O Portugal no Seu Melhor podia ser um altamente pedagógico programa do ciberespaço, programa de educação cívica, estética, ambiental, linguística.... Tem os seus cultores, mas não faz o meu género: é masoquista, deprimente, alarve, inocente e inofensivo, fica-se muito pela caricatura do boçal Zé Povinho, o eterno bombo da festa!...
Em boa verdade falta-nos (infelizmente, direi eu) o Bordalo Pinheiro do Séc. XXI para zurzir o outro Portugal, não menos pimba e info-analfabeto, que julga que já apanhou a auto-estrada do futuro só porque tem o último telélé da Nokia, navega na Net em ADSL, fala inglês, anda em colégios finos e pisa as passarelles da moda... De qualquer modo a caricatura da nossa fina flor do entulho pode entrever-se nas revistas cor de rosa, na chamada imprensa social, em muitas das caras conhecidas do nosso meio artístico, televisivo, desportivo, empresarial, académico, político e por aí fora...
Aí a gente vê-se (revê-se) nos benditos filhos e filhas que o País (macho) e a Nação (fêmea) deram ao Mundo... Todos filhos e filhas (ou netos e netas) do coitado do Zé Povinho... Só que eles e elas já não o (re)conhecem: está velho, sofre de Alzheimer, tem escaras e foi abandonado no lar da Misericórdia (...em vias de se transformar em Hopitel, S.A).
Depois que se perderam pelas sete partidas do mundo, os tugas continuam à procura de Portugal in su situ... Os Portas e quejandos proclamam que nunca perderam a portugalidade. Nunca percebi o que quer dizer o palavrão: imagino que seja a maneira muito própria, vertical, de se ser português...in su situ!
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