"Falta raça ao jogador português" (Expresso, 11 de Outubro de 2003)
"O português tem receio de mostrar o que é, é um pouco comedido . (...) O português parece com um pouco de receio de ser feliz" (Scolari, brasileiro, treinador da selecção portuguesa de futebol. Expresso, 11 de Outubro de 2003).
"O que eu gostaria de deixar como herança, (...) é aquilo que eu mais admiro nos meus antepassados, a capacidade de ultrapassarem as adversidades e de criar algo de novo, aceitando os desafios" (Manuel Alfredo de Mello, gestor, português, Expresso, 11 de Outubro de 2003).
"Gosto particularmente de biografias. Prefiro a realidade à ficção" (Luís Simões, empresário, português. Visão, 9 de Outubro de 2003).
"O fado, infelizmente, deixou de ser dançado e gostava de ainda ver no meu tempo o fado restituído à sua plenitude: tocado e cantado, mas também dançado "( Carlos do Carmo, fadista, português. Expresso, 11 de Outubro de 2003).
blogue-fora-nada. homo socius ergo blogus [sum]. homem social logo blogador. em sociobloguês nos entendemos. o port(ug)al dos (por)tugas. a prova dos blogue-fora-nada. a guerra colonial. a guiné. do chacheu ao boe. de bissau a bambadinca. os cacimbados. o geba. o corubal. os rios. o macaréu da nossa revolta. o humor nosso de cada dia nos dai hoje.lá vamos blogando e rindo. e venham mais cinco (camaradas). e vieram tantos que isto se transformou numa caserna. a maior caserna virtual da Net!
11 outubro 2003
Portugal Sacro-Profano- III: Raça, precisa-se
"Falta raça ao jogador português" (Expresso, 11 de Outubro de 2003)
"O português tem receio de mostrar o que é, é um pouco comedido . (...) O português parece com um pouco de receio de ser feliz" (Scolari, brasileiro, treinador da selecção portuguesa de futebol. Expresso, 11 de Outubro de 2003).
"O que eu gostaria de deixar como herança, (...) é aquilo que eu mais admiro nos meus antepassados, a capacidade de ultrapassarem as adversidades e de criar algo de novo, aceitando os desafios" (Manuel Alfredo de Mello, gestor, português, Expresso, 11 de Outubro de 2003).
"Gosto particularmente de biografias. Prefiro a realidade à ficção" (Luís Simões, empresário, português. Visão, 9 de Outubro de 2003).
"O fado, infelizmente, deixou de ser dançado e gostava de ainda ver no meu tempo o fado restituído à sua plenitude: tocado e cantado, mas também dançado "( Carlos do Carmo, fadista, português. Expresso, 11 de Outubro de 2003).
"O português tem receio de mostrar o que é, é um pouco comedido . (...) O português parece com um pouco de receio de ser feliz" (Scolari, brasileiro, treinador da selecção portuguesa de futebol. Expresso, 11 de Outubro de 2003).
"O que eu gostaria de deixar como herança, (...) é aquilo que eu mais admiro nos meus antepassados, a capacidade de ultrapassarem as adversidades e de criar algo de novo, aceitando os desafios" (Manuel Alfredo de Mello, gestor, português, Expresso, 11 de Outubro de 2003).
"Gosto particularmente de biografias. Prefiro a realidade à ficção" (Luís Simões, empresário, português. Visão, 9 de Outubro de 2003).
"O fado, infelizmente, deixou de ser dançado e gostava de ainda ver no meu tempo o fado restituído à sua plenitude: tocado e cantado, mas também dançado "( Carlos do Carmo, fadista, português. Expresso, 11 de Outubro de 2003).
Portugal sacro-profano - I: Do Colo do Pito à Catraia do Buraco
Terras de Espanha, areias de Portugal...
1. Estes são alguns nomes de santas terrinhas (e outros lugares menos santos ) que existem em placas toponímicas, por esse Portugal fora. Algumas foram muito provavelmente carbonizadas pelo fogo do inferno (de que Deus nos livre!), o qual, neste verão de má memória, varreu o nosso chão sagrado, de norte a sul e de leste a oeste (...Com tantas blasfémias e tanta gente ímpia, o que é que vocês esperavam ?).
Não faço a mínima ideia de quem foi o conquistador franco, o fundador, o povoador, o bandeirante, o geógrafo, o marinheiro, o corsário, o padre, o santo, o poeta ou o até o eleito (o autarca) que deu o nome à(s) coisa(s)... É certo que o país, a terra, os pais, os irmãos e o nome de baptismo a gente não é livre de escolher... (Mas devia ser, já que se fala tanto, hoje em dia, em direitos de personalidade!).
2. Convenhamos que há sítios mais (im)próprios do que outros para uma pessoa nascer, viver, respirar, amar, trabalhar e morrer....Vocês já imaginaram serem conterrâneos dos habitantes, por exemplo, de Cabrão, Cama Porca, Catraia do Buraco, Colo do Pito, Focinho de Cão, Paitorto, Picha, Punhete, Rego do Azar, Rio Seco dos Marmelos ou Venda da Gaita ? Por mim não vejo mal nenhum nisso, desde que os portugas lá nascidos não se sintam discriminados e sejam felizes... Afinal, são flores (brutas, espontâneas, singelas) destas Terras de Espanha, Areias de Portugal...
Mas um dia destes suspeito que os eurocratas de Bruxelas irão tomar conta de mais este dossiê e normalizar a(s) coisa(s)... Como têm feito com (quase) tudo o resto: a pêra e o pêro, por exemplo, que só podem ir à nossa mesa se forem calibradas pelos aferidores de Bruxelas!.. Por isso é que esses são chamados de... peritos (que são pêros mais pequenos, devidamene calibrados).
Para já, não pode haver nenhum sítio, no espaço único europeu, chamado Mata Porcas, por exemplo, pela simples razão de que matar o porco ou a porca em casa, no quintal, na praia, na rua ou no adro da igreja é um grave atentado à saúde pública e à unidade sócio-cultural do super-Estado de Schengen, para além de um espectáculo bárbaro que pode até agudizar a má-consciência dos carniceiros europeus... E depois vamos lá ver: há nomes que são perigosos, podendo ter (i) conotações pedófilas como Catraia do Buraco; ou (ii) erótico-satíricas, para não dizer mesmo pornográficas, como Senhora do Alívio, susceptíveis de ferir a sensibilidade dos crentes ou provocar a ira dos ateus...
Quanto ao Cu de Judas, garanto-vos que não foi um invenção do (do-nosso-próximo-Prémio-Nobel-da-Literatura-que-já-não-há-de-chegar-a-ser) António Lobo Antunes (e é pena, por que o gajo é um génio!).
Pois bem, o Cu de Judas existe mesmo e fica algures no meio do Atlântico... Provavelmente o sítio terá sido descoberto pelos homens da Nau Catrineta quando, sofrendo de miragens, já viam Terras-de-Espanha-Areias-de-Portugal por um canudo (Coitados naquele tempo não havia escolaridade obrigatória, nem se aprendia geografia pelos livros, nem muito menos havia internet!...).
3. Depois deste paleio todo, aqui vai a lista (necessariamente incompleta, logo aberta...) com os nomes das ditas santas terrinhas e dos outros lugares menos santos, seguidos do respectivo concelho (ou ilha). Este é o Portugal sacro-profano (como diria o saudoso poeta Ruy Belo), que também nos coube em herança.
A lista destina-se àquela camada mais adiposa dos portugas que viajam muito por países exóticos e não têm tempo para conhecer a santa terrinha que Deus lhes deu e o Dom Afonso Henriques e seus façanhudos descendentes conquistaram aos marafados dos berberes...
Se vocês se (a)lembrarem de mais alguns nomes, registem e acrescentem, que não pagam nada. Trata-se de um trabalho colectivo, de muitas e desvairadas (ciber)gentes. Provavelmente esta é a última oportunidade que ainda têm de conhecer o Portugal profundo em vias de extinção.
De futuro, e a acreditar nas projecções demográficas do INE (leia-se: Instituto Nacional de Estatística) ninguém mais nascerá no Chiqueiro, no Cemitério ou na Venda da Porca, mas sim na Maternidade Alfredo da Costa, na Júlio Dinis e sobretudo nos novos Hospitais SA do Portugal do Século XXI).
A
Agua Derramada - Grândola
Aliviada - Marco de Canaveses
Amor - Leiria
Angústias - Paredes de Coura
Às dez - Angra do Heroísmo
B
Bagaceira – Calheta
Bairro do Fim do Mundo - Cascais
Baixa da Banheira - Antigo Lugar da Banheira (Séc. XV), Moita
Bêbeda - Sines
Bexiga - Tomar
Bicha - Gondomar
Bicho - Santo Tirso
C
Cabeçudos - Marvão
Cabrão - Ponte de Lima
Cabrões - Santo Tirso
Cama Porca - Alhandra
Campa do Preto – Maia
Casal da Gaita - Lourinhã
Casal de Água de Todo o Ano - Abrantes
Catraia do Buraco - Belmonte
Cemitério - Paços de Ferreira
Chiqueiro – Lousã
Coina – Barreiro
Coito - (Vários concelhos)
Colo do Pito - Castro Daire
Cova da Moura - Amadaora
Coxo - Vila da Praia da Vitória, Oliveira de Azeméis e Felgueiras
Crucifixo – Tramagal
Cu de Judas – Ilha de São Miguel, Açores
D
Deixa-o-Resto – Santiago do Cacém
Deserto - Alcoutim, Coruche e Estremoz
E
Endiabrada - Aljezur e Odemira
Esgaravatadouro - Monchique
F/G/H
Focinho de Cão - Aljustrel
Garanhão - Ponte da Barca
Hospícios - Azeitão
I/J
Imaginário - Caldas da Rainha
Jerusalém do Romeu - Mirandela
M/N/O
Mal Lavado - Odemira
Máquina - Cabeceiras de Basto
Mata Cães – Torres Vedras
Mata Mouros - Vila do Bispo
Mata Porcas - Lagos e Monchique
Monte dos Tesos - Avis
Namorados - Castro Verde e Mértola
Orelhudo - Coimbra
P
Paimogo - Lourinhã
Paitorto - Mirandela
Paixão - Celorico de Basto e Vieira do Minho
Paraíso - (Vários)
Passado - Vila Verde
Pedaço Mau - Vila Nova de Ourém
Pés Escaldados - Arganil
Picha - Pedrógão Grande
Pirescoxe - Santa Iria da Azóia, Loures (a terra em que viu nascer gente operária e militantes comunistas como o Jerónimo de Sousa)
Pitões das Júnias - Montalegre
Pobreza – Caminha
Poço de Boliqueime – Loulé
Poço dos Mouros - Lisboa
Ponta - Lajes das Flores e Porto Santo
Porca - Ponte de Lima
Porqueiras - Sítio da freguesia de Seixo Amarelo, Guarda
Presa dos Mouros - Lagoa
Pulo do Lobo - Mértola (celebrizado pelo Prof. Cavaco Silva, e tornado o símbolo do Portugal profundo)
Punhete - Valongo
Purgatório - Albufeira
Q
Quartos - Vila Verde e Loulé
Quinta de Comichão - Guarda
Quinta do Himalaia - Barreiro
R
Rabo de Peixe - Ilha de São Miguel, Açores
Rabo de Porco - Penela
Rato - Barcelos e Vila Nova de Famalicão
Ratoeira - Vila Nova de Cerveira
Rata - (11 concelhos, pelo menos: Arruda dos Vinhos, Beja, Castelo de Paiva, Espinho, Maia, Melgaço, Montemor-o-Novo, Murça, Santarém, Santiago do Cacém e Tondela)
Rego do Azar - Ponte de Lima
Rio Seco dos Marmelos - Ferreira do Alentejo
S
Senhora do Alívio - Baião
Sítio das Solteiras - Tavira
T´
Terra da Gaja – Lousã
Tomates - Albufeira
Traseiros - Oliveira de Azeméis
V
Vacalouras - Castanheira de Pêra
Vaginha - Vagos
Vale da Rata – Almodôvar
Venda da Gaita - Tomar
Venda da Porca - Estremoz
Venda das Pulgas - Mafra
Venda das Raparigas - Alcobaça
Vale de Mortos - Beja
Venda dos Pretos - Leiria
Vergas - Vagos
Vila Nova do Coito - Santarém
Vilar de Vacas - Antigo nome de Ruivães, concelho de Vieira do Minho
Vinha da Desgraça - Coruche
Violência - Paredes de Coura
1. Estes são alguns nomes de santas terrinhas (e outros lugares menos santos ) que existem em placas toponímicas, por esse Portugal fora. Algumas foram muito provavelmente carbonizadas pelo fogo do inferno (de que Deus nos livre!), o qual, neste verão de má memória, varreu o nosso chão sagrado, de norte a sul e de leste a oeste (...Com tantas blasfémias e tanta gente ímpia, o que é que vocês esperavam ?).
Não faço a mínima ideia de quem foi o conquistador franco, o fundador, o povoador, o bandeirante, o geógrafo, o marinheiro, o corsário, o padre, o santo, o poeta ou o até o eleito (o autarca) que deu o nome à(s) coisa(s)... É certo que o país, a terra, os pais, os irmãos e o nome de baptismo a gente não é livre de escolher... (Mas devia ser, já que se fala tanto, hoje em dia, em direitos de personalidade!).
2. Convenhamos que há sítios mais (im)próprios do que outros para uma pessoa nascer, viver, respirar, amar, trabalhar e morrer....Vocês já imaginaram serem conterrâneos dos habitantes, por exemplo, de Cabrão, Cama Porca, Catraia do Buraco, Colo do Pito, Focinho de Cão, Paitorto, Picha, Punhete, Rego do Azar, Rio Seco dos Marmelos ou Venda da Gaita ? Por mim não vejo mal nenhum nisso, desde que os portugas lá nascidos não se sintam discriminados e sejam felizes... Afinal, são flores (brutas, espontâneas, singelas) destas Terras de Espanha, Areias de Portugal...
Mas um dia destes suspeito que os eurocratas de Bruxelas irão tomar conta de mais este dossiê e normalizar a(s) coisa(s)... Como têm feito com (quase) tudo o resto: a pêra e o pêro, por exemplo, que só podem ir à nossa mesa se forem calibradas pelos aferidores de Bruxelas!.. Por isso é que esses são chamados de... peritos (que são pêros mais pequenos, devidamene calibrados).
Para já, não pode haver nenhum sítio, no espaço único europeu, chamado Mata Porcas, por exemplo, pela simples razão de que matar o porco ou a porca em casa, no quintal, na praia, na rua ou no adro da igreja é um grave atentado à saúde pública e à unidade sócio-cultural do super-Estado de Schengen, para além de um espectáculo bárbaro que pode até agudizar a má-consciência dos carniceiros europeus... E depois vamos lá ver: há nomes que são perigosos, podendo ter (i) conotações pedófilas como Catraia do Buraco; ou (ii) erótico-satíricas, para não dizer mesmo pornográficas, como Senhora do Alívio, susceptíveis de ferir a sensibilidade dos crentes ou provocar a ira dos ateus...
Quanto ao Cu de Judas, garanto-vos que não foi um invenção do (do-nosso-próximo-Prémio-Nobel-da-Literatura-que-já-não-há-de-chegar-a-ser) António Lobo Antunes (e é pena, por que o gajo é um génio!).
Pois bem, o Cu de Judas existe mesmo e fica algures no meio do Atlântico... Provavelmente o sítio terá sido descoberto pelos homens da Nau Catrineta quando, sofrendo de miragens, já viam Terras-de-Espanha-Areias-de-Portugal por um canudo (Coitados naquele tempo não havia escolaridade obrigatória, nem se aprendia geografia pelos livros, nem muito menos havia internet!...).
3. Depois deste paleio todo, aqui vai a lista (necessariamente incompleta, logo aberta...) com os nomes das ditas santas terrinhas e dos outros lugares menos santos, seguidos do respectivo concelho (ou ilha). Este é o Portugal sacro-profano (como diria o saudoso poeta Ruy Belo), que também nos coube em herança.
A lista destina-se àquela camada mais adiposa dos portugas que viajam muito por países exóticos e não têm tempo para conhecer a santa terrinha que Deus lhes deu e o Dom Afonso Henriques e seus façanhudos descendentes conquistaram aos marafados dos berberes...
Se vocês se (a)lembrarem de mais alguns nomes, registem e acrescentem, que não pagam nada. Trata-se de um trabalho colectivo, de muitas e desvairadas (ciber)gentes. Provavelmente esta é a última oportunidade que ainda têm de conhecer o Portugal profundo em vias de extinção.
De futuro, e a acreditar nas projecções demográficas do INE (leia-se: Instituto Nacional de Estatística) ninguém mais nascerá no Chiqueiro, no Cemitério ou na Venda da Porca, mas sim na Maternidade Alfredo da Costa, na Júlio Dinis e sobretudo nos novos Hospitais SA do Portugal do Século XXI).
A
Agua Derramada - Grândola
Aliviada - Marco de Canaveses
Amor - Leiria
Angústias - Paredes de Coura
Às dez - Angra do Heroísmo
B
Bagaceira – Calheta
Bairro do Fim do Mundo - Cascais
Baixa da Banheira - Antigo Lugar da Banheira (Séc. XV), Moita
Bêbeda - Sines
Bexiga - Tomar
Bicha - Gondomar
Bicho - Santo Tirso
C
Cabeçudos - Marvão
Cabrão - Ponte de Lima
Cabrões - Santo Tirso
Cama Porca - Alhandra
Campa do Preto – Maia
Casal da Gaita - Lourinhã
Casal de Água de Todo o Ano - Abrantes
Catraia do Buraco - Belmonte
Cemitério - Paços de Ferreira
Chiqueiro – Lousã
Coina – Barreiro
Coito - (Vários concelhos)
Colo do Pito - Castro Daire
Cova da Moura - Amadaora
Coxo - Vila da Praia da Vitória, Oliveira de Azeméis e Felgueiras
Crucifixo – Tramagal
Cu de Judas – Ilha de São Miguel, Açores
D
Deixa-o-Resto – Santiago do Cacém
Deserto - Alcoutim, Coruche e Estremoz
E
Endiabrada - Aljezur e Odemira
Esgaravatadouro - Monchique
F/G/H
Focinho de Cão - Aljustrel
Garanhão - Ponte da Barca
Hospícios - Azeitão
I/J
Imaginário - Caldas da Rainha
Jerusalém do Romeu - Mirandela
M/N/O
Mal Lavado - Odemira
Máquina - Cabeceiras de Basto
Mata Cães – Torres Vedras
Mata Mouros - Vila do Bispo
Mata Porcas - Lagos e Monchique
Monte dos Tesos - Avis
Namorados - Castro Verde e Mértola
Orelhudo - Coimbra
P
Paimogo - Lourinhã
Paitorto - Mirandela
Paixão - Celorico de Basto e Vieira do Minho
Paraíso - (Vários)
Passado - Vila Verde
Pedaço Mau - Vila Nova de Ourém
Pés Escaldados - Arganil
Picha - Pedrógão Grande
Pirescoxe - Santa Iria da Azóia, Loures (a terra em que viu nascer gente operária e militantes comunistas como o Jerónimo de Sousa)
Pitões das Júnias - Montalegre
Pobreza – Caminha
Poço de Boliqueime – Loulé
Poço dos Mouros - Lisboa
Ponta - Lajes das Flores e Porto Santo
Porca - Ponte de Lima
Porqueiras - Sítio da freguesia de Seixo Amarelo, Guarda
Presa dos Mouros - Lagoa
Pulo do Lobo - Mértola (celebrizado pelo Prof. Cavaco Silva, e tornado o símbolo do Portugal profundo)
Punhete - Valongo
Purgatório - Albufeira
Q
Quartos - Vila Verde e Loulé
Quinta de Comichão - Guarda
Quinta do Himalaia - Barreiro
R
Rabo de Peixe - Ilha de São Miguel, Açores
Rabo de Porco - Penela
Rato - Barcelos e Vila Nova de Famalicão
Ratoeira - Vila Nova de Cerveira
Rata - (11 concelhos, pelo menos: Arruda dos Vinhos, Beja, Castelo de Paiva, Espinho, Maia, Melgaço, Montemor-o-Novo, Murça, Santarém, Santiago do Cacém e Tondela)
Rego do Azar - Ponte de Lima
Rio Seco dos Marmelos - Ferreira do Alentejo
S
Senhora do Alívio - Baião
Sítio das Solteiras - Tavira
T´
Terra da Gaja – Lousã
Tomates - Albufeira
Traseiros - Oliveira de Azeméis
V
Vacalouras - Castanheira de Pêra
Vaginha - Vagos
Vale da Rata – Almodôvar
Venda da Gaita - Tomar
Venda da Porca - Estremoz
Venda das Pulgas - Mafra
Venda das Raparigas - Alcobaça
Vale de Mortos - Beja
Venda dos Pretos - Leiria
Vergas - Vagos
Vila Nova do Coito - Santarém
Vilar de Vacas - Antigo nome de Ruivães, concelho de Vieira do Minho
Vinha da Desgraça - Coruche
Violência - Paredes de Coura
Portugal sacro-profano - I: Do Colo do Pito à Catraia do Buraco
Terras de Espanha, areias de Portugal...
1. Estes são alguns nomes de santas terrinhas (e outros lugares menos santos ) que existem em placas toponímicas, por esse Portugal fora. Algumas foram muito provavelmente carbonizadas pelo fogo do inferno (de que Deus nos livre!), o qual, neste verão de má memória, varreu o nosso chão sagrado, de norte a sul e de leste a oeste (...Com tantas blasfémias e tanta gente ímpia, o que é que vocês esperavam ?).
