09 abril 2006

Guiné 63/74 - DCLXXXVII: A ternura dos sessenta (Paulo Raposo)

O Paulo Raposo, alferes miliciano de infantaria da CCAÇ 2405, a bordo do Uíge, a caminho da Guiné (1968)

©Paulo Raposo (2006)


Caro Luís

Comove-me profundamente as intervenções dos filhos dos nossos camaradas, Homens que fizeram a Guerra.

Só consigo falar da Guerra sempre na brincadeira, pois se fôr a sério cria-me amargura.

A passagem pela Guiné marcou-me muito, fomos uns Heróis, pois só com a G3 e ração de combate aguentámos 13 anos de guerra.

Em vez do país se enaltecer pelos filhos que tem, parece que andamos envergonhados pela nossa abnegação e grande generosidade.

Caro Luís, já que temos a informação de todos os documentários sobre a Guerra de África, faço a pergunta:
- Não podemos nós montar os filmes em CD em episódios ou por província para mostrar às gerações futuras aquilo por que nós passamos?

Camões até pode vir a ser um bom negócio.

Vai um quebra costelas do

Paulo Lage Raposo
Alf. Mil. Inf.
BCAÇ 2852
CCAÇ 2405
Guiné 68/70

Tel 266898240
Herdade da Ameira

Comentário de L.G.:

Paulo:

Respondo à tua pergunta com outra pergunto: o que faremos nós com este blogue ? Olha, para já vamos... blogando, rindo e chorando... Vejo, com muito agrado , que a rapaziada do nosso tempo se recusa a ser infoexcluída e já está a construir os seus próprios blogues ou sítios na Net relacionados com a sua experiência na Guiné... O último exemplo, para além da nossa amiga Ana Ferreira, que criou o seu próprio espaço na blogosfera, foi o Zé Teixeira, autor do sítio Os Maioriais de Empada (História da CCAÇ 2381).

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