26 junho 2005

Guiné 69/71 - LXXXII: CCAÇ 1426 (Geba, 1965/67): Presente!

Guiné > CART 1690 > Destacamento de Banjara (sub-sector de Geba, Zona Leste) > 1967 > Militares com um troféu de caça... Nesse dia houve rancho melhorado... A montagem de armadilhas para caçar porcos do mato já era uma prática corrente no tempo da CCAÇ 1426 (Geba, 1965/67), "quando a fome apertava"... © A. Marques Lopes (2005)


1. Mensagem do ex-combatente Belmiro Vaqueiro (CCAÇ 1426, Geba, 1965/67).

Título: Em memória dos bravos da CART 1690


Foi com muita emoção que vi o excelente trabalho publicado na Net acerca dos bravos da CART 1690. Curvo-me perante a memória dos caídos em combate cujo historial desconhecia.

É que eu percorri todos esses locais e ainda tenho bem presente os momentos vividos em Cantacunda e Banjara. Fiz parte da Companhia de Caçadores nº 1426 com sede em Geba (1965 a 1967), companhia que que pelos vistos foi rendida pela CART 1690 nos primeiros dias de Maio de 1967.

Em Banjara, à noite, havia uns tantos voluntários que também colocavam armadilhas na bolanha para apanhar os porcos. Só o fazíamos quando a fome apertava.

Apresento oe meus respeitosos cumprimentos.

O ex-combatente Belmiro Vaqueiro.

2. Resposta do Marques Lopes (ex-alferes miliciano da CART 1690, Geba, 1967):

Caro camarada ex-combatente:

É óptimo encontrar alguém que tenha passado pelos mesmos locais que eu. Sim, foi a CART 1690 que chegou a Geba em 17 de Abril de 1967. Após alguns dias de sobreposição de comandos, substituiu-se de facto a CCAÇ 1426.

Convido-o a integrar este grupo de ex-combatentes da Guiné e escrever para o excelente blogue-fora-nada, da autoria do amigo Luís Graça. Com certaeza terá muitas coisas a contar-nos também.

3. Comentário de Luis Graça:

Quando em 23 de Abril de 2004 lancei o primeiro post sobre este tema [ Guiné 69/71 - I: Querida(s) madrinha(s) de guerra] estava longe de imaginar que hoje poderíamos estar aqui a falar da nossa (minha e de outros camaradas) experiência como ex-combatentes na Zona Leste da Guiné, no período em que fiz parte da CCAÇ 12 (1969/71). No fundo, tinha uma vaga esperança de (re)encontrar gente do meu tempo e que tivesse andado pelos mesmos sítios (Contuboel,Geba, Bafatá, Bambadinca, Xime, Mansambo, Xitole, Enxalé, Mississirá, Fá...).

Primeiro apareceu o Castro, mais novo (Xime e Mansambo, 1972/74) e depois o Guimarães (Xitole, 1970/72). A seguir veio o Lopes, mais antigo que todos nós (esteve na Zona Leste, em Geba, em 1967, onde foi ferido, na CART 1690; e depois na Zona do Cacheu, em Barro, com a CCAÇ 3, em 1968). Bom, e por aí fora: um a um, ou em grupo, começam apareceu os velhos tugas, não só da minha época (1969/71) como mais e mais novos, e que andaram pelas mais desvairadas terras da Guiné, do Cacheu ao Gabu...

Tudo isto para dizer que o Belmiro Vaqueiro (Geba, 1965/67) é bem vindo e será recebido de braços abertos na nossa tertúlia de ex-combatentes da Guiné, no caso de ele manifestar interesse em partilhar connosco não só o seu endereço de e-mail como as suas memórias.

4. Já em data posterior (3 de Julho de 2005), o Belmiro mandou-me os seguintes esclarecimentos:

"No seguimento da mensagem enviada ao A. Marques Lopes, como já tive oportunidade de referir, pertenci à CCAÇ 1426. Embarcámos com destino à Guiné, a bordo do Niassa, em meados de 1965 e regressámos à Metrópole nos primeiros dias do mês de Maio de 1967, a bordo do Uíge.

Fonte: Navios Mercantes Portugueses > Uíge (2000)

"Sou um ex-furriel miliciano e o tempo de tropa repartiu-se por Geba,Camamudo, Cantacunda e Banjara. No sector de Banjara era onde a traça mais atacava (os camufulados não eram anti-traça).

"Foi a minha companhia quem primeiro ocupou as novas instalações sitas no morro sobranceiro a Geba. Também foi a minha companhia, enquadrada por forças, ao que julgo, de sapadores e blindadas, adstritas ao Batalhão 7 de Espadas com sede em Bafatá, quem primeiro se instalou na bela instância de Banjara, onde se manteve até ao final da comissão.

"Actualmente vivo na cidade de Bragança na situação de reformado".

2 comentários:

Anonymous disse...

eu sou filho de antonio marques furtado que pertenceu ao batalhao 7 de espadas. era condutor e é de lagos. o meu pai recebe sempre o jornal sete de espadas e n tem possibilidade de ir ao almoço. é agricultor e nao dá mesmo para ir. seria possivel me darem um link com fotos disponiveis . o meu endereço é chamichuck@hotmail .com obrigado

furtado disse...

eu sou o filho de antonio marques furtado q era condutor do batalhao 7 de espadas na guine. o meu pai recebe o jornal 7 de espadas. gostava de receber informacoes. o meu pai n pode ir ao jantar. o meu endereço é chamichuck@hotmail.com