Não faço a mínima ideia de quem foi o conquistador franco, o fundador, o povoador, o bandeirante, o geógrafo, o marinheiro, o corsário, o padre, o santo, o poeta ou o até o eleito (o autarca) que deu o nome à(s) coisa(s)... É certo que o país, a terra, os pais, os irmãos e o nome de baptismo a gente não é livre de escolher... (Mas devia ser, já que se fala tanto, hoje em dia, em direitos de personalidade!).
2. Convenhamos que há sítios mais (im)próprios do que outros para uma pessoa nascer, viver, respirar, amar, trabalhar e morrer....Vocês já imaginaram serem conterrâneos dos habitantes, por exemplo, de Cabrão, Cama Porca, Catraia do Buraco, Colo do Pito, Focinho de Cão, Paitorto, Picha, Punhete, Rego do Azar, Rio Seco dos Marmelos ou Venda da Gaita ? Por mim não vejo mal nenhum nisso, desde que os portugas lá nascidos não se sintam discriminados e sejam felizes... Afinal, são flores (brutas, espontâneas, singelas) destas Terras de Espanha, Areias de Portugal...
Mas um dia destes suspeito que os eurocratas de Bruxelas irão tomar conta de mais este dossiê e normalizar a(s) coisa(s)... Como têm feito com (quase) tudo o resto: a pêra e o pêro, por exemplo, que só podem ir à nossa mesa se forem calibradas pelos aferidores de Bruxelas!.. Por isso é que esses são chamados de... peritos (que são pêros mais pequenos, devidamene calibrados).
Para já, não pode haver nenhum sítio, no espaço único europeu, chamado Mata Porcas, por exemplo, pela simples razão de que matar o porco ou a porca em casa, no quintal, na praia, na rua ou no adro da igreja é um grave atentado à saúde pública e à unidade sócio-cultural do super-Estado de Schengen, para além de um espectáculo bárbaro que pode até agudizar a má-consciência dos carniceiros europeus... E depois vamos lá ver: há nomes que são perigosos, podendo ter (i) conotações pedófilas como Catraia do Buraco; ou (ii) erótico-satíricas, para não dizer mesmo pornográficas, como Senhora do Alívio, susceptíveis de ferir a sensibilidade dos crentes ou provocar a ira dos ateus...
Quanto ao Cu de Judas, garanto-vos que não foi um invenção do (do-nosso-próximo-Prémio-Nobel-da-Literatura-que-já-não-há-de-chegar-a-ser) António Lobo Antunes (e é pena, por que o gajo é um génio!).
Pois bem, o Cu de Judas existe mesmo e fica algures no meio do Atlântico... Provavelmente o sítio terá sido descoberto pelos homens da Nau Catrineta quando, sofrendo de miragens, já viam Terras-de-Espanha-Areias-de-Portugal por um canudo (Coitados naquele tempo não havia escolaridade obrigatória, nem se aprendia geografia pelos livros, nem muito menos havia internet!...).
3. Depois deste paleio todo, aqui vai a lista (necessariamente incompleta, logo aberta...) com os nomes das ditas santas terrinhas e dos outros lugares menos santos, seguidos do respectivo concelho (ou ilha). Este é o Portugal sacro-profano (como diria o saudoso poeta Ruy Belo), que também nos coube em herança.
A lista destina-se àquela camada mais adiposa dos portugas que viajam muito por países exóticos e não têm tempo para conhecer a santa terrinha que Deus lhes deu e o Dom Afonso Henriques e seus façanhudos descendentes conquistaram aos marafados dos berberes...
Se vocês se (a)lembrarem de mais alguns nomes, registem e acrescentem, que não pagam nada. Trata-se de um trabalho colectivo, de muitas e desvairadas (ciber)gentes. Provavelmente esta é a última oportunidade que ainda têm de conhecer o Portugal profundo em vias de extinção.
De futuro, e a acreditar nas projecções demográficas do INE (leia-se: Instituto Nacional de Estatística) ninguém mais nascerá no Chiqueiro, no Cemitério ou na Venda da Porca, mas sim na Maternidade Alfredo da Costa, na Júlio Dinis e sobretudo nos novos Hospitais SA do Portugal do Século XXI).
A
Agua Derramada - Grândola
Aliviada - Marco de Canaveses
Amor - Leiria
Angústias - Paredes de Coura
Às dez - Angra do Heroísmo
B
Bagaceira – Calheta
Bairro do Fim do Mundo - Cascais
Baixa da Banheira - Antigo Lugar da Banheira (Séc. XV), Moita
Bêbeda - Sines
Bexiga - Tomar
Bicha - Gondomar
Bicho - Santo Tirso
C
Cabeçudos - Marvão
Cabrão - Ponte de Lima
Cabrões - Santo Tirso
Cama Porca - Alhandra
Campa do Preto – Maia
Casal da Gaita - Lourinhã
Casal de Água de Todo o Ano - Abrantes
Catraia do Buraco - Belmonte
Cemitério - Paços de Ferreira
Chiqueiro – Lousã
Coina – Barreiro
Coito - (Vários concelhos)
Colo do Pito - Castro Daire
Cova da Moura - Amadaora
Coxo - Vila da Praia da Vitória, Oliveira de Azeméis e Felgueiras
Crucifixo – Tramagal
Cu de Judas – Ilha de São Miguel, Açores
D
Deixa-o-Resto – Santiago do Cacém
Deserto - Alcoutim, Coruche e Estremoz
E
Endiabrada - Aljezur e Odemira
Esgaravatadouro - Monchique
F/G/H
Focinho de Cão - Aljustrel
Garanhão - Ponte da Barca
Hospícios - Azeitão
I/J
Imaginário - Caldas da Rainha
Jerusalém do Romeu - Mirandela
M/N/O
Mal Lavado - Odemira
Máquina - Cabeceiras de Basto
Mata Cães – Torres Vedras
Mata Mouros - Vila do Bispo
Mata Porcas - Lagos e Monchique
Monte dos Tesos - Avis
Namorados - Castro Verde e Mértola
Orelhudo - Coimbra
P
Paimogo - Lourinhã
Paitorto - Mirandela
Paixão - Celorico de Basto e Vieira do Minho
Paraíso - (Vários)
Passado - Vila Verde
Pedaço Mau - Vila Nova de Ourém
Pés Escaldados - Arganil
Picha - Pedrógão Grande
Pirescoxe - Santa Iria da Azóia, Loures (a terra em que viu nascer gente operária e militantes comunistas como o Jerónimo de Sousa)
Pitões das Júnias - Montalegre
Pobreza – Caminha
Poço de Boliqueime – Loulé
Poço dos Mouros - Lisboa
Ponta - Lajes das Flores e Porto Santo
Porca - Ponte de Lima
Porqueiras - Sítio da freguesia de Seixo Amarelo, Guarda
Presa dos Mouros - Lagoa
Pulo do Lobo - Mértola (celebrizado pelo Prof. Cavaco Silva, e tornado o símbolo do Portugal profundo)
Punhete - Valongo
Purgatório - Albufeira
Q
Quartos - Vila Verde e Loulé
Quinta de Comichão - Guarda
Quinta do Himalaia - Barreiro
R
Rabo de Peixe - Ilha de São Miguel, Açores
Rabo de Porco - Penela
Rato - Barcelos e Vila Nova de Famalicão
Ratoeira - Vila Nova de Cerveira
Rata - (11 concelhos, pelo menos: Arruda dos Vinhos, Beja, Castelo de Paiva, Espinho, Maia, Melgaço, Montemor-o-Novo, Murça, Santarém, Santiago do Cacém e Tondela)
Rego do Azar - Ponte de Lima
Rio Seco dos Marmelos - Ferreira do Alentejo
S
Senhora do Alívio - Baião
Sítio das Solteiras - Tavira
T´
Terra da Gaja – Lousã
Tomates - Albufeira
Traseiros - Oliveira de Azeméis
V
Vacalouras - Castanheira de Pêra
Vaginha - Vagos
Vale da Rata – Almodôvar
Venda da Gaita - Tomar
Venda da Porca - Estremoz
Venda das Pulgas - Mafra
Venda das Raparigas - Alcobaça
Vale de Mortos - Beja
Venda dos Pretos - Leiria
Vergas - Vagos
Vila Nova do Coito - Santarém
Vilar de Vacas - Antigo nome de Ruivães, concelho de Vieira do Minho
Vinha da Desgraça - Coruche
Violência - Paredes de Coura
1. Estes são alguns nomes de santas terrinhas (e outros lugares menos santos ) que existem em placas toponímicas, por esse Portugal fora. Algumas foram muito provavelmente carbonizadas pelo fogo do inferno (de que Deus nos livre!), o qual, neste verão de má memória, varreu o nosso chão sagrado, de norte a sul e de leste a oeste (...Com tantas blasfémias e tanta gente ímpia, o que é que vocês esperavam ?).
Não faço a mínima ideia de quem foi o conquistador franco, o fundador, o povoador, o bandeirante, o geógrafo, o marinheiro, o corsário, o padre, o santo, o poeta ou o até o eleito (o autarca) que deu o nome à(s) coisa(s)... É certo que o país, a terra, os pais, os irmãos e o nome de baptismo a gente não é livre de escolher... (Mas devia ser, já que se fala tanto, hoje em dia, em direitos de personalidade!).
2. Convenhamos que há sítios mais (im)próprios do que outros para uma pessoa nascer, viver, respirar, amar, trabalhar e morrer....Vocês já imaginaram serem conterrâneos dos habitantes, por exemplo, de Cabrão, Cama Porca, Catraia do Buraco, Colo do Pito, Focinho de Cão, Paitorto, Picha, Punhete, Rego do Azar, Rio Seco dos Marmelos ou Venda da Gaita ? Por mim não vejo mal nenhum nisso, desde que os portugas lá nascidos não se sintam discriminados e sejam felizes... Afinal, são flores (brutas, espontâneas, singelas) destas Terras de Espanha, Areias de Portugal...
Mas um dia destes suspeito que os eurocratas de Bruxelas irão tomar conta de mais este dossiê e normalizar a(s) coisa(s)... Como têm feito com (quase) tudo o resto: a pêra e o pêro, por exemplo, que só podem ir à nossa mesa se forem calibradas pelos aferidores de Bruxelas!.. Por isso é que esses são chamados de... peritos (que são pêros mais pequenos, devidamene calibrados).
Para já, não pode haver nenhum sítio, no espaço único europeu, chamado Mata Porcas, por exemplo, pela simples razão de que matar o porco ou a porca em casa, no quintal, na praia, na rua ou no adro da igreja é um grave atentado à saúde pública e à unidade sócio-cultural do super-Estado de Schengen, para além de um espectáculo bárbaro que pode até agudizar a má-consciência dos carniceiros europeus... E depois vamos lá ver: há nomes que são perigosos, podendo ter (i) conotações pedófilas como Catraia do Buraco; ou (ii) erótico-satíricas, para não dizer mesmo pornográficas, como Senhora do Alívio, susceptíveis de ferir a sensibilidade dos crentes ou provocar a ira dos ateus...
Quanto ao Cu de Judas, garanto-vos que não foi um invenção do (do-nosso-próximo-Prémio-Nobel-da-Literatura-que-já-não-há-de-chegar-a-ser) António Lobo Antunes (e é pena, por que o gajo é um génio!).
Pois bem, o Cu de Judas existe mesmo e fica algures no meio do Atlântico... Provavelmente o sítio terá sido descoberto pelos homens da Nau Catrineta quando, sofrendo de miragens, já viam Terras-de-Espanha-Areias-de-Portugal por um canudo (Coitados naquele tempo não havia escolaridade obrigatória, nem se aprendia geografia pelos livros, nem muito menos havia internet!...).
3. Depois deste paleio todo, aqui vai a lista (necessariamente incompleta, logo aberta...) com os nomes das ditas santas terrinhas e dos outros lugares menos santos, seguidos do respectivo concelho (ou ilha). Este é o Portugal sacro-profano (como diria o saudoso poeta Ruy Belo), que também nos coube em herança.
A lista destina-se àquela camada mais adiposa dos portugas que viajam muito por países exóticos e não têm tempo para conhecer a santa terrinha que Deus lhes deu e o Dom Afonso Henriques e seus façanhudos descendentes conquistaram aos marafados dos berberes...
Se vocês se (a)lembrarem de mais alguns nomes, registem e acrescentem, que não pagam nada. Trata-se de um trabalho colectivo, de muitas e desvairadas (ciber)gentes. Provavelmente esta é a última oportunidade que ainda têm de conhecer o Portugal profundo em vias de extinção.
De futuro, e a acreditar nas projecções demográficas do INE (leia-se: Instituto Nacional de Estatística) ninguém mais nascerá no Chiqueiro, no Cemitério ou na Venda da Porca, mas sim na Maternidade Alfredo da Costa, na Júlio Dinis e sobretudo nos novos Hospitais SA do Portugal do Século XXI).
A
Agua Derramada - Grândola
Aliviada - Marco de Canaveses
Amor - Leiria
Angústias - Paredes de Coura
Às dez - Angra do Heroísmo
B
Bagaceira – Calheta
Bairro do Fim do Mundo - Cascais
Baixa da Banheira - Antigo Lugar da Banheira (Séc. XV), Moita
Bêbeda - Sines
Bexiga - Tomar
Bicha - Gondomar
Bicho - Santo Tirso
C
Cabeçudos - Marvão
Cabrão - Ponte de Lima
Cabrões - Santo Tirso
Cama Porca - Alhandra
Campa do Preto – Maia
Casal da Gaita - Lourinhã
Casal de Água de Todo o Ano - Abrantes
Catraia do Buraco - Belmonte
Cemitério - Paços de Ferreira
Chiqueiro – Lousã
Coina – Barreiro
Coito - (Vários concelhos)
Colo do Pito - Castro Daire
Cova da Moura - Amadaora
Coxo - Vila da Praia da Vitória, Oliveira de Azeméis e Felgueiras
Crucifixo – Tramagal
Cu de Judas – Ilha de São Miguel, Açores
D
Deixa-o-Resto – Santiago do Cacém
Deserto - Alcoutim, Coruche e Estremoz
E
Endiabrada - Aljezur e Odemira
Esgaravatadouro - Monchique
F/G/H
Focinho de Cão - Aljustrel
Garanhão - Ponte da Barca
Hospícios - Azeitão
I/J
Imaginário - Caldas da Rainha
Jerusalém do Romeu - Mirandela
M/N/O
Mal Lavado - Odemira
Máquina - Cabeceiras de Basto
Mata Cães – Torres Vedras
Mata Mouros - Vila do Bispo
Mata Porcas - Lagos e Monchique
Monte dos Tesos - Avis
Namorados - Castro Verde e Mértola
Orelhudo - Coimbra
P
Paimogo - Lourinhã
Paitorto - Mirandela
Paixão - Celorico de Basto e Vieira do Minho
Paraíso - (Vários)
Passado - Vila Verde
Pedaço Mau - Vila Nova de Ourém
Pés Escaldados - Arganil
Picha - Pedrógão Grande
Pirescoxe - Santa Iria da Azóia, Loures (a terra em que viu nascer gente operária e militantes comunistas como o Jerónimo de Sousa)
Pitões das Júnias - Montalegre
Pobreza – Caminha
Poço de Boliqueime – Loulé
Poço dos Mouros - Lisboa
Ponta - Lajes das Flores e Porto Santo
Porca - Ponte de Lima
Porqueiras - Sítio da freguesia de Seixo Amarelo, Guarda
Presa dos Mouros - Lagoa
Pulo do Lobo - Mértola (celebrizado pelo Prof. Cavaco Silva, e tornado o símbolo do Portugal profundo)
Punhete - Valongo
Purgatório - Albufeira
Q
Quartos - Vila Verde e Loulé
Quinta de Comichão - Guarda
Quinta do Himalaia - Barreiro
R
Rabo de Peixe - Ilha de São Miguel, Açores
Rabo de Porco - Penela
Rato - Barcelos e Vila Nova de Famalicão
Ratoeira - Vila Nova de Cerveira
Rata - (11 concelhos, pelo menos: Arruda dos Vinhos, Beja, Castelo de Paiva, Espinho, Maia, Melgaço, Montemor-o-Novo, Murça, Santarém, Santiago do Cacém e Tondela)
Rego do Azar - Ponte de Lima
Rio Seco dos Marmelos - Ferreira do Alentejo
S
Senhora do Alívio - Baião
Sítio das Solteiras - Tavira
T´
Terra da Gaja – Lousã
Tomates - Albufeira
Traseiros - Oliveira de Azeméis
V
Vacalouras - Castanheira de Pêra
Vaginha - Vagos
Vale da Rata – Almodôvar
Venda da Gaita - Tomar
Venda da Porca - Estremoz
Venda das Pulgas - Mafra
Venda das Raparigas - Alcobaça
Vale de Mortos - Beja
Venda dos Pretos - Leiria
Vergas - Vagos
Vila Nova do Coito - Santarém
Vilar de Vacas - Antigo nome de Ruivães, concelho de Vieira do Minho
Vinha da Desgraça - Coruche
Violência - Paredes de Coura
Portugal Sacro-Profano - II : Portugal in su situ)
O Portugal no Seu Melhor podia ser um altamente pedagógico programa do ciberespaço, programa de educação cívica, estética, ambiental, linguística.... Tem os seus cultores, mas não faz o meu género: é masoquista, deprimente, alarve, inocente e inofensivo, fica-se muito pela caricatura do boçal Zé Povinho, o eterno bombo da festa!...
Em boa verdade falta-nos (infelizmente, direi eu) o Bordalo Pinheiro do Séc. XXI para zurzir o outro Portugal, não menos pimba e info-analfabeto, que julga que já apanhou a auto-estrada do futuro só porque tem o último telélé da Nokia, navega na Net em ADSL, fala inglês, anda em colégios finos e pisa as passarelles da moda... De qualquer modo a caricatura da nossa fina flor do entulho pode entrever-se nas revistas cor de rosa, na chamada imprensa social, em muitas das caras conhecidas do nosso meio artístico, televisivo, desportivo, empresarial, académico, político e por aí fora...
Aí a gente vê-se (revê-se) nos benditos filhos e filhas que o País (macho) e a Nação (fêmea) deram ao Mundo... Todos filhos e filhas (ou netos e netas) do coitado do Zé Povinho... Só que eles e elas já não o (re)conhecem: está velho, sofre de Alzheimer, tem escaras e foi abandonado no lar da Misericórdia (...em vias de se transformar em Hopitel, S.A).
Depois que se perderam pelas sete partidas do mundo, os tugas continuam à procura de Portugal in su situ... Os Portas e quejandos proclamam que nunca perderam a portugalidade. Nunca percebi o que quer dizer o palavrão: imagino que seja a maneira muito própria, vertical, de se ser português...in su situ!
Em boa verdade falta-nos (infelizmente, direi eu) o Bordalo Pinheiro do Séc. XXI para zurzir o outro Portugal, não menos pimba e info-analfabeto, que julga que já apanhou a auto-estrada do futuro só porque tem o último telélé da Nokia, navega na Net em ADSL, fala inglês, anda em colégios finos e pisa as passarelles da moda... De qualquer modo a caricatura da nossa fina flor do entulho pode entrever-se nas revistas cor de rosa, na chamada imprensa social, em muitas das caras conhecidas do nosso meio artístico, televisivo, desportivo, empresarial, académico, político e por aí fora...
Aí a gente vê-se (revê-se) nos benditos filhos e filhas que o País (macho) e a Nação (fêmea) deram ao Mundo... Todos filhos e filhas (ou netos e netas) do coitado do Zé Povinho... Só que eles e elas já não o (re)conhecem: está velho, sofre de Alzheimer, tem escaras e foi abandonado no lar da Misericórdia (...em vias de se transformar em Hopitel, S.A).
Depois que se perderam pelas sete partidas do mundo, os tugas continuam à procura de Portugal in su situ... Os Portas e quejandos proclamam que nunca perderam a portugalidade. Nunca percebi o que quer dizer o palavrão: imagino que seja a maneira muito própria, vertical, de se ser português...in su situ!
Portugal Sacro-Profano - II : Portugal in su situ)
O Portugal no Seu Melhor podia ser um altamente pedagógico programa do ciberespaço, programa de educação cívica, estética, ambiental, linguística.... Tem os seus cultores, mas não faz o meu género: é masoquista, deprimente, alarve, inocente e inofensivo, fica-se muito pela caricatura do boçal Zé Povinho, o eterno bombo da festa!...
Em boa verdade falta-nos (infelizmente, direi eu) o Bordalo Pinheiro do Séc. XXI para zurzir o outro Portugal, não menos pimba e info-analfabeto, que julga que já apanhou a auto-estrada do futuro só porque tem o último telélé da Nokia, navega na Net em ADSL, fala inglês, anda em colégios finos e pisa as passarelles da moda... De qualquer modo a caricatura da nossa fina flor do entulho pode entrever-se nas revistas cor de rosa, na chamada imprensa social, em muitas das caras conhecidas do nosso meio artístico, televisivo, desportivo, empresarial, académico, político e por aí fora...
Aí a gente vê-se (revê-se) nos benditos filhos e filhas que o País (macho) e a Nação (fêmea) deram ao Mundo... Todos filhos e filhas (ou netos e netas) do coitado do Zé Povinho... Só que eles e elas já não o (re)conhecem: está velho, sofre de Alzheimer, tem escaras e foi abandonado no lar da Misericórdia (...em vias de se transformar em Hopitel, S.A).
Depois que se perderam pelas sete partidas do mundo, os tugas continuam à procura de Portugal in su situ... Os Portas e quejandos proclamam que nunca perderam a portugalidade. Nunca percebi o que quer dizer o palavrão: imagino que seja a maneira muito própria, vertical, de se ser português...in su situ!
