutavam em campos opostos. Um dia encontraram-se em plena mata e respeitaram-se, como amigos (e inimigos) que eram. A estória chega via BLOGUEFORANADA e demonstra como até na guerra o respeito e a amizade são duas armas poderosíssimas. Vale a pena ler. AQUI.

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