03 janeiro 2006

Guine 63/74 - CDXVII: A nossa tertúlia e a RDP África

Mensagem enviada, por e-mail, em 11 de Novembro de 2005, à RDP África divulgando a nossa tertúlia. Não obteve resposta ou comentário (pelo menos, por por e-mail).

Amigos:

1. As minhas felicitações à magnífica equipa da RDP África, não só pela excelente música que passa, mas também pelas notícas, entrevistas e reportagens de qualidade, referentes aos países lusófonos. Mais concretamente, felicito-vos por dedicarem um programa à guerra colonial (que, contudo, não cheguei a ouvir).

Sou ouvinte, da 2ª circular, da RDP África. Infelizmente o programa não sempre se consegue ouvir on line, em boas condições no meu gabinete de trabalho, no alto da Av Padre Cruz, frente a Telheiras. E fora de Lisboa, não consigo sintonizá-lo quando em estou em viagem. Eu sugeria, à administração da RDP, que apostasse mais seriamente na lusofonia... A língua portuguesa é um trunfo estratégico que não sabemos que temos

2. Aproveito para vos dar conhecimento da existência de um tertúlia virtual sobre a guerra colonial que é já, modéstia à parte, uma referência incontornável para qualquer ex-combatente da guerra colonial na Guiné. Cerca de 40 pessoas [ hoje 60 ], que não se conhecem (a maior parte delas, tendo no entanto estado na Guiné), partilham através de e-mail e da Net, fotos, estórias, emoções, sentimentos e outras memórias. E nem todos foram combatentes. Alguns são naturais da Guiné. Mas todos acreditam , de uma maneira ou de outra, que - como alguém disse - salvaguardar a memória é a melhor maneira de a vida acabar por triunfar sobre a morte: em Bambadinca, em Guileje, em Barro, em Mansambo, no Xime, no Xitole, em Geba, em Bafatá, em Bissau, em Cansissé, em Banjara, em Cantacunda, e em tantos outros lugares que estão na nossa memória, e onde nos batemos, de armas na mão, mas onde ainda hoje se calhar não chegou a paz, a saúde, a educação.

A geração que fez a guerra colonial (como eu, na Guiné, entre 1969/71) ainda não liquidou as contas com o passado e vê, com apreensão, que os jovens lusófonos pouco ou nada sabem deste terrível e longo período, de 1961 a 1974, para não falarmos da outra tragédia que foi o período pós-colonial.

O blogue
Luís Graça & Camaradas > Blogue-Fora-Nada e as páginas que dedicamos às memórias dos lugares em Luís Graça & Camaradas > Subsídios para a História da Guerra Colonial > Guiné (1963/74) são apenas um modesto contributo para que os nossos jovens, de Lisboa a Bissau, não digam, quando inquiridos: "Guiné ?... Guerra colonial ? ... Não, nunca ouvi falar!"... E pretendem também ser uma pequena ponte para o futuro dos nossos dois países que a história e a língua uniram indelevelmente.

Mantenhas pa tudus

Luís Graça


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