Em boa verdade falta-nos (infelizmente, direi eu) o Bordalo Pinheiro do Séc. XXI para zurzir o outro Portugal, não menos pimba e info-analfabeto, que julga que já apanhou a auto-estrada do futuro só porque tem o último telélé da Nokia, navega na Net em ADSL, fala inglês, anda em colégios finos e pisa as passarelles da moda... De qualquer modo a caricatura da nossa fina flor do entulho pode entrever-se nas revistas cor de rosa, na chamada imprensa social, em muitas das caras conhecidas do nosso meio artístico, televisivo, desportivo, empresarial, académico, político e por aí fora...
Aí a gente vê-se (revê-se) nos benditos filhos e filhas que o País (macho) e a Nação (fêmea) deram ao Mundo... Todos filhos e filhas (ou netos e netas) do coitado do Zé Povinho... Só que eles e elas já não o (re)conhecem: está velho, sofre de Alzheimer, tem escaras e foi abandonado no lar da Misericórdia (...em vias de se transformar em Hopitel, S.A).
Depois que se perderam pelas sete partidas do mundo, os tugas continuam à procura de Portugal in su situ... Os Portas e quejandos proclamam que nunca perderam a portugalidade. Nunca percebi o que quer dizer o palavrão: imagino que seja a maneira muito própria, vertical, de se ser português...in su situ!
10 outubro 2003
A qualidade... é mesmo para se levar a sério e à letra
Após um determinado número de voos da Qantas Airways, os pilotos preenchem um formulário, o qual indica aos mecânicos (que entre os portugas têm o nome, mais nobre, de TMA - Técnicos de Manutenção Aeronáutica...) os problemas sentidos no avião durante os voos e que requerem reparação ou correcção.
Este formulário consiste numa simples folha de papel no qual o piloto preenche a parte de cima, descrevendo o problema, e que é depois lido pelos mecânicos (ou TMA). Estes indicam, escrevendo na segunda metade da folha, qual o tipo de reparação efectuada, para que no próximo voo daquele avião o piloto possa rever o formulário antes de levantar voo.
Vocês imaginam as vantagens de um sistema destes, em Portugal, aplicado no âmbito da Sistema de Gestão da Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, por exemplo ? Ou na área da Gestão da Qualidade, da Protecção do Ambiente, da Melhoria das Condições de Trabalho, da Satisfação do Cliente e do Serviço Pós-Venda ? Na Austrália (e a Qantas Airways pretende representar "the sipirit of Australia") a qualidade é mesmo para se levar a sério e à letra...
Pois bem, não se poderá dizer que os engenheiros e equipas de manutenção aeronáutica da Austrália tenham falta de sentido de humor. Aqui vão algumas das queixas efectuadas e as respectivas respostas.
Siglas (só há duas):
P= Problema indicado pelo piloto
S =Solução sugerida e/ou acção conduzida pelo mecânico.
Convém dizer que a Qantas é a única grande companhia de aviação (não sei se do mundo ou só da região...) que nunca sofreu um acidente grave (passe a publicidade).
P: O pneu principal interior está quase a precisar de substituição.
S: Efectuada a quase substituição do pneu principal anterior.
P: Teste de voo O.K., excepto a auto-aterragem que foi bastante dura.
S: A auto-aterragem não está instalada neste aparelho.
P: Está qualquer coisa solta no cockpit.
S: Foi apertada qualquer coisa no cockpit.
P: Insectos mortos no pára-brisas.
S : Insectos vivos encomendados.
P: O piloto-automático no modo de manutenção de altitude executa uma descida de 200 pés por minuto.
S: Não é possível reproduzir o problema em terra.
P: Sinais de fugas no trem de aterragem direito.
S: Sinais eliminados.
P: O nível de volume do DME (sabes o que é ? eu também não!) está incrivelmente elevado.
S: O volume do DME foi colocado num nível mais credível.
P: As trancas de fricção fazem com que as alavancas fiquem perras.
S: É para isso que elas estão lá.
P: O IFF não funciona (essa sigla não não vem no livro de bordo).
S: O IFF nunca funciona em modo OFF.
P: Suspeita de fenda no pára-brisas.
S: Suspeito que tem razão.
P: Motor número 3 desaparecido.
S: Motor encontrado na asa direita após breve busca.
P: O aparelho comporta-se de modo estranho.
S: Aparelho avisado para se por direito, voar correctamente e deixar-se de graças.
P: O sinal do radar faz zumbidos.
S: Sinal do radar reprogramado para fazer música.
P: Rato no cockpit.
S: Gato instalado.
Este formulário consiste numa simples folha de papel no qual o piloto preenche a parte de cima, descrevendo o problema, e que é depois lido pelos mecânicos (ou TMA). Estes indicam, escrevendo na segunda metade da folha, qual o tipo de reparação efectuada, para que no próximo voo daquele avião o piloto possa rever o formulário antes de levantar voo.
Vocês imaginam as vantagens de um sistema destes, em Portugal, aplicado no âmbito da Sistema de Gestão da Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, por exemplo ? Ou na área da Gestão da Qualidade, da Protecção do Ambiente, da Melhoria das Condições de Trabalho, da Satisfação do Cliente e do Serviço Pós-Venda ? Na Austrália (e a Qantas Airways pretende representar "the sipirit of Australia") a qualidade é mesmo para se levar a sério e à letra...
Pois bem, não se poderá dizer que os engenheiros e equipas de manutenção aeronáutica da Austrália tenham falta de sentido de humor. Aqui vão algumas das queixas efectuadas e as respectivas respostas.
Siglas (só há duas):
P= Problema indicado pelo piloto
S =Solução sugerida e/ou acção conduzida pelo mecânico.
Convém dizer que a Qantas é a única grande companhia de aviação (não sei se do mundo ou só da região...) que nunca sofreu um acidente grave (passe a publicidade).
P: O pneu principal interior está quase a precisar de substituição.
S: Efectuada a quase substituição do pneu principal anterior.
P: Teste de voo O.K., excepto a auto-aterragem que foi bastante dura.
S: A auto-aterragem não está instalada neste aparelho.
P: Está qualquer coisa solta no cockpit.
S: Foi apertada qualquer coisa no cockpit.
P: Insectos mortos no pára-brisas.
S : Insectos vivos encomendados.
P: O piloto-automático no modo de manutenção de altitude executa uma descida de 200 pés por minuto.
S: Não é possível reproduzir o problema em terra.
P: Sinais de fugas no trem de aterragem direito.
S: Sinais eliminados.
P: O nível de volume do DME (sabes o que é ? eu também não!) está incrivelmente elevado.
S: O volume do DME foi colocado num nível mais credível.
P: As trancas de fricção fazem com que as alavancas fiquem perras.
S: É para isso que elas estão lá.
P: O IFF não funciona (essa sigla não não vem no livro de bordo).
S: O IFF nunca funciona em modo OFF.
P: Suspeita de fenda no pára-brisas.
S: Suspeito que tem razão.
P: Motor número 3 desaparecido.
S: Motor encontrado na asa direita após breve busca.
P: O aparelho comporta-se de modo estranho.
S: Aparelho avisado para se por direito, voar correctamente e deixar-se de graças.
P: O sinal do radar faz zumbidos.
S: Sinal do radar reprogramado para fazer música.
P: Rato no cockpit.
S: Gato instalado.
A qualidade... é mesmo para se levar a sério e à letra
Após um determinado número de voos da Qantas Airways, os pilotos preenchem um formulário, o qual indica aos mecânicos (que entre os portugas têm o nome, mais nobre, de TMA - Técnicos de Manutenção Aeronáutica...) os problemas sentidos no avião durante os voos e que requerem reparação ou correcção.
Este formulário consiste numa simples folha de papel no qual o piloto preenche a parte de cima, descrevendo o problema, e que é depois lido pelos mecânicos (ou TMA). Estes indicam, escrevendo na segunda metade da folha, qual o tipo de reparação efectuada, para que no próximo voo daquele avião o piloto possa rever o formulário antes de levantar voo.
Vocês imaginam as vantagens de um sistema destes, em Portugal, aplicado no âmbito da Sistema de Gestão da Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, por exemplo ? Ou na área da Gestão da Qualidade, da Protecção do Ambiente, da Melhoria das Condições de Trabalho, da Satisfação do Cliente e do Serviço Pós-Venda ? Na Austrália (e a Qantas Airways pretende representar "the sipirit of Australia") a qualidade é mesmo para se levar a sério e à letra...
Pois bem, não se poderá dizer que os engenheiros e equipas de manutenção aeronáutica da Austrália tenham falta de sentido de humor. Aqui vão algumas das queixas efectuadas e as respectivas respostas.
Siglas (só há duas):
P= Problema indicado pelo piloto
S =Solução sugerida e/ou acção conduzida pelo mecânico.
Convém dizer que a Qantas é a única grande companhia de aviação (não sei se do mundo ou só da região...) que nunca sofreu um acidente grave (passe a publicidade).
P: O pneu principal interior está quase a precisar de substituição.
S: Efectuada a quase substituição do pneu principal anterior.
P: Teste de voo O.K., excepto a auto-aterragem que foi bastante dura.
S: A auto-aterragem não está instalada neste aparelho.
P: Está qualquer coisa solta no cockpit.
S: Foi apertada qualquer coisa no cockpit.
P: Insectos mortos no pára-brisas.
S : Insectos vivos encomendados.
P: O piloto-automático no modo de manutenção de altitude executa uma descida de 200 pés por minuto.
S: Não é possível reproduzir o problema em terra.
P: Sinais de fugas no trem de aterragem direito.
S: Sinais eliminados.
P: O nível de volume do DME (sabes o que é ? eu também não!) está incrivelmente elevado.
S: O volume do DME foi colocado num nível mais credível.
P: As trancas de fricção fazem com que as alavancas fiquem perras.
S: É para isso que elas estão lá.
P: O IFF não funciona (essa sigla não não vem no livro de bordo).
S: O IFF nunca funciona em modo OFF.
P: Suspeita de fenda no pára-brisas.
S: Suspeito que tem razão.
P: Motor número 3 desaparecido.
S: Motor encontrado na asa direita após breve busca.
P: O aparelho comporta-se de modo estranho.
S: Aparelho avisado para se por direito, voar correctamente e deixar-se de graças.
P: O sinal do radar faz zumbidos.
S: Sinal do radar reprogramado para fazer música.
P: Rato no cockpit.
S: Gato instalado.
Este formulário consiste numa simples folha de papel no qual o piloto preenche a parte de cima, descrevendo o problema, e que é depois lido pelos mecânicos (ou TMA). Estes indicam, escrevendo na segunda metade da folha, qual o tipo de reparação efectuada, para que no próximo voo daquele avião o piloto possa rever o formulário antes de levantar voo.
Vocês imaginam as vantagens de um sistema destes, em Portugal, aplicado no âmbito da Sistema de Gestão da Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, por exemplo ? Ou na área da Gestão da Qualidade, da Protecção do Ambiente, da Melhoria das Condições de Trabalho, da Satisfação do Cliente e do Serviço Pós-Venda ? Na Austrália (e a Qantas Airways pretende representar "the sipirit of Australia") a qualidade é mesmo para se levar a sério e à letra...
Pois bem, não se poderá dizer que os engenheiros e equipas de manutenção aeronáutica da Austrália tenham falta de sentido de humor. Aqui vão algumas das queixas efectuadas e as respectivas respostas.
Siglas (só há duas):
P= Problema indicado pelo piloto
S =Solução sugerida e/ou acção conduzida pelo mecânico.
Convém dizer que a Qantas é a única grande companhia de aviação (não sei se do mundo ou só da região...) que nunca sofreu um acidente grave (passe a publicidade).
P: O pneu principal interior está quase a precisar de substituição.
S: Efectuada a quase substituição do pneu principal anterior.
P: Teste de voo O.K., excepto a auto-aterragem que foi bastante dura.
S: A auto-aterragem não está instalada neste aparelho.
P: Está qualquer coisa solta no cockpit.
S: Foi apertada qualquer coisa no cockpit.
P: Insectos mortos no pára-brisas.
S : Insectos vivos encomendados.
P: O piloto-automático no modo de manutenção de altitude executa uma descida de 200 pés por minuto.
S: Não é possível reproduzir o problema em terra.
P: Sinais de fugas no trem de aterragem direito.
S: Sinais eliminados.
P: O nível de volume do DME (sabes o que é ? eu também não!) está incrivelmente elevado.
S: O volume do DME foi colocado num nível mais credível.
P: As trancas de fricção fazem com que as alavancas fiquem perras.
S: É para isso que elas estão lá.
P: O IFF não funciona (essa sigla não não vem no livro de bordo).
S: O IFF nunca funciona em modo OFF.
P: Suspeita de fenda no pára-brisas.
S: Suspeito que tem razão.
P: Motor número 3 desaparecido.
S: Motor encontrado na asa direita após breve busca.
P: O aparelho comporta-se de modo estranho.
S: Aparelho avisado para se por direito, voar correctamente e deixar-se de graças.
P: O sinal do radar faz zumbidos.
S: Sinal do radar reprogramado para fazer música.
P: Rato no cockpit.
S: Gato instalado.
Blognecos - II: Espelho meu...
Espelho meu...
Car@s ciberamig@s:
Eis Narciso no seu labirinto... (Cliquem no linhk... Não aconselhável no caso de terem vertigens ou nunca terem andado na montanha russa).
1ª lição de musculação mental: os passos perdidos à volta do quarto...
Fixem bem a cara deste jota: é um sério candidato a presidente da junta de freguesia, vogal camarário, presidente da câmara, secretário local do partido, deputado, secretário de estado, ministro adjunto, ministro, primeiro-ministro, eurodeputado, comissário europeu, secretário-geral da NATO e por aí fora...
Claro, primeiro vai ter que ser entregue a um especialista de imagem... Até lá é bom que não faça figuras tristes ou que não borre a pintura toda.
Car@s ciberamig@s:
Eis Narciso no seu labirinto... (Cliquem no linhk... Não aconselhável no caso de terem vertigens ou nunca terem andado na montanha russa).
1ª lição de musculação mental: os passos perdidos à volta do quarto...
Fixem bem a cara deste jota: é um sério candidato a presidente da junta de freguesia, vogal camarário, presidente da câmara, secretário local do partido, deputado, secretário de estado, ministro adjunto, ministro, primeiro-ministro, eurodeputado, comissário europeu, secretário-geral da NATO e por aí fora...
Claro, primeiro vai ter que ser entregue a um especialista de imagem... Até lá é bom que não faça figuras tristes ou que não borre a pintura toda.
Blognecos - II: Espelho meu...
Espelho meu...
Car@s ciberamig@s:
Eis Narciso no seu labirinto... (Cliquem no linhk... Não aconselhável no caso de terem vertigens ou nunca terem andado na montanha russa).
1ª lição de musculação mental: os passos perdidos à volta do quarto...
Fixem bem a cara deste jota: é um sério candidato a presidente da junta de freguesia, vogal camarário, presidente da câmara, secretário local do partido, deputado, secretário de estado, ministro adjunto, ministro, primeiro-ministro, eurodeputado, comissário europeu, secretário-geral da NATO e por aí fora...
Claro, primeiro vai ter que ser entregue a um especialista de imagem... Até lá é bom que não faça figuras tristes ou que não borre a pintura toda.
Car@s ciberamig@s:
Eis Narciso no seu labirinto... (Cliquem no linhk... Não aconselhável no caso de terem vertigens ou nunca terem andado na montanha russa).
1ª lição de musculação mental: os passos perdidos à volta do quarto...
Fixem bem a cara deste jota: é um sério candidato a presidente da junta de freguesia, vogal camarário, presidente da câmara, secretário local do partido, deputado, secretário de estado, ministro adjunto, ministro, primeiro-ministro, eurodeputado, comissário europeu, secretário-geral da NATO e por aí fora...
Claro, primeiro vai ter que ser entregue a um especialista de imagem... Até lá é bom que não faça figuras tristes ou que não borre a pintura toda.
Saúde & Segurança do Trabalho - III: "Si le travail c'est la santé, a quoi sert alors la médecine du travail ?"
1. Já ouvi um senhor professor de direito do trabalho (um juslaborista, não é assim que se diz ?) dizer que com o novo Código do Trabalho a área da Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho (abreviadamente, SH&ST) saiu "reforçada".
2. Temos um Código do Trabalho, "on est à la page".
3. Os franceses perguntam: "Si le travail c'est la santé, a quoi sert alors la médecine du travail ?" (Se o trabalho dá saúde, para que serve a medicina do trabalho ?).
É a única pergunta a que o Código do Trabalho (700 artigos!) não responde.
4. Aquele que, ao longo de todo o dia:
(i) É activo como uma abelha,
(ii) Forte como um touro,
(iii) Trabalha que nem um cavalo,
(iv) E que ao fim da tarde se sente cansado que nem um cão...
(v) Deveria consultar um... veterinário.
... É bem provável que seja um grande burro! (O seu a seu dono: Obrigado, Padre J.M.!).
5. Eu acho que os trabalhadores portugueses (e os respectivos empregadores) também deveriam ter direito um novo Código do Humor no Trabalho, devidamente sistematizado, reformulado, actualizado, compilado e anotado.
6. Dir-me-ão que os tempos não são para se fazer humor e muito menos no trabalho. Mas será que alguma vez o foram ?
7. Em contrapartida, o riso (amarelo) ou a gargalhada (alarve) sustentam a recuperação económico-financeira das empresas de televisão. No país da anedota, a anedota está sempre na ordem do dia.
2. Temos um Código do Trabalho, "on est à la page".
3. Os franceses perguntam: "Si le travail c'est la santé, a quoi sert alors la médecine du travail ?" (Se o trabalho dá saúde, para que serve a medicina do trabalho ?).
É a única pergunta a que o Código do Trabalho (700 artigos!) não responde.
4. Aquele que, ao longo de todo o dia:
(i) É activo como uma abelha,
(ii) Forte como um touro,
(iii) Trabalha que nem um cavalo,
(iv) E que ao fim da tarde se sente cansado que nem um cão...
(v) Deveria consultar um... veterinário.
... É bem provável que seja um grande burro! (O seu a seu dono: Obrigado, Padre J.M.!).
5. Eu acho que os trabalhadores portugueses (e os respectivos empregadores) também deveriam ter direito um novo Código do Humor no Trabalho, devidamente sistematizado, reformulado, actualizado, compilado e anotado.
6. Dir-me-ão que os tempos não são para se fazer humor e muito menos no trabalho. Mas será que alguma vez o foram ?
7. Em contrapartida, o riso (amarelo) ou a gargalhada (alarve) sustentam a recuperação económico-financeira das empresas de televisão. No país da anedota, a anedota está sempre na ordem do dia.
Saúde & Segurança do Trabalho - III: "Si le travail c'est la santé, a quoi sert alors la médecine du travail ?"
1. Já ouvi um senhor professor de direito do trabalho (um juslaborista, não é assim que se diz ?) dizer que com o novo Código do Trabalho a área da Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho (abreviadamente, SH&ST) saiu "reforçada".
2. Temos um Código do Trabalho, "on est à la page".
3. Os franceses perguntam: "Si le travail c'est la santé, a quoi sert alors la médecine du travail ?" (Se o trabalho dá saúde, para que serve a medicina do trabalho ?).
É a única pergunta a que o Código do Trabalho (700 artigos!) não responde.
4. Aquele que, ao longo de todo o dia:
(i) É activo como uma abelha,
(ii) Forte como um touro,
(iii) Trabalha que nem um cavalo,
(iv) E que ao fim da tarde se sente cansado que nem um cão...
(v) Deveria consultar um... veterinário.
... É bem provável que seja um grande burro! (O seu a seu dono: Obrigado, Padre J.M.!).
5. Eu acho que os trabalhadores portugueses (e os respectivos empregadores) também deveriam ter direito um novo Código do Humor no Trabalho, devidamente sistematizado, reformulado, actualizado, compilado e anotado.
6. Dir-me-ão que os tempos não são para se fazer humor e muito menos no trabalho. Mas será que alguma vez o foram ?
7. Em contrapartida, o riso (amarelo) ou a gargalhada (alarve) sustentam a recuperação económico-financeira das empresas de televisão. No país da anedota, a anedota está sempre na ordem do dia.
2. Temos um Código do Trabalho, "on est à la page".
3. Os franceses perguntam: "Si le travail c'est la santé, a quoi sert alors la médecine du travail ?" (Se o trabalho dá saúde, para que serve a medicina do trabalho ?).
É a única pergunta a que o Código do Trabalho (700 artigos!) não responde.
4. Aquele que, ao longo de todo o dia:
(i) É activo como uma abelha,
(ii) Forte como um touro,
(iii) Trabalha que nem um cavalo,
(iv) E que ao fim da tarde se sente cansado que nem um cão...
(v) Deveria consultar um... veterinário.
... É bem provável que seja um grande burro! (O seu a seu dono: Obrigado, Padre J.M.!).
5. Eu acho que os trabalhadores portugueses (e os respectivos empregadores) também deveriam ter direito um novo Código do Humor no Trabalho, devidamente sistematizado, reformulado, actualizado, compilado e anotado.
6. Dir-me-ão que os tempos não são para se fazer humor e muito menos no trabalho. Mas será que alguma vez o foram ?
7. Em contrapartida, o riso (amarelo) ou a gargalhada (alarve) sustentam a recuperação económico-financeira das empresas de televisão. No país da anedota, a anedota está sempre na ordem do dia.
