13 fevereiro 2006

Guiné 63/74 - DXXVII: O mapa de Padada (Humberto Reis)

O Humberto Reis ainda é piro que os nossos dirigentes dos clubes da bola: promete o céu e a terra... Agora diz que quer cartografar a Guiné toda, de ponta a ponta... Leiam a mensagem (quie foi, de resto, já transmitida a toda tertúlia):

Como diz o Luís, ainda não temos o mapa de Padada. Não pode ser tudo no mesmo dia, dado que os mapas são muito pesados e ele não consegue tratar disto tudo, do blogue e ainda fazer alguma coisa pela vida dele. Além de aturar todos estes tertulianos, ainda tem que dar umas aulas (já agora).

Ele ainda lá tem mapas que eu já lhe levei digitalizados, para inserir mas não houve tempo. Com calma vamos lá chegar. Prometo já aqui que o próximo a ser digitalizado será o de Padada. Devagar, devagarinho e de pantufas para não fazer muito barulho, nem levantar ondas, havemos de conseguir ter TODOS os mapas da Guiné Bissau a 1/50000.

Até para mim, pessoalmente, tem interesse pois foi aí em Madina Xaquili, zona de Padada, que me estreei a saber o que era baixar as orelhas enquanto elas passavam a assobiar por cima. Já a mesma sorte não teve o pessoal de uma companhia de madeirenses [2446] que tinha acabado de chegar à tabanca.

Como não havia abrigos para todos (população civil, 3 pelotões da minha companhia e eles) foi decidido que os madeirenses, nós já lá estávamos instalados, tinham de sair do perímetro da tabanca e emboscar cá fora pois desconfiávamos que íamos ser prendados.

A minha companhia tinha estado emboscada 3 dias no trilho que vinha de Padada à espera deles, que nunca apareceram. Quando viemos embora, eles seguiram-nos e nessa noite embrulhámos. O azar dos madeirenses é que foram apanhados no descampado entre o arame farpado da tabanca e o princípio da mata, não tiveram tempo de se internar no meio do matagal.

Isto vem no historial da CCAÇ 12, só que eu não o tenho aqui e estou a escrever de cor como o galo (1).

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Nota de L.G.

(1) Vd. post de 29 de Junho de 2005 > Guiné 69/71 - LXXXVIII: O baptismo de fogo da CCAÇ 12, em farda nº 3, em Madina Xaquili (Julho de 1969) :

(...)

"Ainda não haviam sido distribuídos os camuflados às praças africanas quando a CCAÇ 12 fez a sua primeira saída para o mato. A 21, três Gr Comb (2º, 3º e 4º) seguiam em farda nº 3 para Madina Xaquili a fim de reforçar temporariamente o sub- sector de Galomaro,[a sul de Bafatá].

"(...) Seria, aliás, em Madina Xaquili que a CCAÇ 12 teria o seu baptismo de fogo. Os três Gr Comb haviam regressado, em 24, à tarde, dum patrulhamento ofensivo na região de Padada, tendo ficado dois dias emboscados no mato (Op Elmo Torneado), quando Madina Xaquili foi atacada ao anoitecer por um grupo IN que muito provavelmente veio no seu encalce.

"0 ataque deu-se no momento em que dois Gr Comb da CCAÇ 2446 que vinha render a CCAÇ 12, saíram da tabanca a fim de se emboscarem. [Esta companhia madeirense teve dois mortos e vários feridos]. 0 IN utilizou mort 60, lança-rockets e armas ligeiras, tendo danificado uma viatura e causado vários feridos às NT. O primeiro ferido da CCAÇ 12 foi o soldado Sori Jau, do 3º GR Comb, evacuado no dia seguinte para o HM [Hospital Militar] 241 [Bissau]" (...).

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