26 maio 2006

Guiné 63/74 - DCCXCVIII: O colaboracionismo sempre teve uma paga (3): Paulo Raposo

Post nº 798 (DCCXCVIII).

Caro Pepito:

Daquilo que eu sei, Spínola foi para a Guiné com a missão de entregar o governo do território a Amílcar Cabral e em consequência desviar o esforço de guerra da Guiné para Moçambique, e assim o nosso problema em África ficava resolvido.

A eliminação de Amílcar não nos interessava, bem antes pelo contrário. Com a assassinato dos três Majores que estavam em negociações com o PAIGC, é que veio a deitar por terra a ponte que se estava a estabelecer.

Com esta porta de saída fechada os militares do quadro na Guiné começam a revoltarem-se pois não havia solução da crise à vista. Revolta ou onda que se começou a crescer levou ao 25 de Abril.

A ida de Alpoim a Conacri foi numa de última tentativa de aí tentar um golpe de Estado, para colocar um governo que não nos fosse hostil. Tudo correu mal.
Vieram os nossos rapazes que ali estavam presos e destrui-se muito material de guerra, que trouxe um pouco de acalmia às nossas tropas, mas por pouco tempo.

Sobre esta matéria ainda há muita história para se escrever. Há muita matéria que nós não conhecemos. Mas a razão fica sempre do lado do vencedor.

Um abraço para todo o pessoal

Paulo Lage Raposo

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