Saúde & Segurança do Trabalho - II: Os exames ocultos da medicina do trabalho
1. Para divulgação entre os profissionais de saúde pública, de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho (abreviadamente, SH&ST) e de gestão de recursos humanos. Acrescente-se-lhes todos os demais cibercidadãos que naveguem na globosfera, a qualquer hora do dia ou da noite, homens e mulheres de boa vontade que se interessem por estas questões (bizantinas ?) da ética no local de trabalho (ou da falta dela)...
2. Podem lá ir, ao portal da IOL, até às 20h ou 8 PM. Depois disso só amanhã, nas horas de expediente. O portal faz segregação selectiva: não se esqueçam, (i) "não há almoços de borla" (dizem os economistas da novíssima escola) e (ii) os webjornalistas também precisam de ganhar para o almoço como o resto da malta da classe operária.
Os exames ocultos da medicina do trabalho
2. Podem lá ir, ao portal da IOL, até às 20h ou 8 PM. Depois disso só amanhã, nas horas de expediente. O portal faz segregação selectiva: não se esqueçam, (i) "não há almoços de borla" (dizem os economistas da novíssima escola) e (ii) os webjornalistas também precisam de ganhar para o almoço como o resto da malta da classe operária.
Os exames ocultos da medicina do trabalho
Saúde & Segurança do Trabalho - II: Os exames ocultos da medicina do trabalho
1. Para divulgação entre os profissionais de saúde pública, de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho (abreviadamente, SH&ST) e de gestão de recursos humanos. Acrescente-se-lhes todos os demais cibercidadãos que naveguem na globosfera, a qualquer hora do dia ou da noite, homens e mulheres de boa vontade que se interessem por estas questões (bizantinas ?) da ética no local de trabalho (ou da falta dela)...
2. Podem lá ir, ao portal da IOL, até às 20h ou 8 PM. Depois disso só amanhã, nas horas de expediente. O portal faz segregação selectiva: não se esqueçam, (i) "não há almoços de borla" (dizem os economistas da novíssima escola) e (ii) os webjornalistas também precisam de ganhar para o almoço como o resto da malta da classe operária.
Os exames ocultos da medicina do trabalho
2. Podem lá ir, ao portal da IOL, até às 20h ou 8 PM. Depois disso só amanhã, nas horas de expediente. O portal faz segregação selectiva: não se esqueçam, (i) "não há almoços de borla" (dizem os economistas da novíssima escola) e (ii) os webjornalistas também precisam de ganhar para o almoço como o resto da malta da classe operária.
Os exames ocultos da medicina do trabalho
Saúde & Segurança do Trabalho - I: O Código do Trabalho do nosso (des)contentamento (des)contente
Agradeço aqui, pública ou semi-privadamente, neste cantinho do ciberespaço, ao Eugénio Rosa a gentileza de me ter enviado, por e-mail, a sua análise crítica do Código do Trabalho. Prometo ler e analisar o seu extenso documento de trabalho, com a atenção que ele merece e com o apreço que é devido ao seu infatigável autor pelo seu contributo pessoal, intelectualmente valioso, para um debate que interessa a todos (Estado, empregadores, gestores, trabalhadores e seus representantes, sociedade civil...).
E em breve far-lhe-ei chegar os meus comentários críticos (ao Código e às suas leituras), nomeadamente sobre questões mais ligadas à saúde e segurança do trabalho. É pena que as leis que nos regem sejam por vezes tão impenetráveis e tão pouco amigáveis. A leitura e a interpretação do Código do Trabalho, com os seus mastodônticos 700 artigos, desencorajam qualquer leigo na matéria e não estimulam o exercício da cidadania (fora e dentro do local de trabalho)... Provavelmente a situação anterior, com a dispersão da legislação do trabalho por centenas de diplomas e milhares de artigos, números e parágrafos, também estava longe da situação-ideal. Quer isto dizer que passámos de uma galáxia para outra ? Não, não direi que houve um terramoto, uma revolução, uma mudança de paradigma...
Quanto ao resultado final desta longa maratona, e em especial quanto à bondade (como eu gosto deste termo, na boca ou na pena d@s jurist@s!), quanto à bondade, dizia, da doutrina que ficou consagrada no Código do Trabalho, os portugueses felizmente têm a liberdade de se manifestarem, e nomeadamente manifestarem o seu (des)contentamento (des)contente, para usar um belíssimo trocadilho camoniano. Na modesta opinião de quem, como eu, não é empregador, colarinho azul , sindicalista, jurista, economista, gestor ou político, não é de esperar que o Código do Trabalho seja a varinha mágica que vá resolver todos os nossos problemas, a começar pela produtividade e competitividade das nossas empresas... Não direi que a montanha pariu um rato, mas também faço votos para que a situação sócio-organizacioanl e sócio-laboral nos nossos locais de trabalho tenda a melhorar rapidamente. Por mor de todos nós, homens e mulheres, pessoas, portugas, cidadãos, consumidores, trabalhadores, activos e não-activos (a ordem do atributo sociológico é um pouco arbitrária).
O Eugénio Rosa, que é economista, divulgou publicamente o seu e-mail nos Fóruns do Público.pt > Cidadania - Estudo do Código do trabalho e ofereceu-se para mandar a quem lhe pedir a versão electrónica deste working paper. Aqui fica o endereço: edr@mail.telepac.pt .
Bom trabalho, boa saúde. L.G.
E em breve far-lhe-ei chegar os meus comentários críticos (ao Código e às suas leituras), nomeadamente sobre questões mais ligadas à saúde e segurança do trabalho. É pena que as leis que nos regem sejam por vezes tão impenetráveis e tão pouco amigáveis. A leitura e a interpretação do Código do Trabalho, com os seus mastodônticos 700 artigos, desencorajam qualquer leigo na matéria e não estimulam o exercício da cidadania (fora e dentro do local de trabalho)... Provavelmente a situação anterior, com a dispersão da legislação do trabalho por centenas de diplomas e milhares de artigos, números e parágrafos, também estava longe da situação-ideal. Quer isto dizer que passámos de uma galáxia para outra ? Não, não direi que houve um terramoto, uma revolução, uma mudança de paradigma...
Quanto ao resultado final desta longa maratona, e em especial quanto à bondade (como eu gosto deste termo, na boca ou na pena d@s jurist@s!), quanto à bondade, dizia, da doutrina que ficou consagrada no Código do Trabalho, os portugueses felizmente têm a liberdade de se manifestarem, e nomeadamente manifestarem o seu (des)contentamento (des)contente, para usar um belíssimo trocadilho camoniano. Na modesta opinião de quem, como eu, não é empregador, colarinho azul , sindicalista, jurista, economista, gestor ou político, não é de esperar que o Código do Trabalho seja a varinha mágica que vá resolver todos os nossos problemas, a começar pela produtividade e competitividade das nossas empresas... Não direi que a montanha pariu um rato, mas também faço votos para que a situação sócio-organizacioanl e sócio-laboral nos nossos locais de trabalho tenda a melhorar rapidamente. Por mor de todos nós, homens e mulheres, pessoas, portugas, cidadãos, consumidores, trabalhadores, activos e não-activos (a ordem do atributo sociológico é um pouco arbitrária).
O Eugénio Rosa, que é economista, divulgou publicamente o seu e-mail nos Fóruns do Público.pt > Cidadania - Estudo do Código do trabalho e ofereceu-se para mandar a quem lhe pedir a versão electrónica deste working paper. Aqui fica o endereço: edr@mail.telepac.pt .
Bom trabalho, boa saúde. L.G.
Saúde & Segurança do Trabalho - I: O Código do Trabalho do nosso (des)contentamento (des)contente
Agradeço aqui, pública ou semi-privadamente, neste cantinho do ciberespaço, ao Eugénio Rosa a gentileza de me ter enviado, por e-mail, a sua análise crítica do Código do Trabalho. Prometo ler e analisar o seu extenso documento de trabalho, com a atenção que ele merece e com o apreço que é devido ao seu infatigável autor pelo seu contributo pessoal, intelectualmente valioso, para um debate que interessa a todos (Estado, empregadores, gestores, trabalhadores e seus representantes, sociedade civil...).
E em breve far-lhe-ei chegar os meus comentários críticos (ao Código e às suas leituras), nomeadamente sobre questões mais ligadas à saúde e segurança do trabalho. É pena que as leis que nos regem sejam por vezes tão impenetráveis e tão pouco amigáveis. A leitura e a interpretação do Código do Trabalho, com os seus mastodônticos 700 artigos, desencorajam qualquer leigo na matéria e não estimulam o exercício da cidadania (fora e dentro do local de trabalho)... Provavelmente a situação anterior, com a dispersão da legislação do trabalho por centenas de diplomas e milhares de artigos, números e parágrafos, também estava longe da situação-ideal. Quer isto dizer que passámos de uma galáxia para outra ? Não, não direi que houve um terramoto, uma revolução, uma mudança de paradigma...
Quanto ao resultado final desta longa maratona, e em especial quanto à bondade (como eu gosto deste termo, na boca ou na pena d@s jurist@s!), quanto à bondade, dizia, da doutrina que ficou consagrada no Código do Trabalho, os portugueses felizmente têm a liberdade de se manifestarem, e nomeadamente manifestarem o seu (des)contentamento (des)contente, para usar um belíssimo trocadilho camoniano. Na modesta opinião de quem, como eu, não é empregador, colarinho azul , sindicalista, jurista, economista, gestor ou político, não é de esperar que o Código do Trabalho seja a varinha mágica que vá resolver todos os nossos problemas, a começar pela produtividade e competitividade das nossas empresas... Não direi que a montanha pariu um rato, mas também faço votos para que a situação sócio-organizacioanl e sócio-laboral nos nossos locais de trabalho tenda a melhorar rapidamente. Por mor de todos nós, homens e mulheres, pessoas, portugas, cidadãos, consumidores, trabalhadores, activos e não-activos (a ordem do atributo sociológico é um pouco arbitrária).
O Eugénio Rosa, que é economista, divulgou publicamente o seu e-mail nos Fóruns do Público.pt > Cidadania - Estudo do Código do trabalho e ofereceu-se para mandar a quem lhe pedir a versão electrónica deste working paper. Aqui fica o endereço: edr@mail.telepac.pt .
Bom trabalho, boa saúde. L.G.
E em breve far-lhe-ei chegar os meus comentários críticos (ao Código e às suas leituras), nomeadamente sobre questões mais ligadas à saúde e segurança do trabalho. É pena que as leis que nos regem sejam por vezes tão impenetráveis e tão pouco amigáveis. A leitura e a interpretação do Código do Trabalho, com os seus mastodônticos 700 artigos, desencorajam qualquer leigo na matéria e não estimulam o exercício da cidadania (fora e dentro do local de trabalho)... Provavelmente a situação anterior, com a dispersão da legislação do trabalho por centenas de diplomas e milhares de artigos, números e parágrafos, também estava longe da situação-ideal. Quer isto dizer que passámos de uma galáxia para outra ? Não, não direi que houve um terramoto, uma revolução, uma mudança de paradigma...
Quanto ao resultado final desta longa maratona, e em especial quanto à bondade (como eu gosto deste termo, na boca ou na pena d@s jurist@s!), quanto à bondade, dizia, da doutrina que ficou consagrada no Código do Trabalho, os portugueses felizmente têm a liberdade de se manifestarem, e nomeadamente manifestarem o seu (des)contentamento (des)contente, para usar um belíssimo trocadilho camoniano. Na modesta opinião de quem, como eu, não é empregador, colarinho azul , sindicalista, jurista, economista, gestor ou político, não é de esperar que o Código do Trabalho seja a varinha mágica que vá resolver todos os nossos problemas, a começar pela produtividade e competitividade das nossas empresas... Não direi que a montanha pariu um rato, mas também faço votos para que a situação sócio-organizacioanl e sócio-laboral nos nossos locais de trabalho tenda a melhorar rapidamente. Por mor de todos nós, homens e mulheres, pessoas, portugas, cidadãos, consumidores, trabalhadores, activos e não-activos (a ordem do atributo sociológico é um pouco arbitrária).
O Eugénio Rosa, que é economista, divulgou publicamente o seu e-mail nos Fóruns do Público.pt > Cidadania - Estudo do Código do trabalho e ofereceu-se para mandar a quem lhe pedir a versão electrónica deste working paper. Aqui fica o endereço: edr@mail.telepac.pt .
Bom trabalho, boa saúde. L.G.
09 outubro 2003
Estórias com mural ao fundo - IX: Os três crivos da comunicação
Há uma história que vem a (des)propósito dos blogs que agora atravessam a nossa blogosfera. A não ser verdadeira, é pelo menos muito verosímil (refiro-me à história, claro).
Afinal ainda há chefes com C grande na Judite... Será ? Perguntas, ciberamig@: "entre pedófilos e pirómanos, o que é que resta neste pais? Nós ? E os outros?".
Pois apetece-me citar O'Neil, também a (des)propósito:
" Se não fôssemos nós, quem eram vocês?
"Se não fôssem vocês, quem éramos nós?
"Quem nos lê a nós ? São vocês (e nós...)
"Quem vos lê a vocês ? Somos nós (e vocês...)
"Tudo fica, pois, entre nós, entre nós..."
(Poemas com Endereço, 1962)
Se ele fosse vivo, o Caixadóclos, dir-vos-ia: "Please, saibam ler com santa(s) (pa)ciência(s) as (ciber)tendências... Que na escola, eu ainda era do tempo de (i) contar pelos dedos da mão, (ii) fazer contas de sumir e; e (iii) tirar a prova dos nove-fora-nada... Hoje, não tenho dúvidas que seria o maior bloguista do país (super)relativo"...
Tenho deveras pena de o não ter conhecido, ao Alexandre, ao Caixadòclos, Avenida da Liberdade Acima, Avenida da Liberdade Abaixo, grafitando:
"O adjectivo
dá-me de comer.
Se não fora ele
o que houvera de ser ?
"Vivo de acrescentar às coisas
o que elas não são.
Mas é por cálculo,
não por ilusão"
(De Ombro na Ombreira, 1969)
Os três crivos da comunicação nas organizações
O Francisco, que trabalha na Pê Jota (vulgo, Judite), foi promovido. Logo na manhã seguinte, para agradar ao seu superior hierárquico, saiu-se com esta:
- Ó Chefe, nem imagina o que me contaram sobre a Adriana! Disseram-me que
ela...
O Chefe, que é fã do blog do JPP, interrompeu-o abruptamente, não o deixando sequer terminar a frase:
- Calma aí, ó Francisco!... Por acaso já confirmaste essas informações ? Usaste os três crivos da comunicação humana ?
- Os três crivos ? Nunca me falaram disso nos cursos de formação por onde tenho passado...
- O primeiro, meu menino, é a VERDADE. Tens a certeza de que o que me ias dizer sobre a Adriana é realmente verdade? Podes jurar pela tua honra ? Olha que a honra de um homem vale mais do que os três vinténs!
- Bem, em boa verdade, só sei o que me contaram ontem à noite num bar do Bairro Alto!
- Então a história está mal contada e não passou pelo primeiro crivo. Passemos agora ao segundo crivo, que é o da CAMARADAGEM... Por acaso gostarias que alguns dos teus colegas da Pê Jota também dissessem de ti, ou da tua mulher, o mesmo que tu me ias contar sobre a Adriana?
- Pensando bem, não, Chefe!...
- Então a tua história também não passou pelo segundo crivo!... Vamos agora ao terceiro, que é o da RELEVÂNCIA. Achas mesmo necessário contar-me esse facto? É relevante para alguma investigação em curso ? É importante para o serviço ? Tem um algum valor acrescentado para todos nós ? Ou é melhor esquecê-lo, sabendo tu e eu que ambos temos mais que fazer nesta casa ?!
- Não, Chefe, tem toda razão, o melhor é mesmo esquecer o assunto. E vamos ao trabalho!, replicou o Francisco, envergonhado com a lição de moral que o Chefe acabava de lhe pregar.
- Pois é, Francisco, as pessoas seriam muito mais felizes e as organizações muito mais eficientes e eficazes se usassem os três crivos nas suas relações e comunicações... Se queres ser um bom profissional nesta casa nunca percas o sentido da justiça e da equidade, e não queiras ser igual a tantos outros, ou seja, medíocre... Sabes porquê ? Há três tipos de pessoas neste mundo: (i) As Pessoas Inteligentes, que falam sobre Ideias; (ii) as Pessoas Banais, que falam sobre Coisas; e, por fim, (iii) as Pessoas Medíocres, que só sabem falar (mal)... dos Outros!
Moral da história: Pensando bem, há uma enorme diferença entre ser chefe e ser líder... O gajo da PJ parece-me mais pertencer a esta última espécie. Foi rapaz para andar nos escoteiros ou Mocidade Portuguesa... Mas será que esta história tem mesmo como mural-ao-fundo a Rua Gomes Freire (a tal que, ainda por cima, ostenta o nome de um grande patriota português)?
_____________
L.G.- Set. 2003
Afinal ainda há chefes com C grande na Judite... Será ? Perguntas, ciberamig@: "entre pedófilos e pirómanos, o que é que resta neste pais? Nós ? E os outros?".
Pois apetece-me citar O'Neil, também a (des)propósito:
" Se não fôssemos nós, quem eram vocês?
"Se não fôssem vocês, quem éramos nós?
"Quem nos lê a nós ? São vocês (e nós...)
"Quem vos lê a vocês ? Somos nós (e vocês...)
"Tudo fica, pois, entre nós, entre nós..."
(Poemas com Endereço, 1962)
Se ele fosse vivo, o Caixadóclos, dir-vos-ia: "Please, saibam ler com santa(s) (pa)ciência(s) as (ciber)tendências... Que na escola, eu ainda era do tempo de (i) contar pelos dedos da mão, (ii) fazer contas de sumir e; e (iii) tirar a prova dos nove-fora-nada... Hoje, não tenho dúvidas que seria o maior bloguista do país (super)relativo"...
Tenho deveras pena de o não ter conhecido, ao Alexandre, ao Caixadòclos, Avenida da Liberdade Acima, Avenida da Liberdade Abaixo, grafitando:
"O adjectivo
dá-me de comer.
Se não fora ele
o que houvera de ser ?
"Vivo de acrescentar às coisas
o que elas não são.
Mas é por cálculo,
não por ilusão"
(De Ombro na Ombreira, 1969)
Os três crivos da comunicação nas organizações
O Francisco, que trabalha na Pê Jota (vulgo, Judite), foi promovido. Logo na manhã seguinte, para agradar ao seu superior hierárquico, saiu-se com esta:
- Ó Chefe, nem imagina o que me contaram sobre a Adriana! Disseram-me que
ela...
O Chefe, que é fã do blog do JPP, interrompeu-o abruptamente, não o deixando sequer terminar a frase:
- Calma aí, ó Francisco!... Por acaso já confirmaste essas informações ? Usaste os três crivos da comunicação humana ?
- Os três crivos ? Nunca me falaram disso nos cursos de formação por onde tenho passado...
- O primeiro, meu menino, é a VERDADE. Tens a certeza de que o que me ias dizer sobre a Adriana é realmente verdade? Podes jurar pela tua honra ? Olha que a honra de um homem vale mais do que os três vinténs!
- Bem, em boa verdade, só sei o que me contaram ontem à noite num bar do Bairro Alto!
- Então a história está mal contada e não passou pelo primeiro crivo. Passemos agora ao segundo crivo, que é o da CAMARADAGEM... Por acaso gostarias que alguns dos teus colegas da Pê Jota também dissessem de ti, ou da tua mulher, o mesmo que tu me ias contar sobre a Adriana?
- Pensando bem, não, Chefe!...
- Então a tua história também não passou pelo segundo crivo!... Vamos agora ao terceiro, que é o da RELEVÂNCIA. Achas mesmo necessário contar-me esse facto? É relevante para alguma investigação em curso ? É importante para o serviço ? Tem um algum valor acrescentado para todos nós ? Ou é melhor esquecê-lo, sabendo tu e eu que ambos temos mais que fazer nesta casa ?!
- Não, Chefe, tem toda razão, o melhor é mesmo esquecer o assunto. E vamos ao trabalho!, replicou o Francisco, envergonhado com a lição de moral que o Chefe acabava de lhe pregar.
- Pois é, Francisco, as pessoas seriam muito mais felizes e as organizações muito mais eficientes e eficazes se usassem os três crivos nas suas relações e comunicações... Se queres ser um bom profissional nesta casa nunca percas o sentido da justiça e da equidade, e não queiras ser igual a tantos outros, ou seja, medíocre... Sabes porquê ? Há três tipos de pessoas neste mundo: (i) As Pessoas Inteligentes, que falam sobre Ideias; (ii) as Pessoas Banais, que falam sobre Coisas; e, por fim, (iii) as Pessoas Medíocres, que só sabem falar (mal)... dos Outros!
Moral da história: Pensando bem, há uma enorme diferença entre ser chefe e ser líder... O gajo da PJ parece-me mais pertencer a esta última espécie. Foi rapaz para andar nos escoteiros ou Mocidade Portuguesa... Mas será que esta história tem mesmo como mural-ao-fundo a Rua Gomes Freire (a tal que, ainda por cima, ostenta o nome de um grande patriota português)?
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L.G.- Set. 2003
Estórias com mural ao fundo - IX: Os três crivos da comunicação
Há uma história que vem a (des)propósito dos blogs que agora atravessam a nossa blogosfera. A não ser verdadeira, é pelo menos muito verosímil (refiro-me à história, claro).
Afinal ainda há chefes com C grande na Judite... Será ? Perguntas, ciberamig@: "entre pedófilos e pirómanos, o que é que resta neste pais? Nós ? E os outros?".
Pois apetece-me citar O'Neil, também a (des)propósito:
" Se não fôssemos nós, quem eram vocês?
"Se não fôssem vocês, quem éramos nós?
"Quem nos lê a nós ? São vocês (e nós...)
"Quem vos lê a vocês ? Somos nós (e vocês...)
"Tudo fica, pois, entre nós, entre nós..."
(Poemas com Endereço, 1962)
Se ele fosse vivo, o Caixadóclos, dir-vos-ia: "Please, saibam ler com santa(s) (pa)ciência(s) as (ciber)tendências... Que na escola, eu ainda era do tempo de (i) contar pelos dedos da mão, (ii) fazer contas de sumir e; e (iii) tirar a prova dos nove-fora-nada... Hoje, não tenho dúvidas que seria o maior bloguista do país (super)relativo"...
Tenho deveras pena de o não ter conhecido, ao Alexandre, ao Caixadòclos, Avenida da Liberdade Acima, Avenida da Liberdade Abaixo, grafitando:
"O adjectivo
dá-me de comer.
Se não fora ele
o que houvera de ser ?
"Vivo de acrescentar às coisas
o que elas não são.
Mas é por cálculo,
não por ilusão"
(De Ombro na Ombreira, 1969)
Os três crivos da comunicação nas organizações
O Francisco, que trabalha na Pê Jota (vulgo, Judite), foi promovido. Logo na manhã seguinte, para agradar ao seu superior hierárquico, saiu-se com esta:
- Ó Chefe, nem imagina o que me contaram sobre a Adriana! Disseram-me que
ela...
O Chefe, que é fã do blog do JPP, interrompeu-o abruptamente, não o deixando sequer terminar a frase:
- Calma aí, ó Francisco!... Por acaso já confirmaste essas informações ? Usaste os três crivos da comunicação humana ?
- Os três crivos ? Nunca me falaram disso nos cursos de formação por onde tenho passado...
- O primeiro, meu menino, é a VERDADE. Tens a certeza de que o que me ias dizer sobre a Adriana é realmente verdade? Podes jurar pela tua honra ? Olha que a honra de um homem vale mais do que os três vinténs!
- Bem, em boa verdade, só sei o que me contaram ontem à noite num bar do Bairro Alto!
- Então a história está mal contada e não passou pelo primeiro crivo. Passemos agora ao segundo crivo, que é o da CAMARADAGEM... Por acaso gostarias que alguns dos teus colegas da Pê Jota também dissessem de ti, ou da tua mulher, o mesmo que tu me ias contar sobre a Adriana?
- Pensando bem, não, Chefe!...
- Então a tua história também não passou pelo segundo crivo!... Vamos agora ao terceiro, que é o da RELEVÂNCIA. Achas mesmo necessário contar-me esse facto? É relevante para alguma investigação em curso ? É importante para o serviço ? Tem um algum valor acrescentado para todos nós ? Ou é melhor esquecê-lo, sabendo tu e eu que ambos temos mais que fazer nesta casa ?!
- Não, Chefe, tem toda razão, o melhor é mesmo esquecer o assunto. E vamos ao trabalho!, replicou o Francisco, envergonhado com a lição de moral que o Chefe acabava de lhe pregar.
- Pois é, Francisco, as pessoas seriam muito mais felizes e as organizações muito mais eficientes e eficazes se usassem os três crivos nas suas relações e comunicações... Se queres ser um bom profissional nesta casa nunca percas o sentido da justiça e da equidade, e não queiras ser igual a tantos outros, ou seja, medíocre... Sabes porquê ? Há três tipos de pessoas neste mundo: (i) As Pessoas Inteligentes, que falam sobre Ideias; (ii) as Pessoas Banais, que falam sobre Coisas; e, por fim, (iii) as Pessoas Medíocres, que só sabem falar (mal)... dos Outros!
Moral da história: Pensando bem, há uma enorme diferença entre ser chefe e ser líder... O gajo da PJ parece-me mais pertencer a esta última espécie. Foi rapaz para andar nos escoteiros ou Mocidade Portuguesa... Mas será que esta história tem mesmo como mural-ao-fundo a Rua Gomes Freire (a tal que, ainda por cima, ostenta o nome de um grande patriota português)?
_____________
L.G.- Set. 2003
Afinal ainda há chefes com C grande na Judite... Será ? Perguntas, ciberamig@: "entre pedófilos e pirómanos, o que é que resta neste pais? Nós ? E os outros?".
Pois apetece-me citar O'Neil, também a (des)propósito:
" Se não fôssemos nós, quem eram vocês?
"Se não fôssem vocês, quem éramos nós?
"Quem nos lê a nós ? São vocês (e nós...)
"Quem vos lê a vocês ? Somos nós (e vocês...)
"Tudo fica, pois, entre nós, entre nós..."
(Poemas com Endereço, 1962)
Se ele fosse vivo, o Caixadóclos, dir-vos-ia: "Please, saibam ler com santa(s) (pa)ciência(s) as (ciber)tendências... Que na escola, eu ainda era do tempo de (i) contar pelos dedos da mão, (ii) fazer contas de sumir e; e (iii) tirar a prova dos nove-fora-nada... Hoje, não tenho dúvidas que seria o maior bloguista do país (super)relativo"...
Tenho deveras pena de o não ter conhecido, ao Alexandre, ao Caixadòclos, Avenida da Liberdade Acima, Avenida da Liberdade Abaixo, grafitando:
"O adjectivo
dá-me de comer.
Se não fora ele
o que houvera de ser ?
"Vivo de acrescentar às coisas
o que elas não são.
Mas é por cálculo,
não por ilusão"
(De Ombro na Ombreira, 1969)
Os três crivos da comunicação nas organizações
O Francisco, que trabalha na Pê Jota (vulgo, Judite), foi promovido. Logo na manhã seguinte, para agradar ao seu superior hierárquico, saiu-se com esta:
- Ó Chefe, nem imagina o que me contaram sobre a Adriana! Disseram-me que
ela...
O Chefe, que é fã do blog do JPP, interrompeu-o abruptamente, não o deixando sequer terminar a frase:
- Calma aí, ó Francisco!... Por acaso já confirmaste essas informações ? Usaste os três crivos da comunicação humana ?
- Os três crivos ? Nunca me falaram disso nos cursos de formação por onde tenho passado...
- O primeiro, meu menino, é a VERDADE. Tens a certeza de que o que me ias dizer sobre a Adriana é realmente verdade? Podes jurar pela tua honra ? Olha que a honra de um homem vale mais do que os três vinténs!
- Bem, em boa verdade, só sei o que me contaram ontem à noite num bar do Bairro Alto!
- Então a história está mal contada e não passou pelo primeiro crivo. Passemos agora ao segundo crivo, que é o da CAMARADAGEM... Por acaso gostarias que alguns dos teus colegas da Pê Jota também dissessem de ti, ou da tua mulher, o mesmo que tu me ias contar sobre a Adriana?
- Pensando bem, não, Chefe!...
- Então a tua história também não passou pelo segundo crivo!... Vamos agora ao terceiro, que é o da RELEVÂNCIA. Achas mesmo necessário contar-me esse facto? É relevante para alguma investigação em curso ? É importante para o serviço ? Tem um algum valor acrescentado para todos nós ? Ou é melhor esquecê-lo, sabendo tu e eu que ambos temos mais que fazer nesta casa ?!
- Não, Chefe, tem toda razão, o melhor é mesmo esquecer o assunto. E vamos ao trabalho!, replicou o Francisco, envergonhado com a lição de moral que o Chefe acabava de lhe pregar.
- Pois é, Francisco, as pessoas seriam muito mais felizes e as organizações muito mais eficientes e eficazes se usassem os três crivos nas suas relações e comunicações... Se queres ser um bom profissional nesta casa nunca percas o sentido da justiça e da equidade, e não queiras ser igual a tantos outros, ou seja, medíocre... Sabes porquê ? Há três tipos de pessoas neste mundo: (i) As Pessoas Inteligentes, que falam sobre Ideias; (ii) as Pessoas Banais, que falam sobre Coisas; e, por fim, (iii) as Pessoas Medíocres, que só sabem falar (mal)... dos Outros!
Moral da história: Pensando bem, há uma enorme diferença entre ser chefe e ser líder... O gajo da PJ parece-me mais pertencer a esta última espécie. Foi rapaz para andar nos escoteiros ou Mocidade Portuguesa... Mas será que esta história tem mesmo como mural-ao-fundo a Rua Gomes Freire (a tal que, ainda por cima, ostenta o nome de um grande patriota português)?
_____________
L.G.- Set. 2003
Estórias com mural ao fundo - VIII: Uma lição de profissionalismo em 10 sessões
Numa pausa para Café & Ciber-humor (que o cigarro, esse, felizmente, já não faz parte do meu círculo de amigos, há bastantes anos...), lembrei-me de vos mandar mais uma estória com mural ao fundo... Mete padres e freiras, como manda a melhor tradição do humor em Portugal (cantigas de escárnio & maldizer, teatro vicentino, ironia queiroziana, Zé Povinho do Bordalo Pinheiro...). Mas não é, de todo, anticlerical. Circula na Net em espanhol. Curiosamente, mandou-ma há uns meses o meu amigo Padre J.M. (um abraço!), que é das poucas pessoas que eu conheço que não tem reacções corporativas quando os oficiais de outros ofícios brincam com o seu (dele)... E já agora não se esqueçam: Ciber-humor com ciber-humor se paga.
Uma lição de profissionalismo, em 10 episódios
1. Um padre vai a caminho da sua igreja, quando avista na estrada uma freira, sua conhecida.
2. O padre pára e diz:
- Irmã, suba que eu dou-lhe uma boleia até à porta do convento.
3. A jovem freira sobe, acomoda-se no banco frente e cruza as pernas...
O hábito entreabre-se, deixando à mostra um par de coxas ...esculturais!
4. O padre fica perturbadíssimo mas lá continuou a conduzir... Numa curva, ao fazer a mudança de velocidades, não consegue resistir e mete a mão na perna da freira.
5. Diz-lhe a freira, impávida e serena:
- Padre, lembre-se do Salmo 129!
6. O padre corou, benzeu-se e pediu perdão... Mas aquele par de pernocas só podia ser uma tentação do diabo!
7. Não resistiu, voltando mais adiante a colocar a mão sobre a perna da freira. Com o mesmo ar impávido e sereno, a freira repetiu:
- Padre, lembre-se do Salmo 129.
8. O padre atrapalhou-se, tossiu e voltou a desculpar-se, dizendo:
- Irmã, só Deus e eu sabemos como a carne é fraca!
9. Terminada a viagem, a freira desceu do carro e entrou no convento. Sempre impávida e serena. O padre logo que chegou à sua igreja, correu à sacristia e abriu a Bíblia no Salmo 129...
10. Dizia o Salmo: “Continua a procurar, que logo acima encontrarás a Glória!”.
Moral da história: (i) Ou tu sabes tudo da tua profissão, (ii) ou então vais perder as melhores oportunidades da tua vida.
Uma lição de profissionalismo, em 10 episódios
1. Um padre vai a caminho da sua igreja, quando avista na estrada uma freira, sua conhecida.
2. O padre pára e diz:
- Irmã, suba que eu dou-lhe uma boleia até à porta do convento.
3. A jovem freira sobe, acomoda-se no banco frente e cruza as pernas...
O hábito entreabre-se, deixando à mostra um par de coxas ...esculturais!
4. O padre fica perturbadíssimo mas lá continuou a conduzir... Numa curva, ao fazer a mudança de velocidades, não consegue resistir e mete a mão na perna da freira.
5. Diz-lhe a freira, impávida e serena:
- Padre, lembre-se do Salmo 129!
6. O padre corou, benzeu-se e pediu perdão... Mas aquele par de pernocas só podia ser uma tentação do diabo!
7. Não resistiu, voltando mais adiante a colocar a mão sobre a perna da freira. Com o mesmo ar impávido e sereno, a freira repetiu:
- Padre, lembre-se do Salmo 129.
8. O padre atrapalhou-se, tossiu e voltou a desculpar-se, dizendo:
- Irmã, só Deus e eu sabemos como a carne é fraca!
9. Terminada a viagem, a freira desceu do carro e entrou no convento. Sempre impávida e serena. O padre logo que chegou à sua igreja, correu à sacristia e abriu a Bíblia no Salmo 129...
10. Dizia o Salmo: “Continua a procurar, que logo acima encontrarás a Glória!”.
Moral da história: (i) Ou tu sabes tudo da tua profissão, (ii) ou então vais perder as melhores oportunidades da tua vida.
Estórias com mural ao fundo - VIII: Uma lição de profissionalismo em 10 sessões
Numa pausa para Café & Ciber-humor (que o cigarro, esse, felizmente, já não faz parte do meu círculo de amigos, há bastantes anos...), lembrei-me de vos mandar mais uma estória com mural ao fundo... Mete padres e freiras, como manda a melhor tradição do humor em Portugal (cantigas de escárnio & maldizer, teatro vicentino, ironia queiroziana, Zé Povinho do Bordalo Pinheiro...). Mas não é, de todo, anticlerical. Circula na Net em espanhol. Curiosamente, mandou-ma há uns meses o meu amigo Padre J.M. (um abraço!), que é das poucas pessoas que eu conheço que não tem reacções corporativas quando os oficiais de outros ofícios brincam com o seu (dele)... E já agora não se esqueçam: Ciber-humor com ciber-humor se paga.
Uma lição de profissionalismo, em 10 episódios
1. Um padre vai a caminho da sua igreja, quando avista na estrada uma freira, sua conhecida.
2. O padre pára e diz:
- Irmã, suba que eu dou-lhe uma boleia até à porta do convento.
3. A jovem freira sobe, acomoda-se no banco frente e cruza as pernas...
O hábito entreabre-se, deixando à mostra um par de coxas ...esculturais!
4. O padre fica perturbadíssimo mas lá continuou a conduzir... Numa curva, ao fazer a mudança de velocidades, não consegue resistir e mete a mão na perna da freira.
5. Diz-lhe a freira, impávida e serena:
- Padre, lembre-se do Salmo 129!
6. O padre corou, benzeu-se e pediu perdão... Mas aquele par de pernocas só podia ser uma tentação do diabo!
7. Não resistiu, voltando mais adiante a colocar a mão sobre a perna da freira. Com o mesmo ar impávido e sereno, a freira repetiu:
- Padre, lembre-se do Salmo 129.
8. O padre atrapalhou-se, tossiu e voltou a desculpar-se, dizendo:
- Irmã, só Deus e eu sabemos como a carne é fraca!
9. Terminada a viagem, a freira desceu do carro e entrou no convento. Sempre impávida e serena. O padre logo que chegou à sua igreja, correu à sacristia e abriu a Bíblia no Salmo 129...
10. Dizia o Salmo: “Continua a procurar, que logo acima encontrarás a Glória!”.
Moral da história: (i) Ou tu sabes tudo da tua profissão, (ii) ou então vais perder as melhores oportunidades da tua vida.
Uma lição de profissionalismo, em 10 episódios
1. Um padre vai a caminho da sua igreja, quando avista na estrada uma freira, sua conhecida.
2. O padre pára e diz:
- Irmã, suba que eu dou-lhe uma boleia até à porta do convento.
3. A jovem freira sobe, acomoda-se no banco frente e cruza as pernas...
O hábito entreabre-se, deixando à mostra um par de coxas ...esculturais!
4. O padre fica perturbadíssimo mas lá continuou a conduzir... Numa curva, ao fazer a mudança de velocidades, não consegue resistir e mete a mão na perna da freira.
5. Diz-lhe a freira, impávida e serena:
- Padre, lembre-se do Salmo 129!
6. O padre corou, benzeu-se e pediu perdão... Mas aquele par de pernocas só podia ser uma tentação do diabo!
7. Não resistiu, voltando mais adiante a colocar a mão sobre a perna da freira. Com o mesmo ar impávido e sereno, a freira repetiu:
- Padre, lembre-se do Salmo 129.
8. O padre atrapalhou-se, tossiu e voltou a desculpar-se, dizendo:
- Irmã, só Deus e eu sabemos como a carne é fraca!
9. Terminada a viagem, a freira desceu do carro e entrou no convento. Sempre impávida e serena. O padre logo que chegou à sua igreja, correu à sacristia e abriu a Bíblia no Salmo 129...
10. Dizia o Salmo: “Continua a procurar, que logo acima encontrarás a Glória!”.
Moral da história: (i) Ou tu sabes tudo da tua profissão, (ii) ou então vais perder as melhores oportunidades da tua vida.
Car@s ciberamig@s (II) : Novo regime jurídico de faltas e licenças
Esta é a interpretação (hilariante ? kafkiana ? bigbrotheriana ? totalitária ? brincalhona ? saudavelmente provocadora ? civilista ? sem adjectivos ? ) do novo regime jurídico das faltas e licenças à luz do novo Código do Trabalho, que como vocês sabem foi promulgado pela Lei n.º 99/2003, de 27 de Agosto e vai entrar em vigor em 1 de Dezembro de 2003.
Portugal já tem finalmente o seu Código do Trabalho, com muitos anos de atraso em relação a países pioneiros como a França, por exemplo. Há muita gente a congratular-se com isso (o facto de agora sermos mais europeus do que éramos antes do Código do Trabalho).
A peça que se segue é atribuída ao director de pessoal (?) de uma conhecida multinacional, de origem asiática, estabelecida entre nós há largos anos.
(Nome da empresa)
Direcção de Serviços de Pessoal
Circular nº 17/2003, de 2 de Outubro de 2003
Assunto: Novo Código do Trabalho - Regime de faltas e licenças
Com a entrada em vigor, no dia 1 de Dezembro de 2003, do Código do Trabalho (Lei nº 99/2003, de 27 de Agosto), o regime de faltas e licenças dos colaboradores sofre profundas alterações. Com a superior autorização do venerável conselho de administração da empresa, o director de pessoal entende ser seu dever esclarecer, desde já, os seguintes pontos:
1 . Baixa por doença
Estar doente não é desculpa para não vir trabalhar, excepto em caso de hospitalização. O atestado médico deixou de ser uma garantia de estar doente, pois se o colaborador estava em condições de, pelo seu pé, procurar um médico também podia ter vindo trabalhar. Além disso, há o provérbio lusitano que diz: “Trabalhar faz bem à saúde”.
2 . Morte na família
Não tem desculpa. Pelo morto não se pode fazer mais nada (muito menos a empresa, que não teve culpa nenhuma). Os preparativos para o enterro podem ser feitos por outro familiar do colaborador. Aliás, é para isso que servem as agências funerárias. Se o colaborador conseguir marcar o enterro para o fim da tarde, a firma deixa-o, de boa vontade, sair uma hora mais cedo. É pressuposto que tenha acabado o trabalho do dia.
3 . Perigo garve e iminente de morrer e que não possa ser evitado
Aqui o colaborador pode contar com a nossa compreensão se:
(i) informar o sucedido com 2 semanas de antecedência, já que somos uma empresa com gestão previsional da mão-de-obra; basta mandar um e-mail, um fax ou um correio azul para esta direcção de serviços a dizer: “Corro um sério risco de morrer dentro de quinze dias”;
(ii) em situação de emergência, atropelamento, acidente, morte súbita, etc., telefonar até às 8:00 horas da manhã para comunicar a triste ocorrência;
(iii) o ideal será sempre enviar a declaração da autoridade de saúde da área de residência do defunto, atestando por sua honra o facto do óbito e as suas causas prováveis, para efeitos epidemiológicos e estatísticos. Somos uma empresa com forte sentido de responsabilidade social e gostamos de colaborar com as autoridades do país mais ocidental da Europa que nos acolheu de braços abertos.
4 . Operações plásticas e outras intervenções cirúrgicas
Intervenções cirúrgicas, tais como operações plásticas, transplantes, etc. ficam doravante proibidas, com a entrada em vigor do novo “rationale” do contrato do trabalho, por violarem o direito de personalidade. A empresa contrata os seus colaboradores tal como eles são e tem a obrigação de proteger a sua vida íntima e privada. Tirar ou acrescentar qualquer órgão, fazer uma plástica e coisas similares pode ser motivo de despedimento com justa causa.
5 . Bodas de Prata/Ouro
Para uma festa deste tipo não damos dias livres. Se estiver casado há 25 ou 50 anos com a mesma pessoa, fique feliz por ainda poder ter o privilégio de, nos tempos que correm, de continuar a ser nosso colaborador.
6 . Aniversário
Há um provérbio oriental que diz: “O facto de teres nascido não quer dizer que o tenhas merecido”. Por isso não damos o dia! A cultura da empresa é favorável ao mérito e não os privilégios do nascimento.
7 . Nascimento de um filho
Por um erro desse calibre não damos dias livres aos nossos colaboradores: se alguém comete asneiras, não podem ser os nossos accionistas a pagá-las. E, além disso, você já teve a sua quota parte de gozo e divertimento.
8. Entrada em vigor
Estas e outras alterações ao regime jurídico de faltas e licenças entram em vigor no dia 1 de Dezembro de 2003.
O director de pessoal,
(assinatura irreconhecível)
_________________
AIG/LG- Out. 2003
Portugal já tem finalmente o seu Código do Trabalho, com muitos anos de atraso em relação a países pioneiros como a França, por exemplo. Há muita gente a congratular-se com isso (o facto de agora sermos mais europeus do que éramos antes do Código do Trabalho).
A peça que se segue é atribuída ao director de pessoal (?) de uma conhecida multinacional, de origem asiática, estabelecida entre nós há largos anos.
(Nome da empresa)
Direcção de Serviços de Pessoal
Circular nº 17/2003, de 2 de Outubro de 2003
Assunto: Novo Código do Trabalho - Regime de faltas e licenças
Com a entrada em vigor, no dia 1 de Dezembro de 2003, do Código do Trabalho (Lei nº 99/2003, de 27 de Agosto), o regime de faltas e licenças dos colaboradores sofre profundas alterações. Com a superior autorização do venerável conselho de administração da empresa, o director de pessoal entende ser seu dever esclarecer, desde já, os seguintes pontos:
1 . Baixa por doença
Estar doente não é desculpa para não vir trabalhar, excepto em caso de hospitalização. O atestado médico deixou de ser uma garantia de estar doente, pois se o colaborador estava em condições de, pelo seu pé, procurar um médico também podia ter vindo trabalhar. Além disso, há o provérbio lusitano que diz: “Trabalhar faz bem à saúde”.
2 . Morte na família
Não tem desculpa. Pelo morto não se pode fazer mais nada (muito menos a empresa, que não teve culpa nenhuma). Os preparativos para o enterro podem ser feitos por outro familiar do colaborador. Aliás, é para isso que servem as agências funerárias. Se o colaborador conseguir marcar o enterro para o fim da tarde, a firma deixa-o, de boa vontade, sair uma hora mais cedo. É pressuposto que tenha acabado o trabalho do dia.
3 . Perigo garve e iminente de morrer e que não possa ser evitado
Aqui o colaborador pode contar com a nossa compreensão se:
(i) informar o sucedido com 2 semanas de antecedência, já que somos uma empresa com gestão previsional da mão-de-obra; basta mandar um e-mail, um fax ou um correio azul para esta direcção de serviços a dizer: “Corro um sério risco de morrer dentro de quinze dias”;
(ii) em situação de emergência, atropelamento, acidente, morte súbita, etc., telefonar até às 8:00 horas da manhã para comunicar a triste ocorrência;
(iii) o ideal será sempre enviar a declaração da autoridade de saúde da área de residência do defunto, atestando por sua honra o facto do óbito e as suas causas prováveis, para efeitos epidemiológicos e estatísticos. Somos uma empresa com forte sentido de responsabilidade social e gostamos de colaborar com as autoridades do país mais ocidental da Europa que nos acolheu de braços abertos.
4 . Operações plásticas e outras intervenções cirúrgicas
Intervenções cirúrgicas, tais como operações plásticas, transplantes, etc. ficam doravante proibidas, com a entrada em vigor do novo “rationale” do contrato do trabalho, por violarem o direito de personalidade. A empresa contrata os seus colaboradores tal como eles são e tem a obrigação de proteger a sua vida íntima e privada. Tirar ou acrescentar qualquer órgão, fazer uma plástica e coisas similares pode ser motivo de despedimento com justa causa.
5 . Bodas de Prata/Ouro
Para uma festa deste tipo não damos dias livres. Se estiver casado há 25 ou 50 anos com a mesma pessoa, fique feliz por ainda poder ter o privilégio de, nos tempos que correm, de continuar a ser nosso colaborador.
6 . Aniversário
Há um provérbio oriental que diz: “O facto de teres nascido não quer dizer que o tenhas merecido”. Por isso não damos o dia! A cultura da empresa é favorável ao mérito e não os privilégios do nascimento.
7 . Nascimento de um filho
Por um erro desse calibre não damos dias livres aos nossos colaboradores: se alguém comete asneiras, não podem ser os nossos accionistas a pagá-las. E, além disso, você já teve a sua quota parte de gozo e divertimento.
8. Entrada em vigor
Estas e outras alterações ao regime jurídico de faltas e licenças entram em vigor no dia 1 de Dezembro de 2003.
O director de pessoal,
(assinatura irreconhecível)
_________________
AIG/LG- Out. 2003
Car@s ciberamig@s (II) : Novo regime jurídico de faltas e licenças
Esta é a interpretação (hilariante ? kafkiana ? bigbrotheriana ? totalitária ? brincalhona ? saudavelmente provocadora ? civilista ? sem adjectivos ? ) do novo regime jurídico das faltas e licenças à luz do novo Código do Trabalho, que como vocês sabem foi promulgado pela Lei n.º 99/2003, de 27 de Agosto e vai entrar em vigor em 1 de Dezembro de 2003.
Portugal já tem finalmente o seu Código do Trabalho, com muitos anos de atraso em relação a países pioneiros como a França, por exemplo. Há muita gente a congratular-se com isso (o facto de agora sermos mais europeus do que éramos antes do Código do Trabalho).
A peça que se segue é atribuída ao director de pessoal (?) de uma conhecida multinacional, de origem asiática, estabelecida entre nós há largos anos.
(Nome da empresa)
Direcção de Serviços de Pessoal
Circular nº 17/2003, de 2 de Outubro de 2003
Assunto: Novo Código do Trabalho - Regime de faltas e licenças
Com a entrada em vigor, no dia 1 de Dezembro de 2003, do Código do Trabalho (Lei nº 99/2003, de 27 de Agosto), o regime de faltas e licenças dos colaboradores sofre profundas alterações. Com a superior autorização do venerável conselho de administração da empresa, o director de pessoal entende ser seu dever esclarecer, desde já, os seguintes pontos:
1 . Baixa por doença
Estar doente não é desculpa para não vir trabalhar, excepto em caso de hospitalização. O atestado médico deixou de ser uma garantia de estar doente, pois se o colaborador estava em condições de, pelo seu pé, procurar um médico também podia ter vindo trabalhar. Além disso, há o provérbio lusitano que diz: “Trabalhar faz bem à saúde”.
2 . Morte na família
Não tem desculpa. Pelo morto não se pode fazer mais nada (muito menos a empresa, que não teve culpa nenhuma). Os preparativos para o enterro podem ser feitos por outro familiar do colaborador. Aliás, é para isso que servem as agências funerárias. Se o colaborador conseguir marcar o enterro para o fim da tarde, a firma deixa-o, de boa vontade, sair uma hora mais cedo. É pressuposto que tenha acabado o trabalho do dia.
3 . Perigo garve e iminente de morrer e que não possa ser evitado
Aqui o colaborador pode contar com a nossa compreensão se:
(i) informar o sucedido com 2 semanas de antecedência, já que somos uma empresa com gestão previsional da mão-de-obra; basta mandar um e-mail, um fax ou um correio azul para esta direcção de serviços a dizer: “Corro um sério risco de morrer dentro de quinze dias”;
(ii) em situação de emergência, atropelamento, acidente, morte súbita, etc., telefonar até às 8:00 horas da manhã para comunicar a triste ocorrência;
(iii) o ideal será sempre enviar a declaração da autoridade de saúde da área de residência do defunto, atestando por sua honra o facto do óbito e as suas causas prováveis, para efeitos epidemiológicos e estatísticos. Somos uma empresa com forte sentido de responsabilidade social e gostamos de colaborar com as autoridades do país mais ocidental da Europa que nos acolheu de braços abertos.
4 . Operações plásticas e outras intervenções cirúrgicas
Intervenções cirúrgicas, tais como operações plásticas, transplantes, etc. ficam doravante proibidas, com a entrada em vigor do novo “rationale” do contrato do trabalho, por violarem o direito de personalidade. A empresa contrata os seus colaboradores tal como eles são e tem a obrigação de proteger a sua vida íntima e privada. Tirar ou acrescentar qualquer órgão, fazer uma plástica e coisas similares pode ser motivo de despedimento com justa causa.
5 . Bodas de Prata/Ouro
Para uma festa deste tipo não damos dias livres. Se estiver casado há 25 ou 50 anos com a mesma pessoa, fique feliz por ainda poder ter o privilégio de, nos tempos que correm, de continuar a ser nosso colaborador.
6 . Aniversário
Há um provérbio oriental que diz: “O facto de teres nascido não quer dizer que o tenhas merecido”. Por isso não damos o dia! A cultura da empresa é favorável ao mérito e não os privilégios do nascimento.
7 . Nascimento de um filho
Por um erro desse calibre não damos dias livres aos nossos colaboradores: se alguém comete asneiras, não podem ser os nossos accionistas a pagá-las. E, além disso, você já teve a sua quota parte de gozo e divertimento.
8. Entrada em vigor
Estas e outras alterações ao regime jurídico de faltas e licenças entram em vigor no dia 1 de Dezembro de 2003.
O director de pessoal,
(assinatura irreconhecível)
_________________
AIG/LG- Out. 2003
Portugal já tem finalmente o seu Código do Trabalho, com muitos anos de atraso em relação a países pioneiros como a França, por exemplo. Há muita gente a congratular-se com isso (o facto de agora sermos mais europeus do que éramos antes do Código do Trabalho).
A peça que se segue é atribuída ao director de pessoal (?) de uma conhecida multinacional, de origem asiática, estabelecida entre nós há largos anos.
(Nome da empresa)
Direcção de Serviços de Pessoal
Circular nº 17/2003, de 2 de Outubro de 2003
Assunto: Novo Código do Trabalho - Regime de faltas e licenças
Com a entrada em vigor, no dia 1 de Dezembro de 2003, do Código do Trabalho (Lei nº 99/2003, de 27 de Agosto), o regime de faltas e licenças dos colaboradores sofre profundas alterações. Com a superior autorização do venerável conselho de administração da empresa, o director de pessoal entende ser seu dever esclarecer, desde já, os seguintes pontos:
1 . Baixa por doença
Estar doente não é desculpa para não vir trabalhar, excepto em caso de hospitalização. O atestado médico deixou de ser uma garantia de estar doente, pois se o colaborador estava em condições de, pelo seu pé, procurar um médico também podia ter vindo trabalhar. Além disso, há o provérbio lusitano que diz: “Trabalhar faz bem à saúde”.
2 . Morte na família
Não tem desculpa. Pelo morto não se pode fazer mais nada (muito menos a empresa, que não teve culpa nenhuma). Os preparativos para o enterro podem ser feitos por outro familiar do colaborador. Aliás, é para isso que servem as agências funerárias. Se o colaborador conseguir marcar o enterro para o fim da tarde, a firma deixa-o, de boa vontade, sair uma hora mais cedo. É pressuposto que tenha acabado o trabalho do dia.
3 . Perigo garve e iminente de morrer e que não possa ser evitado
Aqui o colaborador pode contar com a nossa compreensão se:
(i) informar o sucedido com 2 semanas de antecedência, já que somos uma empresa com gestão previsional da mão-de-obra; basta mandar um e-mail, um fax ou um correio azul para esta direcção de serviços a dizer: “Corro um sério risco de morrer dentro de quinze dias”;
(ii) em situação de emergência, atropelamento, acidente, morte súbita, etc., telefonar até às 8:00 horas da manhã para comunicar a triste ocorrência;
(iii) o ideal será sempre enviar a declaração da autoridade de saúde da área de residência do defunto, atestando por sua honra o facto do óbito e as suas causas prováveis, para efeitos epidemiológicos e estatísticos. Somos uma empresa com forte sentido de responsabilidade social e gostamos de colaborar com as autoridades do país mais ocidental da Europa que nos acolheu de braços abertos.
4 . Operações plásticas e outras intervenções cirúrgicas
Intervenções cirúrgicas, tais como operações plásticas, transplantes, etc. ficam doravante proibidas, com a entrada em vigor do novo “rationale” do contrato do trabalho, por violarem o direito de personalidade. A empresa contrata os seus colaboradores tal como eles são e tem a obrigação de proteger a sua vida íntima e privada. Tirar ou acrescentar qualquer órgão, fazer uma plástica e coisas similares pode ser motivo de despedimento com justa causa.
5 . Bodas de Prata/Ouro
Para uma festa deste tipo não damos dias livres. Se estiver casado há 25 ou 50 anos com a mesma pessoa, fique feliz por ainda poder ter o privilégio de, nos tempos que correm, de continuar a ser nosso colaborador.
6 . Aniversário
Há um provérbio oriental que diz: “O facto de teres nascido não quer dizer que o tenhas merecido”. Por isso não damos o dia! A cultura da empresa é favorável ao mérito e não os privilégios do nascimento.
7 . Nascimento de um filho
Por um erro desse calibre não damos dias livres aos nossos colaboradores: se alguém comete asneiras, não podem ser os nossos accionistas a pagá-las. E, além disso, você já teve a sua quota parte de gozo e divertimento.
8. Entrada em vigor
Estas e outras alterações ao regime jurídico de faltas e licenças entram em vigor no dia 1 de Dezembro de 2003.
O director de pessoal,
(assinatura irreconhecível)
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AIG/LG- Out. 2003
Car@s ciberamig@s (I): O poeta é "muito mentiroso"
A Net também é "muito mentirosa", não é só o Pinóquio nem são só os políticos-portugueses-que-juram-pela-sua-honra nem muito menos o misterioso blog que deu tanto que falar no verão passado, pelo menos na blogosfera: enquanto o país ardia, o "muito mentiroso" foi dizendo "muitas mentiras"... A propósito: onde é que o misterioso GOVD (o auto-intitulado Grupo Operacional de Vigilância Democrática) terá aprendido estas técnicas de contra-informação ? Restos em saldo da revolução cultural chinesa ou herança da nossa ex-polícia internacional e de defesa do estado ?
Ainda a propósito da nossa cómico-burlesca vida política (o grande opinion-maker, José Manuel Fernandes, chamou-lhe patética, editorial de ontem do Público!) , não sei como está cotada a honra na Bolsa de Valores de Lisboa... A crer no JPP, o mais famoso blogger português, a honra de um homem não tem preço...Viu-se!
Mas voltando à Net, de vez em quando também passam pelo nosso ecrã montes de disparates. Como por exemplo o testamento de Gabriel Garcia Marquez ou este poemeto (para ler de cima para baixo e de baixo para cima), atribuído a Clarice Lispector (1920-1977)... Ora a grande escritora brasileira, ao que se saiba, nunca escreveu poesia... Mesmo assim, o poemeto (que raio de termo!) tem em gracinha o que lhe falta em qualidade literária. Gracinha, é um favor, que ele é tanto mauzinho, mas serve para mostrar que todo o poeta é um fingidor...
Já agora não o deitemos fora: Pode fazer jeito, pode ser recitado, de baixo para cima (!), à nossa cara metade nas bodas de prata; ou hélas, para os mais felizardos, nas bodas de ouro... E já agora, por que não, nas bodas de diamante ?! Neste caso, para os recordistas do Guiness Book, claro está... Que espero sejam vocês tod@s, que estão no grupo eleito d@s que, como Camões, pensam que "para um tão grande amor é sempre tão curta a vida" (cito de cor).
“Poemeto para ser lido de cima pra baixo e de baixo pra cima”, indevidamente atribuído à grande escritora brasileira Clarice Lispector (1920-1977)
Não te amo mais.
Estarei mentindo dizendo que
Ainda te quero como sempre quis.
Tenho certeza que
Nada foi em vão.
Sinto dentro de mim que
Você não significa nada.
Não poderia dizer jamais que
Alimento um grande amor.
Sinto cada vez mais que
Já te esqueci!
E jamais usarei a frase
EU TE AMO!Sinto, mas tenho que dizer a verdade
É tarde demais...
E já agora, o poemeto de baixo pra cima:
É tarde demais...
Sinto, mas tenho que dizer a verdade
EU TE AMO!
E jamais usarei a frase
Já te esqueci!
Sinto cada vez mais que
Alimento um grande amor.
Não poderia dizer jamais que
Você não significa nada.
Sinto dentro de mim que
Nada foi em vão.
Tenho certeza que
Ainda te quero como sempre quis.
Estarei mentindo dizendo que
Não te amo mais.
Car@s ciberamig@s (I): O poeta é "muito mentiroso"
A Net também é "muito mentirosa", não é só o Pinóquio nem são só os políticos-portugueses-que-juram-pela-sua-honra nem muito menos o misterioso blog que deu tanto que falar no verão passado, pelo menos na blogosfera: enquanto o país ardia, o "muito mentiroso" foi dizendo "muitas mentiras"... A propósito: onde é que o misterioso GOVD (o auto-intitulado Grupo Operacional de Vigilância Democrática) terá aprendido estas técnicas de contra-informação ? Restos em saldo da revolução cultural chinesa ou herança da nossa ex-polícia internacional e de defesa do estado ?
Ainda a propósito da nossa cómico-burlesca vida política (o grande opinion-maker, José Manuel Fernandes, chamou-lhe patética, editorial de ontem do Público!) , não sei como está cotada a honra na Bolsa de Valores de Lisboa... A crer no JPP, o mais famoso blogger português, a honra de um homem não tem preço...Viu-se!
Mas voltando à Net, de vez em quando também passam pelo nosso ecrã montes de disparates. Como por exemplo o testamento de Gabriel Garcia Marquez ou este poemeto (para ler de cima para baixo e de baixo para cima), atribuído a Clarice Lispector (1920-1977)... Ora a grande escritora brasileira, ao que se saiba, nunca escreveu poesia... Mesmo assim, o poemeto (que raio de termo!) tem em gracinha o que lhe falta em qualidade literária. Gracinha, é um favor, que ele é tanto mauzinho, mas serve para mostrar que todo o poeta é um fingidor...
Já agora não o deitemos fora: Pode fazer jeito, pode ser recitado, de baixo para cima (!), à nossa cara metade nas bodas de prata; ou hélas, para os mais felizardos, nas bodas de ouro... E já agora, por que não, nas bodas de diamante ?! Neste caso, para os recordistas do Guiness Book, claro está... Que espero sejam vocês tod@s, que estão no grupo eleito d@s que, como Camões, pensam que "para um tão grande amor é sempre tão curta a vida" (cito de cor).
“Poemeto para ser lido de cima pra baixo e de baixo pra cima”, indevidamente atribuído à grande escritora brasileira Clarice Lispector (1920-1977)
Não te amo mais.
Estarei mentindo dizendo que
Ainda te quero como sempre quis.
Tenho certeza que
Nada foi em vão.
Sinto dentro de mim que
Você não significa nada.
Não poderia dizer jamais que
Alimento um grande amor.
Sinto cada vez mais que
Já te esqueci!
E jamais usarei a frase
EU TE AMO!Sinto, mas tenho que dizer a verdade
É tarde demais...
E já agora, o poemeto de baixo pra cima:
É tarde demais...
Sinto, mas tenho que dizer a verdade
EU TE AMO!
E jamais usarei a frase
Já te esqueci!
Sinto cada vez mais que
Alimento um grande amor.
Não poderia dizer jamais que
Você não significa nada.
Sinto dentro de mim que
Nada foi em vão.
Tenho certeza que
Ainda te quero como sempre quis.
Estarei mentindo dizendo que
Não te amo mais.
08 outubro 2003
Estórias com mural ao fundo - VII: O género da coisa
A(s) ciência(s) ainda não chegou(aram) a um resultado conclusivo e definitivo sobre esta questão (que, aliás, está longe de ser bizantina, como alguns pensam). Há um lote de gente onde eu me incluo, que diz que (i) o género, neste caso, depende mais da percepção do utilizador; ou que (ii) o género, contrariamente ao sexo, é sempre algo socialmente construído.
Há muitos gajos a pensar que @ gaj@ é fêmea... E muitas gajas a pensar que @ gaj@, afinal, é macho... Ou até que dá para os dois lados. Limitemo-nos às duas teses principais. Outros contributos serão (sempre) bem vindos dentro do princípio elementar do ciber-humor com ciber-humor se paga...
Argumentos a favor da tese de que o computador é fêmea:
(i) O do teu amigo ou do teu vizinho é sempre melhor do que o teu.
(ii) Assim que se arranja um, logo aparece outro, melhor e mais barato, na loja da esquina.
(iii) Assim que optas por um, qualquer que seja a marca e o modelo, logo estás a gastar tudo o que ganhas com acessórios e outros adereços para ele.
(iv) Ninguém, além do seu criador, é capaz de entender a sua lógica interna.
(v) Tem uma memória de elefante e é rancoroso: Mesmo os mais pequenos erros que comete são guardados na memória para futuras referências e para te cobrar juros.
(vi) A linguagem nativa usada na comunicação entre os computadores é
incompreensível para qualquer outra espécie à flor da terra.
(vii) A mensagem bad command or file name é tão informativa como quando a tua mulher dize se não sabes porque estou com raiva não sou eu quem te vai explicar !!!
(viii) Last but not the least, o computador do ponto de vista anatómico e fisiológico não pode enganar ninguém: afinal até possui hímen e útero (em inglês, mother board) !!!
Argumentos a favor da tese de que o computador é macho:
(ix) Armazena uma porrada de informação mas não sabe o que fazer com ela sozinho.
(x) Processa informações com muita rapidez, mas não pensa.
(xi) Se lá meteres merda, sai merda (tradução literal do calão informático garbage in, garbage out.
(xii) É incapaz de se lembrar do teu dia de anos, a menos que tu o avises por escrito com antecedência.
(xiii) Tens de o ligar à corrente, se queres que ele te dê algum atenção.
(xiv) Bloqueia ou vai-se abaixo quando tu estás em ponto de rebuçado ou viajas na auto-estrada da informação com o ponteiro no vermelho.
(xv) É sexualmente promíscuo e com ele tens de adoptar comportamentos (v.g., usar preservativo, em calão informático firewall).
(xvi) Tem uma mente pornográfica e é voyeurista.
(xvii) Last but not the least, é suposto resolver-te problemas mas metade do tempo ele é que constitui o problema...
Moral: Não tem nehuma (eu pelo menos não enxergo)
Há muitos gajos a pensar que @ gaj@ é fêmea... E muitas gajas a pensar que @ gaj@, afinal, é macho... Ou até que dá para os dois lados. Limitemo-nos às duas teses principais. Outros contributos serão (sempre) bem vindos dentro do princípio elementar do ciber-humor com ciber-humor se paga...
Argumentos a favor da tese de que o computador é fêmea:
(i) O do teu amigo ou do teu vizinho é sempre melhor do que o teu.
(ii) Assim que se arranja um, logo aparece outro, melhor e mais barato, na loja da esquina.
(iii) Assim que optas por um, qualquer que seja a marca e o modelo, logo estás a gastar tudo o que ganhas com acessórios e outros adereços para ele.
(iv) Ninguém, além do seu criador, é capaz de entender a sua lógica interna.
(v) Tem uma memória de elefante e é rancoroso: Mesmo os mais pequenos erros que comete são guardados na memória para futuras referências e para te cobrar juros.
(vi) A linguagem nativa usada na comunicação entre os computadores é
incompreensível para qualquer outra espécie à flor da terra.
(vii) A mensagem bad command or file name é tão informativa como quando a tua mulher dize se não sabes porque estou com raiva não sou eu quem te vai explicar !!!
(viii) Last but not the least, o computador do ponto de vista anatómico e fisiológico não pode enganar ninguém: afinal até possui hímen e útero (em inglês, mother board) !!!
Argumentos a favor da tese de que o computador é macho:
(ix) Armazena uma porrada de informação mas não sabe o que fazer com ela sozinho.
(x) Processa informações com muita rapidez, mas não pensa.
(xi) Se lá meteres merda, sai merda (tradução literal do calão informático garbage in, garbage out.
(xii) É incapaz de se lembrar do teu dia de anos, a menos que tu o avises por escrito com antecedência.
(xiii) Tens de o ligar à corrente, se queres que ele te dê algum atenção.
(xiv) Bloqueia ou vai-se abaixo quando tu estás em ponto de rebuçado ou viajas na auto-estrada da informação com o ponteiro no vermelho.
(xv) É sexualmente promíscuo e com ele tens de adoptar comportamentos (v.g., usar preservativo, em calão informático firewall).
(xvi) Tem uma mente pornográfica e é voyeurista.
(xvii) Last but not the least, é suposto resolver-te problemas mas metade do tempo ele é que constitui o problema...
Moral: Não tem nehuma (eu pelo menos não enxergo)
Estórias com mural ao fundo - VII: O género da coisa
A(s) ciência(s) ainda não chegou(aram) a um resultado conclusivo e definitivo sobre esta questão (que, aliás, está longe de ser bizantina, como alguns pensam). Há um lote de gente onde eu me incluo, que diz que (i) o género, neste caso, depende mais da percepção do utilizador; ou que (ii) o género, contrariamente ao sexo, é sempre algo socialmente construído.
Há muitos gajos a pensar que @ gaj@ é fêmea... E muitas gajas a pensar que @ gaj@, afinal, é macho... Ou até que dá para os dois lados. Limitemo-nos às duas teses principais. Outros contributos serão (sempre) bem vindos dentro do princípio elementar do ciber-humor com ciber-humor se paga...
Argumentos a favor da tese de que o computador é fêmea:
(i) O do teu amigo ou do teu vizinho é sempre melhor do que o teu.
(ii) Assim que se arranja um, logo aparece outro, melhor e mais barato, na loja da esquina.
(iii) Assim que optas por um, qualquer que seja a marca e o modelo, logo estás a gastar tudo o que ganhas com acessórios e outros adereços para ele.
(iv) Ninguém, além do seu criador, é capaz de entender a sua lógica interna.
(v) Tem uma memória de elefante e é rancoroso: Mesmo os mais pequenos erros que comete são guardados na memória para futuras referências e para te cobrar juros.
(vi) A linguagem nativa usada na comunicação entre os computadores é
incompreensível para qualquer outra espécie à flor da terra.
(vii) A mensagem bad command or file name é tão informativa como quando a tua mulher dize se não sabes porque estou com raiva não sou eu quem te vai explicar !!!
(viii) Last but not the least, o computador do ponto de vista anatómico e fisiológico não pode enganar ninguém: afinal até possui hímen e útero (em inglês, mother board) !!!
Argumentos a favor da tese de que o computador é macho:
(ix) Armazena uma porrada de informação mas não sabe o que fazer com ela sozinho.
(x) Processa informações com muita rapidez, mas não pensa.
(xi) Se lá meteres merda, sai merda (tradução literal do calão informático garbage in, garbage out.
(xii) É incapaz de se lembrar do teu dia de anos, a menos que tu o avises por escrito com antecedência.
(xiii) Tens de o ligar à corrente, se queres que ele te dê algum atenção.
(xiv) Bloqueia ou vai-se abaixo quando tu estás em ponto de rebuçado ou viajas na auto-estrada da informação com o ponteiro no vermelho.
(xv) É sexualmente promíscuo e com ele tens de adoptar comportamentos (v.g., usar preservativo, em calão informático firewall).
(xvi) Tem uma mente pornográfica e é voyeurista.
(xvii) Last but not the least, é suposto resolver-te problemas mas metade do tempo ele é que constitui o problema...
Moral: Não tem nehuma (eu pelo menos não enxergo)
Há muitos gajos a pensar que @ gaj@ é fêmea... E muitas gajas a pensar que @ gaj@, afinal, é macho... Ou até que dá para os dois lados. Limitemo-nos às duas teses principais. Outros contributos serão (sempre) bem vindos dentro do princípio elementar do ciber-humor com ciber-humor se paga...
Argumentos a favor da tese de que o computador é fêmea:
(i) O do teu amigo ou do teu vizinho é sempre melhor do que o teu.
(ii) Assim que se arranja um, logo aparece outro, melhor e mais barato, na loja da esquina.
(iii) Assim que optas por um, qualquer que seja a marca e o modelo, logo estás a gastar tudo o que ganhas com acessórios e outros adereços para ele.
(iv) Ninguém, além do seu criador, é capaz de entender a sua lógica interna.
(v) Tem uma memória de elefante e é rancoroso: Mesmo os mais pequenos erros que comete são guardados na memória para futuras referências e para te cobrar juros.
(vi) A linguagem nativa usada na comunicação entre os computadores é
incompreensível para qualquer outra espécie à flor da terra.
(vii) A mensagem bad command or file name é tão informativa como quando a tua mulher dize se não sabes porque estou com raiva não sou eu quem te vai explicar !!!
(viii) Last but not the least, o computador do ponto de vista anatómico e fisiológico não pode enganar ninguém: afinal até possui hímen e útero (em inglês, mother board) !!!
Argumentos a favor da tese de que o computador é macho:
(ix) Armazena uma porrada de informação mas não sabe o que fazer com ela sozinho.
(x) Processa informações com muita rapidez, mas não pensa.
(xi) Se lá meteres merda, sai merda (tradução literal do calão informático garbage in, garbage out.
(xii) É incapaz de se lembrar do teu dia de anos, a menos que tu o avises por escrito com antecedência.
(xiii) Tens de o ligar à corrente, se queres que ele te dê algum atenção.
(xiv) Bloqueia ou vai-se abaixo quando tu estás em ponto de rebuçado ou viajas na auto-estrada da informação com o ponteiro no vermelho.
(xv) É sexualmente promíscuo e com ele tens de adoptar comportamentos (v.g., usar preservativo, em calão informático firewall).
(xvi) Tem uma mente pornográfica e é voyeurista.
(xvii) Last but not the least, é suposto resolver-te problemas mas metade do tempo ele é que constitui o problema...
Moral: Não tem nehuma (eu pelo menos não enxergo)
Estórias com mural ao fundo - VI: O cão, o homem do talho, o dono do cão e o pico do Evereste
Estava o homem do talho à espera dos fregueses quando foi surpreendido pela entrada dum cão dentro do seu estabelecimento. Enxotou-o mas o cão voltou logo de imediato. Quando tentava de novo espantá-lo, reparou que o animal trazia um bilhete na boca. Pegou no bilhete e leu:
- Quero uma dúzia de salsichas e uma perna de borrego.
O talhante só então reparou que o cão trazia, conjuntamente com o bilhete, uma nota de 50 euros, além de um saco com pão. O talhante pegou no dinheiro, preparou a carne, pegou nas salsichas, devolveu o troco e pôs tudo num outro saco que colocou na boca do cão. O homem estavas deveras impressionado a tal ponto que decidiu fechar o talho e seguir o trajecto do animal. Este começou a descer a rua e quando chegou ao cruzamento depositou os dois saco no chão, pôs-se de pé em duas patas, carregou no botão do semáforo na passadeira para peões, esperou pacientemente pelo sinal verde, atravessou a rua e, por fim, encaminhou-se para a paragem do autocarro, sempre com o homem do talho no seu encalço.
Na paragem, o cão olhou para a tabela dos horários e sentou- se no banco à espera do próximo autocarro. Quando este chegou, o cão conferiu o número e o destino do autocarro e subiu, ordeiramente para a viatura, em fila, na sua vez. Mostrou o passe ao condutor, sentou-se, fechou os olhos e repousou por uns instantes como faria qualquer dona de casa depois do stresse das compras matinais. O talhante estava cada vez mais espantado com a inteligência e o treino do animal...
Para abreviar a estória: o cão chega, finalmente, com as compras, à casa que se presume seja a casa do seu dono. Como a porta estava fechada, ele tentou atrair a atenção de quem estava lá dentro. Virou-se um pouco de lado, deu uma corrida e atirou-se contra a porta, como faria qualquer criança. Repetiu o gesto mais duas vezes, mas ninguém respondeu. Então contornou a casa, pulou um muro e começou a bater com a cabeça no vidro de uma janela. Dirigiu-se de novo para a porta de entrada, sempre com um ar compenetrado dos seus deveres. De repente, um homenzarrão salta lá de dentro e começou a desancar no pobre do bicho. O talhante correu em socorro do cão, gritando:
- Ó homem, o que é que você está a fazer? ... Ó meu Deus, mas este cão é um génio!
O homem retorquiu com maus modos:
- Um génio ???... Esta é já a segunda vez, numa só semana, que o estúpido do cão se esquece de levar a chave de casa quando vai à praça fazer compras!
Moral da estória:
Podes até subir ao pico do Evereste, que aos olhos do teu chefe (*) o teu desempenho ficará sempre aquém do esperado!
Conselho: Nunca deixes que sejam os outros a pôr, por ti, em teu nome, a tua fasquia no pico do Evereste...
________
(*) ou dos outros, em geral: dos teus pais, do teu marido ou da tua mulher, dos teus filhos, do teu namorado ou da tua namorada, do teu/tua amante, dos teus professores, dos teus amigos, dos teus concidadãos, dos teus governantes ou até dos estrangeiros que vão à tua tenda comprar sonhos!
- Quero uma dúzia de salsichas e uma perna de borrego.
O talhante só então reparou que o cão trazia, conjuntamente com o bilhete, uma nota de 50 euros, além de um saco com pão. O talhante pegou no dinheiro, preparou a carne, pegou nas salsichas, devolveu o troco e pôs tudo num outro saco que colocou na boca do cão. O homem estavas deveras impressionado a tal ponto que decidiu fechar o talho e seguir o trajecto do animal. Este começou a descer a rua e quando chegou ao cruzamento depositou os dois saco no chão, pôs-se de pé em duas patas, carregou no botão do semáforo na passadeira para peões, esperou pacientemente pelo sinal verde, atravessou a rua e, por fim, encaminhou-se para a paragem do autocarro, sempre com o homem do talho no seu encalço.
Na paragem, o cão olhou para a tabela dos horários e sentou- se no banco à espera do próximo autocarro. Quando este chegou, o cão conferiu o número e o destino do autocarro e subiu, ordeiramente para a viatura, em fila, na sua vez. Mostrou o passe ao condutor, sentou-se, fechou os olhos e repousou por uns instantes como faria qualquer dona de casa depois do stresse das compras matinais. O talhante estava cada vez mais espantado com a inteligência e o treino do animal...
Para abreviar a estória: o cão chega, finalmente, com as compras, à casa que se presume seja a casa do seu dono. Como a porta estava fechada, ele tentou atrair a atenção de quem estava lá dentro. Virou-se um pouco de lado, deu uma corrida e atirou-se contra a porta, como faria qualquer criança. Repetiu o gesto mais duas vezes, mas ninguém respondeu. Então contornou a casa, pulou um muro e começou a bater com a cabeça no vidro de uma janela. Dirigiu-se de novo para a porta de entrada, sempre com um ar compenetrado dos seus deveres. De repente, um homenzarrão salta lá de dentro e começou a desancar no pobre do bicho. O talhante correu em socorro do cão, gritando:
- Ó homem, o que é que você está a fazer? ... Ó meu Deus, mas este cão é um génio!
O homem retorquiu com maus modos:
- Um génio ???... Esta é já a segunda vez, numa só semana, que o estúpido do cão se esquece de levar a chave de casa quando vai à praça fazer compras!
Moral da estória:
Podes até subir ao pico do Evereste, que aos olhos do teu chefe (*) o teu desempenho ficará sempre aquém do esperado!
Conselho: Nunca deixes que sejam os outros a pôr, por ti, em teu nome, a tua fasquia no pico do Evereste...
________
(*) ou dos outros, em geral: dos teus pais, do teu marido ou da tua mulher, dos teus filhos, do teu namorado ou da tua namorada, do teu/tua amante, dos teus professores, dos teus amigos, dos teus concidadãos, dos teus governantes ou até dos estrangeiros que vão à tua tenda comprar sonhos!
Estórias com mural ao fundo - VI: O cão, o homem do talho, o dono do cão e o pico do Evereste
Estava o homem do talho à espera dos fregueses quando foi surpreendido pela entrada dum cão dentro do seu estabelecimento. Enxotou-o mas o cão voltou logo de imediato. Quando tentava de novo espantá-lo, reparou que o animal trazia um bilhete na boca. Pegou no bilhete e leu:
- Quero uma dúzia de salsichas e uma perna de borrego.
O talhante só então reparou que o cão trazia, conjuntamente com o bilhete, uma nota de 50 euros, além de um saco com pão. O talhante pegou no dinheiro, preparou a carne, pegou nas salsichas, devolveu o troco e pôs tudo num outro saco que colocou na boca do cão. O homem estavas deveras impressionado a tal ponto que decidiu fechar o talho e seguir o trajecto do animal. Este começou a descer a rua e quando chegou ao cruzamento depositou os dois saco no chão, pôs-se de pé em duas patas, carregou no botão do semáforo na passadeira para peões, esperou pacientemente pelo sinal verde, atravessou a rua e, por fim, encaminhou-se para a paragem do autocarro, sempre com o homem do talho no seu encalço.
Na paragem, o cão olhou para a tabela dos horários e sentou- se no banco à espera do próximo autocarro. Quando este chegou, o cão conferiu o número e o destino do autocarro e subiu, ordeiramente para a viatura, em fila, na sua vez. Mostrou o passe ao condutor, sentou-se, fechou os olhos e repousou por uns instantes como faria qualquer dona de casa depois do stresse das compras matinais. O talhante estava cada vez mais espantado com a inteligência e o treino do animal...
Para abreviar a estória: o cão chega, finalmente, com as compras, à casa que se presume seja a casa do seu dono. Como a porta estava fechada, ele tentou atrair a atenção de quem estava lá dentro. Virou-se um pouco de lado, deu uma corrida e atirou-se contra a porta, como faria qualquer criança. Repetiu o gesto mais duas vezes, mas ninguém respondeu. Então contornou a casa, pulou um muro e começou a bater com a cabeça no vidro de uma janela. Dirigiu-se de novo para a porta de entrada, sempre com um ar compenetrado dos seus deveres. De repente, um homenzarrão salta lá de dentro e começou a desancar no pobre do bicho. O talhante correu em socorro do cão, gritando:
- Ó homem, o que é que você está a fazer? ... Ó meu Deus, mas este cão é um génio!
O homem retorquiu com maus modos:
- Um génio ???... Esta é já a segunda vez, numa só semana, que o estúpido do cão se esquece de levar a chave de casa quando vai à praça fazer compras!
Moral da estória:
Podes até subir ao pico do Evereste, que aos olhos do teu chefe (*) o teu desempenho ficará sempre aquém do esperado!
Conselho: Nunca deixes que sejam os outros a pôr, por ti, em teu nome, a tua fasquia no pico do Evereste...
________
(*) ou dos outros, em geral: dos teus pais, do teu marido ou da tua mulher, dos teus filhos, do teu namorado ou da tua namorada, do teu/tua amante, dos teus professores, dos teus amigos, dos teus concidadãos, dos teus governantes ou até dos estrangeiros que vão à tua tenda comprar sonhos!
- Quero uma dúzia de salsichas e uma perna de borrego.
O talhante só então reparou que o cão trazia, conjuntamente com o bilhete, uma nota de 50 euros, além de um saco com pão. O talhante pegou no dinheiro, preparou a carne, pegou nas salsichas, devolveu o troco e pôs tudo num outro saco que colocou na boca do cão. O homem estavas deveras impressionado a tal ponto que decidiu fechar o talho e seguir o trajecto do animal. Este começou a descer a rua e quando chegou ao cruzamento depositou os dois saco no chão, pôs-se de pé em duas patas, carregou no botão do semáforo na passadeira para peões, esperou pacientemente pelo sinal verde, atravessou a rua e, por fim, encaminhou-se para a paragem do autocarro, sempre com o homem do talho no seu encalço.
Na paragem, o cão olhou para a tabela dos horários e sentou- se no banco à espera do próximo autocarro. Quando este chegou, o cão conferiu o número e o destino do autocarro e subiu, ordeiramente para a viatura, em fila, na sua vez. Mostrou o passe ao condutor, sentou-se, fechou os olhos e repousou por uns instantes como faria qualquer dona de casa depois do stresse das compras matinais. O talhante estava cada vez mais espantado com a inteligência e o treino do animal...
Para abreviar a estória: o cão chega, finalmente, com as compras, à casa que se presume seja a casa do seu dono. Como a porta estava fechada, ele tentou atrair a atenção de quem estava lá dentro. Virou-se um pouco de lado, deu uma corrida e atirou-se contra a porta, como faria qualquer criança. Repetiu o gesto mais duas vezes, mas ninguém respondeu. Então contornou a casa, pulou um muro e começou a bater com a cabeça no vidro de uma janela. Dirigiu-se de novo para a porta de entrada, sempre com um ar compenetrado dos seus deveres. De repente, um homenzarrão salta lá de dentro e começou a desancar no pobre do bicho. O talhante correu em socorro do cão, gritando:
- Ó homem, o que é que você está a fazer? ... Ó meu Deus, mas este cão é um génio!
O homem retorquiu com maus modos:
- Um génio ???... Esta é já a segunda vez, numa só semana, que o estúpido do cão se esquece de levar a chave de casa quando vai à praça fazer compras!
Moral da estória:
Podes até subir ao pico do Evereste, que aos olhos do teu chefe (*) o teu desempenho ficará sempre aquém do esperado!
Conselho: Nunca deixes que sejam os outros a pôr, por ti, em teu nome, a tua fasquia no pico do Evereste...
________
(*) ou dos outros, em geral: dos teus pais, do teu marido ou da tua mulher, dos teus filhos, do teu namorado ou da tua namorada, do teu/tua amante, dos teus professores, dos teus amigos, dos teus concidadãos, dos teus governantes ou até dos estrangeiros que vão à tua tenda comprar sonhos!
Estórias com mural ao fundo - V: Não sejas trabalhólico
Com as devidas "gracias" a um amigo argentino desconhecido:
Te contamos la fábula del banquero y el pescador, una moraleja para los "workaholics", esos seres que nunca pero nunca paran de laborar. Siempre están pensando en su próximo negocio...
Mariano Gorodisch
Un banquero americano estaba en el muelle de un pueblito caribeño, cuando llegó un botecito con un solo pescador. Dentro del bote había varios atunes amarillos de buen tamaño. El americano elogió al pescador por la calidad del pescado y le preguntó cuánto tiempo le había tomado pescarlos. El pescador respondió que sólo un rato.
El americano le preguntó que por qué no permanecía más tiempo y sacaba más pescado. El pescador dijo que él tenía lo suficiente para satisfacer las necesidades inmediatas de su familia. El americano le preguntó qué hacía con el resto de su tiempo. El pescador dijo:
- Duermo hasta tarde, pesco un poco, juego con mis hijos, hago siesta con mi señora, caigo todas las noches al pueblo donde tomo vino y toco guitarra con mis amigos. Tengo una vida agradable y ocupada.
El americano replicó:
- Soy de Harvard y podría ayudarte. Deberías gastar más tiempo en la pesca y, con los ingresos, comprar un bote más grande y, con los ingresos del bote más grande, podrías comprar varios botes. Eventualmente tendrías una flota de botes pequeros. En vez de vender el pescado a un intermediario lo podrías hacer directamente a un procesador y, eventualmente, abrir tu propia procesadora. Deberías controlar la producción, el procesamiento y la distribución. Deberías salir de este pueblo e irte a la Capital, donde manejarías tu empresa en expansión.
El pescador le preguntó:
- ¿Pero cuánto tiempo tardaría todo eso?
A lo cual respondió el americano:
- Entre 15 y 20 años.
- ¿Y luego qué? -preguntó el pescador.
El americano se rió y dijo que esa era la mejor parte.
- Cuando llegue la hora deberías vender las acciones de tu empresa al público. Te volverás rico. Tendrás millones!
- Millones ... ¿y luego qué?
- Luego te puedes retirar. Te mudas a un pueblito en la costa donde puedes dormir hasta tarde, pescar un poco, jugar con tus hijos, hacer siesta con tu mujer, caer todas las noches al pueblo donde tomar vino y tocar guitarra con tus amigos.
Moral da história: Qual é a cotação da felicidade na Bolsa de Valores de Lisboa, em Nova Iorque ou em Londres ? Como sair do círculo vicioso da pobreza se os pobres são os primeiros a sentirem-se lá bem ? Esta história (triste) tem de ser emparelhada com a nº I, que essa, sim é uma história de sucesso. L.G.
Te contamos la fábula del banquero y el pescador, una moraleja para los "workaholics", esos seres que nunca pero nunca paran de laborar. Siempre están pensando en su próximo negocio...
Mariano Gorodisch
Un banquero americano estaba en el muelle de un pueblito caribeño, cuando llegó un botecito con un solo pescador. Dentro del bote había varios atunes amarillos de buen tamaño. El americano elogió al pescador por la calidad del pescado y le preguntó cuánto tiempo le había tomado pescarlos. El pescador respondió que sólo un rato.
El americano le preguntó que por qué no permanecía más tiempo y sacaba más pescado. El pescador dijo que él tenía lo suficiente para satisfacer las necesidades inmediatas de su familia. El americano le preguntó qué hacía con el resto de su tiempo. El pescador dijo:
- Duermo hasta tarde, pesco un poco, juego con mis hijos, hago siesta con mi señora, caigo todas las noches al pueblo donde tomo vino y toco guitarra con mis amigos. Tengo una vida agradable y ocupada.
El americano replicó:
- Soy de Harvard y podría ayudarte. Deberías gastar más tiempo en la pesca y, con los ingresos, comprar un bote más grande y, con los ingresos del bote más grande, podrías comprar varios botes. Eventualmente tendrías una flota de botes pequeros. En vez de vender el pescado a un intermediario lo podrías hacer directamente a un procesador y, eventualmente, abrir tu propia procesadora. Deberías controlar la producción, el procesamiento y la distribución. Deberías salir de este pueblo e irte a la Capital, donde manejarías tu empresa en expansión.
El pescador le preguntó:
- ¿Pero cuánto tiempo tardaría todo eso?
A lo cual respondió el americano:
- Entre 15 y 20 años.
- ¿Y luego qué? -preguntó el pescador.
El americano se rió y dijo que esa era la mejor parte.
- Cuando llegue la hora deberías vender las acciones de tu empresa al público. Te volverás rico. Tendrás millones!
- Millones ... ¿y luego qué?
- Luego te puedes retirar. Te mudas a un pueblito en la costa donde puedes dormir hasta tarde, pescar un poco, jugar con tus hijos, hacer siesta con tu mujer, caer todas las noches al pueblo donde tomar vino y tocar guitarra con tus amigos.
Moral da história: Qual é a cotação da felicidade na Bolsa de Valores de Lisboa, em Nova Iorque ou em Londres ? Como sair do círculo vicioso da pobreza se os pobres são os primeiros a sentirem-se lá bem ? Esta história (triste) tem de ser emparelhada com a nº I, que essa, sim é uma história de sucesso. L.G.
Estórias com mural ao fundo - V: Não sejas trabalhólico
Com as devidas "gracias" a um amigo argentino desconhecido:
Te contamos la fábula del banquero y el pescador, una moraleja para los "workaholics", esos seres que nunca pero nunca paran de laborar. Siempre están pensando en su próximo negocio...
Mariano Gorodisch
Un banquero americano estaba en el muelle de un pueblito caribeño, cuando llegó un botecito con un solo pescador. Dentro del bote había varios atunes amarillos de buen tamaño. El americano elogió al pescador por la calidad del pescado y le preguntó cuánto tiempo le había tomado pescarlos. El pescador respondió que sólo un rato.
El americano le preguntó que por qué no permanecía más tiempo y sacaba más pescado. El pescador dijo que él tenía lo suficiente para satisfacer las necesidades inmediatas de su familia. El americano le preguntó qué hacía con el resto de su tiempo. El pescador dijo:
- Duermo hasta tarde, pesco un poco, juego con mis hijos, hago siesta con mi señora, caigo todas las noches al pueblo donde tomo vino y toco guitarra con mis amigos. Tengo una vida agradable y ocupada.
El americano replicó:
- Soy de Harvard y podría ayudarte. Deberías gastar más tiempo en la pesca y, con los ingresos, comprar un bote más grande y, con los ingresos del bote más grande, podrías comprar varios botes. Eventualmente tendrías una flota de botes pequeros. En vez de vender el pescado a un intermediario lo podrías hacer directamente a un procesador y, eventualmente, abrir tu propia procesadora. Deberías controlar la producción, el procesamiento y la distribución. Deberías salir de este pueblo e irte a la Capital, donde manejarías tu empresa en expansión.
El pescador le preguntó:
- ¿Pero cuánto tiempo tardaría todo eso?
A lo cual respondió el americano:
- Entre 15 y 20 años.
- ¿Y luego qué? -preguntó el pescador.
El americano se rió y dijo que esa era la mejor parte.
- Cuando llegue la hora deberías vender las acciones de tu empresa al público. Te volverás rico. Tendrás millones!
- Millones ... ¿y luego qué?
- Luego te puedes retirar. Te mudas a un pueblito en la costa donde puedes dormir hasta tarde, pescar un poco, jugar con tus hijos, hacer siesta con tu mujer, caer todas las noches al pueblo donde tomar vino y tocar guitarra con tus amigos.
Moral da história: Qual é a cotação da felicidade na Bolsa de Valores de Lisboa, em Nova Iorque ou em Londres ? Como sair do círculo vicioso da pobreza se os pobres são os primeiros a sentirem-se lá bem ? Esta história (triste) tem de ser emparelhada com a nº I, que essa, sim é uma história de sucesso. L.G.
Te contamos la fábula del banquero y el pescador, una moraleja para los "workaholics", esos seres que nunca pero nunca paran de laborar. Siempre están pensando en su próximo negocio...
Mariano Gorodisch
Un banquero americano estaba en el muelle de un pueblito caribeño, cuando llegó un botecito con un solo pescador. Dentro del bote había varios atunes amarillos de buen tamaño. El americano elogió al pescador por la calidad del pescado y le preguntó cuánto tiempo le había tomado pescarlos. El pescador respondió que sólo un rato.
El americano le preguntó que por qué no permanecía más tiempo y sacaba más pescado. El pescador dijo que él tenía lo suficiente para satisfacer las necesidades inmediatas de su familia. El americano le preguntó qué hacía con el resto de su tiempo. El pescador dijo:
- Duermo hasta tarde, pesco un poco, juego con mis hijos, hago siesta con mi señora, caigo todas las noches al pueblo donde tomo vino y toco guitarra con mis amigos. Tengo una vida agradable y ocupada.
El americano replicó:
- Soy de Harvard y podría ayudarte. Deberías gastar más tiempo en la pesca y, con los ingresos, comprar un bote más grande y, con los ingresos del bote más grande, podrías comprar varios botes. Eventualmente tendrías una flota de botes pequeros. En vez de vender el pescado a un intermediario lo podrías hacer directamente a un procesador y, eventualmente, abrir tu propia procesadora. Deberías controlar la producción, el procesamiento y la distribución. Deberías salir de este pueblo e irte a la Capital, donde manejarías tu empresa en expansión.
El pescador le preguntó:
- ¿Pero cuánto tiempo tardaría todo eso?
A lo cual respondió el americano:
- Entre 15 y 20 años.
- ¿Y luego qué? -preguntó el pescador.
El americano se rió y dijo que esa era la mejor parte.
- Cuando llegue la hora deberías vender las acciones de tu empresa al público. Te volverás rico. Tendrás millones!
- Millones ... ¿y luego qué?
- Luego te puedes retirar. Te mudas a un pueblito en la costa donde puedes dormir hasta tarde, pescar un poco, jugar con tus hijos, hacer siesta con tu mujer, caer todas las noches al pueblo donde tomar vino y tocar guitarra con tus amigos.
Moral da história: Qual é a cotação da felicidade na Bolsa de Valores de Lisboa, em Nova Iorque ou em Londres ? Como sair do círculo vicioso da pobreza se os pobres são os primeiros a sentirem-se lá bem ? Esta história (triste) tem de ser emparelhada com a nº I, que essa, sim é uma história de sucesso. L.G.
Estórias com mural ao fundo - IV: A(s) reengenharia(s)
Embora já velha, esta estória não deixa de continuar a ter piada e de ser certeira na crítica a um certo modo de ser e de estar nas organizações... Alguém me disse que já a ouviu contada, ainda antes da queda do muro de Berlim em 1989, como caricatura da burocracia soviética e dos princípios da chamada economia de planificação central... As práticas dos gestores das empresas, sob a ditadura do capitalismo financeiro, não deixam de ser menos grotescas.
Passados estes anos todos, a estória continua a ser edificante. Pessoalmente, considero-a imprescindível à formação de gente tão díspar como os médicos do trabalho e os engenheiros de minas... Podemos vê-la como uma parábola ou uma caricatura das modas em gestão.
De qualquer modo, a rir é que a gente se entende… Só espero que os engenheiros (portugueses) não me levem a mal. E que aqueles que são gestores nunca deitem fora a água do banho com a criancinha, como fizeram muitos apressados émulos do Mr. Michael Hammer (se fosse português, ter-se-ia chamado Miguel Martelo), o guru da reengenharia e do downsizing (duas buzzwords que estiveram na moda nos anos 90...).
E, já agora, que aprendam a gostar de Schubert e da sua música. Por que o ciberpluralismo e a webdemocracia a isso obriga, o Sr. Martelo & Companhia continua no negócio. Aqui fica o sítio, passe a publicidade: Hammer and Company.
PS - Os créditos autorais destas estórias pertencem ao fundo comum da humanidade, ou seja, a muita gente... Só posso estar grato a todos os contribuintes líquidos. Desnecessário se torna dizê-lo, embora seja conveniente: nem a moral nem o mural destas estórias reflectem com rigor e verdade as opções políticas, ideológicas, filosóficas, éticas e estéticas do Blogador.
O reengenheiro-chefe
Houve uma época em que muito se falou em reengenharia. O que vinha a ser isso, na realidade, nunca ficou muito bem esclarecido, mas teve pelo menos três consequências principais: (i) muita gente perdeu o emprego; (ii) muitos livros foram escritos sobre o assunto; (iii) muita gente se encheu de dinheiro, a começar pelo consultor xico-esperto com paleio suficiente para ludibriar pobres gestores e empresários...
E o que é pior: num claro indício de que a curiosidade humana não tem limites houve (i) quem comprasse esses tais livros e, até mesmo, (ii) quem lesse alguma coisa deles e sobretudo (iii) pusesse apressadamente os seus ensinamentos em prática. Algumas pessoas, executivos, directores de empresas e chefes mais pequenos, até puseram os seus colaboradores a ler esses livrinhos em voz alta, como se se tratasse da Bíblia dos tempos pós-modernos ou do livrinho vermelho da China pós-maoísta.
Mas vamos à história de hoje: uma dada empresa patrocinava a apresentação de uma famosa orquestra sinfónica, ao abrigo da lei do mecenato e fazendo jus à sua corporate culture e forte sentido de responsabilidade social. Do programa constava a Sinfonia Nº 8 em si menor, de Schubert, a famosa Sinfonia Inacabada. Foram distribuídos diversos convites pelo pessoal dirigente, quadros superiores da empresa, clientes e fornecedores, além de representantes dos colaboradores e do médico do trabalho...
Quando chegou o dia do concerto, um dos directores não pôde ir ao espectáculo e deu ao reengenheiro-chefe o convite que havia recebido. Pensou que lhe faria bem descontrair-se um pouco, depois de uma drástica cura de emagrecimento que ele acabava de aplicar à empresa e que a iria pôr amnésica por uns largos tempos (a tal ponto que nem o abnegado médico do trabalho lhe pôde valer).
Na manhã seguinte ao concerto, encontraram-se na fábrica o director de produção e o reengenheiro-chefe. O director fez a clássica pergunta:
- Então, como foi? Gostou ? ... Em vez de responder, como faria qualquer pessoa normal, o reengenheiro-chefe rapou da pasta e logo ali lhe entregou o relatório que a seguir se transcreve ... Por razões que o leitor logo vai perceber, ele tinha dedicado todo o relatório à Sinfonia nº 8, a Inacabada. Eis o teor do documento (excertos):
(...) 3. Por um considerável lapso de tempo, os trombones não tinham nada que fazer e ficavam só a olhar os outros músicos que tocavam. O seu número deve ser drasticamente reduzido e o pouco que lhes compete fazer deve ser redistribuído entre os demais integrantes da orquestra.
4. (...) Todos os doze violinos estavam perfeitamente sincronizados, fazendo os mesmos gestos e tocando as mesmas notas. A meu ver, é uma duplicação totalmente desnecessária. O responsável por esse sector deve ser sumariamente demitido por desperdício de recursos. Que se mantenha apenas um dos violinistas, de preferência o mais novo, já que os restantes estão todos na faixa dos quarenta e dos cinquenta e eu duvido que passem no exame periódico da medicina do trabalho. Se for necessário um maior volume de som, que se usem amplificadores. Sai muitíssimo mais barato.
5. (...) Não faz o menor sentido as trompas ficarem sempre a repetir as mesmas passagens das cordas: tum, tum, tum!!! Se essas passagens redundantes forem eliminadas, a duração do trabalho pode ser reduzida de 26 minutos para menos de 20, o que representa um fantástico ganho de produtividade de 23%, tornando esta orquestra muito mais competitiva e ágil.
6. (...) Também reparei que algumas passagens exigem grande virtuosismo dos executantes. Ora os virtuosos, nos tempos que correm, custam muito dinheiro. Tais passagens, mais rebuscadas, devem ser banidas da partitura ou simplificadas de modo que possam ser executadas por pessoas com menor qualificação profissional (digamos, estudantes do Conservatório de Música que podem ser pagos à hora, executantes semi-qualificados ou até aprendizes).
7. Essa Sinfonia - a tal nº 8 - tem dois movimentos. Se o Sr. Schubert se tivesse dedicado mais ao trabalho e concentrado todo seu esforço no primeiro movimento, certamente que o segundo seria totalmente desnecessário. Isso traria consideráveis ganhos de eficiência e tornaria o produto mais acessível e atractivo para o grande público (...). Devo acrescentar que tal atitude é totalmente reprovável à luz da ética protestante do trabalho, e muito me surpreende pela negativa, tratando-se de uma pessoa de cultura germânica!
8. (...) Seja como for, a falta de responsabilidade e de competência desse senhor, desse tal Schubert, fez com que a obra ficasse, até hoje, por concluir. Se tivesse seguido o conceito, os princípios e a metodologia da reengenharia, certamente que ele teria conseguido terminar o trabalho no tempo que lhe foi destinado ao invés de deixá-lo inacabado, o que não trouxe nem proveito nem glória quer para a empresa quer para os clientes. Infelizmente tenho a mesma opinião sobre o maestro. Ele bem que podia ter puxado pelos músicos e executado a obra em menos tempo que o previsto. Aliás, o seu mau desempenho não me surpreendeu: afinal o maestro era uma maestrina. Sem prejuízo de um estudo mais aprofundado do problema, acho que é um posto de trabalho que pode perfeitamente ser eliminado, uma que esta workstation já atingiu um elevado grau de automatismo. E nestas situações, eu sigo so conselhos do mestre: Don't automate, obliterate.
À consideração superior,
O Reengenheiro-Chefe.
Passados estes anos todos, a estória continua a ser edificante. Pessoalmente, considero-a imprescindível à formação de gente tão díspar como os médicos do trabalho e os engenheiros de minas... Podemos vê-la como uma parábola ou uma caricatura das modas em gestão.
De qualquer modo, a rir é que a gente se entende… Só espero que os engenheiros (portugueses) não me levem a mal. E que aqueles que são gestores nunca deitem fora a água do banho com a criancinha, como fizeram muitos apressados émulos do Mr. Michael Hammer (se fosse português, ter-se-ia chamado Miguel Martelo), o guru da reengenharia e do downsizing (duas buzzwords que estiveram na moda nos anos 90...).
E, já agora, que aprendam a gostar de Schubert e da sua música. Por que o ciberpluralismo e a webdemocracia a isso obriga, o Sr. Martelo & Companhia continua no negócio. Aqui fica o sítio, passe a publicidade: Hammer and Company.
PS - Os créditos autorais destas estórias pertencem ao fundo comum da humanidade, ou seja, a muita gente... Só posso estar grato a todos os contribuintes líquidos. Desnecessário se torna dizê-lo, embora seja conveniente: nem a moral nem o mural destas estórias reflectem com rigor e verdade as opções políticas, ideológicas, filosóficas, éticas e estéticas do Blogador.
O reengenheiro-chefe
Houve uma época em que muito se falou em reengenharia. O que vinha a ser isso, na realidade, nunca ficou muito bem esclarecido, mas teve pelo menos três consequências principais: (i) muita gente perdeu o emprego; (ii) muitos livros foram escritos sobre o assunto; (iii) muita gente se encheu de dinheiro, a começar pelo consultor xico-esperto com paleio suficiente para ludibriar pobres gestores e empresários...
E o que é pior: num claro indício de que a curiosidade humana não tem limites houve (i) quem comprasse esses tais livros e, até mesmo, (ii) quem lesse alguma coisa deles e sobretudo (iii) pusesse apressadamente os seus ensinamentos em prática. Algumas pessoas, executivos, directores de empresas e chefes mais pequenos, até puseram os seus colaboradores a ler esses livrinhos em voz alta, como se se tratasse da Bíblia dos tempos pós-modernos ou do livrinho vermelho da China pós-maoísta.
Mas vamos à história de hoje: uma dada empresa patrocinava a apresentação de uma famosa orquestra sinfónica, ao abrigo da lei do mecenato e fazendo jus à sua corporate culture e forte sentido de responsabilidade social. Do programa constava a Sinfonia Nº 8 em si menor, de Schubert, a famosa Sinfonia Inacabada. Foram distribuídos diversos convites pelo pessoal dirigente, quadros superiores da empresa, clientes e fornecedores, além de representantes dos colaboradores e do médico do trabalho...
Quando chegou o dia do concerto, um dos directores não pôde ir ao espectáculo e deu ao reengenheiro-chefe o convite que havia recebido. Pensou que lhe faria bem descontrair-se um pouco, depois de uma drástica cura de emagrecimento que ele acabava de aplicar à empresa e que a iria pôr amnésica por uns largos tempos (a tal ponto que nem o abnegado médico do trabalho lhe pôde valer).
Na manhã seguinte ao concerto, encontraram-se na fábrica o director de produção e o reengenheiro-chefe. O director fez a clássica pergunta:
- Então, como foi? Gostou ? ... Em vez de responder, como faria qualquer pessoa normal, o reengenheiro-chefe rapou da pasta e logo ali lhe entregou o relatório que a seguir se transcreve ... Por razões que o leitor logo vai perceber, ele tinha dedicado todo o relatório à Sinfonia nº 8, a Inacabada. Eis o teor do documento (excertos):
(...) 3. Por um considerável lapso de tempo, os trombones não tinham nada que fazer e ficavam só a olhar os outros músicos que tocavam. O seu número deve ser drasticamente reduzido e o pouco que lhes compete fazer deve ser redistribuído entre os demais integrantes da orquestra.
4. (...) Todos os doze violinos estavam perfeitamente sincronizados, fazendo os mesmos gestos e tocando as mesmas notas. A meu ver, é uma duplicação totalmente desnecessária. O responsável por esse sector deve ser sumariamente demitido por desperdício de recursos. Que se mantenha apenas um dos violinistas, de preferência o mais novo, já que os restantes estão todos na faixa dos quarenta e dos cinquenta e eu duvido que passem no exame periódico da medicina do trabalho. Se for necessário um maior volume de som, que se usem amplificadores. Sai muitíssimo mais barato.
5. (...) Não faz o menor sentido as trompas ficarem sempre a repetir as mesmas passagens das cordas: tum, tum, tum!!! Se essas passagens redundantes forem eliminadas, a duração do trabalho pode ser reduzida de 26 minutos para menos de 20, o que representa um fantástico ganho de produtividade de 23%, tornando esta orquestra muito mais competitiva e ágil.
6. (...) Também reparei que algumas passagens exigem grande virtuosismo dos executantes. Ora os virtuosos, nos tempos que correm, custam muito dinheiro. Tais passagens, mais rebuscadas, devem ser banidas da partitura ou simplificadas de modo que possam ser executadas por pessoas com menor qualificação profissional (digamos, estudantes do Conservatório de Música que podem ser pagos à hora, executantes semi-qualificados ou até aprendizes).
7. Essa Sinfonia - a tal nº 8 - tem dois movimentos. Se o Sr. Schubert se tivesse dedicado mais ao trabalho e concentrado todo seu esforço no primeiro movimento, certamente que o segundo seria totalmente desnecessário. Isso traria consideráveis ganhos de eficiência e tornaria o produto mais acessível e atractivo para o grande público (...). Devo acrescentar que tal atitude é totalmente reprovável à luz da ética protestante do trabalho, e muito me surpreende pela negativa, tratando-se de uma pessoa de cultura germânica!
8. (...) Seja como for, a falta de responsabilidade e de competência desse senhor, desse tal Schubert, fez com que a obra ficasse, até hoje, por concluir. Se tivesse seguido o conceito, os princípios e a metodologia da reengenharia, certamente que ele teria conseguido terminar o trabalho no tempo que lhe foi destinado ao invés de deixá-lo inacabado, o que não trouxe nem proveito nem glória quer para a empresa quer para os clientes. Infelizmente tenho a mesma opinião sobre o maestro. Ele bem que podia ter puxado pelos músicos e executado a obra em menos tempo que o previsto. Aliás, o seu mau desempenho não me surpreendeu: afinal o maestro era uma maestrina. Sem prejuízo de um estudo mais aprofundado do problema, acho que é um posto de trabalho que pode perfeitamente ser eliminado, uma que esta workstation já atingiu um elevado grau de automatismo. E nestas situações, eu sigo so conselhos do mestre: Don't automate, obliterate.
À consideração superior,
O Reengenheiro-Chefe.
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